Valtown - Capítulo 3
Como se tornar um caubói
O retorno para casa não foi dos mais agradáveis. Seu pai, mesmo vários minutos depois de avisar que precisavam conversar, não explicou muito. David ia a cavalo, em um trote leve, alguns metros atrás de seu velho. Adam estava em seu já cansado pelo trabalho alazão. O rapaz ainda não tinha suficiente confiança em Bob para deixar o rebanho somente sob sua supervisão. Não era falta de confiança em sua fidelidade, mas em sua capacidade. O cachorro mal conseguiu latir diante do gigante. Mas se seu pai disse para deixar as ovelhas, assim ele faria.
Por falar no Jotun, ele não devia trazer mais problemas para aquela região. O corpo enorme ficou bastante machucado com o impacto do soco que levou e um gigantesco calombo surgiu em sua testa, além da flecha incrustada. Com a força de seu pai e os dois cavalos, não sobrou muito esforço para David fazer para levar o intruso para os limites do terreno. O deixaram em uma clareira a algumas centenas de metros depois da última cerca do Rancho Beam.
A preocupação maior já não era o colosso, mas o homem que estava em sua frente. David temia que seu pai lhe desse uma das broncas Bridger, por conta de ter dormido em serviço e quase ter falecido por esse motivo. Enfrentar um fora-da-lei era bem diferente de encarar o próprio pai de frente. Afinal, não havia exemplo maior para David do que o seu velho.
É certo que estou lascado. Meu pai vai me debulhar.
Passaram pela última curva do caminho, conseguindo ver a pequena represa à sua esquerda. Sua mãe estava na porta da Cabana Bridger, acenando para o filho com um lenço. A senhora usava um avental por cima da roupa de fazendeira comum. Apesar de franzina, Ruth Bridger era forte. Tinha pele clara, mas escurecida pelo tempo ao sol. Seus longos cabelos enrolados estavam amarrados em um coque. Os três Bridgers pequenos corriam no quintal alegremente.
— Bom dia meu filho- disse Ruth enquanto David e Adam amarravam seus cavalos.
— Bom dia mãe – David respondeu, ainda preocupado com sua própria situação.
— Entre aí que a mãe preparou o café para você. Perdão pelo horário, ontem eu e seu pai ficamos… ocupados com as correspondências – terminou a frase já dando o beijo de cumprimento usual em seu marido.
David foi logo entrando no recinto, uma vez que o cheiro estava muito convidativo. Ao entrar, ficou até estupefato.
Sua mãe havia preparado uma refeição completa. Os cafés-da-manhã por ela preparados costumavam ter sustância, mas este beirava a um banquete. Havia pães, bolachas e rosquinhas. Leite e café cheiravam quentinhos e uma garrafa convidativa de hidromel de cacto pendia ao lado da mesa. Ovos e bacon amontoados em um prato enchiam os olhos. Durante o caminho, David reparou que o leitão comprado pela família já não estava mais no lugar usual.
E eu pensando que tive um começo de dia muito ocupado.
— Uai mãe, quem vem tomar o desjejum aqui hoje? O rei? – ironizou o rapaz enquanto se assentava à mesa.
Colocou o lenço como babador e já ia devorar o leitão que sua mãe matara…
— Bem, o último tem que ser especial… – falou Ruth rapidamente.
Último?
Adam tomou o lugar à frente de David. O homem já havia comido sua parte, ou pelo menos não parecia tão interessado na refeição. Pegou um copo e ficou observando o reflexo do próprio rosto nele. David não conseguiu começar a se banquetear. A culpa bateu um pouco forte depois de perceber tamanha refeição para um pastor que mal conseguiu ficar acordado para proteger suas ovelhas. Olhou para seus velhos e começou:
— Peço perdão pai, não cumpri com meu dever. Apenas me sentei um pouco, pensei que aguentaria ficar alguns minutinhos ali. Quase botei em risco todo nosso rebanho e até…
— Tudo bem, filho. Eu percebi que não faltou esforço de sua parte para proteger as ovelhas. E os erros passados, servem para acertarmos no futuro. Da próxima vez, sei que você vai fazer diferente.
