Venante - Capítulo 11
— Faça parte da Guilda Infinity Melody você também! Estamos recrutando desde o Grau E+ até…
Assim que a voz ia terminar, um dedo interrompeu o resto da reprodução.
— Essa Guilda de malucos por música de novo… Não é possível, devem ter gasto todo o dinheiro deles só em marketing! — esbravejou Leonardo, depois de ver pela oitava vez a mesma propaganda no site de vídeos, YouNante.
Enquanto o vídeo continuava, esfregou os olhos, por ter madrugado outra vez, e notou no topo do holograma do Nelink que era 5:50 da manhã.
— Hah. — Suspirou alto. — Por que me sinto sempre assim?
Assim como no dia do teste de medição e definição, o adolescente madrugava não apenas porque acostumou com esse tipo de cotidiano, mas por causa da ansiedade que sofria em tais situações. Era uma forma dele diminuir a tensão que sentia em seu peito — como se a sonolência o privasse um pouco do incômodo.
Se levantou e foi direto ao banheiro para tomar uma ducha fria, esperando que diminuísse o sentimento de desconforto e os pensamentos ruins. Morar em um colégio, com pessoas desconhecidas e ter obrigações pesadas, eram coisas que não estava preparado por completo.
— Qual é, Leonardo… Quer mesmo perder essa chance? — Começou a falar consigo mesmo durante o banho frio. — Chega, é algo que preciso lidar. — Assim que concluiu isso, saiu do box do banheiro, e a água do chuveiro parou sozinha, por conta do scanner de proximidade.
Secou-se e foi vestir as roupas que havia escolhido previamente há alguns dias: Moletom preto com estampas nos braços, jeans skinny preta e um sapatênis preto com faixa branca embaixo.
Já arrumado, foi tomar seu café da manhã e escovar os dentes em seguida.
Assim que terminou, se olhou mais uma vez no espelho, mexeu nas olheiras — como se estivesse incomodado com elas — e mostrou os dentes, vendo se havia alguma sujeira. A última coisa que desejava era passar vergonha no dia que acabou de chegar no colégio.
Com todo esse ritual finalizado, enfim chamou o transporte.
Era 6:40 da manhã quando chegou no colégio Marvente — que era o horário comum dos alunos levantarem, fazerem suas coisas e comparecerem as aulas às 8:00.
Não tinha o mesmo movimento que no dia do teste, mas era possível ouvir algumas risadas dentro daquele grande campus.
“Acordam cedo mesmo”, pensou Leonardo, se encaminhando ao prédio principal do campus, enquanto levava uma mala grande de rodinhas. Podia ser retrô, mas não precisava pagar demais por uma mala flutuante, que custava cinco vezes mais.
Com o mapa que o aplicativo do colégio disponibilizava para os Nelinks, dificilmente se perderia.
Um homem moreno de óculos estava sentado atrás de um balcão, olhando e mexendo em algumas telas holográficas que não permitiam ver por detrás.
— Hã… Olá? — O garoto, que não costumava abrir assunto, então teve certa dificuldade em chamar a atenção do atendente do colégio.
O balconista parou assim que ouviu ser chamado, levantou os óculos e questionou: — Aluno novo? ID, por favor.
Até ia responder a primeira pergunta, mas lembrou que só precisava saber em que quarto do dormitório ficaria, dessa forma, respondeu com o número de ID de registro.
Conforme o atendente acessava o registro do colégio pelo holograma, o jovem olhou para o crachá que tinha a foto, função e nome do homem.
“Secretário de Entrada, Thales Rubens…”
— Hmm? — Thales franziu a testa e murmurou: — O diretor o encaminhou para um quarto especifico?
Notando a mudança de expressão, Leonardo já ficou com medo, achando que era um problema maior, e indagou: — Aconteceu alguma coisa?
— Não… Não é nada. O seu quarto no alojamento é o C-03, no quinto andar. Se tiver algum problema, procure pelo professor conselheiro do primeiro ano.
Aliviado, apenas expressou: — Obrigado, Sr. Thales.
