Trabalhe! - Capítulo 11
Dia 22
14:00
Ding,ding!
Se vamos chegar em um lugar às 16 e estamos à 1 hora de lá, então por que!? Por que a campainha está tocando a essa hora? Por que a Susi já está na porta?
De qualquer forma junto toda minha vontade e comprimento a Susi animadamente: — Bem vinda.
— Já desanimado nessas horas da tarde? — Óbvio! Eu me dei ao trabalho de mentir para você dizendo que iriamos encontrar a Ana às 17, mesmo assim você apareceu aqui às 2 da tarde!
— Claro, pretendia dormir mais.
— Mais? Enfim, não vai rolar, pode desistir, vou te esperar, seja rápido, por gentileza.
Susi não fala mais nada, nem entra na minha casa e já se vira na direção do carro e fica me esperando lá.
Estou com preguiça de trocar de roupa, por isso só pego um casaco, coloco um tênis, visto luvas como sempre e pronto.
Por fim entro no carro, andamos por um tempo em silêncio por um tempo, até que eu pergunto: — Agora desembucha, o que quer?
Coincidentemente naquele momento o sinal ficou vermelho, por isso Susi pode olhar para mim com sua cara inocente e dizer:
— Por que está me olhando apreensivo, acha que tenho qualquer segunda intenção? Sou um anjo puro, blee!
— Entendo, nesse caso, me desculpe por, sem qualquer fundamento, ter pensado coisas ruins de você. — Respondo ironicamente.
Susi me dá um soquinho, eu reclamo avisando que o sinal ficou verde ela volta a dirigir e eu pergunto: — O que vamos fazer até às 16?
— Então você realmente mentiu sobre o horário ontem. — Já tinha até esquecido disso, mais importante…
— Já esperava?! Como me descobriu?
Susi sorri orgulhosa e empina o nariz, então diz rindo: — Não tem como você conseguir me enganar. — Eu me limito a concordar em silêncio.
E novamente acabei sem a resposta que eu queria, porra!
Andamos de carro mais um tempo, até que a Susi para em um estacionamento aleatório e decide que vamos fazer o resto do trajeto a pé.
No caminho cruzamos com um daqueles vendedores de churros ambulante, agora adivinhem quem quis parar?
De qualquer forma, temos tempo sobrando, por isso não importa, além do mais Susi parece estar podendo relaxar um pouco o que é bom.
— Não me olhe quem esses olhos. — Susi reclama do nada.
Obviamente eu pergunto: — Que olhos?
— Deixa eu adivinhar o que está se passando na sua cabeça, nossa ela parece tão feliz podendo relaxar, talvez fosse bom fazer mais isso.
Como? Como ele consegue ler minha mente assim? Isso é ruim, antes eu não levava essa teoria a sério, mas acho que Susi realmente é um alien, uma reptilian… talvez? Faz todo sentido, né?
Susi me dá um peteleco. — Não pense em coisas idiotas! — Olho para ela surpresa e ela responde: — Não me subestime, te conheço bem o suficiente para saber no que está pensando, hehe!
— Entendo, isso soa como um yandere stalker assustadora, por favor se afaste, estou com medo — digo de brincadeira.
— Iky, — Susi olha seriamente para mim e coloca suas mãos em meus ombros. — eu nunca terei sentimentos românticos por um fracassado e eu nem sei que porra é uma yandere.
— Tenho certeza absoluta de que a segunda parte da frase é mentira! — protesto.
— E eu de que a primeira é verdade. — Susi diz cruelmente, não como uma tsundere, mas como a garota que já te rejeitou e quando você a presenteia, ela te lembra que você não tem a menor chance com ela.
Olho para o chão e resmungo: — Por que todo mundo quer destruir meu coração sem motivo? Eu nem fiz nada, só estava sendo irônico.
15:36
Depois do churros ainda fizemos algumas coisas, mas nada muito importante, basicamente só ficamos enrolando.
Por fim, vamos até o ponto de encontro, nós sentamos e Susi lembra de perguntar: — A propósito você avisou a Ana sobre mim?
— Êh… Putz! Assim, eu meio que esqueci, precisava? — Levo um peteleco na cabeça. — Aí!
— Que tal ter um pouco de bom senso!
— Quem diria que um dia eu ouviria você falando sobre bom senso.
Susi desvia um pouco o olhar, no fundo, ela sabe que estou certo, sim, isso pode ser raro, mas às vezes até eu estou certo.
O silêncio predomina por aproximadamente 5 segundos, então, quando Susi estava para admitir que estou certo, algo nos interrompe.
— Iky, já chegou? — Por que ela tem que chegar tão cedo? Eu estava quase lá! Enfim, respondo cumprimentando Ana alegremente.
Depois de falar comigo os olhos da Ana acabam indo até a pessoa do meu lado, ela parece um pouco incrédula por um segundo.
Ana dá, inconscientemente, um passo para trás e murmura surpresa: — Suzana?
Rio de canto de boca e comento; — Boa Susi, assustou a garota.
— Sou inocente, a culpa é sua por esquecer de avisar.
— Alguém pode me explicar? — Ana nos interrompe com a pergunta, apesar de falar em tom baixo, além disso parece que ela já vai virar bolinha de tão tímida.
Susi dá um passo à frente com seu sorriso radiante e se apresenta: — Olá, sou Suzana. — Ela me olha de canto de olho. — Pode deixar que eu me apresento, vai lá comprar os ingressos.
Susi ainda faz um movimento me dizendo para vazar com as mãos, folgada! No fim sou obrigado a ir ficar na fila.