Trupe Elemental - Capítulo 45
— Escuta, a gente já está andando faz horas! E esse lugar é enorme! Nunca vamos conseguir encontrar essa biblioteca assim, vamos parar em alguma taverna e beber algo, John! — Disse Matt. — Hã? Matt, eu acho que você não entende a nossa situação atual, então vou te explicar novamente. — John respondeu.
— Nós não viemos aqui para um pequeno passeio, nós viemos aqui porque precisamos encontrar a Mary. Se você não se lembrou ainda, o Devorador está de volta. Isso significa que nós, as pessoas desta cidade e do resto do continente correm perigo. — Completou.
— Tsc. Tudo bem, eu só queria beber algo diferente, mas pelo visto não vou conseguir até encontrarmos ela. Que seja, vamos logo com isso. — Matt respondeu.
Continuando sua busca pela biblioteca indicada no mapa, John e Matt resolvem perguntar para algumas pessoas onde exatamente ela está localizada, pois a cidade é enorme e está repleta de decorações festivas, dificultando a localização de certos edifícios. Felizmente, eles conseguem, com ajuda de um vendedor de rua, a localização exata dela.
— Muito obrigado senhor, foi de grande ajuda. — Disse John.
— Haha, não foi nada rapazes! Lembrem-se de passar aqui na minha loja quando voltarem! — O vendedor respondeu.
— Vamos Matt, já sabemos onde fica. — Disse John. — Por que você perguntou a ele onde fica a biblioteca sendo que tens um mapa contigo? — Matt perguntou.
— É, parece estranho, mas o mapa está meio desgastado, além disso está rasgado também, e eu não conheço a cidade muito bem. Foi por isso. — John respondeu.
— Que estranho da sua parte… — Disse Matt.
Mais a frente no caminho, Matt se afasta de John e corre em direção a um pequeno vão no chão, após ele perceber um pequeno brilho vindo de lá. Vendo Matt se afastar, John tenta impedi-lo, mas sem sucesso. Ele corre atravessando a multidão na rua até chegar na fonte do brilho, e acaba tendo uma pequena surpresa.
— OLHA! Uma moeda! — Gritou Matt, correndo para pegá-la. — O quê…? Matt, volte aqui! Não temos tempo para isso! — Disse John.
— Ahaha! Olha isso, John! É uma daquelas moedas que o Tay havia dito! Quanto você acha que essa daqui vale? — Perguntou. — Só pode ser brincadeira, Matt, você se lembra disso, mas não da nossa missão aqui? Vamos logo, a biblioteca está logo ali na frente! — Disse John.
— Humph. Você vai ver, quando eu ficar rico com essa moeda, você vai vir até mim implorando por dinheiro, John! Me aguarde! — Disse Matt.
Chegando na localização indicada, na entrada, John e Matt contemplam o edifício que fica situada a suposta biblioteca onde Mary está. Ambos ficam abismados com tamanha luxuosidade.
— Huh, parece que ela usou bem a recompensa que deixamos. — Disse Matt.
— Recompensa? Então se vocês receberam pelo que fizemos, porque você não tem nenhum dinheiro consigo? — John perguntou.
— Heh, é engraçado não é? Uma pessoa como eu que gosta tanto de dinheiro assim. A verdade é que eu preferi não ficar com minha parte da recompensa. Eu disse que ela poderia ficar com tudo, eu meio que me sinto culpado pelo que aconteceu, não queria ter aquele dinheiro comigo, foi por isso. — Matt respondeu.
— Hum? Tentando encontrar sua redenção? — John perguntou. — É. Talvez sim, talvez não. Mas agora descobrindo que você idiota está vivo e bem, parece que foi um erro ter deixado aquele dinheiro para trás! — Disse Matt.
— Vamos entrar. Se ela não estiver aqui, precisaremos voltar e avisar os outros no ponto de encontro. — Disse John.
Entrando no lugar, já na entrada, ao olharem ao redor John e Matt observam os lustres de ouro e as pinturas de decoração nas paredes, além das enormes prateleiras repletas de livros dos mais diversos assuntos.
— Eu estou começando a achar que vimos ao lugar errado… — Matt sussurrou.
— Cala essa boca! Vamos perguntar para a recepcionista. — John respondeu.
No balcão da recepção, está uma jovem moça com um caderno em suas mãos anotando algumas informações dos livros próximos a ela. Sem perceber, John e Matt se aproximam para falar com ela.
— Olá. — Disse John. — Oh! Vocês me assustaram, não os ouvi chegarem! Em que posso ajudá-los hoje? — Ela perguntou.
— Eu e meu amigo gostaríamos de saber se uma pessoa chamada Mary trabalha aqui, poderia nos informar? — Disse John.
— Hum… Mary, você diz? É, de fato ela “trabalha” aqui, mas na verdade ela é a proprietária desta biblioteca, para ser mais específica. — A mulher respondeu.
— Ah! Isso quer dizer que estamos no lugar certo, ainda bem! — Disse John, aliviado.
— Será que… nós poderíamos falar com ela? É um assunto urgente! — Disse John.