O secretário só sorriu de volta e acenou com a cabeça, voltando a atenção para os hologramas.
Ele seguiu o caminho do dormitório do colégio que constava no Nelink. Durante seu percurso, pôde analisar bem mais do campus e dos edifícios que o compuseram.
Viu prédios com janelas de vidro espelhado, outros mais abertos, com o que parecia com áreas de lazer. Além de uma quadra enorme, com diversos campos de esportes próximos.
Havia outros edifícios, mas como o dormitório ficava mais ao fundo do colégio, não foi possível ver a maioria, e nem era de total interesse de Leonardo por ora. Só de ver alguns alunos pelo caminho já o deixava incomodado; era como se estivessem julgando-o de todas as maneiras.
Chegando na área de alojamento, viu que o grande quadrado que o Nelink mostrava era na verdade um conjunto de prédios de 6 andares.
Por sorte, havia um indicativo na entrada de cada edifício, listando por letras: A-C, D-F, G-I, J-L…
Por mais que fossem prédios de seis andares — que eram nada demais aos olhos dos atuais civis — essas construções na verdade tinham o dobro da altura de um habitual que se encontra pela cidade; o que implicava que cada quarto era bem maior do que se imaginava.
— Colégio para ricos mesmo. — Ele não gostou desse modo de demonstrar a “seletividade” de pessoas beneficiadas.
Encontrou o prédio certo e foi direto para o elevador, enquanto ouvia alguns alunos passeando por dentro.
Dois garotos — um alto, cabelo bagunçado e loiro, sem muita expressão e com físico atlético e o outro levemente mais baixo, pardo, de cabelo preto, magro e bem mais animado — se aproximaram.
— Qual é, Marcos! Esconde umas coisas para mim aí, na moral!
Marcos era o loiro, que parecia incomodado com os gritos do seu amigo. Quando estava prestes a responder, notou Leonardo, o qual esperava o elevador descer.
O outro, que esperava a resposta, demorou um pouco para perceber, mas logo olhou para a mesma direção.
— Conhece ele, Gustavo? — interrogou.
— Nunca vi mais gordo — respondeu, e já foi se aproximando de Leonardo. — Ou! Fantasminha, quem é tu?
Ouvindo a óbvia implicância, Leonardo apertou os dentes de leve.
“Não posso sair de casa que já tem gente irritante!”
Olhou de relance para o display na parede, mostrando que o elevador já estava descendo…
— Só finge que não me viu — disse Leonardo, sem se virar para olhar no rosto de Gustavo.
— Como é!? Fala pra fora, Fantasminha.
Gustavo se provou o típico irritante que era detestado por todos.
— É surdo por acaso? Eu disse pra fingir que não me viu, Varapau. — Ele não era do tipo que buscava problema, mas também não era que aceitava calado qualquer xingamento, principalmente vindo de alguém de idade parecida; era algo que sua mãe cravou nele a base do tapa.
Prestes a agarrar a gola do moletom preto de Leonardo, o implicante teve seu braço segurado pelo amigo.
— Chega, Gustavo. Só perguntei se conhecia. — Marcos falou calmamente e adicionou: — Deve ser um qualquer por aí.
Era algo que incomodava ouvir, contudo, assim que o elevador abriu, o clima esfriou, senão até o loiro receberia uma resposta à altura.
— Tch! — Gustavo estalou a língua e olhou de volta para Leonardo. — Se cuida, Papel.
Leonardo entrou no elevador e apertou o botão.
— Você também, Pau-mandado. — Deu um sorriso zombeteiro.
Quando ouviram isso, a porta já estava fechando, entretanto ainda deu para ver os olhos de Marcos se estreitando e o Gustavo tremer de raiva.
A porta fechou e uma musiquinha calma começou a tocar.
“Porra! Eu vou ter que denunciar alguém no primeiro dia que eu chego no colégio?!” Não demonstrava, principalmente pelo sono, mas estava com o coração quase saltando pela boca. Não era comparável a lutar contra as duras feras da Charlotte, no entanto ainda poderia apanhar. “Vou deixar passar essa, mas, se me ameaçarem, vão ter que lidar com as consequências.”