As palavras foram bem recebidas nos ouvidos de David. Pelo visto, sua preocupação excedia a gravidade dada à situação por seu pai. Sua mãe também não lhe deu nenhuma mensagem de desaprovação, então não havia mais empecilhos para desfrutar do saboroso café-da-manhã.
Colocou o primeiro pedaço de bacon na boca e se serviu de um pouco de hidromel de cacto. Enquanto tentava romper o bacon com algumas dentadas, percebeu que seus pais ainda o olhavam com certa preocupação. O velho Adam estava com a mesma expressão de quando o salvou no pasto.
— Mas não era sobre isso que precisávamos conversar, garoto.
Agora azedou.
— Filho, recebemos uma carta de meu pai, seu avô. Como as correspondências demoram a chegar aqui, acreditamos que ela já tenha algumas semanas. Seu avô está precisando de ajuda, seu vigor físico já não é mais o mesmo. O que não mudou é a constante presença de invasores em seu rancho. O governo nunca mudou seu desprezo pelas beiradas do território.
David perdeu sua vontade de comer. Sven Bridger, seu querido avô, estava em perigo. O velho sempre fora teimoso e conseguia se virar bem. Desde a morte de sua avó, seu velhinho permanecia no mesmo lugar sozinho. A imagem de diversos foras-da-lei invadindo o rancho e o senhor de idade elevada precisando se defender sozinho invadiu os pensamentos do rapaz. Há quanto tempo ele não via seu avô?
— Tem que ser meio maluco para continuar vivendo logo na entrada de J. J. Ville, a maioria da bandidagem estrangeira entra aqui por lá. Vamos lá ajudá-lo! – sugeriu David. Pareceu a resolução mais direta.
— E deixar o nosso rancho? Você mesmo viu que os perigos podem surgir do nada. Não podemos abandonar nossa própria casa – respondeu de maneira dura Adam.
Ruth concordou.
— Eu e seu pai não podemos deixar nosso lar. Nossa terra só funciona quando nós dois trabalhamos juntos. Não consigo manter tudo em ordem sem ele, e muito menos ele sem mim. Além disso, com quem deixaríamos os pequenos? É, sem dúvida, uma viagem impossível para eles.
David olhou para seus irmãozinhos. Os três pequeninos estavam já bem lambuzados com a terra do quintal, e mesmo assim estavam mordiscando alguns dos petiscos do café-da-manhã. Eles ainda eram inofensivos, ingênuos e fracos. Levá-los para uma viagem hostil, com destino a um território povoado por foras-da-lei e que possuía fama de Ninho de Mhoulses…
— Certo. Dizem as selas que lá não é terra boa para criança mesmo – concordou o rapaz. Então, não vejo outra alternativa a não ser trazer o velho para cá. Creio que a viagem de lá para cá seja bem mais simples do que o inverso. Por estar sozinho, o trajeto deve ser bem mais rápido. Se necessário, podemos pagar alguém para ajudá-lo.
— Ora, David. Sabe que meu pai não deixaria o Rancho Cassidy de nenhuma maneira. Viveu lá desde que casou com minha mãe. É um terreno importante para nossa família, e com um peso muito maior para ele. Seria necessário um bando inteiro para tirá-lo de lá.
— Filho, – começou sua mãe – você conhece seu avô. Ele não vai sair de lá. Idosos são difíceis de mudar de ideia, ainda mais para um homem teimoso como ele – disse essas últimas palavras olhando com certa vergonha para seu marido.
A situação parecia ser um impasse. David não via uma resolução aparente para deixar seu avô seguro. Foi aí que se lembrou de um fato. A velha história que seu pai lhe contava. Adam Bridger saiu de casa, do velho Rancho Cassidy, para trilhar sua jornada como caubói em Valtown, aos 18 anos.
