Watashi No Ai Hana - Prólogo
Sentado naquele gélido banco da estação, eu, que tinha corrido bastante para chegar no horário certo, estava determinado a descobrir quem era a pessoa que havia me enviado aquela carta. Em um momento de tristeza após esperar por várias horas, decidi ir para casa, mas, fui impedido por alguém segurando minha camisa.
Horas antes…
Até onde você iria para salvar a pessoa que você mais ama? Ou, o que você estaria disposto a perder para tê-la ao seu lado? Foi em meio a um incidente até engraçado que eu encontrei aquela que seria o grande amor da minha vida, ou pelo menos, eu pensava que seria.
Muito prazer, meu nome é Paulo. Fiz 16 anos este ano e estou no primeiro ano do ensino médio, minhas notas são medianas, não sou fã de nenhum esporte e amo livros de romance, mangás, animes ou qualquer história que contem romance. Sempre me imaginei nestas histórias, imagina algo assim acontecer comigo, quão feliz eu seria. Mas, acho que coisas como esta não aconteceriam comigo.
— Com licença, eu posso me sentar ao seu lado? — disse ela.
Uma delicada e fofa menina estava parada à minha frente segurando seu almoço.
— Ah, me desculpe, pode sim — respondi.
Me sentei um pouco afastado para que ela se sentasse também, aquela brisa que passava na sacada da escola acariciava os belos cabelos loiros dela, uma doce fragrância de laranja, exalava pelo ar, simplesmente ficar perto de uma garota tão linda e tão cheirosa me deixava nervoso. Será que eu deveria puxar uma conversa ou tentar me acalmar um pouco? O que realmente eu faço? Estou tão nervoso, nunca estive tão perto de uma garota assim, estou até suando frio. Espera, isso é normal mesmo?
— Me desculpe, mas está tudo bem com você? — Perguntou a garota.
Quando me virei em sua direção, nossos olhos se encontraram e ela me deu um sorriso tão brilhante, que fez meu coração disparar e minha mente ficar confusa. Seu lindo sorriso havia me conquistado. Será que é isso que se chama de amor à primeira vista? Ou eu estou precipitado demais?
Assenti com a cabeça para ela. Em uma tentativa falha de iniciar uma conversa com a garota, ouvi o sinal da escola tocar. Que droga, quando criei coragem para falar com ela acaba a hora do almoço. Ela se despediu de mim com um sorriso que brilhava como um raio de sol. Aquele lindo par de olhos azul-piscina brilhava tão intensamente que fazia seu belo rosto resplandecer.
Na hora da saída, corri para o armário e ao abrir a porta uma carta havia caído no chão. Envergonhado, a guardei rapidamente e fechei o armário. Ao ler, vi que era uma carta de amor. O remetente não havia escrito o seu nome… Será que essa pessoa estava com tanta vergonha que esqueceu de assinar o nome?
Bom, que seja, recebi pela primeira vez uma carta de amor, estou tão feliz que posso sair pulando de alegria até chegar em casa.
— Irmão! O que pensa que está fazendo? Indo embora sem sua bela e fofa irmãzinha? — uma voz feminina pôde ser ouvida vindo das minhas costas.
A garota que estava atrás de mim que me direcionava um olhar enfurecido era a minha meia irmã, Júlia. Ela tem 14 anos e está no nono ano do colegial. Mas, não se engane pela sua baixa estatura e seu rosto angelical, aquilo não tem nada de anjo, na verdade, ela é um demônio em pessoa.
Ela está sempre me perturbando, me seguindo pra todo lado e sempre me fazendo passar vergonha na frente de outras pessoas com a famosa frase: “Irmão, porque você não tem uma namorada?” Ou “Irmão, será que o motivo de você não ter uma namorada é porque você gosta de homens?” É sempre a mesma. Bom, não que eu não curta meninas, mas ultimamente eu estou apaixonado por garotas 2d. Acredito que eu não recusaria um namoro com uma garota 3d. Seria muito bacana… A quem estou querendo enganar? Seria perfeito, mas a sorte não sorri para mim com tanta facilidade assim.
. . .
Naquela noite estrelada, sentado naquele gélido banco da estação, cansado de tanto correr para chegar no horário certo, estava determinado a descobrir quem era a pessoa que havia enviado aquela carta, porém, após ser frustrado após esperar várias horas e decidi ir para casa, fui barrado por alguém segurando minha camisa enquanto eu caminhava. Sua cabeça estava baixa, como se não conseguisse me encarar nos olhos. A garota então se sentou e com um gesto de aceno me chamou para sentar ao seu lado. Ela iria mesmo falar alguma coisa?!
De repente eu ouvi pequenos sussurros, e sua voz aumentando gradativamente, parecia que ela estava se forçando a falar comigo, mas, suas palavras se engasgavam na garganta.