Por mais bem estruturado que fosse o colégio Marvente e as novas leis sobre bullying, ainda existia esses indivíduos implicantes. E isso se provava mais frequente quando se tratava de filhos de famílias influentes, porém ainda teriam que responder a lei e seriam passiveis de expulsão e proibição na maioria dos colégios de reputação.
Leonardo pesquisou um pouco sobre Marvente e descobriu que de fato condenavam o bullying, expulsando alunos, independentemente do status social.
Já do outro lado da porta…
— Marcos, por que me parou? Devíamos ter dado uma lição bem dada nele!
— Não sabemos nada sobre ele e nem de onde tirou toda aquela marra… É melhor não provocar até sabermos. Já sabe o que fazer — Mostrou que estava mais preocupado com quem incomodou do que o fato de ter incomodado alguém.
— Show. Vou ver com o meu primo se consegue alguns dados dele.
Marcos só assentiu e continuou o caminho com Gustavo.
Leonardo já tinha encontrado o quarto C-03 e colocou o polegar no display ao lado da maçaneta. Invés de mostrar um sinal verde de verificado, ficou amarelo com um “espere” escrito na tela.
“Hm? Era para ser assim?”
Estranhou o fato de ter que esperar, já que só quem estava dentro poderia trancar por motivos específicos na configuração do quarto.
Era possível escutar passos pesados dentro, como se alguém estivesse com pressa.
Assim que o barulho chegou próximo do outro lado da porta, o amarelo no display ficou verde, destrancando.
Prestes a abrir a porta, a maçaneta foi mexida antes, desviando o olhar do jovem. No entanto, enquanto a porta estava abrindo, uma figura começou aparecer.
Pele morena escura, cabelo ondulado nas pontas, mechas rosas, olhos verdes e, o mais destacável, estava totalmente molhada e de toalha enrolada acima da área do peito.
Leonardo, sem expressão, começou a piscar sem parar, desacreditado no que estava vendo.
“Uma garota? Por que está molhada? Toalha?! Será que me enganei? Não, não pode ser… O que eu faço? Devo só ir embora…? Pedir desculpas, talvez?”
— …i, ei… Poder entrar? — A pessoa já estava acenando na frente do rosto do garoto. — Estar frio…
Logo que viu que estava tentando o acordar dos pensamentos, recobrou uma “meia-consciência” e andou para dentro, como um robô.
A atitude foi estranha, mas nada foi comentado. A porta foi fechada quando entrou roboticamente.
Com a mão estendida, se apresentou: — Olá, eu ser Luca Hadi.
Leonardo finalmente acordou da situação, relembrando que os dormitórios em Marvente eram mistos, mas isso era decidido através do histórico dos estudantes. Ou seja, imaginava que dificilmente seria colocado no mesmo quarto que uma garota.
Além disso, havia outra coisa o incomodando agora. Fora a garota ser mais alta por 5 centímetros que ele, a voz era ligeiramente mais aguda, como se estivesse forçando para ser assim.
— Prazer… Leonardo.
Ele desviava e olhava de volta constantemente para o rosto. O nariz um pouco largo, mas pequeno, os lábios carnudos e o fato das gotas descendo pelo rosto… O que estava sendo construído ali era uma cena muito exótica.
Nessa hora, uma terceira voz ressoou pelo cômodo que sequer foi observado pelo adolescente.
— Ei, Weirdo, poderia parar de comer ela com os olhos?
Era uma voz cansada, como se a garganta estivesse arranhada, ainda mais grave do que a de Luca.
— Hã…? E-Eu… — balbuciou enquanto olhava em direção da pessoa.
Assim que se virava lentamente, notou o cômodo inteiro que estava. Uma sala de estar, com um sofá e duas poltronas ao lado, uma mesa de centro de vidro, além de algumas decorações e outras mobílias, como tapete, quadros e vasos.
