Hino da Criação: A Reencarnação da Deusa - Capítulo 05
Querendo se aproveitar do movimento ousado de sua rival, Lumine deu um salto para frente, e aplicou, com bastante intensidade, um golpe crescente no abdômen da primeira.
Antecipando os danos que aquele soco causaria nela — além de perceber, que seria incapaz de esquivar do próximo ataque — Lycoris ergueu os seus braços, e suportou, com bastante dificuldade, o impacto explosivo do primeiro golpe.
Com um segundo impulso, Lumine se lançou mais uma vez para frente, e conectou, dessa vez, um chute poderoso nas costelas já fraturadas de sua rival, a jogando para o lado.
Porém, enquanto Lycoris se inclinava de dor no chão, ela observou, com o canto de seus olhos, a sua adversária aplicando um outro golpe em sua direção, e querendo evitar, a todo custo, aquele soco — que vinha de forma decrescente — ela rolou o seu corpo para o lado e se levantou com dificuldade.
Apesar dos seus esforços — para sair do alcance da segunda — Lycoris se viu encurralada. E sem ter espaço para reagir, tudo o que pôde fazer, foi suportar uma sequência de golpes que vinha de todos os lados.
E no instante em que ela se afastou de um chute poderoso — que tinha como alvo, o seu abdômen — Lycoris observou, em uma fração de segundo, a sua adversária dando um passo para trás.
Com os seus braços esticados — e olhos bem abertos — Lumine exclamou, com bastante intensidade:
— Divisor Molecular! — disparando um outro feixe de energia com o seu polegar direito, como se tivesse, naquele momento, lançando uma moeda energizada.
E diferente do Feixe de Luz, que tinha como objetivo, nocautear imediatamente o seu alvo; o Divisor Molecular, por sua vez, era utilizado para reduzir a resistência física dos corpos que atingia.
Respondendo ao ataque da segunda, Lycoris estalou os dedos, e recitou:
— Poder! E o Vento Levou! — manifestando uma corrente de ar poderosa, que a retirou, no último segundo, da trajetória de impacto do projétil.
Porém, antes mesmo que os seus pés pudessem tocar o chão, Lumine correu na sua direção, e continuou, a pressionando, de todos os lados.
Não havia espaço para Lycoris revidar, e pela primeira vez, ela se sentiu sufocada. E por fim, acabou sendo encurralada.
— Agora eu te peguei, Étoile! — exclamou Lumine, enquanto esboçava um sorriso opressivo.
Ela cerrou o punho e socou o ar mais uma vez.
— FEIXE DE LUZ! — bradou a garota, com bastante intensidade, enquanto lançava um projétil luminoso na direção de sua adversária.
Tentando se defender daquele novo disparo, Lycoris deu um passo para frente e recitou:
— Código Místico: Luminosité Eternelle! — manifestando, nas suas duas mãos, um estandarte luminoso, que tinha como função, criar um poderoso campo de força.
“Não vai dar para defender!”, pensou ela, ofegante, enquanto as suas energias eram drenadas.
E no instante em que o estandarte se partiu, Lycoris pôde observar — sem ter como reagir — a sua oponente lhe atingindo com bastante força no rosto.
A derrubando imediatamente no chão.
Com uma expressão altiva — e olhar orgulhoso — Lumine concluiu, em um tom comemorativo:
— Um a um, minha adorável rival! — disse ela, enquanto golpeava o abdômen da primeira, marcando um ponto.
“AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!”
“EXUSAI!!! EXUSAI!!! EXUSAI!!! EXUSAI!!! EXUSAI!!!”
— Que luta incrível, meu mano parceiro Rabino! — exclamou o apresentador Black, quase sem fôlego. — A nossa ilustre campeã, conseguiu ler, em um ínfimo espaço de tempo, todos os movimentos de sua adversária! Ela não tinha para onde correr, literalmente! Hahaha!
— E não é pra menos, meu caro amigo Jack! O Black Power! — acrescentou o segundo, com a sua voz soando enérgica. — Pudemos ver ao vivo, a experiência derrotando a estratégia! Porém, a nossa estrela ainda não mostrou todo o seu potencial!
