Venante - Capítulo 16
Diferente do clima animado que estava os primeiranistas no prédio de esportes, em outra parte do colégio — mais especificamente o prédio principal — estava rodeada por uma atmosfera angustiante.
— Não houve gravação? — A voz de quem falou estava rouca devido a incredibilidade.
O diretor estava em um misto de nervoso e confuso ao saber do que acontecera. Na sala que estava, encontrava-se mais três pessoas além dele; uma sendo aquele homem de terno que o interrompeu durante a cerimônia.
— Quem fez isso devia ser muito precavido. Até descobriu onde as câmeras estavam escondidas… — O homem de terno afrouxou o nó da gravata e tragou um cigarro recém-aceso. — Tem alguma chance do espião estar disfarçado de professor?
Essa pergunta atiçou outro da sala; uma mulher ruiva, com cabelo amarrado em coque e de óculos. Ela respondeu com a voz alta: — Impossível. Eu fui a responsável de certificar do passado de cada professor neste colégio. Nenhum dado ou informação foi forjada. — Ela ajeitou o óculos ao finalizar.
Ouvindo a atual discussão, o diretor ficou pensativo.
Nessa hora, alguém, que não se pronunciara até então, comentou: — Como é improvável que seja um professor, digo, não descartando a opção, Srta. Levoa, — Olhou em direção da mulher, dando ênfase em não descartar a opção. — falarei as minhas suposições aqui e agirei de acordo com a decisão final.
Quem falou era um homem com cabelo loiro claro e de pele pálida, o que resultava em uma imagem de alguém frágil ou débil. Trajava uma camiseta social azul claro e um blazer cor areia, o que contrastava o colega de terno escuro.
— E quais seriam os seus pensamentos, Camil? — O diretor encarou o homem pálido.
Com a mão apoiando o queixo, ele apontou: — O espião de fato está na presença dos alunos, visto que foram os únicos a terem a informação da aparência do novo “Singular”. Além disso, acredito que você tenha contado para os professores que confia sobre o verdadeiro Singular no colégio; dessa forma, só me leva a pensar que, ou um professor que não soube de você, ou, como eu acredito, foi um estudante. — Ele andou até o colega de terno. — E, para esses dois casos, o espião, possivelmente, fez algumas caminhadas pelo colégio inteiro para descobrir as câmeras instaladas.
O de terno assentiu, pois já tinha traçado o mesmo raciocínio para este caso.
E, através dessas suposições, a Srta. Levoa colocou as suas questões acima, visto que era uma situação que poderia afetar o colégio todo.
— Mas tem muita circulação no colégio por parte dos alunos! E mais, mesmo que seja um aluno, como saberemos se é um calouro ou veterano no colégio?! Vocês acham mesmo que podemos encontrar o espião apenas olhando gravações avulsas nestes últimos dias? — Ela, usando uma saia lápis, começou a caminhar de um lado para o outro, mordendo o dedo, enquanto pensava em algum jeito de descobrir algo.
Camil olhou com olhos apáticos a reação exagerada da mulher. Para ele, era como se não fosse muito importante toda essa preocupação.
— Eu não terminei ainda. — Ele, com um tom mais grave de voz, reclamou e tomou o cigarro da mão do colega. — Antes de falar a minha outra suposição, quero lembrar que esse espião encontrou o alvo com base na aparência. Isso me leva a outras conclusões de sua ação: Pode ser que ele planeja fazer nós pensarmos que ele não sabe quem é o verdadeiro Singular, ou ele realmente não sabe. E, por sorte, para ambos os casos, ele é como esse cigarro na minha mão. — Ignorando a mão estendida de seu colega, Camil apenas jogou o cigarro no lixo.
— Ou seja, não importa qual seja a decisão dele, deverá ficar no colégio até ter certeza que finalizou o alvo correto. — O diretor semicerrou os olhos ao concluir.
