Imperador da Glória Eterna - Capítulo 31
Enquanto Vítor lutava contra Sergei nos céus, ocorria outra batalha na Cidade Celestial. Cassandra, a única valquíria que restara no pavilhão dos heróis, enfrentava uma situação desesperadora. Seu único aliado aparente, Vítor, havia sido sequestrado por uma máquina estranha que sobrevoava os céus com um barulho alto e um forte vento.
Ela enfrentava ondas de heróis alucinados, influenciados por uma criatura estranha intitulada de “Olho de Tigre”. Pouco a pouco, as marionetes criadas pelo seu aliado, sumiam em uma névoa negra que voava para os céus.
Os heróis então pararam de atacar, e caíram todos no chão ao mesmo tempo que a calamidade ao longe rugia enfurecida.
— Você não vai me deter, besta maligna! — proferiu Cassandra, já exausta pela batalha.
Um brutamontes se aproximou dela, o único dos heróis que se mantinha de pé, sem nenhum ferimento aparente. Sem armadura, seu traje consistia em uma túnica simples que cobria apenas a parte debaixo do corpo, totalmente diferente dos outros heróis. Tinha pelo menos dois metros de altura e portava um machado duplo que segurava com uma única mão.
— Junte-se a nós, testemunhe o poder do “Olho do Tigre” — falou ele ao levantar o machado e apoiar o cabo no ombro.
Cassandra observava atentamente cada movimento dele, cada passo que ele dava era seguido com o escudo em guarda dela. Quanto mais ele se aproximava, mais alerta ela ficava. Ele avançou com fúria, o machado cortou o ar com violência, em uma sequência de força e brutalidade. A valquíria foi forçada a saltar para trás, e por pouco sua armadura não foi atingida e destruída. Porém, a abertura que ela tanta esperava apareceu, e ela cortou da esquerda para a direita com a lâmina levantada na altura da cabeça dela.
O homem gemeu de dor com o corte em seu peito nu, mas seu sorriso era de pura satisfação. Ele se ajoelhou em meio ao próprio sangue, em uma êxtase quase inacreditável. Cassandra olhou para ele com desgosto, perplexa com a celebração de seu adversário, até que ele gritou para os céus:
— Eu sou Haakon, filho do “Olho do Tigre”, aquele que é impossível de ser morto! Aquele cujo sangue derramado o torna mais forte! — Ele soltou o machado e o deixou cair ao chão, como um guerreiro rendido.
— Um bárbaro? Ou um berserker? — Cassandra assumiu uma postura defensiva.
O sangue que havia se derramado no chão começou a retornar ao corpo dele, como se tivesse vida própria. Assim como a Sedenta, ele se banhou em seu próprio sangue, usando-o como uma armadura.
— Agora sei a resposta, Berserker. — proclamou ela ao recuar, sem desviar o foco do duelo.
Berserker, uma das vinte classes comuns, uma classe que se fortalece à medida que recebe danos, com habilidades mágicas e defensivas invejáveis que aumentam seu poder de ataque. Quanto mais próximo da morte, mais suas habilidades se intensificam. Só existem duas formas seguras de matar um Berserker: um golpe finalizador único ou uma neutralização não letal. Cassandra não tinha mais essas opções. Agora, só restava lutar até a última gota de sangue de seu inimigo.
Haakon avançou com os punhos livres e desferiu uma série de ataques, todos bloqueados com velocidade e precisão. Seus golpes se chocavam contra o escudo redondo de Cassandra, incapazes de ultrapassar aquela barreira. A frustração do berserker crescia diante da postura defensiva dela.
— Covarde! Vai ficar só na defensiva? — provocou ele ao abrir os braços e expôr o peito. — Venha! Me acerte! O que está esperando?
Cassandra abriu suas asas e, em um movimento majestoso, ergueu-se acima do solo. Ela disparou em alta velocidade, com a espada pronta para cortar, e o fez com precisão mortal. Haakon não ofereceu resistência; sua cabeça rolou pelo chão.
Mas seu corpo permaneceu de pé, imóvel na mesma posição.
— Vivo, para todo o sempre! — bradou a cabeça de Haakon caída no chão. Seu corpo, sem hesitação, pegou a cabeça e a recolocou no lugar.
O corpo do berserker transpirava, e uma fina neblina o envolvia, como uma fumaça espectral. Ele desferiu outro soco contra o escudo de Cassandra, que bloqueou o golpe, mas o impacto foi devastador. O metal do escudo entortou, e a pintura amarela se desprendeu em pedaços.
Haakon girou a mão ensanguentada e atirou o sangue contra ela. Ao sentir o líquido tocar sua armadura, Cassandra foi tomada por uma dor intensa, um calor abrasador que queimava sua pele.
Não exitou por um momento, e soltou a armadura, por pouco sua pele não queimou, porém, ela estava agora desprotegida contra os próximos golpes de Haakon.
— Sente agora? Sente agora o meu poder? — provocou Haakon. A ferida em seu peito continuava a jorrar sangue e armadura ao redor dele ficava cada vez maior e mais resistente. — Essa é a minha habilidade especial, fortalecida pelo poder do “Olho do Tigre”, conheça meu “Sangue Fervente Borbulhante”! A habilidade final no quesito defensivo! Você não consegue nos derrotar, então junte-se a nós! Vamos juntos derrubar a Deusa, destruir Erobern e nos tornar os mestres de Testfeld!
Cassandra ergueu sua espada, e a apontou para Haakon. Ainda com a determinação inabalada, ela olhou para ele e proferiu:
— Nunca cairei perante ninguém, nem hoje, nem amanhã, nem nunca. Essa é a vontade da Deusa, e a vontade dela é lei!
Haakon |
|||
Guilda |
Desconhecido | Classe | Berseker |
Alcunha | Nenhuma | Técnica Especial |
“Sangue Fervente Borbulhante” |
Sangue Fervente Borbulhante |
|||
Capacidade Ofensiva |
B | Capacidade Defensiva | S |
Alcance | Irrelevante | Resistência |
S |
Versatilidade | C | Velocidade |
D- |