Trabalhe! - Capítulo 37
Julho
Dia 6
Me visto, estou indo para o escritório como em uma segunda qualquer. No caminho, acabo encontrando 20 pila no chão, aí sim porra! O dia já começou bem, ouso dizer que essa será a primeira segunda boa na história da humanidade.
Entro no escritório, tensão, plat! Plat! Plat! Caio digitava muito mais rápido que o comum. Não, não, deve ser coisa da minha cabeça, puf! Sem querer, Gabi derruba umas canetas, seu olhar é de preocupação.
Infelizmente não tem como fingir mais, o clima claramente não está bom, perna indo para baixo e para cima, todos tentando ao máximo só se focar no computador, nenhuma palavra dita, até mesmo Eichy está quietinho.
Só que merda tá rolando? Nem sei o que aconteceu, mas já fico ansioso por antecipação, tum! Tum! Tum! O coração acelera. Por fim, meu olhar recai sobre Ana.
— Ufa! — Sinto um alívio, já entendi, deve ser a Susi.
Mesmo assim fico impressionado, como a Ana consegue ser tão alienada? Enquanto todo o ambiente está tenso pra caralho, ela parece estar em mais um dia normal; como sempre, no seu mundinho.
— Ai! — Antes de entrar na minha sala, bati de leve na cabeça dela com alguns papéis.
— Faça isso e preste mais atenção no mundo.
Ela fica com cara de dúvida, mas não vou perder tempo explicando, entro logo de uma vez na minha sal… Merda!
Naturalmente, aqui está a Susi, sentada na “MINHA” cadeira, com os pés em cima da minha mesa e jogando, no meu switch, que tinha esquecido no meu escritório. Até aqui, nada de novo, o problema é outro.
Do lado da Susi, tem um homem vestindo chapéu, chapéu, óculos escuro e um terno completo. Não consigo ver seu rosto direito, eu realmente espero que não seja quem eu estou pensando.
Não, não, preciso relaxar, é um cara alto, forte, postura reta, bem vestido, deve ser um segurança, sim! Só pode ser isso, por favor, seja isso.
— Como vai? — Susi parece ter cansado de jogar e quebra o silêncio.
— Não podia ter esperado até eu voltar para casa, acho que você diminui a expectativa de vida de 90% da minha equipe. — Não tenho nada para fazer ou contar, então por que não ficar reclamando?
— Esperar? Mas já fiz isso, esperei por 9 dias. — Merda, merda, merda, merda, merda e merda de novo.
Não! Relaxa… é-é um segurança, definitivamente não é o Caio. E um segurança, por favor, diz que é um segurança;
O monstro sorri um pouco e puxa uma garrafa preta bonitinha da mochila. — Quer um gole?
Aceito com um aceno de cabeça e a filha da puta simplesmete joga a garrafa em mim, quase que eu derrubo essa merda, porra!
Tomo o primeiro gole, mas não refresca. — Cof! Cof! Que bosta é essa? Dolly quente?
— Ainda bem que não tomei, tenho um cooler no carro, mas não tinha certeza se tinha ligado hoje ou não. — Só o fato dela tomar dolly, mesmo que frio, já é algo assustador. Talvez monstros tenham um paladar diferentes de humanos.
— Tinham outras formas de descobrir isso, filha da puta!
Seu sorriso sádico nunca falha. — Sim, mas essa é a mais divertida. — É foda!.
Pelo menos, me sinto mais relaxado. — Glup! — Tomo mais.
— Tem certeza de que vai fazer isso.
— Cof! Não, foi uma péssima ideia.
Tudo bem, eu agradeço a consideração da Susi; de certa forma, consegui relaxar agora. Tudo bem, estou perfeitamente relaxado e preparado para o que vem a seguir.
Sorrio quase confiante.
— Agora me permita apresentá-los, Iky esse é Caio, Caio esse é… — Merda! Não estou preparado, desisto!
— Glup! Glup! Glup! Glup! — Calma, pode ser outro Caio, que só por coincidência tem a altura e tipo físico da pessoa que eu conheci.
É um segurança, é um segurança, não importa a realidade, eu só preciso pensar que é um segurança, quem se importa com a verdade? A partir de hoje, ele é um segurança que nunca oconheci.
— Não precisa nos apresentar, na verdade, já conheço ele, fomos amigos faz bastante tempo. — Tá a voz é parecida, mas pode ser só uma pegadinha, né?
— Eu sei, apenas queria fazer um pouco de suspense, não seja chato. — Suspense é o caralho! Acha que meu coração vai aguentar, Susi?
O Caio, que “definitivamente” não é o mesmo que conhecia, parece se assustar um pouco, abaixa a cabeça de leve e pede desculpas por interromper, pelo visto ele está tenso. Claro, a garota nem se importa, apenas diz que não tem problema e dá de ombros.
— Glup! Glup!
— Que surpresa, não sabia que você gostava tanto disso, vou te mandar uma caixa de dolly quente, é bom beber, ok? — O sadismo exala na voz dela. — Mas essa garrafa aí já acabou, não adianta insistir.
Olho para a garrafa vazia, que merda! Agora nem o gosto horrível eu tenho para usar de calmante. Não consigo dizer nada, nem respirar direito, na real Ela chega perto, encosta no meu ombro e diz:
— Já que se conhecem, vou saindo, sou ocupada. Caio, explique para ele sobre o projeto, vou indo, — Susi anda até a porta, mas antes de sair olha para mim uma ultia vez e diz: — Boa sorte, idiota.
Fudeu!
Pera;
Fudeu!
Agora sim.