— Sinto muito meninos, temo que não seja possível encontrar a senhorita Mary neste momento. Recebi ordens da própria para informar as pessoas que ela não está disponível. Vão ter que voltar outro dia e marcar de encontrá-la. — Disse a mulher.
— Ah, poxa vida… será que você não pode abrir uma exceção para nós, é um assunto sério de verdade, precisamos falar com ela hoje! — John insistiu.
Mesmo com John insistindo muito, a mulher se recusava a dizer onde eles poderiam encontrar Mary, ele insistia que era um assunto de grande importância e que não poderia ser ignorado, mas ela respondia dizendo que era uma ordem absoluta da própria Mary.
— Tsc. Deixa comigo, John, aprenda. — Matt sussurrou. — Boa tarde, madame. Como meu amigo aqui disse, nós realmente precisamos encontrar Mary. Por favor diga a ela que seu amigo Matthew veio visitá-la. — Disse Matt, tentando convencê-la.
— Matthew? Qual é o seu nome completo? — Perguntou. — Matthew Dillinger! Este é meu nome. Mais conhecido como Matt, você deve me conhecer, certo? O grande herói que salvou este continente da grande calamidade! — Disse Matt.
A mulher após descobrir o nome de Matt, logo estranhou e se lembrou de certos eventos passados, ficando com um pouco de raiva, ela os ameaçou.
— Ah… claro, como eu não imaginei antes, vocês são algum tipo de comerciantes, historiadores ou seja lá o que são, se passando por outra pessoa para conseguirem uma audiência com ela. Saiam agora ou irei chamar os guardas. — Ela disse.
— O quê?! Não, não, não! Espera, espera! É verdade, eu juro, eu sou o verdadeiro Matthew Dillinger, olhe meu cabelo ruivo! — Disse Matt, desesperado.
— Senhor, isso não prova nada. Qualquer um pode pintar o cabelo dessa cor e sair por aí dizendo que é quem ela quer que seja. — A mulher respondeu.
— Meu amigo está dizendo a verdade, mas se não acredita em nós, o que podemos fazer para provar que ele é realmente o Matthew? — John perguntou.
— Nada. Mesmo se vocês realmente fossem conhecidos da senhorita Mary, ou até mesmo membros da Trupe, eu não os diria onde ela está. Eu trabalho para ela e não para vocês, logo não tenho obrigação nenhuma de dizer. — Ela respondeu.
— Ugh… mas que droga hein? Apesar de você ser muito bonita, seu temperamento é horrível… — Matt sussurrou.
— Fica quieto, seu idiota! — Disse John, dando um soco em Matt.
— O que foi tudo isso? — Ela perguntou. — Ah, não foi nada, é que às vezes ele diz coisas sem sentido, peço perdão pela má conduta dele. — John respondeu.
— Se não vieram aqui para ler nossos livros, vou pedir que se retirem imediatamente, não tenho tempo para charlatões. — Ela disse.
— Não, tudo bem. Nós vamos dar uma olhada nos livros sim, até uma outra hora, passar bem! — Disse John, levando Matt consigo.
Deixando o balcão, apesar de não conseguirem o que queriam, John e Matt pelo menos sabiam que aquela biblioteca era de fato a correta. Adentrando mais na biblioteca, eles chegam até um salão de dois andares repleto de prateleiras cheias de livros, sem nenhum vão entre elas.
— Eu não acredito…! Não consigo acreditar! — Matt sussurrou. — O que foi agora, Matt? — John perguntou. — Ela… ela nos chamou de charlatões! Dá para acreditar nisso, John? Ela acha que sou uma farsa! — Disse Matt.
— É sério isso? — Você está preocupado com isso? A gente ainda precisa encontrar a Mary, com ou sem ajuda daquela recepcionista. — John respondeu.
— É mesmo? E como faremos isso? Tudo bem, nós sabemos que essa biblioteca é dela, mas não sabemos onde ela está. E eu também não consigo sentir nenhum fluxo elemental grande próximo de nós, além do meu é claro. — Disse Matt.
— Vamos continuar procurando, talvez há alguma pista aqui sobre onde ela possa estar. — John respondeu. — Oh, claro, o que poderia ter em uma biblioteca além de livros e pessoas cegas pelo conhecimento? — Matt perguntou.
John e Matt, tentam procurar pela biblioteca quaisquer coisas que pudessem servir de pistas para saber o paradeiro de Mary. Mas como Matt havia dito, só há livros no lugar, e sem sucesso eles desistem de continuar procurando. Enquanto discutiam o que iriam fazer a seguir, eles ouvem um grande estrondo vindo do lado de fora, o qual faz o lugar todo tremer, derrubando os livros das prateleiras e quebrando algumas das janelas.
— Tá bom. O que foi isso? — Matt perguntou. — Não faço ideia, mas parece que foi algum tipo de explosão, eu acho… — John respondeu.
— Explosão? Não… soou mais como algo muito grande caindo no chão. Vamos lá ver o que é! — Disse Matt. — Vamos! — John completou.