Trupe Elemental - Capítulo 27
Descendo a escadaria, eles chegam ao subterrâneo da fortaleza de Philip, e para a surpresa deles, um complexo enorme de túneis, salas e laboratórios, além de haver inúmeras celas, formando um grande labirinto.
— Eu já achava que a casa era grande o suficiente até colocar os pés aqui, definitivamente ele esconde mais coisas que nós possamos saber. — Diz John.
— Este lugar parece um labirinto, vamos tomar cuidado para não nos perdermos. E pensar que um Arquimago como Philip, uma pessoa que deveria proteger as pessoas e ser um representante da justiça, seria capaz de esconder coisas hediondas como essas, eu me enganei pensando que ele era uma boa pessoa. — Disse Sarah.
— Há algumas celas com uma aura perturbadora, fico imaginando o que ele fez com as pessoas que estavam presas aqui. — Diz John observando uma cela com marcas de sangue nas paredes.
— Seja lá o que for, precisamos impedi-lo, revelar sua verdadeira natureza para as pessoas e prendê-lo! Não podemos deixar um monstro como ele a solta, e não menos importante, precisamos achar Jesse. — Disse Sarah. — Ignus, você consegue localizá? — Sarah perguntou. — Claro. — Respondeu.
Ignus fecha seus olhos por um breve momento e se mantém focado para conseguir enxergar o fluxo elemental do lugar.
— Encontrei. Basta seguirmos pelo túnel central e depois viramos à direita, passando por uma espécie de sala, logo depois encontramos um outro túnel que nos levará exatamente para onde Jesse está, sua majestade. — Disse Ignus.
— Ótimo, esse será nosso caminho então. — Sarah respondeu.
Seguindo pelo túnel que Ignus havia mencionado, eles chegam a sala posterior ao destino final, que na verdade era mais uma biblioteca repleta de livros e grimórios.
— Outra? Quantas ele precisa para guardar todos esses livros? — John perguntou.
— Não… essa biblioteca é diferente. — Sarah respondeu. — Diferente como? Ao meu ver é igual as outras, nada além de livros. — Disse John. — Olhe bem para as prateleiras, todas estão rotuladas como “Experimento” junto de alguns números e letras, formando uma espécie de sigla. — Sarah explicou.
John se aproxima de uma das prateleiras para pegar um dos livros que há nela, mas ao fazer isso uma barreira mágica surge, repelindo sua mão e o impedindo que pegue algo.
— Hã? Ele colocou uma barreira para proteger os livros? Isso só pode significar uma coisa… — Diz John. — Que é aqui onde ele guarda todas informações sobre seus experimentos e pesquisas, talvez. — Disse Sarah.
Andando mais um pouco adentro da biblioteca, Sarah encontra um caderno de anotações em cima de uma mesa, que aparentemente não estava sob o efeito da barreira presente nas prateleiras.
— Olhe, este aqui não está bloqueado pela barreira. — Disse Sarah.
— E o que está escrito? — John pergunta. — Vamos ver… “Experimento Sobrecarga” acredito que seja suas anotações. — Diz Sarah folheando o caderno.
— Hum… ele parece estar conduzindo um experimento sobre energia. — Completou.
“Não é possível carregar a pedra utilizando energia convencional, é preciso uma carga maior.” “O segundo teste falhou, tentei como uma fonte extra de energia e não deu certo, tenho uma hipótese que a pedra requer energia elemental, vou trabalhar nisso.” — Sarah lê o que está escrito no caderno.
— Energizar uma pedra? Isso está ficando um pouco estranho… há mais algumas coisas escritas. — Disse Sarah. — Certamente é estranho. — John comentou.
— Na próxima página temos mais anotações… — Diz Sarah.
“Consegui algumas cobaias para o próximo teste, são apenas ladrões, devem servir.” “A minha hipótese estava correta, a pedra requer energia elemental. Dei sorte que aqueles ladrões eram capazes de controlar um elemento, eles forneceram bastante energia para a pedra, porém não o suficiente. Infelizmente eles não aguentaram a pressão e morreram minutos depois. Acredito que vou precisar encontrar uma cobaia do mesmo elemento que a pedra para melhores resultados.”
