Knight Of Chaos - Capítulo 431
“Você… tá falando sério?” O homem perguntou, em choque.
Devido à constante pressão do bombardeio dos Ogros, que não cessava, os Capitães Combatentes que protegiam o espaço aéreo nos arredores das Balistas, bem como da Sexta e Sétima Brigadas, ficaram presos em suas posições, sem poderem ajudar as tropas terrestres. Mas e se eles destruíssem os Ogros? O que aconteceria?
Nesse ponto ficou claro para Johnathan qual era a totalidade dos planos do jovem Tenente. Ele planejava usar as Balistas Explosivas não para causar perdas nas Hordas de Orcs, mas para eliminar o ataque de longo alcance do inimigo. Fazendo isso, eles teriam um punhado de Capitães Combatentes disponíveis!
“Mesmo que você consiga isso, nossas fileiras… Não vamos resistir até que as Balistas possam disparar novamente, e mesmo que você acerte alguns Ogros, isso não vai acabar com todos.” O Capitão da Sexta Brigada falou na comunicação, exaltado.
“Não se preocupe com isso. Tudo que eu preciso, é que as fileiras aguentem por cinco minutos. Depois disso as Balistas estarão prontas novamente.”
“Oo- quê? Do que você está falando?”
“Eu entro em contato Capitão.” Fernando disse, encerrando a comunicação. A seu ver, ficar falando sobre coisas difíceis de explicar não o levaria a lugar algum.
Vendo ao longe, cada vez mais tropas Orcs invadindo o corredor e se aproximando do Batalhão Zero, a expressão de Fernando mudou.
Então olhou para o céu. Ao longe, era possível ver várias barreiras sendo erguidas e magias sendo explodidas, interceptando mais de 90% dos ataques de longo alcance dos Ogros. Esse era o trabalho dos Capitães Combatentes, se eles não estivessem fazendo a proteção aérea, aquele local já teria se tornado um inferno.
“Alvos?” O jovem perguntou ao Assistente.
“Em posição, senhor!”
Ouvindo isso, Fernando assentiu.
“Disparem!”
BOOM! BOOM! BOOM!
Quando as cinco Balistas dispararam, um som como o trovão soou.
As tropas Orcs, que estavam invadindo o corredor, e mesmo aquelas no exército Dobat atrás, pararam seus passos, com olhares cheios de medo.
Após sofrerem tanto nas mãos dessas armas de guerra, as criaturas instintivamente se sentiram apavoradas ao ouvir o som. Elas sabiam que uma vez que a área em que estavam fosse o alvo, sua morte seria garantida!
Apesar disso, quando seus olhares focaram no alto do céu, viram as cinco colunas de chamas cruzando todo o caminho acima de suas cabeças, passando direto. Nesse ponto as criaturas perceberam que elas não eram os alvos!
Os Orcs Líderes em especial, tinham rostos enfurecidos ao verem isso. O dever deles, passado pelo próprio Mestre do Clã, era eliminar as armas de guerra dos Humanos, mas eles haviam permitido que as mesmas disparassem na direção dos Ogros! Para eles era preferível que perdessem algumas centenas ou milhares de Dobats rasos, do que os gigantes!
As colunas se moveram no céu, indo para áreas diferentes, mas havia uma região geral em que estavam focando, o Sudeste, na retaguarda do exército central Orc.
…
No QG, os vários Majores e Capitães de Brigadas Nomeadas marcharam, com suas tropas a reboque, finalmente a investida total havia começado!
Acima dos céus, Wayne e uma poderosa comitiva de Majores e Capitães Combatentes seguia de perto, causando uma grande opressão a qualquer um que visse a cena. No total haviam quatro Majores e vinte Capitães Combatentes, era uma verdadeira força de batalha, que seria temida onde quer que fosse!
Além dos integrantes da comitiva, ainda havia os Capitães Combatentes dispersos no céu, defendendo o bombardeio dos Ogros, que explodiam em todos os lugares. Com a movimentação das tropas outrora estacionadas no QG avançando, rapidamente o grupo se tornou o foco central.
“Finalmente começou.” Zado disse, ao ver as tropas que se aproximavam a partir do Norte.
“Já era hora!” Ramon comentou, satisfeito.
Desde que o Lorde Dobat Soberano havia surgido, Zado havia avançado para a linha de frente, para compor a Quarta Brigada, ao lado do General Ramon, temendo que o homem se tornasse o próximo alvo após a queda de Rayzor, Major Comandante da Segunda Divisão de Cavalarias.
Um General solitário seria um alvo fácil para um Soberano, mas com dois deles poderiam ao menos reagir.
Felizmente, após tomar a vida de Rayzor e alguns poucos Capitães e causar pesadas baixas na Segunda Divisão, o Soberano não havia dado sinais de se mover novamente, permanecendo orgulhoso no meio das tropas.