Entretanto, mais chocante do que a cena dele vendo Luca, essa pessoa que falou estava “deitada” no chão, em cima de um tipo de colchonete de yoga.
Era uma garota de cabelo curto, liso e com um lado cobrindo um dos olhos. Havia duas cores no seu cabelo, azul escuro que era a franja que cobria o seu olho direito e o restante era preto. Estava maquiada com sombras escuras nos olhos, que curiosamente eram diferentes dos costumeiros, porque, pelo menos a pupila que era visível, era brilhante, como uma safira sob a luz.
Surpreendentemente, o que mais causou dúvida ao garoto, não foi a aparência da garota, mas como estava posicionada.
“Ela quebrou a coluna? Devo chamar uma ambulância!?”
A jovem pálida como fantasma — um adversário páreo para Leonardo — estava na pose mata-borrão[1] do contorcionismo; com o peito deitado sobre o chão e as pernas por cima do restante do corpo, ficando com os pés na frente do rosto, quase como uma boneca torcida por uma criança.
— Yo. Sup, bro? — exclamou ela, com um pirulito na boca, acenando estranho para ele naquela pose.
— Eu… Eu… — Leonardo estava em choque. Primeiro uma garota o atende seminua e agora tinha uma garota retorcida falando com ele, como se não fosse estranho o que estava fazendo.
Começou a esfregar os olhos, tentando colocar em ordem os pensamentos. Até que escutou Luca pedir: — Eu ir vestir. Agatha, explicar para ele?
— Belê — respondeu.
Já mais controlado, Leonardo se sentou em uma das poltronas, que ficava de frente para Agatha. Entrelaçou os dedos das mãos e colocou em frente do rosto, enquanto se inclinava para frente.
— Ok… Posso perguntar algumas coisas?
— Faz aê, Weirdo.
— Poderia se ajeitar? Tá mostrando… — Acenou com o rosto uma vez, apontando o que conseguia ver.
Agatha estava de uniforme já, ou seja, usava saia e estava nessa posição esquisita, que praticamente jogava a saia um pouco para cima, mostrando a sua “roupa intima”.
— Huh? Mas eu tô de short esportivo. Você é bem tarado para um Sad Boy.
— Ainda assim não dá para conversar direito! — Estava perdendo a paciência. Era raro para Leonardo se exaltar, mas eram tantas coisas em tão pouco tempo que não sabia mais como se controlar. — E quem é você para falar que sou Sad Boy?! Você ainda se veste de gótica quando essa moda já morreu há séculos!
— Tá. Que seja, esquisito. Um segundo. — Ela se torceu e ficou em pé. — Então, consegue conversar agora? — O tom de voz dela nem variou um pouco, parecia que estava cansada de tudo.
Pior do que dois bully logo que chegou no colégio era encontrar uma garota sem noção que o acusava assim, apenas pela surpresa que teve.
Respirou fundo algumas vezes e tentou ajeitar a situação.
— Desculpa por parecer estranho, é só que não imaginava que teria duas colegas de quarto… Bem… Sou Leonardo e você?
Ela chupou algumas vezes o pirulito e tirou da boca ao responder: — Agatha. E de boas. O diretor não teria colocado você aqui se não fosse capaz de pensar com a cabeça de cima. — Terminou de falar ao quebrar o pirulito vermelho em uma mordida. — Não acha?
Ele engoliu seco e mudou de assunto: — Então… Vocês chegaram no dormitório quando?
— Hmm… — Enquanto pensava na resposta, começou a se alongar de outras formas. — Eu cheguei primeira, deve ter uns cinco dias… A Luca… Faz uns três dias, eu acho…
Agora, sem mais constrangimento, agindo com calma, Leonardo não se importava se ela dava alguns relances de saia, seus olhos estavam cravados no rosto dela, se recusando a mudar de direção, como se fosse uma obrigação dele.
— E… o que o diretor falou de mim para vocês? — Curioso sobre o que ela falou antes; parecia que o diretor pessoalmente foi até elas para comentar da vinda dele.
Agatha parou os seus exercícios e resumiu rapidamente: — Que você é um fracote.
