Trabalhe! - Capítulo 12
Dia 22
16:20
Depois de um tempo na fila eu volto e Ana já está conversando animadamente com a Susi, como esperado dela, já conseguiu se tornar amiga da Ana.
Não sei se devo interromper, mas antes que tenha tempo de pensar em como abordá-las, Susi me chama.
— Ei! Aqui, já comprou os ingressos?
— Sim, sem problemas.
Depois ficamos andando, andando e andando por aí. Após um tempo a Ana ganhou um sorteio para uma exibição especial, ela relutou um pouco, mas no final das contas foi sozinha, foi nesse momento a Susi disse:
— O que está achando? Não quer levar as coisas mais a sério? — Ótimo, adoro perguntas filosóficas depois de andar três quilômetros. Claro, talvez pense que isso não é muito, mas para um sedentário é! Cansei Não tenho energia para pensar hoje.
— Só diz o que quer logo. — Com razão, reclamo. Agora é torcer para não ser uma notícia tão ruim, apesar de que vindo da Susi sempre tenho um mau pressentimento.
Susi me olha de cima para baixo, em particular ela repara nos meus dedos cruzados, então comenta: — Por que você parece estar esperando algo ruim?
— Não é óbvio? Porque você está aqui, sempre que você aparece é por algum motivo ruim, você é o maior sinal de mal presságio de todos.
— Humm! Nunca me senti assim antes, então é assim que um gato preto se sente, hein? — Susi pensa alto por um tempo, parecendo um pouco irritada.
Logo após ela olha para cima, seu rosto fica um pouco carrancudo, enquanto ela pensa sobre o assunto.
— Sim, agora entendo melhor, Iky, por causa do que você disse quero bater em você, mas não se preocupe, não agora, vou achar um bastão de baseball antes.
Você pode pensar que Susi estava sendo irônica ou algo assim, mas sua cara séria realmente parece a de alguém pensando alto… Glup! Assustador, acho que minha vida está realmente em perigo.
— Qual o problema, é só um fato, você é um sinal de mau agouro, é como uma deusa do azar, sempre que aparece é porque as coisas vão piorar e vou ter que trabalhar mais.
— Não, não, não e não! Sou definitivamente uma deusa da sorte! Todos… — E corta, acabamos nos perdendo numa discussão inútil por um tempo, mas ninguém liga.
Outra coisa, Ana também saiu da sua exposição, então voltamos a andar os três juntos. Ainda não sei o que a Susi quer vindo aqui, mas chuto que é algo ruim, então adiar para depois é bom… acho.
19:05
Não gosto de trânsito, não só eu, acho que ninguém gosta. Dito isso, morram todos aqueles que usam carro! Se todo mundo usasse bicicleta, eu poderia chegar rapidamente em todo lugar de carro!
E por que essa minha opinião importa? Para nada, só queria reclamar mesmo, estou entediado depois de 20 minutos basicamente parado, tudo culpa de algum idiota que se acidentou.
— Ei! Iky, parece que temos bastante tempo. — Merda! Eu conheço esse olhar, esse tom de voz, esse rosto de quem quer falar sobre algo sério. Vai logo porra! Por favor, apenas vai logo transito!
Claro, o mundo não ouve minhas preces, absolutamente nada muda, e eu sou obrigado a responder: — Si-sim, você quer conversar sobre algo, né?
— Sim, apesar de que você parece que não quer fazer nada agora.
— Parabéns por notar o óbvio, genia, o que eu quero sempre é isso: não fazer nada.
Susi suspira, mas nem se dá ao trabalho de falar qualquer coisa, apenas seu olhar de desprezo já faz o papel.
— Pessoalmente, queria que você fosse um pouco mais sério sobre tudo.
— O que é tudo? — pergunto.
— Para de fugir do assunto, ok? — Tá, eu sei o que ela quer, é óbvio que sei, mas…
Suspiro cansado. — Tenho preguiça.
A garota na minha frente ri um pouco e diz: — Então você não se importa? Vamos, para de fingir. — Eu odeio esse olhar de quem já sabe o que vou fazer!
— Não me importo e vou continuar assim, não quero mais trabalho!
Susi anda com o carro um pouquinho, antes de ser obrigada a parar de novo por causa do trânsito.
