Knight Of Chaos - Capítulo 295
Anteriormente, Fernando pensou em comprar Magias de Incremento do Salão da Recepção e distribuir entre seu pessoal. Mas com as regras de confidencialidade, era impossível fazer isso.
Atualmente, Fernando possuía 5.800 Pontos de Contribuição de Guarnição que conseguiu por suas conquistas, 500 conseguiu em Vento Amarelo e o restante após isso. Ele nunca havia pensado sobre como usá-los, mas ao descobrir sobre isso, pensou em aprendê-las imediatamente.
Cada Magia de Incremento custava um total de 3.000 pontos de contribuição, o que significava que ele, um Tenente, poderia aprender uma única, mas o velho homem a sua frente, chamado Anane, tinha cinco!
Um dos problemas em seu Batalhão, é que a maioria eram ‘novatos’ com uma quantidade de contribuições muito baixa, então levariam anos para comprar suassua próprias magias de incremento.
Se ele quisesse que seus 500 homens aprendessem, deveriam desembolsar um total de 1,5 milhões de Pontos de Contribuição, ou convertidos em dinheiro seriam 1.500 moedas de ouro! Era um valor impossível de conseguir e mesmo se tivesse, ninguém seria tolo de fazê-lo.
De repente, Fernando pensou em algo.
“As Guilda a quem você serviu, elas ainda existem?”
O velho homem ficou em dúvida, mas logo balançou a cabeça em negação.
Assim como havia imaginado. A maioria das pessoas só deixa uma guilda se ela se desfazer ou se for aniquilada, raramente deixariam enquanto ainda estava funcionando.
“Anane, você estaria disposto a compartilhar o conhecimento sobre suas Magias de Incremento?” Fernando perguntou, num tom sério. Se ele pudesse obter as magias que o sujeito sabia, todo o Batalhão ficaria tremendamente mais forte.
O velho arregalou os olhos, surpreso, então levantou-se repentinamente, assustando a todos.
“Anane fez um juramento, de nunca divulgar o que aprendeu. Nunca vou quebrar minha palavra, nem mesmo pelo senhor.”
Fernando, Karol e todos os outros ficaram chocados, o velho homem, mesmo quando confrontado de ser espião, manteve-se calmo, mas agora havia reagido tão ferozmente.
“Mas se essas guildas não existem mais, não há mais necessidade de manter o juramento.” Fernando argumentou.
O velho tinha um olhar confuso por um momento, mas recusou.
“A palavra define o homem, se você não pode manter sua palavra, você não é mais um homem. Perdão meu senhor, desde que me juntei ao seu Batalhão jurei servi-lo, mas não posso ajudá-lo nisso.” Anane falou, sua voz envelhecida tinha uma firmeza e resolução indubitáveis.
“Ele tem razão líder, partilhar Magias de Incremento sem que você seja seu proprietário é um tabu. Mesmo que as Guildas onde aprendeu não existam mais, se a informação de que ele vazou se espalharem, pessoas surgirão trazendo problemas.” Ilgner falou.
Fernando assentiu, desistindo de argumentar mais.
Na verdade, desistiu no momento em que o velho falou sobre manter sua palavra. Cada pessoa tinha uma crença pessoal, violar essas crenças era o mesmo que matar a si mesmo.
Fernando entendia muito bem esse ponto, mesmo que quisesse sobreviver nesse mundo e não hesitasse em matar para isso, havia uma fina linha moral a qual ele se apoiava. Sabia que caso a abandonasse um dia, teria perdido sua essência de ser.
Depois de resolver as questões com Anane e concluir que não era alguém infiltrado, Fernando o liberou.
“Anane, sobre antes…” Fernando disse, sem concluir sua fala.
“Este entende, meu senhor. Este jurou servi-lo e o fará.”
Mesmo sem dizer nada, Fernando o avisou, para não dizer nada sobre o que viu naquela sala, mais especificamente sobre Theodora.
Depois que o velho saiu, Fernando dispensou Ilgner e Theodora, ficando a sós com Karol.
“O que você achou?” perguntou.
“Ele é de longe a pessoa mais habilidosa com a lança que já vi. Vou torná-lo o segundo no comando do Esquadrão Dama de Prata.” Karol disse, animada.
Ouvindo isso, Fernando assentiu. Ele concordava com essa decisão, não só o velho homem era forte, mas sua integridade era algo que admirava.
Depois de pensar um pouco, lembrou-se de algo, sobre o que havia pensado anteriormente.
“Karol, eu…” Fernando disse, hesitante.
Atualmente ambos estavam sozinhos naquela sala, era o momento ideal para isso. Ele iria pedi-la em casamento!
O coração de Fernando pareceu subir até a garganta, palpitando loucamente. Mesmo quando estava de frente para um Orc Líder, não ficou tão nervoso quanto estava agora.
“Você?” Karol perguntou, curiosa, sem entender.
Gulp!
Fernando engoliu em seco, olhando para a mulher que amava e vendo sua expressão descontraída, começou a hesitar.
Talvez as coisas devam continuar como estão, estamos felizes, por que eu tenho que problematizar tudo? Fernando pensou consigo mesmo.
Naquele momento, ele congelou, ali, sem saber qual decisão tomar. Se as pessoas vissem a cena, ficariam chocadas, um Tenente de um Batalhão parecendo uma criança tímida.
“Fernando, eu sou sua namorada, se tem algo a me falar, basta dizer.” Karol falou, com um sorriso calmo. Vendo-o daquele jeito, ela se recordou do antigo Fernando, que gaguejava sempre que conversavam.
Lembrando do passado, o sorriso de Karol ficou mais e mais caloroso. Eram bons momentos, onde ela conheceu aquele tímido e inocente garoto. Vendo-o hoje, as pessoas jamais associariam os dois, mas ela sabia, que no fundo ele ainda era aquele mesmo rapaz, pelo qual se apaixonou.