Desde então, a Segunda Divisão, liderada por Lerona e as Cavalarias Blindada Nagalu, Pleiasus e Lagartos Tarky, assediaram o exército Orc sempre que podiam, enquanto a Quarta Divisão, liderada por Ramon e com Zado ao seu lado, ficaram de prontidão, fornecendo suporte e mantendo uma linha de defesa.
Do outro lado, a Horda Orc revidou em vários momentos, lançando ataques em pequena escala, mas nenhum grande combate ocorreu, era como se ambos os lados estivessem se testando mutuamente.
Ramon e Zado estavam especialmente receosos que o Soberano atacasse, então não entraram em campo de batalha e nem tomaram grandes medidas, sendo cautelosos, aguardando até que Wayne iniciasse a ofensiva.
As tropas de Wayne marcharam sem medo, avançando diretamente ao encontro da Segunda e Quarta Divisões. Mesmo tendo enviado reforços para a Primeira e Quinta, ainda havia cerca de 7.000 homens, mas não eram tropas comuns, mas compostas da elite de todo o exército.
Somadas aos 10.000 homens da Quarta e 5.000 da Segunda, o exército central de Wayne teria mais de 22.000!
Apesar disso, mesmo vendo os milhares de Humanos que marchavam de encontro às suas forças, o gigantesco Orc de barba grisalha, Augak, Soberano, Mestre do Clã Gokut, não estava impressionado ou temeroso, pelo contrário, estava orgulhoso e arrogante, e havia motivos para isso.
Embora tivesse enviado metade de suas forças para os outros campos de batalha, seu poderoso exército central ainda tinha quase 25.000 Orcs. Mesmo que ambos os lados parecessem pareados, a criatura sabia que sua raça tinha uma vantagem inata em relação aos Humanos, com cada um dos seus Dobats podendo enfrentar ao menos dois Homens.
Mas esse não era o único fator, ele também confiava em sua própria força e mais do que isso, sabia que essa não era uma batalha comum, pois nela não haviam apenas seus filhos, mas também Lordes enviados de Clãs das outras Tribos. Por mais que desgostasse disso, não menosprezava a força deles.
De repente, enquanto as forças de Wayne estavam quase no fronte, e a Segunda e Quarta Divisões recuavam para reformar suas formações, cinco rastros de chamas cruzaram os céus, correndo direto para a retaguarda direita do exército Orc.
BOOM! BOOM! BOOM! BOOOM! BOOOM!
“O que é isso?!” Ramon exclamou, ao ver as explosões que ocorreram.
Zado, rapidamente, virou seu olhar para o Oeste, era de lá que os disparos haviam vindo.
Parece que você está vivo e se debatendo, Dimitri. Nada mal. O homem elogiou, com um leve sorriso.
Acima dos céus na Terceira Divisão, Wayne viu o bombardeio com clareza. De sua posição, ele notou que as chamas levantaram-se ao alto a partir do Oeste, muito antes de atingirem seu alvo.
“Interessante.” O General Comandante falou. Ele sabia bem do estado precário da Quinta Divisão, mas mesmo assim eles haviam decidido bombardear a retaguarda do exército central Orc. “Independente do que você esteja planejando, Tenente Fernando, esse é um ótimo timing.”
“Uohhhh!” Milhares de tropas das três Divisões clamaram alto, quando viram as chamas levantarem-se a partir do lado inimigo.
Um bombardeio massivo no exato momento em que os exércitos centrais se enfrentariam era simplesmente o melhor momento para um ataque como esse. As tropas Humanas vibraram alto, levantando sua moral. Por outro lado, as tropas Orcs ficaram cheias de medo e abaladas, pelo poder das armas de guerra dos Humanos.
Mesmo que a força das Balistas Explosivas não causasse perdas significativas devido à grande proporção do exército Orc, ter um alvo em sua cabeça a todo momento era algo que faria qualquer um se sentir ansioso e assustado.
No meio da gigantesca Horda de Orcs, Augak, que estava sentado em cima de um Bulai morto, ergueu-se assim que viu as chamas cruzarem os céus e atingirem a retaguarda de suas forças. A criatura soube imediatamente que o alvo era os Ogros!
Na parte de trás da Horda, um mar de chamas levantou-se. Parte da grande linha, onde os Ogros estavam posicionados anteriormente, havia se tornado um inferno vermelho, cheio de sangue, chamas e ossos partidos que chamuscavam. Pedaços de vários Ogros estavam espalhados ao redor, assim como de Orcs.
Era uma extensão pequena da enorme linha de Ogros, tendo atingido apenas cerca de trinta a quarenta, dos quase quinhentos gigantes. Mesmo com a alta taxa de regeneração das criaturas, os poucos sobreviventes na área atingida estavam em chamas e seriam queimados até a morte ou ao menos demorariam muito tempo para se regenerar.
Apesar de apenas uma pequena porcentagem do total de Ogros terem sido mortos, teve um grande efeito, pois foi o maior dano que as criaturas haviam sofrido desde o início da batalha.
