Guerra de Deuses - Capítulo 8
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[Visualizador de Status]
Nome: Selena | Raça: Dríade Demoníaca • Humano
Classe: Feiticeira Negra R | Rainha dos Espinhos L
Título: Semideusa das Plantas
Estatísticas:
Impossível de visualizar
Habilidades:
Impossível de visualizar
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A habilidade permitia ver os status de itens, habilidades e até os status de outras pessoas.
Conforme se tornasse mais forte, mais coisas poderiam ser vistas. Nada poderia ser oculto perante os Olhos dos Atributos.
Com outro rápido pensamento, uma outra tela apareceu.
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[Visualizador de Status]
Habilidade:
Nome: Olhos dos Atributos | Tipo: Ativo
Grau: Raro | Maestria: F
Domínio: 1%
O poder de ver através do oculto
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Habilidades eram coisas dadas pelo sistema. Poderiam ser obtidas por meio de classes, títulos ou puramente em combate.
O domínio sempre começava em 0% e ia subindo aos poucos. Ao alcançar o máximo, a maestria subiria. Habilidades com maestria alta seriam muitas vezes mais poderosas.
Dependendo da quantia de inteligência, o domínio poderia subir mais rápido. Havia três tipos de habilidades; Ativas; Passivas; e Duplas.
Habilidades ativas seriam usadas por vontade do usuário. Passivas eram ativadas automaticamente ou simplesmente permaneciam sempre ativadas. Por fim, Duplas eram habilidades que eram Ativas e Passivas ao mesmo tempo.
Quando Arskan ativava essa habilidade, os seus olhos brilhavam em uma cor azul forte. Normalmente eles eram pretos, então essa mudança súbita era muito percebível.
— Preciso ter cuidado ao usá-la — murmurou.
Habilidades também usavam energia do seu corpo. Poderia ser mana, mas pelo baixíssimo atributo, ele estava usando a própria vitalidade.
— Você vai ficar aqui para sempre! — perguntou a Dríade raivosa.
Com um sorriso no rosto, ele se virou e desceu da planta.
“Quando nos reencontramos você será minha”, pensou.
Havia outra razão para Arskan estar tão obcecado em falar com a Dríade.
“Eu conquistei minha vingança por ela…”
A mulher demoníaca à frente, com a sua personalidade destrutível e indomável, não era outra se não a pessoa que vez Arskan escalar pelos confins de Atenas.
Buscou por ela a vingança brutal. Porém, naquele momento, ela ainda era um ser terrível. Praticamente um monstro. Entretanto depois dos dois se conhecerem, eles mudaram.
“Eu deixei de ser um merda inútil e ela passou a ter amor pela própria vida… Bem, até aquele dia.”
A planta onde estava a mulher começou a fechar-se devagar. Ela se virou as centenas e proclamou suas últimas palavras para aquelas pessoas:
— Boa sorte. Vocês vão precisar!
Com o seu papel cumprido, desapareceu. Seu trabalho era entregar a recompensa e demonstrar que o perigo estava em todo o lugar. O beijo de uma Dríade era capaz de dar aos homens Olhos Mágicos aleatórios.
Elas, portanto, eram escolhidas para entregar a recompensa do primeiro melhor caçador. A maioria recebia a capacidade de ver melhor ou alguma habilidade aleatória.
Por conta disso, Arskan se considerou sortudo. Assim com o grau dizia, os Olhos dos Atributos era uma habilidade raríssima.
Após o desaparecimento da mulher, Arskan recolheu suas recompensas e andou com calma até à borda da clareira. Ele não deu atenção para as pessoas em pânico, pois precisava agir rápido.
Ficar parado ali apenas atrasaria o seu próprio crescimento.
Chegando perto das árvores, sentiu uma presença nas costas. Sem pensar duas vezes, Arskan puxou a lâmina curta, segurou o pulso do agressor e colocou o Alfange perto da garganta do suspeito.
— O que você quer? — Ele pressionou o fio, cortando um pouco a carne.
— Espere! Não quero lutar… — O homem de terno estava outra vez atrás de Arskan.
— E então?
— As pessoas estão todas desesperadas. Não sabemos o que está acontecendo e você parece ser o que mais sabe das coisas, nos ajude. Por favor!
Sem pensar muito, Arskan fez uma expressão feia. Ele soltou o pulso do homem empurrando-o para trás e guardou a lâmina.
— Eu sei o que todo mundo sabe. Você, e todos os outros escutaram o que ela disse: Entrem na mata, cacem e sobrevivam. Isso é o que quero fazer. Agora me deixe.
Prestes a se virar para partir, o homem de terno tentou outra avance.
— As pessoas vão passar fome… ao menos… — Arskan arremessou um saco com todos os suprimentos que tinha para os cinco dias. — Hã? Por quê?
— Boa sorte tentando alimentar mil pessoas com apenas isso.
Sem olhar para trás, Arskan entrou na mata densa. O homem de terno encarou à floresta com uma expressão feia e apertou a bolsa com força. Após um segundo, o aperto diminuiu e ele abriu um sorriso ao se virar para a multidão.
— Não se preocupem! Venham todos aqui, vamos cuidar dos feridos e tentaremos entender nossa situação…
Havia se passado muito tempo. Arskan não lembrava do rosto de quase ninguém que participou do Tutorial com ele. Apenas um único rosto não lhe saia da mente, assombrando seus pesadelos.
— Os piores são aqueles que se apegam ao passado. Eles são os que quebram mais rápido.
“Agnus, o caminhante noturno.”
Arskan decidiu que ainda não faria nada. Agnus ainda não havia feito nada. Ainda não se transformara no terrível monstro que veio a conhecer tragicamente.
