Imperador da Glória Eterna - Capítulo 40
Vítor despertou em um túnel escuro, escavado na rocha maciça que sustentava a ilha flutuante da Cidade Celestial. Ao levar a mão à testa, sentiu o sangue coagulado; sua ferida estava curada, graças à névoa negra que o envolvia. Na escuridão absoluta, seus sentidos pareciam aguçados, e ele percebia sua névoa reagindo ao ambiente, atraída por algo que se movia ao seu redor.
Diante dele, uma figura imponente segurava uma espada de duas mãos, imóvel e sem hostilidade aparente. Vítor reconheceu o guardião, uma das marionetes, invocado para protegê-lo sempre que estivesse desacordado e em perigo. Esse era o mesmo que havia desferido o golpe fatal em Lucciola no último ciclo, mostrando uma individualidade rara para uma marionete, capaz de pensar por conta própria e até se comunicar.
Vítor espalhou sua névoa em patrulha para sondar o local e identificar sua localização. A névoa percorreu o chão e revelou rastros incomuns no chão. Ossos e exoesqueletos de insetos humanoides, todos com profundos cortes transversais nos corpos, nenhum deles era igual, alguns eram parecidos com aranhas, outros com besouros-rinoceronte e havia aqueles que se pareciam com aqueles da prisão, com garras maiores e uma armadura mágica em volta de suas partes vitais. Quanto mais a névoa se estendia, mais cadáveres surgiam pelo caminho, evidências do excelente trabalho de sua marionete guardiã ao protegê-lo.
Fortes tremores se iniciaram no túnel, e algumas pedras caíram na cabeça de Vítor, um desmoronamento era iminente. Ele fechou os olhos e suspirou fundo, as pedras caídas começaram a levitar, e a névoa se contorceu em uma bola negra em volta dele. Ele levantou os braços e a névoa começou a escavar a rocha, em busca de chegar a superfície.
Acima, o plano de invasão ao cofre celestial não havia progredido muito. A equipe do Exército de Libertação, liderada por Herman, estava em uma situação complicada. Encurralados no vasto salão do grande templo dos Deuses, tentavam alcançar o cofre celestial. Atrás deles, hordas de insetos humanoides avançavam implacavelmente, enquanto à frente um grupo de valquírias de elite bloqueava o caminho, armadas com flechas mágicas e mantendo a equipe sob constante pressão.
O salão era vasto, preenchido por colunas e pilastras que ofereciam cobertura para a equipe de assalto. O chão era feito de um mosaico de pedras de mármore, granito e travertino. As portas que davam para o exterior haviam sido demolidas, permitindo que criaturas invadissem o espaço constantemente. No entanto, a única parte que permanecia intocada era a imponente porta de carvalho, a única entrada do cofre celestial, situada no alto de uma grande escadaria ao fundo do salão. De lá, as Valquírias lançavam suas flechas, impossibilitaram o avanço do grupo, e os obrigavam a permanecer sanduichados entre as criaturas e elas.
— ‘Trabalhadores Escravos’, quem invocou eles? — gritou Herman para o grupo, enquanto desviava de um golpe de um deles.
Krieger lutava contra uma espécie de louva-deus gigante, revestido com uma armadura esverdeada. Herman sacou seu revólver e disparou. A bala mágica apenas ricocheteou no inseto. Aquela armadura mágica ia precisar de muito mais do que um único tiro para quebrar.
— Terei que apelar… — Herman suspirou. No instante em que o louva-a-deus desferiu seu próximo golpe, ele saltou por sobre as garras afiadas, desembainhando a adaga de Buhain em pleno ar. Num movimento preciso, rasgou o abdômen da criatura, de onde um líquido negro começou a escorrer sobre o piso de pedra.
— Tem certeza que você não deu um Judas Imortal para aquele herói? — pronunciou-se Yoou para o grupo.
Ele se teleportava por todo o salão com habilidade, seus discos gêmeos ricochetando nas paredes e nos inimigos. A todo instante tinha que evitar ser pego por uma espécie de libélula gigante que soltava uma teia pegajosa no chão. Era um enxame delas, felizmente, elas possuíam uma armadura bem fraca, e podiam ser facilmente abatidas com dois ou três ricochetes dos discos gêmeos, ou um simples ‘Super Hiper Mega Blaster Ultra Laser’. Todavia, este último, exigia um tempo de conjuração precioso, não existente no caos daquela batalha.
O olhar de Herman respondeu, Yoou sentiu mais medo daqueles olhos de ódio pela pergunta, e as possíveis consequências do que as criaturas com quem lutava naquele momento.
— Cala a boca e luta! — interrompeu Dragonslayer, começando a sentir a exaustão da batalha, nem mesmo as correntes dela conseguiam perfurar a armadura das criaturas. Tudo o que ela podia fazer era prender as criaturas e então as esmagar, ao custo de um grande esforço mental e físico.
— Estou no limite de munição, não vou conseguir segurá-las por mais tempo! — adicionou Pacificador, em uma forma híbrida entre homem e doberman. Ele vestia a poderosa armadura conhecida como Ultraviolence, e disparava seus projéteis em fogo de supressão contra as valquírias de elite, o último obstaculo entre eles e o cofre celestial.
Os insetos pararam de atacar, em vez disso, começaram a recuar. Em seu lugar, uma névoa acinzentada apareceu, parecida com uma neblina matutina, nada parecida com a névoa negra de Vítor. Esta era muito menos densa, apesar de dificultar muito a visão do que havia a poucos metros a sua frente. Ouviram-se tremores no chão, cada vez mais forte, alguma coisa titânica se aproximava deles.
— Odeio estar errado… — comentou ele.
Da névoa, uma silhueta colossal começou a se formar: uma criatura com a aparência de um caranguejo, erguendo-se a impressionantes cinquenta metros de altura. Em vez de garras, possuía dezesseis enormes tentáculos que se projetavam de sua carapaça robusta.
A calamidade havia despertado, e agora estava prestes a entrar em batalha, justamente contra aqueles que a haviam criado.
Judas Imortal | |||
Afiliação | Nenhuma | Raça | Calamidade |
Alcunha | Nenhuma | Técnica Especial | “Trabalhadores Escravos” |
Trabalhadores Escravos |
|||
Capacidade Ofensiva | ?? | Capacidade Defensiva | ?? |
Alcance | ?? | Resistência | ?? |
Versatilidade | ?? | Velocidade | ?? |