Trabalhe! - Capítulo 77
Natal
Dia 25 mais conhecido como natal.
Os outros dias foram bem chatos, várias preparações, conheci ricos estranhos e…. Um saco.
No fim, diferente do que esperaria, a festa de natal será bem pequena. No momento, temos 4 pessoas presentes. Será uma comemoração só para a família. Como os avós adotivos da Susi já morreram e a maior parte da família dela é muito ocupada, a festa ficou ainda menor.
Mas, não se preocupe, a esse ponto, já fiz toda a preparação necessária, vai dar tudo certo! Afinal, ontem, tivemos uma grande festa e fiz, na medida do possível, tudo para causar a boa impressão necessária.
De qualquer forma, me sinto pressionado. Não importa como eu veja isso, ainda é um pouco complicado. Meu estômago dói só de pensar sobre.
Com calma, tento analisar as coisas, mas… Dor, dor, dor, meu estômago está me mandando, maldito nervosismo! Enfim, o pai dela parece ser o mais resistente a mim, por isso digo com o olhar: “seu pai parece o mais resistente, pode tentar me deixar sozinho com ele”.
A resposta veio logo como um toque no meu ombro, basicamente significava deixa comigo. Dito e feito, logo Susi disse:
— Ei! Mãe, você viu o último truque que o mordomo ensinou para a Mayne.
A Mayne é um cachorro delas e, apesar da tensa situação, Susi e sua mãe agem naturalmente, na verdade, toda a tensão vem do Superprotetor-san de terno ali.
Não sei se a mãe-chan entendeu a intenção da filha, se só é uma idiota, ou se estava muito interessada no truque, mas logo disse:
— Parece interessante, ainda vai demorar um pouco para o jantar chegar, por isso quero ir ver esse truque.
Ela então arrasta a filha, o marido tenta falar algo, mas não tem nem tempo.
— Elas foram, tão rápido, não deu nem tempo de falar nada. — Tento começar com um comentário simples e neutro, mas… não me olhe com esses olhos assustadores! — Parece que você realmente não gosta de mim, eu entendo porque não me considera confiável, se fosse posso dizer que sentiria o mesmo, mas imagino como deveria ou poderia te provar ser digno de confiança — Por fim, digo uma porrada de baboseira aleatória sem sentido.
— Por que não dizer como conheceu minha filha?
Espera! Sério isso? Ao olhar para seu rosto percebi algo, ele claramente está puto por nunca ter ouvido falar sobre mim, espera, talvez…
— Ué, a Susi nunca te contou? — Vejo reações muito óbvias se formarem no rosto daquele homem. Se entendi direito a história… — Por acaso ela contou para…
— Para a mãe dela, isso mesmo! Não é injusto? Também quero saber.
Como eu pensei, ciúmes, é ciúmes, porra! Susi, colabora para o meu lado, assim fica foda, estava óbvio o problema, suspiro!
— Então… — Conto uma história misturando mentiras e verdades, prefiro não contar tudo, tipo sobre um certa cadeia aí, ninguém precisa saber sobre isso.
— Entendo, fico feliz que ela tenha reencontrado um amigo tão importante dessa época, acho que cometi um erro tentando afastá-la de tudo relacionado ao seu tempo lá. — Por mais que esteja olhando fixamente para mim, sinto que ele estava falando para si mesmo, o importante é que seu tom foi sereno, uma boa atmosfera se formou.
— Mesmo assim, não vou aprovar de jeito nenhum! — Velho de merda! Lei o clima, estava tudo bem antes de você ter esse seu ataque de pai superprotetor.
— Haha! Amor por favor seja mais maduro. — Sinto um arrepio! De repente, o mundo congela, atrás de mim, um demônio do gelo… digo, atrás de mim, a mãe da Susi aparece do nada.
Na minha frente, o Superprotetor-san parece ter tomado danos críticos. É inevitável, aquelas palavras eram muito gélidas.
— Parece que ele te aceitou um pouquinho, mas parece que você não gostou muito do meu pai. — Aproveitando o momento, Susi sussurra no meu ouvido.
— Olha os pombinhos conversando em segredo…
— Não é apenas que… — Susi também leva danos críticos, o monstro mãe parece ser bem poderoso, devo me preparar para um combate complicado.
Rapidamente, a Mama-sama, faz Susi e o pai dela irem jogar xadrez. Inclusive, eles estão intensamente competindo para quem será o vencedor, a competitividade dos dois exala, mas não é problema meu.
Já está óbvio, mas ainda direi com todas as letras, sobraram eu e aquela mulher de gelo sozinho. No caso, estamos na sala de frente para a árvore de natal. Para deixar o clima mais natalino, mandaram fazer uma uma chaminé na casa, mas, claro, não importa quanto o fogo queime intensamente, a fonte infinita de frio ao meu lado é mais poderosa.
Temendo que minha alma seja congelada, me viro pronto para essa guerra. Mas, inesperadamente, não encontro frio, sim calor… Ufa! Ela não me odeia. Em mãos, tem uns bagulhos para fazer crochê, no rosto, um sorriso caloroso.
— Não fique só me encarando, não consigo fazer tudo sozinha, me ajuda. — Com um tom maternal, ela empurra trabalho para mim.
Porra! Até no natal tenho que trabalhar?
Enfim, começo a fazer crochê com a mãe da minha namorada… Ou deveria dizer noiva? Talvez, esposa, seja o melhor termo… Enfim, ninguém liga. Que pensamentos mais sem sentido…
Inclusive, falando em coisas que não fazem sentido, por que estou fazendo isso? A família adotiva da Susi é rica para caralho, cadê os mordomos para fazerem isso por mim?
— Hehe! Está se perguntando por que fazer isso, né? — Por acaso já inventaram uma máquina que pode ler mentes, mas só avisaram pros ricos? Primeiro a Susi, agora essa mulher, saiam de dentro da minha cabeça!
— Sendo honesto, acho que entendo o porquê… — Sei que reclamo muito, mas é meio óbvio que, mesmo podendo pagar alguém para fazer, tem coisas que preferimos fazer nós mesmos, essa é provavelmente uma de suas formas de mostrar afeto aqueles a volta, dedicando tempo a fazer algo.
— Sério, poderia me dizer por… Não esquece, seus olhos já podem me dizer.
— Você pode ler a mente, assustador!
— Haha! Não, não, apenas instinto.
— Não ficou nem um pouco menos assustador.
— Cuide bem da minha filha, ok?
— Claro, mesmo que aconteça mais o contrário.
— Imagino.
— Espera! Não é nessa horas que você nega e me fala secretamente sobre as fraquezas dela.
— Você provavelmente sabe sobre isso melhor do que eu. — Ela fica em silêncio por um tempo. — A propósito, não se preocupe com meu marido, uma palavrinha com ele e todas as objeções ao casamento acabam. — Glup! Como esperado, ela é assustadora. — Vocês formam um bom casal, boa sorte.
Com isso acaba a conversa. Bem por isso, sou liberado de trabalhar longamente em fazer crochê.