A expressão outrora despreocupada e orgulhosa de Augak havia mudado, quando seus lábios se ergueram, seus dentes apertando-se com força uns contra os outros, enquanto suas presas ficavam à mostra, mostrando claramente sua raiva. Olhando para o Oeste, a criatura tinha olhos furiosos.
“Urk karn riip!” (Maldito pele vermelha!) O Soberano rosnou, furioso. Ao fazê-lo, todos os Orcs ao redor se ajoelharam ou baixaram a cabeça, cheios de medo.
Apesar da raiva que sentia, Augak não deixou suas emoções dominá-lo, ele sabia da força e do poder dos Urukkans, se ele havia falhado, significava que alguma coisa anormal havia acontecido daquele lado.
Tendo entendido isso, soube imediatamente que não poderia depender das outras Tribos.
Bam!
Pulando de cima do corpo do Bulai morto, caminhou com seu enorme corpo, então parou em frente a sua gigantesca espada, cravada no chão.
“Rum!” (Movam-se) O Lorde Dobat Soberano gritou, seu poderoso urro, cheio de mana, espalhando-se para todos os lados.
Sasasasasa!
Como se um ninho de morcegos fosse acordado, milhares de cabeças de Orcs, dos que descansavam na parte de trás, levantaram-se. Mesmo aqueles na parte da frente foram atiçados e em poucos segundos, como uma maré orgânica, a Horda começou a marchar!
Do outro lado, as forças da Segunda, Terceira e Quarta Divisões já haviam se alinhado, tendo suas formações dispostas e também começaram a marchar.
Bum! Bum! BUM!
De repente, ambos os gigantescos exércitos, de Orcs e Humanos, como duas feras colossais, começaram a se mover, preenchendo grande parte da totalidade das planícies em frente a Garância. O início de tudo isso havia sido o disparo das Balistas Explosivas, que soou como o gongo de uma luta de pesos pesados.
…
Na Quinta Divisão, Fernando estava completamente inconsciente do efeito de suas ações na batalha do exército central. Seu único objetivo era eliminar os principais Ogros que visavam a Quinta Divisão.
“E então?” O jovem Tenente perguntou, com alguma expectativa em sua voz.
Se eles tivessem errado, estariam acabados. Os planos de usar os Capitães Combatentes que defendiam o espaço aéreo iria por água abaixo.
“A-alvo confirmado!” O Capitão Mendes exclamou, ao receber o relatório das tropas no céu. “Pegamos eles, praticamente todos eles!! Os alvos foram atingidos!”
“Conseguimos!” Ao ouvir isso, várias pessoas gritaram empolgadas, todas as tropas do Quartel comemoraram.
A verdade é que acertar alvos tão distantes com precisão era extremamente difícil e esse era o principal fator que os impedia de visar os Ogros desde o início. Mesmo que acertassem alguns tiros, teriam que tentar diversas vezes e com o longo tempo entre os disparos, seria um uso extremamente ineficaz das Balistas. No lugar de tentar acertar um alvo minúsculo extremamente longe, era muito mais fácil mirar nas Hordas de Orcs que se espremiam no campo de batalha.
“Incrível, essa precisão… Como é possível?!” O Assistente dos Operadores exclamou, completamente chocado. Todas as cinco Balistas Explosivas haviam acertado os pontos demarcados.
Os grupos de Operadores também estavam sem palavras.
“É impressão minha, ou o ricochete foi muito menor?” Um dos homens disse, em dúvidas.
“Absolutamente não, senti o mesmo! Além disso, o controle foi tão mais fácil… Mal precisei manipular meu mana!”
Os Operadores comentavam uns com os outros. Muitos deles olhando para Alfie Caiman, aquele que havia feito as modificações nas Balistas, seus olhos cheios de admiração pelo homem.
Alfie parecia não se importar com isso, checando as armas de guerra.
“Nenhum dano, mesmo sendo um material porco, parece que está tudo ok.” O sujeito disse, em direção a Fernando. “Minha parte e a do Doutor estão feitas, agora está em suas mãos, Tenente Fernando.”
Ouvindo isso, o jovem pálido tinha uma expressão calma e assentiu. Então lançou um olhar para o Assistente, Rafael Rodrigues.
Como se fosse picado por algo, o homem arrepiou-se ao notar o olhar e correu em direção aos Operadores que estavam falando sem parar sobre a diferença das Balistas antes e depois das mudanças.
“Parem de perder tempo com porcarias! Rápido, abastecimento, chequem as saídas de mana e troquem de posição!”
Sob o comando do homem, a equipe rapidamente se ordenou novamente. Os Soldados encarregados de abastecer os cristais moveram-se, empurrando os barris, enquanto os Operadores se alternavam.
“Se tudo correr bem, poderemos disparar novamente em menos de cinco minutos, senhor!” O Assistente relatou.
“Então agora vem a parte difícil…” Fernando falou, quando suas sobrancelhas franziram. “Reúna os Capitães Combatentes dos céus, vamos ter que lutar para sobreviver!”