Trabalhe! - Capítulo 55
Setembro
Dia 21
Olho o whatsapp porque tinha mandado uma mensagem há doi dias para Susi… nada, ela nem para responder com um “s”, foda!
Plinn!
Enquanto pensava nisso, uma mensagem apareceu: “abre a porta”. Não entendi, mas segui a ordem de qualquer jeito.
— Demorou. — Susi reclama, mas porra! Quem caralhos mandaria uma mensagem ao invés de usar a campainha, essa é a única função dela, deixa a coitada trabalhar!
Não, esquece essas coisas inúteis, primeiro preciso de informação. — O que veio fazer aqui?
— Nada de mais, apenas uma pequena visita. — Nunca é nada de mais! Ela não me engana, continuou desconfiado. — E desculpa não ter respondido antes.
— Não tem problema, relaxa devia estar muito ocupada.
Ela vai até a minha geladeira. — Na verdade, estava bem livre, na verdade, essa semana que passou, foi a única que terei livre esse mês.
— Então por que sumiu?! — girtei. — Sério, desembucha o que quer. — Sentei de boa no sofá e usei um tom calmo de ser humano racional.
Ela deu de ombros e me jogou uma latinha de cerveja e pegou, pegou a própria e sentou perto de mim. — Não estou com vontade, outro dia te conto, mas, e você, não tinha algo que queria me contar?
Se ela diz que fica para outro dia, melhor nem tentar tocar no assunto, por isso vamos logo para minha parte. — Tem muitas coisas que quero te contar! — Começo a me empolgar. — O Eichy pediu demissão, inclusive, já encontrou algo que quer muito fazer da vida.
Ouvindo isso a reação da Susi foi um suspiro. — PAra mim isso é só mais trabalho, vou ter que contratar alguém para pensar nisso. — Ela se esticou um pouco e me olhou ameaçadoramente. — Na verdade, vou só deixar esse trabalho para alguém… — sua voz ficou mais impositiva — alguém, né?
E fudeu para meu lado, merda! Só me resta dizer que farei isso, porra! Até quando acaba o arco de personagem dele, o Eichy ainda me dá problema.
— Voltando, o que ele decidiu fazer da vida agora? — Susi pergunta.
— Não sei. — Ele não quis me contar e não estou com vontade de pensar numa resposta melhor, foda-se
— Eee não quis te contar? Hehe!
— Não foi isso, nem perguntei, por que eu ligaria? — menti.
— Claro, claro vou fingir que acredito”.
— Ei! Acredite em mim!
— Eu acredito — Susi diz ironicamente. Como sempre, não tinha moral nem uma, era triste! — E aconteceu mais alguma coisa?
Dou de ombros. — Bem, o Felipe acabou voltando, o Gabi e o Gustavo começaram alguma empresa online, ou algo do tipo, não lembro os detalhes agora, mas eles estão bem amigos.
— Haha… — ri revelando seu sadismo. — Que pena, você acabou sozinho então? — Nem preciso dizer que cada palavra na sentença dela estava carregada de profunda ironia.
— Bem, ainda tinha a garota nerd sem amigos. — digo olhando para o lado, na verdade, não foi bem assim, ela tinha outras coisas para fazer, mas ok.
Com uma pena irritante, Susi me olha, chega a escorrer uma lágrima falsa do olho dela. — Entendo, deve ter sido muito solitário sem mim.
— Algo assim. — Aceito a realidade, não tenho interagido com muitas pessoas.
— Entendi, então curta sua solidão, vou ter que ir trabalhar agora. — E foi só eu admitir que estava meio sozinho, que ela vazou, filha da puta
Dia 24
— Decidi! — grito minha resolução para o mundo, enquanto me arrumo. A propósito, para variar, estou atrasado para o trabalho.
Merda! Marda! Marda, cadê a porra dum táxi?! Vale dizer, juro, juro mesmo! Dessa vez, a culpa do atraso não é minha….Tá, tá, é, mas não foi por ficar jogando
— Você parece meio morto hoje, não dormiu direito? — A secretária-chan, cujo nome ainda não decorei, pergunta. Não respondo de primeira, muito sono e sem tempo irmão. — Ei! Está me ouvindo?!
— Sim, sim, o que você quer, secretária?
— Tenho nome! — Ver ela brava é divertido, tenho que adimitir. — Agora me diz, por que está que nem um zumbi? — Viram essa porra? Ela fez outra pergunta e ignorou completamente a porra da minha pergunta.
Lembre-se bem, essa é uma técnica especial muito difícil de usar: ignorada foderosa seguida de perguntar para disfarçar.
Claro, como ela me ignorou primeiro, não tenho nenhuma obrigação de responder, né? Vamos ver como ela vai lidar como meu super ultra silêncio mortalmente moral e silencioso.
— Responde logo, porra! — Mas não quero morrer e tenho medo de levar uma prancheta, ou pior, imagina se ela usa a técnica suprema das secretárias: dia cheio! Com esse golpe, ela pode marcar 10 reunião de 3 horas para um mesmo dia e olha que o
— Passei as últimas duas noites pesquisando sobre carros.
— Novo hobby?
— Tipo isso.
Não queria falar sobre minha resolução de mais cedo, fiquei com vergonha, por vários motivos.
Mas não importa te contar, leitor, até porque estou pouco me fodendo para você. Vou, teoricamente, tirar a carteira de motorista… se a vontade não passar.
Enfim, não quero falar sobre isso, porque vai ser vergonhoso quando eu falar e todos ficarem sabendo, principalmente se eu falhar
Não que eu ache que vou falhar claro… Tá, talvez tenha alguma chance de eu desistir, apenas uma chance pequena devo dizer.
Droga! Tenho muito medo de carros no final das contas, droga! Droga!
Dia 26
Finalmente acabou o trabalho, apesar desse mês infeliz ainda ir até dia 30.
Hoje é o dia, vou fazer minha primeira aula de direção, eu vou lá. Mas pensando melhor, talvez seja melhor ir num domingo, isso não é fugir, né? Kkk
Quem estou querendo enganar? Só não quero ir, estou com muito medo.
ooo
No final das contas eu ainda vou, chupa sociedade superei meu medo, agora é isso, vou voltar para casa, nunca disse que teria aulas, apenas vir aqui está bom.
Resultado da missão: o fracassado(eu) fracassou miseravelmente.
Suspiro! Que fracasso.
Ps: também não consegui no dia seguinte.