Ouvindo as palavras de Karol, Fernando sentiu seu peito formigar e seu coração tilintar, um misto de euforia e adrenalina entorpeceu todo seu corpo. Olhando-a nos olhos, ele se ajoelhou, ali mesmo.
“Karol, você aceita… Ser minha esposa?”
Ao ouvir a pergunta, a expressão de Karol mudou muito, ficando surpresa.
Vendo sua reação, Fernando sentiu todo seu corpo tremer. Sabia que era algo irracional, qual o sentido em casar? Ainda mais nesse mundo louco e sanguinário.
Mas mesmo sabendo disso, lembrou da relação entre seus pais e como sempre sonhou em apresentar uma noiva a eles e casar na pequena igreja da cidade Lourenço em que viviam. Entretanto, Fernando nunca havia conseguido se relacionar na Terra, devido a sua personalidade sentiu que nunca amaria alguem ou que seria correspondido.
No entanto, ali, naquele mundo, em Avalon, encontrou a pessoa que amava e ela o amava também. Se não fosse pelas guerras e violência desse mundo, sentiria que estava no paraíso.
Logo a expressão de Karol acalmou-se, então ela deu um passo, parando bem a frente de Fernando.
Ele sentiu seu coração acelerando, estava tão nervoso quanto quando a pediu em namoro em Vento Amarelo.
Karol levantou ambas as mãos, então envolveu-as em torno do rosto Fernando, olhando-o de cima, com um largo sorriso.
“Eu já te falei antes, seu bobo. Eu sou sua e você é meu, vou sempre estar ao seu lado, não importa o que aconteça. Fernando, eu te amo.” Karol falou, abaixando-se levemente e beijando sua testa suavemente.
Fernando levantou-se lentamente, olhando seu rosto fixamente, como se quisesse gravar aquele momento para sempre.
“Eu tambem… Te amo.” Fernando sussurrou, tocando sua bochecha com a mão esquerda e deslizando seu toque da mão direita por seu braço, lentamente até seus ombros. Então, aproximou-se, tocando seus lábios nos dela.
Naquele mesmo tarde, foi anunciado em todo Batalhão Zero o casamento entre o Tenente Fernando e a Cabo Karol. Isso pegou todos desprevenidos, mesmo aqueles próximos como Ronald, Noah e alguns outros ficaram confusos com isso.
Muitos acharam que esse tipo de festividade era inadequado, já que teriam que partir em alguns dias. Apesar disso, Fernando não se importou.
Ele ordenou que muita comida e bebida fossem comprados e distribuídos entre todos os membros do Batalhão. Além disso, todos foram liberados do treinamento obrigatório pelo resto do dia. O que causou uma comoção de alegria entre os membros. Afinal, festas e comemorações eram algo incomum em Avalon.
“Hmmm, líder, se você vai casar com a Karol, quando vai ser a minha cerimônia de amante número um?” Theodora falou, com uma risada.
“Ei suazinha! Não tá vendo que a Karol tá aqui?” Emily gritou, irritada.
Todos os membros centrais do antigo Esquadrão Zero estavam na sala. Era uma comemoração privada apenas com as pessoas de confiança de Fernando. Nesse mundo não havia padres, então sentiu que não tinha sentido em fazer uma cerimônia, pensou em oficializar tudo com um pequeno jantar.
Theodora olhou para ela, então sorriu.
“Você só quer roubar a posição de amante número um, né?”
“V-vo-você!” Emily gritou, gaguejando enquanto apontava o dedo para ela. “Ta querendo brigar?!”
Ficando envergonhada e com o rosto vermelho, olhou para Ronald, que a observava, como se esperasse uma resposta.
Então, sem dizer nada, Emily puxou o braço de Ronald para perto de si, agarrando-se a ele como um coala a um galho de árvore, enquanto olhava para Theodora com raiva. Essa era sua ‘resposta’.
Vendo isso, Fernando suspirou, assim como Karol ao seu lado. Há muito eles haviam desistido de colocar juízo à mulher.
“Huh, líder não me quer mais… Mesmo depois de tantas vezes… É a idade, é porque eu estou ficando velha, né?” Theodora falou, fingindo chorar, então o falso choro sumiu tão rápido quanto apareceu. “Mas pelo menos o Tomzinho ainda me quer, né?” disse, enquanto abraçava Tom igual Emily havia feito.
Tom ficou surpreso com isso, vendo todos olhando para ele, inclusive ‘o chefe’, ficou sem saber como reagir. Ele sabia que Theodora estava apenas brincando com Fernando, mas mesmo assim isso o deixava levemente ciumento.
Então, num momento de coragem, apertou a cintura de Theodora contra si, enquanto olhava para frente, tentando manter um rosto calmo.
“Desculpe chefe, mas ela é minha agora, só minha.” falou, lutando para se manter contido.
A ação de Tom surpreendeu a todos no lugar.
Isso chocou até mesmo Theodora, que o olhou novamente, como se fosse a primeira vez que o via.
Fernando levantou uma sobrancelha, como se dissesse ‘por que você está se desculpando pra mim? Não tenho nada haver com isso.’ Apesar disso, ficou contente ao ver Theodora sendo pega em suas próprias artimanhas.
Surpreendentemente, Theodora não disse nada após a declaração de Tom. Ela o olhou de lado, com um estranho sorriso.
Depois do ocorrido, todos conversaram e brincaram, Lance fez algumas piadas sobre os casais sendo formados, implicando com Tom e Emily, fazendo a pequena ruiva ficar vermelha como um pimentão e disparar insultos para todos os lados, fazendo todo mundo rir sem parar.