Trupe Elemental - Capítulo 30
— Mesmo depois de ter tentado matá-los, de atacar a Cidadela… mesmo depois de tudo isso, não me deixaram morrer… por quê? — Hector perguntou.
— Só achamos que o certo seria te ajudar, apenas isso. Você está debilitado, se o deixássemos morrer, estaríamos agindo igual pessoas ruins, e nós não queremos isso para nossa reputação. — Sarah respondeu.
— E quanto a você? Concordou tão facilmente com o que ela disse? — Hector perguntou olhando para John. — Sem comentários por enquanto. — John respondeu.
— A barreira está quase desaparecendo! Eu consigo ver algumas coisas, apesar da fumaça… espero que ela esteja bem. — Disse Sarah.
A barreira de Ignus se desfaz completamente, John e Sarah voltam novamente para o domo enquanto Hector fica sentado, descansando dentro do túnel devido aos seus ferimentos. Dentro do domo, o cenário está completamente devastado: Paredes destruídas, pequenas crateras no chão, cadáveres de espectros junto a algo que parece sangue, porém de cor preta. No centro do domo está Jesse, parada próxima ao pilar quebrado em que estava presa.
— Jesse! JESSE! — Gritou Sarah, correndo para abraçá-la.
— Sarah… John… é bom ver vocês novamente. — Disse Jesse. — Está tudo bem mesmo? Achei que fosse te perder! Nos perdoe por não termos conseguido chegar antes, não consigo imaginar a dor que você passou… — Disse Sarah chorando enquanto a abraçava.
Logo atrás de Sarah, John chegou, segurando em sua mão os óculos quebrados de Jesse.
— Seus óculos, ele deve ter caído. — John entrega os óculos de Jesse a ela.
— Obrigada, John. — Jesse responde. — Se bem que você vai precisar de um novo, este está praticamente todo quebrado, além de que… — John respondeu, porém parou após perceber uma mudança em Jesse.
— O que houve? Você parou de falar de repente… — Ela estranhou.
— Jesse! O as pontas do seu cabelo ficaram douradas! E olhe, seus pulsos, há um tipo de marca também dourada neles! — Diz Sarah.
— Ah… eu não sei o que significam, provavelmente deve ser algum efeito colateral do que aconteceu. — Jesse respondeu.
Após ouvir a conversa deles, Sylas aparece ao lado de John, e imediatamente Jesse o percebe e alerta John de que há um espectro perto dele, ela cria uma pequena esfera de energia em sua mão para atacá-lo.
— Se afaste, John! Ainda há um espectro vivo perto de você! — Gritou Jesse.
— Hã?! — John olhou para o lado, e ao perceber que era Sylas, ele correu para impedi-la. — Jesse, NÃO! Ele não é nosso inimigo! — Gritou John, a segurando para não atacar Sylas.
— Como assim não é nosso inimigo?! Ele é um espectro, John! — Disse Jesse.
— Por favor Jesse, pare! Eu posso explicar…! — John respondeu.
— Essa foi uma péssima hora para você aparecer, Sylas. — Disse Sarah.
— Ah… eu também achei que fosse o meu fim! — Sylas respondeu.
— Então você consegue vê-lo? Isso é… um pouco diferente. — Disse John.
— Diferente? O que você quer dizer com isso? É claro que consigo vê-lo! Espera… vocês já estavam cientes da existência dele e não me disseram nada esse tempo todo? — Jesse perguntou.
— Mantenha a calma, Jesse. É um pouco complicado… mas espero que eu consiga esclarecer as coisas um pouco agora que você está de volta conosco. — Disse John.
— Normalmente ninguém consegue ver ele, apenas eu. Mas parece que há algumas exceções… Sarah passou a conseguir enxergá-lo quando estávamos nas Cavernas Reluzentes, mas preferimos manter isso em segredo. — John explicou.
— Ele não é agressivo como os outros espectros, na verdade, ele vem me ajudando desde que nos conhecemos, e por favor, se puder manter isso em segredo dos outros seria bom, não sabemos qual o critério para que outras pessoas possam conseguir enxergá-lo. — Disse John.
— Vou manter isso em mente. — Jesse respondeu. — Obrigado. — Diz John.
John faz um pequeno resumo sobre Sylas para Jesse e explica um pouco do que ocorreu entre eles antes de se reunirem novamente com ela, John também explica sobre algumas das capacidades de Sylas e a convence de que ele pode ajudar.
— Eu acho que não me apresentei corretamente. Eu me chamo Sylas, é um prazer conhecê-la Jesse! — Ele disse. — O prazer é todo meu… eu não sabia que existia espectros que podiam falar com humanos. — Disse Jesse.