— Tem certeza, vai deixar tudo desmoronar?
— Não ligo, a culpa é sua por me contratar.
— Sim, acho que está certo.
— Além do mais! Eu nem conseguiria fazer nada, mesmo se quisesse, não tenho a capacidade para isso.
E de novo a Susi está com essa cara de que entendeu alguma coisa, a pior parte, ela provavelmente de fato entendeu e daqui a pouco vou estar sendo controlado por esse monstro cruel.
Dito isso, não importa como, estou determinado a seguir o vagabundismo, e seu 3° mandamento é: cuidado com a Susi.
A propósito, como de costume, Susi puxou o assunto, falou algumas coisas, apenas para ficar um longo tempo em silêncio.
Ok, acho que ela já disse tudo o que queria por hoj… — Ei! Iky, sei que está com medo de não conseguir, mas por que não tentar um pouco? De qualquer jeito os problemas do resultado virão para mim.
— Pode ir parando por ai, sei muito bem onde você quer chegar, mas…
— Mas você está com medinho de não conseguir, porque seu ego foi tão destruído no passado, que você quer proteger o que sobrou de autoconfiança.
Eu odeio a Susi! Não, quer dizer, tecnicamente eu amo ela, mas é muito irritante quando essa garota fica apertando a ferida sem necessidade.
No entanto, conheço ela, e como esperado ela sempre acaba usando de ameaça no fim. — Além do mais, não esqueça, ainda posso foder com sua vida se não fizer o que eu quero, buu!
Nunca achei que chegaria num ponto da vida, em que estaria com medo de uma garota fazendo beicinho de forma fofa, mas se tratando da Susi não tenho certeza do quanto ela está brincando.
— Tá, tá, prometo tentar. — Só não prometo cumprir minhas promessas, mas isso é outra história.
Susi suspira e murmura — Conheço esse seu olhar. — Ela para o carro. — Enfim, chegamos e aproveite o carnaval para refletir sobre o que eu disse.
— Espera, carnaval? — Merda! Merda! E merda de novo! Tinha esquecido completamente que essa porra existia.
A garota parece nem acreditar em mim e diz dando de ombros: — Sim, em que mundo você vive?
— Mas o cronograma e vai…
— Puft! Não se preocupe, tenho certeza de que vai dar um jeito de resolver uma ou outra coisa online e depois de voltarem ao normal, é só apertar o pé e dar um jeitinho. — Maldito sorriso sádico!
— Tá, talvez dê, mas o Eichy já desliga completamente nos finais de semana, num feriado então vai ser impossível falar com ele.
— Fufu! Imagino que vá ser o caso.
Talvez você ouvindo isso não entenda o problema, mas vou explicar de forma simples, Eichy deixa todo mundo na mão ⇒ galera puta com ele ⇒ problema para alguém(eu) resolver.
Mais uma coisa, eu preciso lembrar que quem tem mantido todo mundo trabalhando junto numa boa, é justamente o Eichy. Já que por algum motivo, eu acabei com dois briguentos na equipe(Bia e Caio).
Dia 26
Entro no escritório, o carnaval já passou, agora só temos que torcer para…Caio abre a porta puto. Tá, fudeu, ele está com cara de quem quer matar alguém.
Não só ele, a Bia também, na verdade até a Ana parece um pouco irritada. Por fim o melhor amigo do Eichy, Gab, entra no escritório e… Ok, ele está com o rosto de alguém pronto para um assassinato, literalmente.
Dia 31
Como esperado, nosso amigo preguiçoso e conversador acabou sendo muito odiado.
Por sorte, ainda estamos falando de adultos, então as coisas estão até que bem, sem contar os prazos estourando, horas extras, todo mundo estressado e puto.
A propósito tive que dar um grande sermão no Eichy e fazer umas outras coisas, mas em resumo definitivamente não resolvi o problema, nenhum dos muitos.
Até agora está só enrolando, mas sinto que não está dando certo, só dois meses e sinto que tudo já vai explodir, porra! Achei que podia ficar só na preguiça por pelo menos uns… sei lá, 12 meses haha… sinf! É triste, mas aceito a realidade, deu merda.
Dito tudo isso eu prometo que mês que vem eu começo… ou depois, quem sabe.