— Paulo, você gosta de alguém? — perguntou ela.
Enquanto tentava me olhar nos olhos sua vergonha era nítida, como as águas cristalinas de um pequeno riacho. Sua voz era tão baixa e ao mesmo tempo doce, era como se ela tentasse ao poucos deixá-la natural e falar sem gaguejar.
— Espero que você não tenha ninguém especial ainda, eu queria te dizer uma coisa. Mas, ainda não sei como te dizer isso de forma que você entenda, então peço que apenas me ouça, depois você pode falar a sua resposta ou se quiser, nem precisa responder — disse ela.
Após falar isso, ela apenas se virou para mim e com as mãos tremendo tentou segurar as minhas. Olhando para sua mão sobreposta a minha, ela respirou fundo.
— Nos conhecemos quando ainda estávamos no ensino fundamental, você, aquele nerd isolado, me chamou muita a atenção e fui me apaixonando por você aos poucos. O seu jeito incomum de sempre sorrir quando os meninos do terceiro ano(ensino médio) faziam piadinhas com seu nome te chamando de Paula, ou o seu otimismo que era inabalável mesmo sofrendo tanto bullying na escola, mas, estava sempre de cabeça erguida e sempre feliz, o que realmente era aquilo?
Ainda tremendo, a garota continuou:
— O seu cuidado e a sua dedicação até nos mínimos detalhes me chamavam atenção, não conseguia acreditar que uma pessoa assim realmente existia até você aparecer e foi te observando por todo este tempo que me apaixonei por você. Então, eu espero realmente que você possa olhar para os meus sentimentos e perceber que… E-Eu te amo Paulo, por favor saia comigo — disse ela, enquanto segurava firme a minha mão, minha reação apática logo se transformou em uma reação de espanto ao ouvir aquilo.
— O quê? — deixei escapar uma pergunta em voz alta devido ao espanto.
— Sei que é bastante repentino e talvez você nem deve se lembrar de mim, mas, por favor, pense na resposta e me responda… Se não me responder eu saberei que não sou o suficiente para você — respondeu ela.
Dizendo isso, ela apenas se levantou do banco e saiu, quando me levantei e fui responder, o trem passou e o barulho abafou a minha voz.
Que noite diferente eu tive — pensei enquanto via o trem partindo.
O que realmente era para eu dizer ou responder?! — murmurei incomodado.
Será que se eu for sincero demais eu vou ferir o coração dela? Mas eu não consigo mentir sobre os meus reais sentimentos… Não sei realmente o que eu faço, estou preso neste dilema. Acho que vou apenas para casa por enquanto, caminhar até em casa me deixará mais calmo.
Enquanto estava voltando para casa, meu celular começou a vibrar em meu bolso e uma música tocou, alguém estava me ligando, peguei meu celular e um número estranho apareceu na tela. Atendi com desconfiança, do outro lado da ligação, uma voz feminina suave e meio assustada estava reverberando pelo meu ouvido.
— Oi! — disse ela.
— Quem é? — perguntei já pensando em desligar a ligação.
— Eu realmente não consegui criar coragem para me declarar pessoalmente! E então te mandei uma carta, espero que você tenha lido ela. Nela estão os meus mais sinceros sentimentos. Espero que possamos um dia nos encontrar e ter um namoro sólido, nos casarmos e ter dois filhos, frutos do nosso amor e quando estivermos bem velhinhos eu olhar para você e dizer “Sim, eu fiz a escolha certa.” Eu só queria te dizer que eu te amo e quero me casar com você, ter um casamento com a pessoa que amo é a realização de um sonho, espero que quando nos encontrarmos um dia eu e você possamos nos casar. — respondeu ela, ignorando completamente a minha pergunta.
Após dizer isso, ela simplesmente desligou, tentei retornar a ligação mas sempre dizia a seguinte frase: “Este número que você ligou não recebe chamadas ou não existe.”
Cara, que dia foi esse? Recebi duas confissões de pessoas totalmente diferentes e que eu nunca tive contato com nenhuma delas. Isso é realmente diferente de todas as fantasias românticas que já imaginei que aconteceria comigo, isto superou minhas expectativas e ultrapassou o limite de toda a minha imaginação, quisera eu que isso fosse apenas um sonho, mas foi real! E real até demais para um simples delírio ou fantasia. O mundo real é realmente assustador para pessoas com a imaginação fértil.
Eu realmente queria saber o que o futuro me reserva, mas vou continuar apenas vivendo o presente e tentar apenas imaginar o futuro ou o que vai acontecer no amanhã — pensei enquanto submergia todo o corpo na banheira.
Todas estas confusões começaram a partir das minhas fantasias, comecei a fantasiar direto sobre estes clichês e parece que hoje deu certo! Hoje realmente aconteceu o que eu mais queria, e isso não parece um sonho, não tem que ser um sonho.