— Exatamente. Do contrário, como ele confirmará que matou o alvo certo? E, mesmo que saiba quem é o verdadeiro Singular, ainda precisará fingir até ter a chance certa… Ele fez um serviço muito perfeito para não ter falhas. Pablo, você disse que ele matou sem deixar um traço para trás, não é?
O homem de terno, com uma expressão brava, estava pegando outro cigarro da carteira até que foi chamado pelo Camil.
— Sim. E não pegue mais meus cigarros, desgraça. — Acendeu outro e começou a tragar, pensando no colega que foi morto sem deixar pistas.
— Com isso, só me leva a considerar que, de fato, é um estudante. Muito provavelmente um primeiranista, visto que a informação é muito recente. Não teria como uma organização preparar previamente um professor com um passado perfeito ou um estudante aleatório para ficar em um colégio sem qualquer motivo. A não ser que essa organização tenha colocado espiões em todos os estados do Brasil, o que, com toda a certeza, é algo impossível e sem sentido.
Srta. Levoa que arrancava a cutícula com os dentes, parou ao ouvir a última frase, já que foi ela quem havia questionado esse ponto. De certa forma, sentiu mais aliviada.
Camil continuou a explicar: — E já está confirmado que não houve saída de outra pessoa pelo colégio. Então, não resta dúvida que passará o restante do tempo fazendo seu papel aqui, até ter certeza que aquele que matou era o verdadeiro alvo. Alguém tão perfeccionista ao ponto de ignorar algo tão básico… — Um pequeno sorriso de escárnio apareceu. — Ou é muito jovem e talentoso ou é um péssimo espião tentando ser incrível.
O diretor, batendo o dedo sobre a mesa, adivinhou: — Seguindo sua lógica, então a próxima suposição é que esse espião esteve utilizando o seu Auct para descobrir as câmeras?
Camil, surpreso, olhou com os olhos mais abertos para o diretor, que o encarava com uma expressão pesada. Com certa dificuldade, conseguiu recobrar a calma.
— Exatamente, diretor. Não sei como deixei passar alguma possível dica disso, mas você a viu. Levando todas as informações que falei, essa outra suposição coloca o espião como alguém jovem, que tem usado o Auct para descobrir as câmeras. E não preciso dizer que isso descarta completamente a opção de ser um professor, dada a recente entrega de informação, e que o último professor a integrar no colégio já tem três anos de serviço.
— Entendo. Avisarei o Rafael sobre isso — falou o diretor. Após dispensar os três da sala, ligou para “Rafael Tavares”.
Rafael, ao ouvir seu Nelink tremer levemente no pescoço, atendeu a ligação, aparecendo o rosto de seu velho conhecido, Samuel, o diretor do colégio Marvente.
— Aconteceu alguma coisa, Samuel? É muito raro você ligar para mim.
— Sim, Rafael. Aconteceu logo no primeiro dia de aula — disse com um tom sério. — Mataram o seu Agente-isca um pouco antes da cerimônia de entrada iniciar.
Em surpresa pela reação pesada do outro, Rafael não teve outra escolha a não ser avaliar a situação muito mais amplamente do que antes. Se o espião foi tão furtivo ao ponto de não dar espaço para os Agentes que havia implantado no colégio, significava que isso daria problemas para todos ali, não só para quem estava protegendo.
Ele tinha investido alguns Agentes da Associação dentro do colégio para garantir a segurança de um certo Singular em questão. Para evitar envolvimentos pessoais ou mesmo deixar um futuro espião descobrir, foi limitada a informação do porquê estarem lá. Camil, Pablo e Jonas eram os Agentes, sendo que Jonas era um jovem recém-admitido na Associação, que estaria disfarçado como novo estudante.
Considerando a situação em geral; como afetaria o colégio, a reputação de Samuel, a segurança dos alunos, ou seja, as consequências de manter Leonardo escondido próximo de um assassino, só pôde responder: — Certo. Avisarei a guarda do Leonardo da situação. Não pretendo retirar o rapaz daí também, então, peço que continue com a segurança dele.
