Você Foi Humilhado! - Capítulo 1.2
Por alguns segundos, todos permaneceram em silêncio, mas logo suas bocas começaram a se mover. Embora eu não pudesse ouvir claramente os cochichos, conseguia imaginar o teor das conversas.
Os cidadãos emanavam um ódio fervoroso em minha direção, o que me enchia de excitação. Eu estava acostumado a isso, mas hoje esse ódio parecia atingir um nível diferente; eles pareciam querer me aniquilar apenas com seus olhares.
— Não pode… Não pode uma abominação nos representar!
— Suma daqui, seu monstro!
— Saia! Saia! Saia! Saia! Jamais vamos te aceitar como um de nós!
— Espero que morra pelas mãos dos destemidos!
Eles não faziam ideia de como suas palavras de ódio me fortaleciam. Para mim, que nasci no meio do ódio, essas manifestações eram quase elogios. No entanto, hoje eu expressaria o que realmente sentia.
— Calem a boca, seus insignificantes projetos de merda! Não me importo com o que vocês dizem. Para mim, todos vocês podem morrer. Eu estou pouco me lixando para vocês. A única razão para a minha existência é eliminar os demônios e exterminar os destemidos. Isso é o que me mantém vivo, seus humanos repugnantes.
— Cale-se, seu monstro!
— Deveria ser grato por viver aqui!
— É assim que você agradece às pessoas?!
— Seu ingrato!
— Deveria agradecer por continuar vivo!
Ver a agonia em seus rostos foi uma visão gratificante, algo que eu não sentia há anos. Liberei o sentimento que carreguei por tanto tempo e me senti bem por isso. Era uma sensação avassaladora, e não consegui me conter. Comecei a rir profundamente e não consegui parar…
— Lhiahahahahahahaha! Lhiahahahahahahaha! Lhiahahahahahahaha!
— Esse monstro enlouqueceu.
— Deveríamos matá-lo agora mesmo!
— Sim, vamos fazer justiça com as próprias mãos.
— Vamos, juntos somos mais fortes!
— Sim!!!
Conforme todos concordavam entre si, cinco homens desarmados avançaram em minha direção. O locutor, vendo a situação, fugiu. Parei de rir, encarei-os e disse:
— Vocês querem morrer? — perguntei com um sorriso sinistro.
— Cale a boca, nós é que vamos te matar! — retrucou um dos homens.
Podia parecer que eu era maligno, mas eu tinha minhas convicções e não sairia por aí matando indiscriminadamente. Dos cinco que me atacaram, limitei-me a fraturar alguns ossos. Me aproximei do único que ainda estava de joelhos, gemendo de dor. Os outros estavam desacordados, mas essa era uma escolha minha.
— Como é a sensação de ter ossos quebrados? Dói muito, não é? — falei com um sorriso sarcástico.
— Seu maldito! Arrgghh! — O aldeão respondeu, sentindo muita dor.
— Espere, não ouvi direito. — Agachei-me e aproximei meu rosto dele. — Diga de novo!
— Seu mal… — Antes de terminar a frase, dei-lhe um tapa no rosto.
— Desculpe! Não consegui ouvir direito e acabei acertando a sua boca sem querer! Hahaha!
Um dos guardas mais próximos aproveitou a situação e aproximou-se lentamente por trás, mas pude sentir sua intenção assassina. O sujeito miserável queria me matar.
— Se você quer me matar, pelo menos tente esconder sua sede de sangue.
— Você precisa morrer pelo bem de todos!
Ela desferiu um golpe de espada vertical enquanto eu estava agachado, mas antes que a lâmina pudesse alcançar minha cabeça, ativei minha habilidade Speed Iz.
— Onde ele está?
— Sinceramente, estou bastante contente.
— O quê?
— Por você ter me atacado primeiro.
Ela correu em minha direção e executou o mesmo ataque, mas eu contra-ataquei e quebrei o seu braço direito.
