Trupe Elemental - Capítulo 22
Após saírem do pântano, o grupo continuou sua jornada pela parte final do bosque Apeliotes, em direção a grande fortaleza do Arquimago Philip.
— Só mais algumas horas e finalmente chegaremos a fortaleza, já consigo ver um pouco de sua silhueta daqui. — Disse Sarah. — Me diga, se Philip está sendo procurado pelo império, porque ninguém ainda o prendeu? — John perguntou.
— Mesmo ele tendo um mandato de prisão, ninguém nunca conseguiu provar de fato se ele está praticando atos ilegais ou algo parecido, tudo que se sabe são apenas teorias… — Respondeu.
— O que vocês acham que ele está escondendo? — Jesse perguntou. — Hmph, deve ser algo como utilizar magias proibidas pela assembleia geral ou experimentos em humanos, ele é o mais misterioso dentre os cinco. — Sarah respondeu.
— Então há cinco arquimagos no total? Eu me lembro de conhecer dois deles, mas achei que fosse só mais um título qualquer. — Disse John. — Nossa, você chegou pessoalmente a conhecer dois dos cinco arquimagos? Isso é incrível, a maioria das pessoas só os vê durante certas ocasiões em que aparecem para o público, na maior parte do tempo eles ficam na sede da assembleia geral. — Jesse respondeu.
— Para ser sincero, eu já tinha ouvido falar sobre eles, mas não sei exatamente quem são ou o que fazem. — Disse John.
— Ok, vou tentar te explicar de forma resumida. Os Cinco Grandes Magos ou Pentagrama dos Magos são um grupo de grandes magos do continente que fazem parte da assembleia geral, sua principal função é administrar o uso das magias e tudo que ela envolve, incluindo aprovar ou anular a utilização das mesmas, seja pelos civis, militares ou pessoas que são capazes de controlar um elemento, eles também administram as guildas, digamos que “por trás dos panos”, na maioria dos casos missões grandes que envolvem mais de um império ou grandes conflitos, foram eles que emitiram a missão para derrotar o Devorador há cinco anos atrás, são considerados o ápice de seus elementos em questão de força. — Jesse explicou.
— Os atuais arquimagos que conhecemos são: Philip, A dominação do Trovão, Johann, A dominação da Luz e Arkanos, A dominação do Fogo. A identidade dos outros dois restantes ainda permanece desconhecida para o público… — Jesse completou.
— É tão incrível assim? — John perguntou. — Eu os conheci durante o período em que estive no… — Dizia John, quando foi interrompido por uma forte dor em sua cabeça. — O que houve? Você está bem? — Jesse perguntou. — É… foi só uma pequena dor de cabeça, não foi nada demais, vamos andando. — Disse John.
A chuva estava parando gradualmente, a névoa ficava menos densa conforme o grupo avançava, e finalmente quando saíram do bosque, eles pararam na encosta de um grande penhasco, no horizonte eles puderam ver uma cachoeira que desabava em um enorme rio, sobre ele uma ponte que levava até um morro, onde ficava a grande fortaleza do Arquimago Philip.
— Lá está, nossa parada final. — Disse Sarah. — Eu achava que a paisagem desse lado do bosque fosse um pouco mais sombria do que o normal, mas é totalmente o oposto, é como se estivéssemos na parte sul do bosque! — Jesse comentou.
— O que exatamente faremos quando chegarmos lá? Não somos do império muito menos algo parecido, você acha que ele vai nos ouvir? — John perguntou.
— Ele vai. E eu vou me certificar que ele faça isso, se ele se recusar a responder nossas perguntas, eu autorizo o uso de força. Eu não irei voltar de mãos abanando, não depois do que aconteceu na cidade. Não se preocupem, eu vou assumir total responsabilidade se algo acontecer. — Sarah respondeu.
Descendo o penhasco e chegando até a ponte, a frente havia um enorme portão fechado e uma aura elemental em torno do lugar.
— Pode ser impressão minha, mas a aura elemental fica cada vez maior conforme nos aproximamos… — Disse Jesse. — Hã? O que foi aquilo…? — John sussurrou.
— O que houve, John? — Sarah perguntou. — Eu achei ter visto alguém nos observando da janela. — Respondeu.
— Talvez a alta concentração de energia elemental seja uma forma de identificar quem chega perto do lugar. — Disse Sarah.
— Ok, aqui estamos, eu não acho que o portão vai se abrir para nós, então vamos fazer do jeito tradicional e bater. — Disse Sarah. — Vá em frente. — John comentou.
Sarah bate três vezes no portão, mas sem nenhuma resposta. Ela aguarda alguns minutos e repete o processo, obtendo o mesmo resultado.
— Parece que não vai abrir, vamos ter que encontrar outra entrada. — Disse John. — Nem pensar! Não quero ser presa por invadir a casa de um arquimago, você ficou maluco, John? — Disse Sarah. — Tudo bem, quando conseguir abrir o portão me avise, estou no aguardo. — Respondeu.