— Pai… – tentou dizer David, até que foi interrompido.
— Filho, quero que você vá para lá e proteja seu avô.
A frase acertou o alvo como uma bala precisa. David olhou para sua mãe e percebeu que a mulher olhava com certa preocupação, mas com a firmeza de que era a opção certa. Seu pai começou a explicar.
— Sei de seu desejo de querer ser um caubói. Vejo essa como a oportunidade perfeita para começar sua jornada. Seu avô, meu pai, precisa de ajuda. Não é como se um exército invadisse o terreno todo dia, mas alguns foras-da-lei que aparecem por lá. Creio que sua presença, com ajuda da muita experiência do velho Sven, seja o necessário para tranquilizar o lugar novamente.
Você já é um dos melhores atiradores que conheci e fez seus dezoito anos. Não acho que haverá oportunidade melhor para se tornar um verdadeiro homem do que proteger aquele que ama. Ser um homem forte ou um caubói valoroso não é atirar bem ou ser durão, é proteger aquilo que é importante.
Essa última frase foi ouvida muitas vezes por David durante seus dezoito anos. Ser forte é prover, não tirar. O garoto não conseguiu manter os olhos em seu pai nesse momento, abaixou-se para o bacon que havia posto. Seus irmãozinhos perceberam alguma coisa, pois se aquietaram um pouco.
Ao mirar o copo com hidromel, para disfarçar um pouco suas expressões, lembrou-se da presença de seu avô. O homem que tanto lhe ensinara quando criança, e que construíra sua principal arma do momento, aquela usada para tombar o gigante. O velho possuía truques que encantavam qualquer criança e que até hoje David não sabia como funcionavam. E estava só, à mercê do destino nos confins do reino. Então, veio a pergunta:
— O que acha, garoto? – perguntou seu pai, com um receio aparente no final da frase.
A resposta veio ríspida:
— Obrigado por perguntar – David levantou da mesa e foi em direção a seu quarto. As passadas pesadas e os punhos cerrados. Ao chegar no aposento, fechou a porta com força e fechou o trinco. Precisava ficar um pouco sozinho.
…
A rejeição continuou durante o dia. O rancho não podia se dar ao luxo de ter um de seus trabalhadores zangado e trancado no quarto enquanto havia muito a ser feito, então o garoto saiu depois de um tempo para realizar suas tarefas.
David estava sentado em um toco na beira da represa, conferindo se o nível de água estava na sua normalidade. Logo após, iria para o pomar conferir se os pés de Fruta-feijão não estavam sobre o costumeiro ataque de parasitas. Apesar das tarefas, a mente do pastor ainda estava ocupada com a proposta recebida durante o café da manhã.
Aceitar significava abdicar do convívio próximo com sua família e com seu lar. Além disso, ficaria mais longe do que nunca da capital Valtown e das oportunidades que ela poderia lhe dar. Não poderia escolher para onde iria, nem para quem trabalharia. Ainda por cima, precisaria atravessar o reino para isso, com chances de encontrar as mais diversas intempéries no caminho.
Como poderia se tornar um grande caubói tão longe da capital e em um local tão longe dos maiores latifúndios? As maiores oportunidades, pelo menos na mente de David, ficavam nessas grandes terras mais próximas ao centro político do reino, onde grandes caubóis já bastante conhecidos trabalhavam. Mas, em um terreno praticamente no território de J. J. Ville como o de seu avô, a situação seria completamente diferente.
Conferido o nível da represa, o rapaz se dirigiu ao pomar em passos lentos. Felizmente, os outros membros da família estavam ocupados o bastante para não o importunar com mais conversas. Seus pais com os afazeres corriqueiros e os irmãos perseguindo algum bicho que apareça no quintal. Abriu a portinhola de entrada no pomar e foi passando pelas outras árvores até a seção específica dos pés de Fruta-Feijão.