Parecia que o coração dele havia sido apunhalado pelas palavras dela. O orgulho construído nos últimos sete dias de nada valia na frente dessa garota.
Não fazia ideia se realmente o diretor havia dito isso, ou se ela só não foi com a cara dele e estava zoando.
— Weirdo, antes que a Luca venha aqui, quero te deixar claro duas coisas…
— O que é?
— Primeira: Não dê em cima de nenhuma de nós duas. Segunda: Se falar do meu estilo, vai dormir no lado de fora do dormitório.
Ele olhou para ela, ela olhou para ele… O silêncio estranho continuou, como uma eternidade.
— Então, estamos na mesma turma? — Leonardo, como se não tivesse escutado a ameaça dela, perguntou do nada.
— Yep. Na mesma.
— Pelo visto, vou detestar — falou com indignação.
— Se você diz…
Lembrando de algo estranho, questionou outra coisa: — E por que a Luca parece falar estranho?
— Huh? Ah… É porque ela é estrangeira. E se recusar usar a tradução do Nelink. Crazy one…
— Estrangeira…?
Próximo de receber a resposta, a porta onde Luca estava foi aberta, revelando a jovem de uniforme branco do colégio, mostrando suas longas pernas.
Animada, chegou rapidamente ao lado de Leonardo.
— Então, ela falar sobre quarto que você ficar? Que poder comer aqui, trazer… eh… pets? — Ela começou a mexer no braço dele, ansiosa pelas respostas.
Leonardo olhou para Agatha, que estava concentrada em seu contorcionismo, e pensou: “Ela só me ameaçou…”
— Bem… você pode me contar, Luca? — Forçou uma simpatia pela situação, já que a garota parecia se importar de verdade com isso.
Ela colocou um dedo sobre o lábio e começou a pensar.
— Hmm… O quarto esquerda ser meu. Quarto de cima é de Agatha. Sobrar quarto direita. — Ela puxava o braço do Leonardo, como se quisesse levar para cada ponto que estava falando. — Ah! Lionár… Leonardô precisar vestir a uniforme!
Leonardo tocou institivamente na mão que o apertava e disse: — Valeu. Obrigado, Luca. Vou me alojar direitinho. Obrigado, de verdade, pela introdução. — De certa forma, tratou com mais carinho do que imaginava.
Ela sorriu feliz, com os olhos marejados. Parecia que ia chorar.
— Luca…? Hã…? — Nem sabia como reagir com essa reação dela.
— Nada!
Ela voltou correndo para o quarto dela.
Até parecia que uma brisa fria ventou pelo quarto, trazendo desconforto para o rapaz.
— Don’t worry, ela fez o mesmo quando me conheceu. — Agatha veio com a explicação. — Acho que não deve ser fácil ter amigos na Arábia sendo uma garota trans. Aquele país ainda é muito atrasado nessas questões.
Com essa resposta, Leonardo ficou pensativo. Transexualidade era um tema que foi abordado por tantos anos que, até meio século antes, já tinha sido resolvido em grande parte do mundo.
— Acho que vou dar uma volta com a Luca para conhecer o colégio… — Por mais que não fosse do feitio dele sair dessa forma, de certa forma queria se aproximar um pouco mais da garota que foi tão receptiva com ele.
— Sure, Weirdo, agora vai logo pro seu quarto e põe o uniforme.
Nessa hora, notou que podia não se dar bem com a personalidade da Agatha, porém sentia que era uma boa colega de quarto.
— Por sinal, Agatha… — Assim que abriu a porta do quarto da direita, Leonardo começou a falar. — Acho que vou dormir no lado de fora algumas vezes. Porque esse seu estilo é terrível. — Finalizou com um sorriso.
— Belê, só evita de se masturbar alto no quarto, Sad Boy tarado.
O sorriso honesto dele desapareceu ao ouvir a pouca vergonha da garota.
“Eu vou odiar estudar com ela.”
Notas:
[1] Vou deixar anexado dois links para facilitar a imaginação de vocês. Imagem 1 e imagem 2.