Entre Neve e Cinzas, As Memórias Daquele Amor Doentio Permanecem - Capítulo 21
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- Capítulo 21 - Então, Yukihara Mikoto…
21h07
Retorno ao bloco principal, e vou até a sala do conselho para ver como Mikoto está se sentindo. E também porque ainda não tivemos a oportunidade de falar a sós sobre a sua repentina mudança de ideia a respeito de eu tomar uma investida mais direta contra Ailiss.
Com certa insegurança, paro em frente à porta. Ainda sem saber ao certo como irei encará-la após encontrar-me em segredo com a nossa inimiga, bato na porta.
Sem respostas, tomo iniciativa. Giro a maçaneta e entro na sala. Assim como eu esperava, lá está Mikoto escorada na janela e de costume olhando fixamente para fora.
— Imaginei que ainda estivesse por aqui. Todos já foram embora? — pergunto.
— Sim, preferi ficar sozinha por aqui para colocar a cabeça no lugar. Confesso que ainda estou bem atordoada com o que aconteceu hoje cedo — Ela responde com expressão monótona.
E quem não ficaria? Acho que apenas um lunático como eu. Ainda decidi ir com intenções amigáveis atrás de uma criminosa. Estar abatido por presenciar um massacre seria a reação natural de qualquer ser humano em plenas faculdades mentais. Realmente há algo de muito errado comigo…
Devido a tudo que passamos hoje cedo, talvez ela queira um tempo para refletir sozinha sobre o que aconteceu. Deveria ter ponderado isso antes de vir aqui.
— Desculpe-me, não quis perturbá-la. Isto não está sendo fácil para você, então podemos conversar outra hora — digo ao mesmo tempo em que recuo alguns passos para o corredor.
— Espera um pouco.
Surpreso, olho para trás, e ela dá continuidade a fala.
— Tu entendeste mal, o que te disse não se aplica a ti. Por favor, sente-te, eu acabei de preparar um pouco de chá. Sei que há assuntos que precisam ser esclarecidos entre nós, então podemos elucidá-los enquanto bebemos algo quente.
— Neste caso, eu aceito. É impossível recusar um chá numa noite de inverno rigorosa como esta — volto para a sala, puxo uma cadeira e sento-me à frente da sua mesa.
Ao mesmo tempo em que ela prepara o chá, aproveito para trazer à tona a questão da brusca mudança de planos.
— Mikoto, agora que temos tempo para conversar, pode me falar o porquê de ter voltado atrás com o plano que combinamos ontem? Tudo parecia estar bastante esclarecido entre nós, então por quê?
Ela dirigia-se para buscar o jogo de chá, porém pausa por um instante ao escutar meu questionamento.
— Tu lembras-te de quando te chamei para conversarmos pela primeira vez? A verdade é que desde o momento no qual descobri que tu eras um dos três jogadores, eu agi de forma desonesta contigo — pausa — Eu estava com muito medo. Foi o mesmo medo de morrer cujo me fez conjurar este maldito ritual — replica e volta ao que estava fazendo.
— É natural. Qualquer um estaria assustado, provavelmente até mais do que você.
— O problema não é este. Antes mesmo de perceber, estava influenciando-te para lutar contra Ailiss, não apenas isso, todavia para servir como um bode expiatório e cumprir a minha condição de saída. Desde o princípio eu planejava que tu a matasses, e com ambos mortos, eu estaria livre. Até pouco tempo, a minha sobrevivência era minha única motivação — fala ao mesmo tempo em que se senta à minha frente e serve minha xícara de chá.
Então de fato eu estava sendo usado por ela. A aliança que ela propôs foi um decreto de morte para mim. Isto me leva a ponderar se não deveria estar zangado por ter sido manipulado? Infelizmente não consigo sentir nada negativo em relação a ela. Parece que tenho o mesmo problema com ela, cujo tenho com a Ailiss.
— E por que desistiu da ideia tão facilmente? Acho que eu morreria satisfeito na ignorância, ambos ganharíamos com isso — pego a xícara de chá.
— Ontem à tarde, dei a entender que eu pretendia me sacrificar no teu lugar, mas por nenhum momento era minha real intenção. Como já mencionei, desde o primeiro dia, a única coisa a qual me interessava era minha própria segurança e que eu escapasse daqui independente de quantos pudessem morrer. Tudo não passou de um teatro para ganhar a tua simpatia para que tu protestasses e tomasses o meu papel como mártir. No fim, eu consegui isso com relativo sucesso. Todavia, quando finalmente estavas convicto de seguires o que planejei, arrependi-me. Simples assim.
Não estou nem um pouco surpreso sobre todas aquelas brincadeiras. Meu lado racional sempre colocou um pé atrás em relação a uma garota tão espetacular como ela interessar-se por mim. Contudo, mesmo sabendo que eram falsas, acabei me divertindo com tais provocações. Cedi tanto a ela, que dancei na palma da sua mão nesse plano para me sacrificar. Compreendo… tudo foi uma jóia falsa, mas mesmo não sendo legítima não deixou de encantar-me aos olhos.