Um dos pés precisava de mais atenção do que os outros. Menor e mais frágil, ele sempre precisou de mais cuidado para crescer e se manter firmemente ao solo. A plantinha ainda não conseguiu gerar nenhum fruto, mas David trabalhava com afinco para que esse dia chegasse. O garoto observou o pé, para ver se não havia nenhum parasita. Encheu o regador na reserva de água ao lado e despejou calmamente perto das raízes da planta. Depois, cortou algumas ramificações que já estavam secas e mortas.
Eita plantinha difícil. Se eu não fosse esforçado ela já teria morrido. Acho que estou me saindo bem nessa coisa de agricultor.
David se sentou no chão, ao lado do pequenino pé, para observá-lo mais um pouco. Parou um instante e pensou o quanto focar em cuidar dessa, a planta que mais precisava, tinha feito ele desenvolver suas habilidades agrícolas e, consequentemente, cuidar melhor das outras que já cresciam mais facilmente e sem tantos cuidados especiais. O pensamento lhe alegrou a mente e a ocupou tanto que, por um momento, se esqueceu da proposta de seu pai.
Ah, a proposta…
Ainda não acreditava que seu pai tinha lhe oferecido trabalhar em um lugar tão pequeno e afastado, mesmo que fosse o terreno de seu avô. Aceitar parecia dizer adeus a uma grande carreira de protetor de gado. Com certeza seu velho precisava de ajuda, mas sacrificar seu futuro para isso não o agradava. Afinal, um rancho frágil e pequeno não era nada convidativo.
Frágil e pequeno… pensou David, olhando para o pequeno pé de Fruta-Feijão.
Se lembrou das frases que seu pai sempre repetia e que tanto o influenciaram. Ser um homem forte ou um caubói valoroso não é atirar bem ou ser durão, é proteger aquilo que é importante. Mensurou também o dizer que resumia todos os ensinamentos do pai. Ser forte é prover, não tirar.
Pensou em alguns dos grandes caubóis que tinha como exemplo, incluindo o maior deles: Adam Bridger. Eles não eram reconhecidos por estarem em grandes fazendas, por trabalharem para bons e renomados latifundiários ou por estarem em locais com perigosíssimos foras-da-lei. Não, todos os admiravam pois estavam onde os outros mais precisam, na hora em que mais precisavam. O diferencial desses grandes é que a proteção, em qualquer situação que fosse, com eles era garantida. O que os tornava grandes caubóis era a ação, não a situação.
E seu avô estava lá, em um território inóspito e perigoso, completamente sozinho.
— Meu netinho, muito cuidado com seu presente. Ainda vai chegar o dia em que você vai precisar muito dele – disse seu avô, há anos atrás, quando lhe entregou a besta que havia produzido ele mesmo, em seu próprio rancho.
Hoje, David achava estranho um instrumento tão perigoso nas mãos de uma criança, mas, no momento, achou o armamento a coisa mais incrível de sua vida. Começou a treinar já naquele tempo, aos 10 anos. Por conta disso, atualmente era um dos maiores atiradores entre até mesmo todos que seu pai vira.
Talvez essa fosse a oportunidade, a grande chance de se tornar um protetor de rebanhos. Cuidar de um terreno que precisa e proteger a alguém que ama. Ainda por cima, poderia conferir melhor aqueles truques que o velho Sven fazia e tanto o fascinavam. Assim como tratar da pequena e frágil plantinha tinha lhe transformado em um melhor agricultor, a viagem para o oeste do reino o faria um grande caubói.
Animado e decidido, o garoto Bridger se levantou e foi terminar os demais afazeres do dia.
…
Ao finalzinho da tarde, Adam já estava dentro da cabana. Ele e Ruth estavam preparando o lanche, bebendo café enquanto preparavam algumas roscas. Ruth gritou com os pequeninos para que entrassem e largassem um calango que estavam perseguindo. Adam continuava pensando na conversa do café da manhã. Será que estava fazendo o certo?
