O Mistério das Realidades Alternativas - Capítulo 17
Realidade Tecnológica, Terra-2, realidade virtual.
Assim que Otávio chegou, logo se surpreendeu pela bela vista e ventos calmos que vinham contra seu rosto, balançando seus cabelos levemente com uma brisa fresca de primavera. O local era lindo e vasto, com muitas árvores, animais em volta de várias espécies e tamanhos diferentes.
O colégio no qual ele foi matriculado se chamava Escola Virtual 01 – RPP (Reconhecimento dos Primeiros Poderes). Era ali que todos os “novatos” estudavam para conhecer as suas habilidades, controlá-las e aprimorá-las ainda mais. O colégio era igual ao do mundo real, que se constituía dos primeiros seis anos, que iria do primeiro ano até o sexto do fundamental.
Já a escola virtual era diferente. Cada ano passado se chamava de Level, e as notas eram Power-Up. Então consequentemente, neste primeiro colégio, Otávio iria do level um ao seis, depois mudaria para uma escola com outros tipos de aprendizagem.
— Seja bem-vindo Otávio, para a sua primeira escola virtual. Como nunca esteve em uma realidade assim antes, tudo deve ser novo no começo, mas você irá se acostumar bem rápido — disse Naholg dando-lhe boas-vindas.
— Eu me sinto realizado! Na minha juventude, quando eu tinha por volta dos meus quinze a vinte anos, eu assistia muitos animes que tinham exatamente um mundo assim, e eu sempre sonhei em conhecer um dia na vida, mas nunca botei tanta fé. E hoje esse pequeno sonho da juventude se transforma em realidade, um contexto que eu nunca imaginaria — suspirou calmamente enquanto olhava a vasta paisagem no horizonte.
Naholg olhando para seu futuro aluno, bate de leve em seu ombro e o parabeniza pelo o grande feito realizado e sonho cumprido:
— Você já é um homem grande, só tem que se tornar maior que os outros, e isso não é impossível. Só será impensável quando você desistir de algo que é importante para você, até lá, pode cair inúmeras vezes, pode tropeçar e se arrebentar, mas se não desistir, o final não será inalcançável, mas sim possível.
Ouvindo aquelas palavras de coragem, Otávio se sentiu ainda mais motivado a ir além dos seus objetivos e cruzar uma linha de chegada que nunca sonhou em percorrer, a do seu maior sonho. Depois da conversa, Naholg o levou para a entrada do colégio, com o intuito de apresentar todo o edifício, que por sinal, não era pequeno nem de longe:
— Bom, esse é o seu primeiro colégio chamado de Escola Virtual 01 – RPP. Sabe o que significa essas três letras? — perguntou para seu aluno.
— Não faço ideia — respondeu suspirando em dúvida.
— RPP significa Reconhecimento dos Primeiros Poderes. Como o nome é bem óbvio, aqui você vai descobrir quais são os seus poderes, como controlá-los e aprimorá-los. Nessa primeira escola temos três professores que você vai conhecer já já, são eles que vão te guiar nesta aprendizagem.
— Entendi. E quantas turmas têm essa escola?
— Aqui temos seis turmas. Cada turma possui vinte alunos com três aulas no dia, com intervalo entre elas.
— É bem curto o tempo de aula, imagino. Depois delas, nós voltamos para o mundo real? — perguntou para seu professor em dúvida do seu período de tempo naquele lugar.
— Haha, não é assim que funciona. Você vai passar um ano estudando aqui direto, mas não se preocupe. Um ano aqui equivale a um dia no mundo real, então não terá problema. Você só vai retornar para o mundo real nas suas férias, isso se você passar de ano, logicamente.
— O que? Um ano aqui, tudo isso? — resmungou para seu professor, o qual não esperava a antiquada reação do seu aluno.
— Aqui sempre foi assim, mas como você é de outra terra, não deve estar acostumado haha. Bom, sempre tem a primeira vez para tudo na vida, essa será a sua — disse tentando acalmar o ânimo de Otávio, que se sentia já sufocado pelo período de tempo extenso que iria estudar.
— Enfim, vamos entrar? Temos muito o que explorar ainda — convocou Otávio para conhecer o local por dentro.
— Já que eu vou ter que passar esse tanto de tempo aqui mesmo, preciso aprender o máximo possível! — respondeu em um tom quase que determinado, mas no fundo de seu ser, ainda estava abatido pelo o tempo de estudo.