— É bom ela vir com tudo nesse último estágio, meu parceiro Rabino! Hahaha! Afinal, é com o resultado dele, que uma delas sairá daqui vitoriosa!
O período de intervalo durou alguns minutos, e passado o tempo de descanso — que foi usado pelas duas atletas e seus respectivos treinadores, para reavaliarem as suas principais estratégias — Lycoris e Lumine retornaram renovadas para o centro da arena.
E após o árbitro indicar que a luta estava para recomeçar, os apresentadores Black, e White — juntamente com toda a torcida presente no Estádio Olímpico — seguiram com a contagem regressiva:
— TRÊS!
— DOIS!!
— UM!!!
Terceiro Estágio
— Lutem! — bradou o árbitro, em um tom potente, enquanto abaixava sua mão.
“TUUUUUUUUMMMMMMMMMMMM”
— Venha até mim, Étoile! — exclamou Lumine, tremendo de antecipação.
E respondendo à provocação de sua adversária, Lycoris deu um passo para a frente — sorrindo — e as duas trocaram golpes de maneira clássica.
— MEUS CAROS TELESPECTADORES E OUVINTES! VOCÊS ESTÃO ACOMPANHANDO ISSO?! O QUE É ISSO? O QUE É ISSO?! QUE ESPETÁCULO É ESSE, SENHORES?! QUE LUTA MARAVILHOSA! — bradou o apresentador Black, claramente exaltado.
— Elas deixaram de lado todas as suas artimanhas, e resolveram lutar, literalmente, na base do braço! — exclamou White, com o seu pescoço arrepiado.
A cada troca de golpes, era possível observar — e também sentir — a vibração, e o impacto gerado pelo embate das duas atletas, causando oscilações no mundo físico. E apesar da grande agressividade de seus golpes, por trás de cada movimento, havia uma beleza extremamente sufocante.
No instante em que Lumine aplicava um golpe direto, Lycoris dava um passo para frente, calculando a trajetória de seu movimento e contra-atacando o soco de sua rival. E no instante em que ela recuava dois passos, era a vez de sua adversária se mover para o seu ponto cego, e tentar, de alguma forma, quebrar a sua postura com um chute poderoso.
Embora o seu corpo estivesse machucado — e demorasse um pouco para responder aos comandos de seu cérebro — Lycoris se mantinha concentrada na luta, e sempre que podia, após se esquivar, contra-atacava os golpes poderosos de sua oponente.
Para quem assistia de fora, aquela luta se parecia bastante com uma dança artística, e apesar de sua graciosidade, a intenção por trás daqueles movimentos ágeis e elegantes; sempre foi o de nocautear seu adversário.
“Eu sei que você está gostando dessa luta, Lumine! Eu também estou, rs!”, disse Lycoris, em seu íntimo.
Ela encarou o rosto excitado da segunda, e completou em pensamento:
“Infelizmente, eu preciso acabar com isso o quanto antes!”
Com essa decisão, Lycoris girou o seu corpo para o lado, e desviou — com bastante habilidade — de um chute poderoso que tinha como alvo: as suas costelas.
Em seguida, querendo punir o golpe cirúrgico de Lumine, ela moveu os seus pés para o lado direito, e acertou, com as costas de sua mão direita, um golpe poderoso no rosto de sua rival.
A deixando momentaneamente atordoada.
Conforme Lycoris adotava uma estratégia de: “cutuca e afasta”, com a intenção de reduzir, gradativamente, a resistência física de sua rival, Lumine, por sua vez, continuava pressionando a outra de todos os lados.
Seus golpes poderosos, que já eram pesados, se tornaram ainda mais explosivos. E a sua agressividade — que impedia, constantemente, a sua adversária de encontrar espaço para respirar — se tornou ainda mais opressiva.
Lumine mantinha uma distância máxima de dois passos da sua adversária, tentando, de alguma forma, conectar um golpe poderoso no seu corpo fragilizado, e, que naquela altura, já mostrava sinais de exaustão.
Até que a sua insistência lhe rendeu bons frutos, e após quebrar a postura de sua adversária — que não conseguiu suportar, um golpe poderoso em suas costelas — ela acabou acertando, com bastante precisão, um chute poderoso no abdômen da primeira.
Lançando Lycoris a uma distância de pelo menos dez passos para trás.