De repente, passos rápidos no quintal. David aparece pouco depois na porta. O rosto expressando um sorriso e com a feição de alguém com vontade de falar.
— Pai, eu pensei melhor e já decidi. Vou aceitar sua oferta.
A reação do pai veio no mesmo instante.
— Excelente! Meu filho, não sabe como admiro sua decisão. A primeira defesa do grande David Bridger! falou Adam se dirigindo ao filho.
O homem parrudo abraçou o filho e deu alguns bons (e fortes) tapas em seu ombro. Sua mãe dava pulinhos de alegria no canto da cozinha, animada com a decisão.
— Sei que meu avô precisa de mim e estou pronto pro desafio. Sentirei saudades pessoal – falou o rapaz, diminuindo o tom gradativamente.
Adam fez uma expressão de admiração. Seu filho havia escolhido o caminho certo, ainda que não parecesse o mais fácil. Agora, partiria para um local desolado e em uma viagem longa.
— Temos muito o que preparar até a viagem de vocês amanhã! Malas e cuias. Meninos, se aprumem que hoje o jantar vai ser de rachar o bucho! – bradou Ruth.
— Eba! – gritaram todos os cinco homens, em uníssono.
David rumou para seu quarto a fim de se preparar. Seu pai, com o rosto ainda com um sorriso enorme, seguiu para a mesma direção. O quarentão chegou até a porta, recostando no portal e observando o filho sentado na cama.
— Prepare suas coisas ainda hoje. Amanhã vamos até a cidade procurar uma caravana para nos levar. Não perco por nada a estreia do meu garoto!
David assentiu, já preparando e embalando alguns pertences. Nem percebeu seu pai saindo do aposento. A mente ocupada pelo fazer da mala e o grande jantar à vista.
Bem antes do sol pensar em nascer, David estava de pé. Seus pertences todos arrumados, divididos em uma sacola de roupas, uma bolsa com comida e balas (dos dois tipos), além de todo armamento necessário. Ao passar na sala, pegaria algumas merréis a mais para completar sua reserva.
Chegou na porta do quarto dos pais para se despedir mentalmente. Seu pai, aos 18 anos, era disputado por vários patrões para que protegesse os terrenos deles. O mínimo que David podia fazer era chegar ao Rancho Cassidy sozinho para pelo menos se equiparar, minimamente, ao que seu pai foi naquela idade. Como um grande caubói faria.
Passou pela porta aberta de seus irmãos. Os três sapecas dormindo um em cima do outro em uma mesma cama. A saudade bateu antes mesmo de deixar a cabana dos Bridger.
Saiu pela porta da frente, com tudo que levaria para a viagem, e sem nada que deixaria para trás. O céu ainda escuro e nenhum barulho que pudesse distinguir do lado de fora. Ainda restava o pequeno Bob para se despedir…
— Mano? – David ouviu de repente.
Já estava no quintal rumo ao cavalo quando se virou para a frente da cabana. Um pequeno ser humano de cabelo encaracolado o observando intrigado, com os olhos fechando de sono.
— Oi, George. Você devia estar deitado. Ainda não está na hora dos pequeninos acordarem.
— Eu ouvi uma coisa e fui ti chamá. Tava com medo.
David voltou e afagou o cabelo de seu irmãozinho. Não poderia socorrê-lo dos pesadelos pelos próximos dias.
— Eu estou partindo, mano. Vou me encontrar com o vovô. Diga ao papai que vai ficar tudo bem e que essa viagem é minha. Não preciso de ajuda.
A criança ficou olhando meio sem entender. Por fim, afirmou:
— Tá bom. Manda oi po bobô. Que os Três te abençoem.
A objetividade e simplicidade dos mais novos às vezes são invejáveis.
David deu um último sorriso para o irmão e uma última olhada na casa que lhe serviu de moradia por toda sua vida. Agora, seu lar seria outro. Subiu no cavalo, que já estava pronto para partir. E partiu.
Sem olhar para trás.