Olhando do alto no céu, o colégio era um grande quadrado com uma imensa quadra dentro e fora dele, e próximo a escola, havia o dormitório, do mesmo formato, porém, no meio era a praça de alimentação. Os dois locais aparentavam uma forma de construção bem rústica, todas as paredes eram revestidas de tinta branca, porém, alguns tijolos ainda ficavam à mostra.
As salas de aula eram iguais a uma sala de cinema na vida real, porém, com carteiras coladas, essas que eram três por espaço, e o quadro era gigantesco, media-se facilmente cinco metros de altura e dez de largura. Otávio já se sentia no inferno, só pela a aparência gritante das salas de aula com formatos longínquos e bizarros.
— Vamos conhecer seus professores… Digo, seus superiores?
— Por que se interrompeu no meio da fala? Isso é estranho — respondeu para Naholg pelo seu modo esquisito de agir.
— Hum… Certo. Vamos lá? Já devem estar te esperando. Eu os reuni hoje especialmente para lhe conhecer. — indagou tentando desviar a vergonha que havia passado a poucos segundos e empurrando levemente Otávio para frente.
— Tudo bem, vamos. Mas não precisa empurrar também, olha os modos.
— Você pode parar de me corrigir? O professor sou eu, mesmo você sendo mais velho.
— Então por favor pare de agir como se não fosse tal.
Depois da calorosa conversa, Naholg o conduz até a sala dos professores. Chegando lá, Otávio encontra todos os três, um homem e duas mulheres:
— Bom, Otávio esses são Kibitor, Elly e Heloise, seus professores a partir de hoje. Eles também são dos sete poderes, como já mencionei antes — apresentou-o primeiramente.
— É um prazer conhecer os senhores! Meu nome é Otávio, tenho trinta e cinco anos e sou da Terra-1.
— Prazer em conhecê-lo senhor Otávio. Me chamo Kibitor, sou o professor responsável por ajudar as pessoas a conhecerem seus poderes e raízes ocultas. Eu sou o segundo poder dos sete, possuindo a habilidade de ilusionismo e ilusão absoluta. Será uma honra treiná-lo de hoje em diante — apresentou-se primeiramente ficando de pé e saudando-o com um sorriso no rosto e um aperto de mãos.
Kibitor era um rapaz simpático e bem-humorado, tinha trinta e dois anos e era da Terra-2. Ele não era um cara grande, tinha um metro e sessenta de altura, mas nem por isso era subestimado. Seus cabelos eram curtos e pretos como um breu levemente espetados, olhos castanhos um pouco claros, pele parda e queixo redondo.
Ele não era um cara musculoso, mas tinha uma boa força física, capaz de derrubar facilmente uma pessoa com o dobro de peso dele. Por conta da sua tremenda força física e seu poder de ilusão, a batalha contra Freizen foi acirrada.
Porém, ele possuía o poder de distorcer a realidade, por esse motivo, Kibitor sempre perdia, mas Freizem tinha que se esforçar para derrotá-lo, e isso fez com que ele ficasse em segundo lugar como o mais forte, tomando o título de segundo poder.
— Prazer em conhecê-lo professor Kibitor — saudou Otávio também.
— Olá meu querido jovem, você é bem gatinho hein! Me chamo Heloise, sou a querida professora responsável por ensinar a controlar seus poderes a ponto de não se machucar. Vou estudá-lo direitinho todo o seu corpo para garantir que saia ileso das lutas! Ha, ha. Tenho vinte e sete aninhos e sou o sétimo poder, com a habilidade de cura. Espero que possamos nos conhecer melhor!
Heloise era uma mulher jovem muito sedutora. Tinha cabelos longos azuis claros iguais aos seus olhos brilhantes. Sua pele era parda, com alguns tons claros, suave ao toque. Seu queixo era pequeno e um pouco fino. Seu corpo era esbelto, cheio de curvas suaves com um metro e setenta de altura. Porém a sua força também não era de brincadeira.
Ela foi a última pessoa a enfrentar Freizen, mas não foi uma luta corpo a corpo, e sim uma luta de resistência de quem curava mais rapidamente e com mais precisão. Enquanto ele curava em questão de milissegundos, ela levava em torno de dois a três minutos, entretanto, a precisão dos dois era quase a mesma, ela só ficava atrás em questão de tempo.