— Ugh… maldição, como vamos abrir isso? — Sarah sussurrou. — Ahh, mas que droga…! Portão idiota! — Sarah gritou chutando o portão.
No momento que Sarah chutou o portão um barulho dentro dele foi ouvido e lentamente começou-se a abrir.
— Aha! Olha só, John, eu consegui! — Disse Sarah confiante do que tinha feito. — Meus parabéns, Sarah, você realmente conseguiu. — John respondeu batendo palmas. — Vamos, vamos entrar, uma certa pessoa nos aguarda! — Ela disse.
— Vão na frente, eu irei logo atrás, só quero terminar de registrar essa paisagem em meu caderno. — Dizia Jesse fazendo anotações.
— Tudo bem, a gente te espera ali na frente. Só não vai ficar parada aí para sempre, ouviu, Jesse? — Disse Sarah. — Eu sei…! — Respondeu.
Mais a frente, sentados em uma rocha, John e Sarah esperam Jesse alcançá-los para darem continuidade a seu objetivo.
— E então, o que você acha? Philip está por trás de todos esses incidentes que aconteceram nos últimos dias? — Sarah pergunta. — Para ser sincero, eu realmente não sei, muita coisa aconteceu, a aparição repentina do Devorador, os espectros na cidade, até mesmo aquele espectro no pântano ontem. São muitas coisas para processar em pouco tempo. — John respondeu. — Eu lembro melhor agora, mas ainda há partes que não consigo ver claramente o que elas realmente representam, eu preciso perguntar a ele… — Completou.
— Perguntá-lo? A quem você se refere? — Sarah perguntou.
John desvia seu olhar e abaixa a cabeça evitando responder a pergunta de Sarah.
— Vejam só, se não são meus melhores amigos! Como estão? — Disse Sylas. — Sylas, finalmente resolveu aparecer. — Disse Sarah. — Ah, não se preocupe comigo, eu sempre vou estar aqui mesmo que não possa me ver. — Respondeu.
— Bom, vou tentar ser rápido, antes que ela chegue. Eu ouvi a conversa sobre os arquimagos, e devo dizer, vocês parecem estar contra uma pessoa poderosa desta vez, nada parecido com os desafios anteriores. — Disse Sylas.
— Aliás John, você já não esteve aqui antes? — Perguntou. — O quê? Eu não me lembro de ter visitado esse lugar, em nenhum momento da minha vida. — John respondeu. — Opa, fica calmo, não vamos nos estressar. — Sylas respondeu. — Hum… mas eu jurava que você tinha, enfim, tomem cuidado, eu vou indo nessa, me chamem se precisarem de algo, eu consigo utilizar algumas magias básicas que podem ser úteis! Até logo! — Disse Sylas desaparecendo.
— O que ele quis dizer com tudo aquilo, John? — Sarah perguntou. — Tsc, eu não faço ideia do que ele disse Sarah, às vezes ele fala coisas sem sentido como essas, não acredite em tudo que ele diz. — Respondeu. — E falando nisso, Jesse está demorando, demorando até demais. — Completou.
Após a pequena conversa com Sylas, John e Sarah retornam para o portão para chamar Jesse, mas chegando lá eles se surpreendem.
— Só pode ser brincadeira… para onde ela foi? — John perguntou. — Ela estava parada aqui quando saímos, e ela não passou pela gente! — Disse Sarah.
— Eu não acho que ela tenha voltado para a cidade, é um longo caminho até lá, ela não faria isso sem nos avisar. — Disse John. — O que a gente faz?! — Sarah perguntou assustada.
— Sarah, se acalme, eu tenho uma hipótese. — Disse John. — Me diga qual é então, John, não podemos perder tempo! — Disse Sarah.
— Lembra que Ryutisuji uma vez disse que encontrou uma pessoa na parte noroeste do bosque, que podia se teletransportar, e mais tarde descobrimos aqueles círculos mágicos na cidade que estavam teletransportando os espectros bem debaixo de nossos narizes? E se Jesse foi teletransportada dessa mesma forma para algum lugar da fortaleza? — John explicou sua hipótese.
— Isso é impossível, John! Ryutisuji disse que aqueles círculos precisavam ser feitos a mão no local! Não vimos nenhum círculo pelo caminho inteiro, então como?! — Disse Sarah. — Sarah, talvez Ryutisuji tenha razão sobre os círculos, ele disse que talvez esse Hector esteja por trás dos círculos mágicos na Cidadela, mas eu estou me referindo ao Philip, e sendo um arquimago, sua maestria com magias deve ser excepcional, e muito provavelmente ele deve conseguir fazer esse tipo de círculo sem mesmo estar presente no local.
— Se isso for verdade… o que estamos esperando então?! Vamos! — Disse Sarah correndo em direção à fortaleza.
John corre logo atrás de Sarah, pelo caminho que leva até a porta principal da fortaleza de Philip.