Samuel apenas assentiu e contou o restante da informação que foi debatida na sala pelo Camil. Finalizando isso, Rafael desligou a chamada.
Com uma exalada pesada de ar, a expressão desse provecto ficou pesada, refletindo nas ações do espião. Ele se questionava como a resposta do inimigo foi tão rápida em relação à informação. Fazia menos de um mês que Leonardo foi confirmado como Singular e colocado no Colégio Marvente, então como poderia o espião ser alocado tão rapidamente se a informação era confidencial e poucos sabiam da origem do menino.
Isso tudo estava deixando-o estressado. Decidiu deixar uma mensagem para Elisa, a qual permanecia em uma raide, para avisá-la da situação atual que seu filho se encontrava.
Depois de fazer isso, selecionou um contato no Nelink e ligou. Com apenas um toque, a pessoa do outro lado respondeu com a voz bem baixa: — O que foi? — Depois de dizer isso, o barulho de conversas altas foi reproduzido na sala de Rafael.
— Por que tanto barulho…? — Mas logo lembrou que não importava. Ele balançou a cabeça e voltou ao tópico: — O Leonardo está bem? Aconteceu mais rápido que esperávamos.
A outra parte demorou para responder, como se estivesse processando o que foi dito, mas o sussurro veio após alguns segundos.
— Está sim… — Levou outros segundos para complementar. — Mas não sei por quanto tempo.
— O que? Como assim? — perguntou Rafael, ansioso.
— Um aluno desafiou ele… Se algo perigoso acontecer, quer que eu interrompa?
O corpo do Rafael relaxou, sabendo que era apenas uma questão comum do colégio.
— Se você sentir que é necessário, faça. Confio em você.
A pessoa do outro lado demorou para responder, deixando a ligação reproduzir os gritos dos alunos.
— Ele consegue — falou ainda mais baixo.
Os alunos já haviam chegado ao prédio de esportes quando o professor os deixou escolher o assento que desejavam na arquibancada.
Eles estavam numa quadra azul que servia para futsal e handebol. Os assentos mais altos da arquibancada tinham em suas traseiras conjuntos de janelas largas que permitiam ver o lado de fora da quadra, dando uma visão dos corredores do prédio de esportes.
Leonardo sentou mais ao canto, evitando ficar no meio da arquibancada. Curiosamente Agatha estava 2 pessoas de distância de seu lado direito. E, como se tivessem uma cola, Charlotte estava no seu lado esquerdo.
No caminho, os três — Leonardo, Charlotte e Agatha — trocaram algumas conversas, sendo a gótica a mais contida. A loira tentou com mais afinco ter uma amizade ali; o jovem de olhos cansado não a evitou também.
Agatha apenas dava respostas diretas, mas não afastava Leonardo e Charlotte com o seu jeito. Já esses últimos, acabaram por encontrar um tema em comum.
— Você já chegou a olhar “Verdade Escondida dos Anômalos” do Léric!? — perguntou a loira, apertando o assento, que estava sentada, com as mãos.
Depois de sair da sala de aula com os dois, ela conseguira refazer a pergunta que envolvia a apresentação do garoto. O que acabou gerando uma coincidência incomum, visto que ambos gostavam do mesmo pesquisador.
Porém isso também gerou um resultado inesperado nos dois.
— Logo esse? — Leonardo franziu as sobrancelhas. — De todos os documentos do Léric que falam sobre os Anômalos, você foi logo no menos detalhado! — A indignação estava clara na voz dele, que era dificilmente exaltado.
— Nã-nã-não é menos detalhado! Você que deve ser cego, se não foi capaz de perceber os traços minuciosos deixados pelo Léric em seus momentos mais brilhantes! — Charlotte também não conseguia crer que, mesmo o outro sendo fã de seu pesquisador favorito, ele não compartilhava o mesmo olhar em qualquer de seus gostos de estudos.
Era por este motivo que Agatha havia sentado em algumas pessoas de distância desses dois. Após alguns papos sobre as aulas, os dois acabaram por entrar num bate-boca incessável.