Por essa conclusão, ela foi consagrada ao sétimo poder, pois além de força absurda e aparência para deixar qualquer mulher no chinelo, sua cura era poderosa, chegando a ser comparada com o Líder da terra, só não era instantânea.
— Prazer em conhecê-la, professora. Espero que nos demos bem como aluno e professor — saudou Otávio já pressentindo o que viria a acontecer no futuro com ela.
— P-Prazer em conhecê-lo senhor Otávio — saudou com olhar virado e rosto todo meio avermelhado — Me chamo Elly e tenho trinta e cinco anos! — apresentou apertando ligeiramente a mão de Otávio e voltando para seu lugar — T-Tenho a habilidade de envenenamento e sou o sexto poder d-dentre os sete — terminou escondendo seu rosto envergonhado.
Elly era uma mulher meio anti-social, porém tinha alegria em dar aulas para uma classe cheia. Ela era um tipo de pessoa que nasceu com essa vocação, mesmo a sua história de vida não sendo uma das melhores.
Ela possuía cabelos verdes meio escuros curtos até depois dos ombros com uma franja reta até a sobrancelha, olhos dourados cor de mel com delineado preto e batom rosa claro. Pele parda clara com nariz meio fino empinado e queixo meio pontudo. Corpo em forma, leves curvas e não muito magra, com seios e bunda pequenos.
— Prazer em conhecê-la também, professora Elly. Como a senhora conseguiu seu posto nos sete poderes? — Indagou com semblante de dúvida e curiosidade.
— O-Os meus poderes são contrários aos da Heloise, que é de cura. Eu os desenvolvi quando tinha 10 anos e vim estudar aqui também — começou ainda escondendo o rosto todo avermelhado, gaguejando em algumas partes por seu nervosismo — fez uma pausa pequena, respirando profundamente para logo em seguida continuar:
— L-Logo após 2 anos, descobri que o meu poder não é só envenenar e matar outras pessoas, também serve para fazer vacinas, antibióticos e outros remédios. Vendo isso o Líder me concedeu o posto de s-sexto poder, pois além do veneno poderoso que possuo, posso auxiliar Heloise em várias outras curas fortemente poderosas e eficazes — terminou a sua explicação ainda gaguejando mostrando levemente seu rosto, sinalizando que a sua vergonha estava passando bem devagar, aos poucos ela se soltava, porém ainda ficava um pouco receosa com a presença de Otávio.
— Entendi, então todos vocês possuem poderes distintos, mas conseguem ajudar uns aos outros no que lhes falta. Ele escolheu bem vocês, são como Power Rangers, hehehe!
— Agora vamos falar de você meu gatinho, qual o seu poder latente? — disse Heloise começando a estudá-lo.
— Pelo que Freizen havia comentado, acho que é transmutação, mas só o usei uma vez por acidente. Nem sei como usá-lo ou ativá-lo.
— Entendo… Acho que o seu primeiro professor será Kibitor, ele que ensina como estudar a origem dos poderes e usá-los. Eu serei a sua segunda professora, que ensinarei como controlá-los para não ferir-se a si mesmo e nem aos outros sem querer. E Elly será a professora encarregada de te ajudar a aumentar a extensão dele — explicou detalhadamente o plano de estudo a seu novo aluno.
— Como serão cinco anos, você passará dois deles comigo, dois com a professora Heloise e o último com a professora Elly — Kibitor falou, para dar continuidade ele novamente ressaltou para Otávio:
— As férias são de dois meses no mundo real. Logo após elas, você retorna novamente e passa mais um ano aqui, lembrando novamente que equivale há um dia no mundo real. Resumindo entre miúdos, irá passar um dia dentro da máquina e descanso de dois meses, depois mais um dia na máquina e dois meses de férias. Você vai repetir isso cinco vezes. Quando seu estudo aqui terminar, será transferido para outra escola.
— Tudo isso é muito complicado para acompanhar. Peço que peguem leve comigo, por favor! — lamentou novamente pelo o terror que irá passar.
— Não se preocupe, iremos cuidar bem de você, irei estudar cada curvinha do seu lindo corpinho sarado — respondeu Heloise a flor da pele com Otávio.
— Sejam gentis, e muito obrigado pela recepção! — respondeu em dúvida com a sua nova professora.
Continua…