“Ainda, mas…”
— Se ele tentar qualquer coisa… eu o mato com as mãos limpas.
Retirando isso da mente, concentrou-se no objetivo. Ele precisava chegar o mais rápido possível a um certo ponto da floresta.
Saindo do alcance da Clareira Branca, começou a analisar o que recebeu de recompensa.
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[Visualizador de Status]
Nome: Passo Veloz | Tipo: Botas • Item Mágico
Grau: Incomum | Maestria: F
Durabilidade: 10/10
Efeito:
Velocidade + 3
Passo Veloz: Percorrer longas distâncias fora de combate aumenta a velocidade de movimento em 50%
Se a estatísticas de velocidade do usuário alcançar 50 pontos, efeito cairá pela metade
Alcançando 100 pontos, a habilidade não ativará
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“Uma surpresa agradável”, pensou ele.
Itens mágicos não serviam muito para combate, mas eram difíceis de se achar. Graças a Maestria baixa, logo se tornaria inútil, mas serviria bem durante o Tutorial.
Arskan rapidamente calçou as botas e sentiu o corpo ficar mais leve. O movimento ainda era o mesmo, mas a fluidez parecia melhor.
“Subiu instantaneamente 3 pontos de velocidade.”
As botas eram simples. Apesar de ser um item mágico, elas não se destacavam na multidão. Pareciam botas de couro normais.
Satisfeito, Arskan já ia indo embora quando reparou, por acidente, em um pequeno objeto no fundo da grande mochila.
Era pequeno, cor marrom e tinha uma pequena jóia dourada na parte de baixo. Uma chave.
Arskan tremeu um pouco e pegou calmamente a chave, incrédulo.
“Não pode ser…”
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[Visualizador de Status]
Nome: Chave da Terra | Tipo: Chave
Grau: Comum | Maestria: S
Durabilidade: Uso Único
Efeito:
Item de Conjunto 1/3
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Aparentava ser uma pequena chave normal e realmente era inútil sem as outras duas, mas a Maestria S não poderia enganar ninguém.
Arskan guardou o objeto com cuidado e continuou o caminho. Recebera outra recompensa agradável, porém era algo para o futuro e não agora.
— Será que foi a Selena? — perguntou-se.— Não… ela não sabia da existência do Cofre dos Heróis.
Depois de alguns minutos, o efeito do Passo Veloz ativou. Sua velocidade disparou e ele atravessava as árvores com fluidez.
Vagou por suas memórias do Tutorial. Todos os dias, ao amanhecer, ondas de monstros seriam enviadas até o centro daquele lugar; a Clareira Branca.
A cada 5 dias, uma ameaçava mais forte surgiria: uma espécie de Mini-Chefe, como em jogos. Ele viria acompanhado de uma grande onda.
Próximo da Clareira havia apenas monstros mais fracos. Goblins, Gobolds, Slimes e alguns animais. Não havia um sistema que os controla-se, então, às vezes, eles sairiam do seu território.
Isto também servia para monstros mais poderosos que viviam mais afastados, então não era incomum topar com algo mais perigoso na floresta.
Alguns azarados morreriam dessa forma. Outros nunca veriam nenhuma ameaça que não fosse os fracos goblins.
Além desse terreno, viria os campos abertos. Todos eram controlados por Chefes e era uma boa área de treinamento, apesar de não dar nenhuma recompensa substancial.
Arskan se encaminhava para um deles.
Além dos monstros, o Tutorial escondia muitos outros segredos. Baús, Tumbas, Missões Ocultas e Conquistas. Nem Arskan sabia de todos os segredos que haviam ali.
Ele usuária essa chance para investigar o máximo possível. Contudo, com o plano em mente, queria obter três itens específicos.
A maioria das coisas no Tutorial serviam apenas para um curto período de tempo. Possuíam baixa Maestria, então não durariam muito.
Havia, porém, três coisas que só poderiam ser obtidas no Tutorial.
— A Bolsa Dimensional; O Chifre do Berserker e o Ovo da Fênix.
De repente, escutou sons vindo das árvores ao longe. Rapidamente subiu em uma delas e se escondeu no topo.
Logo o som aumentou e Arskan identificou-os como passos de duas criaturas enormes. Eles ficavam cada vez mais altos.
De entre à mata, duas criaturas surgiram.
Tinha o triplo do tamanho de um humano, pele marrom robusta como pedra, um par de chifres cinzas na cabeça e nas costas ossos afiados saiam da coluna.
Usavam apenas tangas longas que cobriam o peito e as partes íntimas e carregavam troncos de madeira do tamanho de seres humanos como arma.
“Merda, Trolls da Montanha. Ainda bem que me escondi…”
Trolls eram monstros complicados de se lidar. Possuíam, em maioria, inteligência próxima da humana Aqueles na sua frente eram ainda mais especiais.
Os chifres e ossos salientes eram características de uma espécie específica. Trolls da Montanha.
Inteligência menor, mas uma força destruidora. Arskan segurou firma a respiração e aguardou a partida dos dois.
Depois que foram embora, esperou ainda por alguns minutos antes de descer. O precavido morreu de velho.
“Imagine voltar no tempo para morrer para dois Trolls”, brincou em sua mente.
Ele gravou a aparição dos dois, pois era um evento raro. Arskan não acreditava em coincidência. Trolls não saiam de seus territórios sem uma boa razão.
Precisava ficar atento. Começou a andar um pouco mais rápido e, afinal, alcançou o seu objetivo.
Árvores ralas, grama fresca, colinas curtas e córregos; uma visão refrescante e revigorante. No lugar, animais parecidos com Touros pastavam calmamente.
— Cheguei na minha área de caça… — Sorriu — O Campo dos Touros!
Arskan então se moveu para uma colina alta.