Nessa hora, para aquietar os alunos, o professor bateu palmas. O som ressoou pela quadra vazia inteira, fazendo-os prestar a atenção nele.
— Melhor assim. — Um sorriso satisfeito apareceu no rosto. — Então, turma, me chamo Danilo e, antes de começarmos os nossos exercícios, quero deixar vocês cientes que desativarei os Nelinks de vocês durante as aulas de Educação Física.
Era meio óbvio o motivo, visto que as pessoas veriam o Auct uma das outras aqui. Então, isso era uma medida básica para evitar divulgação através de vídeos, causando problemas de privacidade. Por mais que pudessem falar do Auct de outras pessoas através de conversas, ainda precisariam confirmar que estavam falando a verdade.
Os alunos mostraram algum descontentamento, mas não manifestaram sobre.
— Profê! — Uma aluna levantou a mão. — Que tipo de exercício vamos fazer?
Danilo pareceu pensar um pouco e deu uma resposta curta: — Ainda não vou falar, então esperem um pouco. Por agora, eu quero saber quantos de vocês sabem dos C.C.C, ou como andam chamando por aí, 3Cs?
A maioria dos alunos levantou a mão, enquanto os outros pareciam relutantes em levantar mais alto, significando que não sabiam exatamente ou sabiam pouco. Dificilmente os jovens da atualidade não saberiam qualquer coisa a respeito dos C.C.C.
Quando alguns alunos estavam para falar por cima, tentando explicar ou fazer chacota com os outros, o professor os interrompeu com a mão.
— Para os que não sabem exatamente, os C.C.C são as três divisões de Auct. — Ele começou a andar até o meio da quadra e se virou para os jovens sentados. — Categoria, Classe e Classificação. Eu, por exemplo, sou da Categoria Suporte, que está atribuída no papel de auxílio em uma equipe de raide.
Uma de suas mãos estava brilhando verde claro, com pequenos pontos de luz escapando dela.
— Existem outras cinco Categorias, sendo Singular, Físico, Transmorfo, Manipulação e Invocação. Acredito que vocês tenham ouvido no Teste de Medição qual Categoria cada um aqui pertence. — Com uma pausa, para ver a maioria assentindo e interessada, ele continuou: — E me encaixo na Classificação Recuperação.
Um estudante moreno com um black power roxo perguntou: — E a Classe, não importa?
Danilo gargalhou com a curiosidade do garoto e pela questão direta.
— Não, não. Eu só pulei porque não quero prolongar em assuntos chatos. Perguntem mais sobre Classificação e Classes para o Estevan, aposto que ele daria uma longa palestra apenas para isso. O que nos interessa hoje é só as Categorias. Vocês sabem me dizer o porquê?
Muitos olharam para os lados, vendo se alguém responderia.
Pouquíssimos levantaram a mão, uma sendo Charlotte.
O professor Danilo apontou para um deles, permitindo-o responder.
— Seria porque… vamos fazer exercícios específicos para cada Categoria…?
Com um olhar sério de Danilo, o aluno ficou incomodado, achando que falou algo errado.
— Perto! Sim, cada um de vocês treinará diferente aqui, mas não é isso. — Ele balançou o dedo indicador em negativa. — No mundo dos Venantes, o mais importante é conhecer seus parceiros. Como vamos confiar em alguém que nem sabemos o que pode fazer?! Então, hoje, eu quero que vocês se conheçam em uma disputa amigável.
Os alunos começaram a ficar agitados, afinal, boa parte queria utilizar o Auct mais vezes, principalmente testar em um combate.
— Qual de vocês quer começar? — Danilo estava tão animado quanto os jovens.
— Eu!
— Eu aqui!
— Eu, prof!
Muitos levantaram a mão, e os que evitaram participar eram aqueles mesmos que não gostavam de exercícios físicos. Até mesmo Charlotte estava com vontade de praticar, mas sabia que uma hora ou outra teria a sua vez.