— Ah, mas é claro que existem! Sendo sincero, existem muitos tipos de espectros pelo mundo, sou apenas mais um. — Sylas respondeu.
— Sylas, por acaso você sabe o que as marcas nos pulsos dela significam? — Sarah perguntou. — Hum, vejamos… tenho quase certeza de que essas marcas são as mesmas marcas do Deus do Trovão. — Sylas respondeu.
— Deus do Trovão? Pode explicar melhor? — Jesse e Sarah perguntaram.
— Se não me falha a memória em um antigo livro estava escrito que antes dele desaparecer assim como os outros deuses, ele havia deixado pessoas de sua confiança com marcas semelhantes a de Jesse, e de que elas serviriam como catalisador para o dia de seu retorno triunfante, mas essa é uma história muito antiga, e até hoje ninguém sabe o real motivo por trás dessas marcas, dizem que elas possuem um poder único que difere para cada pessoa que as tem, talvez você queira descobrir qual é o seu. Isso é tudo que sei sobre elas. — Sylas explicou.
— Obrigado pela explicação, parece que só o tempo dirá o resto. — Jesse respondeu.
— Então? Vamos partir? Provavelmente Ryutisuji e Tayson devem estar preocupados com a gente. — Sarah perguntou.
Enquanto conversavam, o chão começou a estremecer e enormes pedregulhos começaram a cair do teto, rachaduras iam aparecendo por todas as paredes do domo conforme os segundos passavam, a fortaleza de Philip estava entrando em colapso devido aos poderosos ataques causados por Jesse anteriormente.
— É, parece que é uma boa ideia irmos embora! Está tudo desmoronando, seremos soterrados se não sairmos daqui depressa! — Disse John.
— E quanto ao Hector?! — Sarah perguntou. — Ugh… vão na frente, eu pego ele e logo vou atrás de vocês, vão! — John respondeu.
Jesse e Sarah correm para o túnel a sua frente, saindo do domo, enquanto isso, John retorna ao túnel de entrada para resgatar Hector que estava ferido demais para caminhar sozinho.
— Levanta, vamos! — Disse John para Hector. — Por quê? É tão fácil assim estender a mão para um inimigo? — Hector perguntou.
— Escuta, eu realmente não vou com a sua cara, porém infelizmente são ordens que devo seguir. Então se você não quiser morrer aqui, basta ficar quieto e me dizer como podemos sair deste lugar antes que tudo desabe, entendeu? — Disse John.
Hector não diz mais nada e se aponha em John, os dois correm para o túnel por onde Jesse e Sarah escaparam, tudo à volta deles estava desabando, e por pouco eles quase não conseguem chegar até o túnel antes que uma grande rocha caia.
— Graças aos deuses vocês conseguiram! — Disse Sarah. — E agora por onde nós vamos? — Jesse Perguntou.
— Mostre o caminho, Hector. — Diz John. — Heh… sigam para a direita, depois da seção de celas vai ter uma escada que leva até o jardim na superfície, há uma saída para o bosque lá… — Hector respondeu.
— Como vamos ter certeza que isso não é uma armadilha?! — Jesse perguntou.
— Humph. Eu duvido muito que ele iria querer morrer logo agora. E se for mesmo uma armadilha saberemos. — John respondeu.
O grupo segue pelo caminho que Hector havia indicado, chegando na área mencionada anteriormente, tudo parece estar abandonado, nas celas só restam esqueletos e teias de aranhas.
— Tantas celas… que horrível. Quantas pessoas vocês prenderam aqui? — Sarah perguntou. — Não faço ideia, isso é assunto do Mestre… digo, Philip. Eu apenas administrava as pesquisas e experimentos, eu não sei onde ele conseguia as cobaias humanas para os testes… — Hector explicou.
— Ei. Ainda tem uma pessoa naquela cela. — Disse John apontando para uma cela logo à frente deles.
Caminhando até a porta da cela trancada, John observa o homem que está preso dentro, ele se parecia muito com alguém que John conhecia, intrigado com o que vê ele abre a cela e resolve falar com o homem.
— Você tem as chaves? — John perguntou. — Claro, aqui está… — Hector respondeu.
— Ei, você está livre, Philip se foi. — Disse John para o homem.
— Hã? O que você quer dizer com “Philip se foi”? — O homem perguntou.
O homem lentamente levantou sua cabeça para falar com John, dando a entender de que não tinha interesse no que John estava dizendo. Mas quando eles se olharam, ambos ficaram surpresa com a pessoa viram.
— Você…! — Ambos disseram.