— Ainda posso continuar. — Ela sorriu. — Guardas!
Sete guardas armados cercaram-me sem hesitar. No instante em que se aproximaram, a mulher ajustou o seu braço quebrado, realinhando o osso.
— E agora, o que farei com vocês? — Observei ao redor enquanto falava.
— Quais são suas últimas palavras, resíduo de aborto? — A mulher perguntou com um sorriso.
Aquela mulher não era uma simples guarda; ela era a comandante da força de proteção da cidade, um cargo cujo único superior era o líder. A cor de sua pele, cabelos, roupas e olhos irradiavam vermelho. Tudo nela evocava sangue, e foi assim que minha mãe morreu.
Eu nunca vou te perdoar!
— Speed Iz!
Soc! Pow! Sock! Zump! Bum!
Em questão de segundos, desferi uma série de golpes nos sete guardas e eles caíram no chão. Desativei minha habilidade e, logo em seguida, olhei para a mulher vestida de vermelho com um sorriso maligno.
— E agora, Carmine, quais são suas últimas palavras?
— Não pode ser, não era para ser assim. — lamentou-se ela, desesperada.
Avancei lentamente em sua direção e, com um sorriso maligno, falei:
— O Karma tende a ser Carmine!
Em agonia, a comandante imbuiu sua espada em chamas e fez vários ataques cortantes em minha direção, mas com a minha velocidade, esses cortes de espada pareciam brincadeira de criança.
— Morra! Morra! Morra, seu aborto! Morra de uma vez!
— É com esses braços que você tira vidas, Carmine? Em breve, você não precisará mais deles.
Desarmei-a, peguei sua espada e cortei o seu braço direito. Ela caiu no chão, desesperada, com sangue jorrando do ferimento.
— Haaaaaaaggghhhhhkkiiiiyyaaaa!! Meu braço!
— Fique tranquila, eu não vou matá-la. — Cheguei perto de seu ouvido esquerdo e sussurrei:
— Vou humilhá-la!
Rasguei suas roupas de cima e a deixei exposta diante do público.
— Não! Não! Não! Por favor! Não! — Ela chorava e implorava por piedade.
— Por que se esconder? Parece que você não precisará desse braço. — Quebrei o braço esquerdo dela e rasguei suas roupas de baixo.
Segurei-a pelo pescoço com a mão esquerda e a apresentei ao público na sua vulnerabilidade.
— Essa é a vossa heroína? — perguntei com um sorriso perverso.
— Alguém, alguém me ajude! — Ela chorava tristemente.
Todos observavam apavorados a cena. A maioria da população tinha se reunido, esperando que este fosse o dia de se livrarem de um demônio, mas ninguém esperava por esse desfecho.
Ver alguém tão importante sendo humilhado daquela maneira os deixava amedrontados. Me aproximei da orelha direita de Carmine e sussurrei:
— Você acha que eu não sei? O que você fez no passado, hein? Eu sei que foi você que envenenou a minha mãe, e estou verdadeiramente grato por ter sido você a me atacar. Isso me deixou tão feliz!
— Por favor, não me mate!
— Fique tranquila, não vou matá-la.
Então, joguei Carmine no chão.
— No final, a sua humilhação já estava planejada por mim! — Olhei para baixo, fixando meus olhos em Carmine com desdém enquanto falava.
Em seguida, olhei para o público e disse:
— Se mais alguém tiver algo contra mim, venham! Eu farei suas cabeças rolarem. — fiz um gesto de corte com a mão, simbolizando a morte para aqueles que se atreverem a desafiar-me.
Um silêncio amedrontado pairou sobre a multidão.
— Izumi?
— Hum?
— Vou vencer na próxima vez!
— Eu duvido disso. — Retruquei.
Dei as costas e comecei a marchar para fora do palco. Sentia o olhar de todos sobre mim novamente, misturado com medo e murmúrios.