— Certo, eu vou escolher um de vocês e saibam que o tempo limite é de dois minutos, já que temos pouco tempo de aula. E já vou avisando que quem ficar irritado com o colega no meio da disputa, eu vou interferir e receberá aula de reforço. — Ele apontou para todos. — E se alguém se machucar, não se preocupe, deixe comigo. Por último, lembrem-se, é apenas uma disputa de amigos, apenas para se conhecerem, nada mais do que isso.
Terminando o discurso, Danilo apontou para um aluno que se mostrou muito animado de participar. Então ficou interessado e o chamou.
Nesse momento, a atenção de Leonardo, que olhava para toda aquela animação com olhos apáticos, foi voltada para quem estava descendo a arquibancada até o meio da quadra.
“Ah, merda…” pensou Leonardo.
— Sôr! Dá pra eu escolher a pessoa pra disputa?! — Gustavo era o selecionado e estava mais animado do que de costume.
Danilo ficou impressionado com o posicionamento do garoto. — Pode sim. Tem um amigo para isso? — Acabou por dar espaço.
— Aquele ali, o… — Um sorriso sorrateiro surgiu em seu rosto e apontou. — Leonardo.
Todos olharam em direção e esperaram alguma reação do jovem de olhos cansados.
Leonardo, sem jeito, perguntou: — Professor, posso recusar…? — Ele já queria fazer esse implicante desaparecer da face da terra, para evitar a situação de ser o centro das atenções. Parecia que Deus não queria deixá-lo ter uma vida colegial pacífica que desejava.
No fundo, Leonardo queria esmurrar a cara desse garoto. No entanto, se fosse dada a opção de apenas deixar Gustavo esquecer dessa implicância, preferiria ir por esse caminho.
Danilo imaginou que poderia acontecer que um aluno recusasse uma hora ou outra, mas não esperava que fosse tão cedo.
Respirou fundo e disse: — Leonardo, certo? São só dois minutos, não se preocupa, qualquer coisa eu tô aqui para ajudar. Não precisa ficar com vergonha, ninguém aqui vai te machucar.
A última frase fez uma veia saltar na testa de Leonardo, não acreditando que aquele professor era tão sem noção ao ponto de não só não ajudar, mas piorar a situação. Gustavo quase morreu de rir ouvindo a declaração do professor. Agora, se Leonardo recusasse ir, seria considerado um fracote fujão.
Mais alunos seguravam a risada.
Sem outra opção, levantou, sentindo o corpo pesado e as mãos suadas. Odiava esse sentimento de pressão e de ser o show da plateia.
As vozes dos alunos voltaram a ecoar pela quadra, discutindo quem ganharia. Todos estavam animados, debatendo.
Assim que Leonardo, Gustavo e Danilo estavam no meio da quadra, o último falou: — Não se esqueçam, é só por dois minutos. Se vocês continuarem depois disso, vou interferir. — E se afastou dos dois garotos.
Aproveitando que o professor estava mais distante e o barulho dos colegas cobria bem o som, Gustavo provocou: — Parece que vou poder retribuir mais cedo aquilo que falou para mim, Papelzinho.
Leonardo, que formulava todo tipo de situação na cabeça, respondeu com algo já preparado: — E vai mudar algo se me vencer? Vai continuar sendo um pau-mandado. Se bem que você deve ter orgulho de ser um. — Um sorriso leve surgiu no rosto dele.
Sentindo que a situação estava ruim para o lado de seu “novo amigo”, Charlotte olhou para os lados, tentando achar Agatha, já que seria a única ali que poderia conversar para aliviar a tensão.
Ela mesmo queria participar e disputar com Leonardo, visto que havia perdido antes. Porém, não gostaria de ver ele perder para esse tipo de garoto.
Assim que achou Agatha, um pouco distante na sua direita, notou que a gótica estava com a cabeça baixa, encarando a quadra, mas seus lábios estavam se mexendo, como se estivesse falando algo. Como a conversa alta dos colegas abafava, não a deixou ouvir o que a gótica estava dizendo.