Trabalhe! - Capítulo 58
Outubro 3
10:30
Depois de perder umas 5 vezes em jogos e… Também, não quero continuar pensando nisso, cansei de perder! Não quero nem ficar pensando sobre isso. Bem, na próxima ganharei definitivamente… provavelmente, talvez; convenhamos, se empatar tá bom.
Por pior, a Susi ainda veio com o sussurro do demônio para mim. Tudo começou com ela vindo com um papo de saúde, pior, ela apelou para a frase fofinha: quero que você sobreviva comigo por muitos anos. Até aí, tudo certo. Depois, claro, veio a verdadeira armadilha.
Vamos dar uma caminhada, ela disse; vai ser divertido, ela disse; fará bem para sua vida, ela disse; será só um pouquinho, ela disse.
Resultado?
Já reguei a montanha toda com meu suor! Vou realmente morrer antes de chegar no topo. Quer saber a pior parte? Estou na metade, na metade do começo do caminho!
Não tem mais o que fazer, junto os resquícios de ar que restam no meu pulmão, além disso, uso as poucas forças que ainda existem no meu corpo para juntar mais ar, então digo:
— Ha… não aguento mais, desisto. — Caio no chão que nem bosta. Foi direto, não teve nem aquela paradinha com a mão, cai sem pose nenhuma.
Claro, a Susi, por mais que não pareça, sente empatia, por isso ela foi correndo perguntar se estava bem. Inclusive, ela é fofa quando preocupada! Com isso, ela decidiu que descansaremos um tempinho.
— Nem precisa se preocupar em me esperar, volto sozinho, essa caminhada é muito difícil para mim, estou cansado.
A garota senta do meu lado e se encosta em mim. Que surpresa, a Susi não ouvir o que eu disse.
— Vou esperar, não quero ir sozinha — ela diz e faz biquinho. — Não tem problema se demorar, mas quero que caminhemos juntos. Pessoalmente, quero continuar avançando, duvidar de mim mesmo, melhor a mim mesma, sofrer um pouco e, para isso, conto com sua ajuda. — Ela estende a mão para mim com um sorriso.
— Quando que isso virou um papo filosófico? — Enquanto ela ignora meu comentário, aceito sua mão estendida. — Honestamente, parece muito cansativo, dá preguiça…
O olhar dela é assassino, pera, não tenho direito de escolha aqui? Pô, que maldade, me deixa relaxar um pouco.
— Só quero ficar do seu lado, não precisamos de todas essas complicações. — Meu último recurso, apelar para um discurso mais romântico, no fim, a prioridade é evitar trabalho.
— Acha que eu nasci ontem?
Como esperado, a Susi não pode ser facilmente enganada. Dou de ombros e aceito a realidade, tem os que mandam e os que baixam a cabeça. Até o fim, aquela menina não é uma pessoa comum, sempre procurando respostas e mais.
— Mas… sobre o que você disse… — Supreendentemente, ela fica meio envergonhada, honestamente, eu também.
Merda! Até o fim nosso cérebro moldado para socializar, vai nos punir por ser sinceros demais. Não é irônico? Fomos moldados para socializar, porém sem nunca ser honesto demais, viver se moldando a sociedade, fomos moldados para não sermos nós mesmos.
— Ei! Ei! Para de se perder em pensamento sozinhos, pelo menos compartilhe comigo..
— Não tenho energia para isso no momento, só quero deitar e morrer.
Susi suspira. — Como consegue ser tão fraco? Nós realmente não damos nada, inútil! — Recebo um chutinho fraco só de sacanagem.
10:50
Com o tempo passado, a energia retorna ao meu corpo, dessa vez estou motivado!
Sim, o maldito sussorro do demônio da Susi me levou a querer levar o meu corpo ao limite. Quem inventou essa porra de otivação? Maldito seja! Isso só serve para ficar suando e todo cagado.
Inclusive, por que inventamos de subir uma montanha? Que porra de ideia é essa, não tem nada lá em cima, caralho! Se quer ver as coisas de cima, pega um helicóptero, porra! Susi tem dinheiro para isso.
Por fim, florestas, água, minhas pernas doloridas, sol, insetos, nuvens, vento na minha cara, pequenos, grandioso, montanhas, voltamos, todas essas experiências se misturam na minha cabeça e mais um tarde passa.
11:15
— Me sinto morto.
— De novo, não andamos nem por 25 minutos direito? — Susi me olha com um grande desgosto. — Isso que dá estar fora de forma. — E ela ainda me dá um chute.
— Mas estou até que em forma, me exercito com relativa frequência.
— Tem que fazer isso pelo menos três vezes por semana para ser saudável, o que é regular pra você?
— Uma vez por ano, que tipo de monstro se exercita toda semana?
— Suspiro! — Por favor tire esses olhos de desprezo de perto de mim!
15:27
Depois da minha pessoa quase morrer por exaustão, voltamos para o casarão. Susi foi tomar banho na minha frente, enquanto fui deitar no sofá ficar morto no sofá.
Depois disso, a garota sai do banho, infelizmente, já vestida, sem ecchi por hoje. Vou tomar o meu banho e morro na banheira. Não existe nada melhor do que água quente.
Apesar dos meus músculos ainda estarem doloridos, minha mente se recuperou de alguma forma com tudo isso.
Saio, me seco, me troco, Susi estava na varanda tomando um café quente.
— Esse lugar é ótimo — digo olhando para o lindo cenário ao redor.
— Não sei, esse tipo de coisa é subjetiva, pelo menos ele é muito bom para evitar nossos silêncios constrangedores.
— Não acha um pouco de overkill, tipo esse lugar é caro, vir para esse lugar só para isso é meio…
— Bem, se o dinheiro não servir para facilitar nossa vida, quando procuramos o que é realmente importante, para que mais eu usaria ele?
— Sobreviver, talvez.
— Verdade, desculpe, está certo, as coisas nem sempre são tão simples. — Maldita riquinha!
Esse tipo de momento pode ser interessante, acho que gosto disso, simplesmente falar com a Susi me aconchega… Como dizer isso para ela? Droga! Palavras onde estão vocês, eu já aprendi 3 línguas, consigo ler e entender um texto formal de um juiz, mesmo com todo esse vocabulário não encontro a porra da palavra certa para descrever isso! Caralho, por que comunicar sentimentos é tão complicado?
— Sabe o frio e a fumaça que sai do café, lentamente, disforme, mesmo assim bela, quente e aconchegante, sinto como se conversar com você fosse assim, o que acha? — Susi diz.
— Sabe, eu realmente queria ter sido a pessoa que disse algo assim. — Por que ela sempre consegue fazer as coisas que quero? Droga! Maldito montros invencível.
— Estava perguntando de verdade. — Ela não vai entrar na brincadeira, que raro, mesmo assim…
— Essa é a única resposta que posso dar, sendo mais especifico, não sei como descrever, mas, bem, acho que quero mais, sinto como se quisesse voltar no tempo só para continuar assim para sempre.
— Se quer continuar no mesmo momento para sempre, apenas congele o tempo, idiota! — Verdade essa seria uma opção melhor, mesmo assim nenhuma das duas é realista.
22:30
Como esperado, não dá para congelar o tempo, a noite chega. Na escuridão do meu quarto eu pego no sono, apesar do pesares quero que amanhã chegue o quanto antes, estou até pensando em acordar cedo num domingo, um sacrilégio eu sei, mas quero aproveitar o dia.