— Céus… eu não acreditar nisso… — Disse Sarah ao ler a penúltima página.
— Isso explica celas cheias de sangue, devia ser onde os ladrões ficavam. Ele realmente estava usando humanos como cobaias. — Disse John.
— Ainda falta uma página, deixe-me ver… — Diz Sarah.
“Parece que tem um grupo de pessoas se aproximando de minha casa, o mais interessante é que entre eles há uma mulher que possui o mesmo elemento da pedra, talvez ela seja capaz de energizá-la por completo? Seja como for, quando eles entrarem pelo portão principal, vou teletransportá-la para o laboratório subterrâneo onde está a pedra, de lá irei conduzir o teste final. Estou a um passo de me tornar a pessoa mais forte deste continente, juntos eu e ele iremos governar estas terras.”
Sarah se assusta com o que lê, a última anotação do caderno se tratava de seu próprio grupo, e a mulher mencionada que Philip estava atrás era Jesse. Ela tira de sua bolsa seu grimório, e joga o caderno no chão, saindo correndo para o túnel seguinte que Ignus havia mencionado.
— Sarah?! Sarah para onde você vai?! — John gritou confuso.
— Droga! Ignus, vamos atrás dela, rápido! — Ele disse. — Certo. — Ignus respondeu.
Ambos correm atrás dela pelo túnel escuro, Ignus acende uma pequena chama para iluminar o caminho, no horizonte eles conseguem ver a silhueta de Sarah parada e diante dela uma enorme luz ofuscante.
Ao chegar no final do túnel, John e Ignus chegam a um grande domo, rodeado de água, e vários outros caminhos ligando a outras partes da fortaleza, há também caminhos para observar o domo de cima.
— Sarah! Ficou louca?! Por que fez isso? — John pergunta. — Sua majestade, está tudo bem? Você saiu correndo sem dizer nada. — Ignus perguntou.
Sem dizer nada, Sarah aponta para cima. John e Ignus rapidamente olham para onde ela está apontando, se assustando com o que vêem. Um grande pilar, no topo dele uma mulher com os pés e as mãos acorrentados a grandes cristais elétricos. Um pouco mais acima, está uma pequena pedra amarela ligada à mulher, transbordando de energia elemental.
— Que merda é essa? Aquela é… a Jesse?! — Diz John aterrorizado com a cena.
— Jesse! Jesse! Consegue me ouvir?! — John grita. — Responda! — Ele diz.
— Pessoal…? — Jesse sussurra.
Acima deles, um som de uma pessoa batendo palmas se intensifica e de um dos caminhos, sai Philip junto de um homem.
— Hahaha! Inacreditável, vocês realmente chegaram até aqui? Devo admitir que estou impressionado. — Diz Philip.
— Hmph. Como recompensa por tal feito, vou permitir que vocês sejam testemunhas do meu grande experimento! Eu estive trabalhando nele já faz um tempo, acredito que desta vez irei obter sucesso. — Disse Philip.
— Não me venha com essa, maldito! Liberte Jesse imediatamente! — Diz John.
— E se eu recusar? O que vai fazer, me matar? Não me leve a mal, mas você não conseguiria me derrotar nem se passasse cem anos treinando com essa sua espada medíocre. Já se esqueceu de quem você é, John? — Philip respondeu.
— Não, não vai ser o John que vai te matar, seu velho imundo. A pessoa que vai te matar serei eu. — Diz Sarah encarando Philip.
— Oh? Quantas ameaças, porém, todas elas vazias. — Disse Philip.
— Ligue a energia principal e comece o experimento, hoje teremos muito trabalho pela frente, Hector. — Diz Philip. — Como desejar, mestre. — Hector respondeu.
Hector se teletransporta para o outro lado do domo onde fica um grande mecanismo que está ligado aos cristais elétricos. Ele canaliza por um breve momento, próximo do mecanismo, criando um círculo mágico e o ativando. Correntes elétricas envolvem os cristais e as correntes que prendem Jesse, fazendo com que ela receba choques grite de dor, os mesmos choques que ela recebe começam a carregar a pedra acima.
— Que o Experimento Sobrecarga comece! Hahahaha! — Philip grita.