Trabalhe! - Capítulo 38
Dia 6
Meu sistema de fuga ou fuga é ativado, queria escapar dali de alguma forma.
Respirei fundo, olhei para meu amigo, era difícil lidar com a presença dele naquela sala vazia. Se pelo menos aquela garota não tivesse saído!
De qualquer forma, me recuso a ser o primeiro a falar! Tem duas pessoas aqui e não vou ser aquele fazendo o maior esforço!
— Êh… você manteve contato com Felipe? — Funcionou, porra! Caio não aguenta o silêncio e faz alguma coisa.
— Ele viajou para fora, perdi o celular e, por conseguinte, o contato dele, faz muito tempo que não tenho notícias do Felipe. — Minto, não vou dizer que fui preso e… Enfim, não vem ao caso.
O silêncio desconfortável continua, que saco!
— Sabe como que ele tá? — Acabo cedendo a pressão, merda! Para que fui falar isso? Eu nem quero saber sobre aquele cara, não ligo mais!
Caio hesita. — Ele está tentando seguir seu sonho, ainda; acabei me reencontrando com ele uns anos atrás, posso te passar o contato.
Parece que as coisas continuam ruins para ele? Por que as coisas nunca melhoram? Espera! Não me importo! Para de se preocupar com coisas que não são problema seu, Iky, isso só vai te cansar.
Por outro lado… — Sim, seria legal ouvir mais sobre ele mais tarde. — Não adianta negar, eu ainda ligo, mesmo depois de todo esse tempo. — Mas pode deixa isso para depois, agora, por que veio aqui?
Sim, prefiro trabalhar, do que falar sobre o passado, acho que estou ficando louco.
Ele começa a contar todos os seus bla bla blas, aparentemente vou trabalhar com ele num futuro próximo, mas ninguém liga.
No fim, trabalhar realmente é uma das piores coisas que existem!
— Esquece, não aguento mais ouvir sobre isso, e ai? Ainda me odeia? — Minha preguiça de trabalhar, me leva a insanidade de perguntar isso.
Caio se assusta. — Na-não! E você?
— Também não mais, então a gente pode deixar isso de lado, bora jogar um pouquinho? — Mostro o switch para ele.
— Espera… — Merda, parece que ele não está disposto a mudar de assunto, porra! — E-eu realmente queria pedir desculpas direito, estava completamente errado.
E agora, como eu lido com essa pica?
É realmente surpreendente, esse é o mesmo Caio que eu conheço? Penso que eu quis, por tanto tempo, ouvir isso, mas nem ligo agora. Já chega, não vale a pena ficar causando problemas para sentir auto-satisfação.
Na verdade, não tenho saco para nada disso, muito complicado, preciso achar a resposta que vá o satisfazer o mais rápido possível, talvez…
— Relaxa, também preciso me desculpar um pouco.
— Mas você nem fez nada errado fui eu que… — Que porre! Só aceita que tá todo mundo feliz e pronto.
— Tá, tá, tanto faz, a maior parte da culpa foi sua, mas tenho minha parcelinha e, mais importante, ninguém dá a mínima, eu pedi desculpas, você também, segue o baile caralho.
Ele acena com a cabeça concordando com o que disse, então me olha com um pouco de admiração.
Olha, parecer a pessoa mais madura na situação não é ruim, a verdade é que eu só não quero conversar sobre, mas vou deixar o mal entendido.
Bato no ombro dele, sorrio e mostro o jogo de novo. — Foi bom te ver, bora relaxar um pouquinho?
22:30
Só jogamos conversa fora, o tempo passou, ainda tive que trabalhar e voltei para casa dormir.
Foi menos ruim do que eu esperava, consegui fugir por enquanto.
Na verdade, foi de certa forma divertido, até senti uma certa nostalgia, tinha saudade desse tipo de amiz… Ahan! Não, já chega por aqui.
— Minha vida poderia ter sido realmente diferente, hein? — Olhando para o vazio e deitado murmurei.
Dia 9
7:10
Acordei e já topei com a porra do dedinho na cama! O dia já começou daora, maravilha! Enfim, vou para o trabalho.
16:55
Cheguei no trabalho e… foi o mesmo de sempre, agora já é de tarde e nada muito interessante aconteceu.
Então Caio vem até mim com um cara séria. — Ei! Preciso falar com você. — Eu e minha boca grande! Não dava para continuar sem acontecer nada até o fim do dia?
Que fique claro, foi o Caio meu velho amigo, não o perfeccionista. Enfim, por que essas coisas tem que acontecer do nada? Os prazos estão indo bem, podia muito bem ter continuado assim, né?
De qualquer jeito, chamo ele para minhsa sala, é melhor conversar aqui dentro. Depois, pego um pouquinho de café para beber, também o ofereço… Blê! O gosto é horrível, mas é um bom truque para me acalmar.
— Então qual o problema? — Só espero que não seja nada trabalhoso, sério, por favor, me dê uma ferias vida!
— É sobre o Felipe, lembra que eu tinha retomado o contado com ele, então eu falei com ele ontem e… — Não sei se gosto do rumo que esa porra tá tendo. — Ele vai passar uns 5 ou 6 dias por aqui, não sei se sabe ele está morando no exterior.
Ok, já sei onde isso vai chegar, suspiro! Eu queria só relaxar um pouco antes de ter que pensar sobre isso… Vai tomar no cu!
Agora, como eu respondo? Que saco! Não quero tomar decisões logo pela manhã.
— Quando ele vem? — Decido me reencontrar com ele, espero não me arrepender.
Caio responde, depois ainda faço outras perguntas básicas, pego o número do Felipe, que fingi esquecer de pegar ontem e, por fim, apenas marcamos um dia para sair, beber um pouco e se rever.