Trabalhe! - Capítulo 53
Você usa sua liberdade para fugir ou melhorar?
— Pera! — Tati me segurou pelo ombro. — Nem pense em sair do quarto, você vai dormir agora, ok?
Quando ela me segurou, acabei desistindo e um pouco de sono bateu. Talvez eu devesse ter mais calma e descansar.
Na pior parte, a resposta que eu achei ter encontrado sumiu… Ok, não é que eu esqueci nem nada, só que, passado a empolgação inicial de 10 segundos, pensei o suficiente para notar que ainda tinha algumas coisas nas quais pensar. Tatia notou minha mente vagando em pensamentos e perguntou:
— Tudo certo?. — Não respondi… Em minha defesa, simplesmente não ouvi, estava muito focada. — Ei! Terra chamando! — Foi só quando ela foi mais enfática que notei.
— Foi mal estava pensando, — respondi. Olhei um pouco em volta, minha mente juntava várias coisas e o álcool começava a fazer efeito, me atrapalhando. — Não estou na melhor hora para pensar sobre isso, ainda temos que ir na festa amanhã e depois podemos ver isso.
— Tá, mas e sua resposta para a proposta de casamento? Vamos ser um prático. — Então ela me lembrou de algo que tinha esquecido. Sem me importar muito, expliquei que era uma ideia ruim e idiota.
— Ok, amanha temos mais festas chatas, então vamos descansar. — Fugindo do assunto, por fim, fui dormir.
Escrevi algumas coisas no meu diário e peguei no sono.
ooo
No dia seguinte, começaram algumas coisas chatas, apenas o de sempre. No meio disso, Iky até mandou uma mensagem aleatória, mas não respondi muito, nem tinha muito tempo.
Cheguei a ficar pensando: deveria ou não falar com ele? Tipo, em tese, isso facilitaria a encontrar respostas para minhas dúvidas… Não fiz isso.
Primeiro, precisava focar na festa e no “”trabalho”… Ok, isso é só uma desculpa. O motivo principal… não sei bem, no dia, não quis. Em seguida, pensei em focar na festa, relaxar ou coisas do tipo, claro, sem beber, seria ruim ficar bêbado.
A propósito, o homem do dia anterior, estava tentando ser simáitoco, mas… foda-se, ninguém liga para isso, né? E rejeitei ele. Devo ter ficado conversando por um tempo, nem lembro bem porque, mas, sendo honesta, tudo na festa era só um saco. Bem, não sei porque estava esperando algo diferente disso, era só o de sempre.
O pior, quase toda hora alguma pergunta vinha à minha cabeça… Indecisão era um saco! E, sim, as pessoas sempre lidam com isso, mas tinha me desacostumado. De qualquer forma, a festa seguiu.
E todos estavam rindo. Por que? Vou lá saber! Sei que estava meio deslocada ali; olha, em tese, sempre fui boa em lidar com esse tipo de situação, pelo menos fingir que estava gostando e me enturmar eu deveria conseguir… Não rolou, acho que não era mesmo meu dia.
Aí fiquei entre duas escolhas: pensar na vida e futuro, ou beber. Não queria nenhuma das duas, apesar da escolha padão ser a segunda.
E, de repente, surgiu meus pais: estavam perguntando sobre eu ter rejeitado aquele maluco lá. Respondi:
— Para falar a verdade não tenho qualquer interesse em casar. — Não quis me exceder e disse da forma mais séria e sóbria possível. — Vocês poderiam parar de se preocupar com isso.
— Mas… — E meu pai não queria aceitar tão fácil. Para acalmá-lo, dei uma resposta aleatória, algo como: “vou encontrar alguém por mim mesmo”. — Entendo, apenas tome cuidado, você não pode esperar para sempre.
— Amos, já chega. — Me salvando, minha mãe surgiu e interrompeu o velho. Sorri grata a ela, que ainda explicou: — Devemos dar essa liberdade a ela, Suzana não é mais uma criança. Sem dúvidas, sabe o melhor para si, além do mais, ela sempre pode adotar uma criança maravilhosa como fizemos.
Meu pai não gostou muito daquela resposta, no entanto aceitou… acho. Logo depois, fui fazer outras coisas, mas…
Na moral, já chega de falar da festa, foda-se.
— Tati, então… — Estávamos no hotel, ou seja, era a hora de resolver as coisas… As palavras não estavam saindo, peguei síndrome de Iky. — Vamos descansar antes, bora ir para piscina? — Fui decidida em escapar um pouquinho… acontece, né?
Também não ia ficar que nem o Iky travado e enrolando, se não era esse o momento, não era: simples.
Sim, eu dei uma fugida, nem por isso deixaria, por um segundo sequer, de criticar o Iky por ser covarde. Tenho todo o direito de fazer isso.
Também não ficamos muito tempo lá na piscina, que fique claro. Só quis ir lá para ficar embaixo da água, era uma boa forma de esquecer todas as coisas e focar em uma só. Uma curiosidade, eu aguentava uns bons 3 ou 4 minutos mergulhada, inclusive, cheguei a fazer mergulho.
Lá ainda me encontrei com uma antiga amiga. — Oh! Que raro, você não está trabalhando, como as coisas vão indo? — Ela me chamou.
— Bem, é complicado, sempre tem muita coisa para fazer, mas consegui dar um jeito, além do mais tem muitas coisas que já não faço mais pessoalmente, e você como vai?
— Entendo, como esperado de você, conseguiu criar um império; por outro lado, acabei fugindo no meio haha! Mas aquilo não era para mim, acabei me casando com um amigo de infância, agora não faço muita coisa, apenas alguns trabalhos como freelancer, nada incrível. — Esse amigo era provavelmente muito rico, conseguia chutar só pela quantidade de plástica que ela tinha feito, mas não vem ao caso.
— Entendo, bem todos tem o seu caminho, basta decidir aquele que gostar mais, todos podem ser incríveis do seu próprio jeito. — Dei a resposta clichê, sai de forma natural, já disse isso tantas vezes em conversas, mas por algum motivo parecia soar errado para mim agora, soava vazio… talvez sempre tenha sido.
— Bem sim, haha, mas… Sabe como é? Não tem como eu ser como você. — Para variar, ela só escapava de qualquer reflexão real, honestamente, nem me importava de qualquer jeito.
Assim, foi só uma perda total de tempo e voltei para o quarto, a propósito, Tati não tinha ido à piscina comigo.
Tomei banho e…
— Então… vai me deixar aqui até quando? — Tati reclamou.