— Arrependeu-se? Foi alguma epifania ética?
— Bem que eu gostaria. A impressão que eu quero sempre passar é que sou uma pessoa justa e ordeira, alguém que toma atitudes baseadas objetivamente no certo e no errado. Mas no fundo eu sou uma egoísta nata. Só pensava em mim, exclusivamente em mim.
— Se você não desistiu por perceber que estava fazendo algo que considera errado. Então o que foi?
— Quem sabe o amor? — cerra os olhos enquanto enfatiza a última palavra.
— Amor?! — quase me afogo com o chá.
— Tu tens algum problema com esse termo?
— Nenhum problema em particular, apenas não era uma palavra premedita por mim. No entanto, confesso que é uma justificativa bem difícil de levar a sério partindo da sua pessoa.
— Tu não possuis bom senso de medir as palavras que usa? Dizer isto a uma garota é no mínimo ultrajante. Como podes desmerecer de forma tão cruel os meus sentimentos? — fala dissimulada enquanto encena uma expressão melancólica.
Isto tirado de contexto renderia a mim no mínimo um linchamento público por fazer uma figura angelical como ela se lamentar. Mas convenhamos que a verdadeira vítima de toda esta história sou eu.
— Mikoto, se eu não a conhecesse estaria a apoiando com aplausos de pé. Agora me explique seriamente o que a levou a desistir do nosso plano original. Você acabou de admitir que esteve me enganando, por que eu deveria encarar o seu discurso atual como verdadeiro?
— Ora, não compreendeste o motivo que eu acabei de dar? O quão baixo é a tua autoestima para desacreditar da confissão de uma garota? Por todo este tempo eu estive brincando contigo, tentando te seduzir para que tu te submetesses a mim. E ironicamente, no fim das contas, quem acabou apaixonando-se pelo garoto mais novo, ao qual pensei ter completo controle, fui eu.
Apaixonando-se? Ela está querendo dizer isso mesmo? Como devo interpretar isso? O “amado” de hoje cedo não foi outra provocação falsa? Por um lado, não consigo acreditar que ela esteja falando sério, por outro, uma ínfima possibilidade de que isto seja real me atinge certeiramente.
Ah, droga… como lidar com isso? Justamente por ser ela eu fico nervoso e sem reação.
Chocado, eu apenas desvio o olhar e não consigo responder nada.
— É exatamente disso que estou falando. Tuas reações são impagáveis! Hahahaha — Mikoto esconde o rosto e começa a rir.
— Ei, p-pare de rir — gaguejo.
— Sinto muito, é um pedido impossível de cumprir. Tu sempre tens uma cara de morto, todavia, quando te provoco, apresentas algumas expressões tão fofas que mal parece ser a mesma pessoa. Este contraste é tão gritante que fica insuportável não rir — continua rindo da minha cara enquanto puxa a cadeira para o meu lado.
Nunca pensei que eu iria ser zoado desse jeito, e o pior é que ainda estou sem reação. Acho que estou tão patético que vou gaguejar qualquer outra frase que eu tente formular em minha defesa.
Isto é… vergonha?
— Fico contente em saber que posso entretê-la desta forma — esquivo o rosto.
Se eu evitar contato visual, quem sabe eu possa manter minha capacidade de comunicação num nível razoável e não parecer um débil mental.
— O que foi isto, Johann? — comenta minha reação — Não me vás dizer que estás envergonhado por uma garota sentar ao teu lado. Confesso que jamais me passou pela cabeça que tu fosses tão tímido, pois nunca te vi com problemas de comunicação com outras garotas.
Acho que nunca me sinto ridículo desta forma, pois sempre encarei todas as garotas com que interagi como meras humanas. Como meu apreço por relações sociais é nulo, jamais me importei com a minha interação com os outros. Entretanto, Mikoto se mostrou em outro patamar, de modo que eu passei a agir como um garoto de pouco atitude se comportaria.
— Acontece que essas outras garotas não eram completas dissimuladas que agem com única e exclusiva intenção de colocar o seu interlocutor em situações constrangedoras.
— Oh, desagrada-te estar numa circunstâncias destas? Mil perdões, eu não percebi que te sentias incomodado com isso. Em todo caso, não deverias ficar mal com as tuas reações. Tu deverias te valorizar mais, afinal foi justamente por isto que tu me encantaste tanto — diz enquanto aconchega seu corpo ao meu e toca gentilmente em minhas mãos.
Você sabe muito bem o quão desconfortante é para mim, não sente o mínimo arrependimento e ainda por cima repetiu a mesma ação da qual estava dissertando sobre.
Posso sentir o calor proveniente do seu corpo tomando conta de mim. Nem mesmo uma noite fria de inverno consegue impedir-me de suar. Com certeza ela deve ter percebido ao segurar minha mão.
Esta é uma batalha a qual é impossível de eu vencer. A única saída é mudar o rumo para um cenário no qual eu esteja em pé de igualdade argumentativa contra ela, isto é, no campo da lógica.
— Mik-koto, ainda tenho dúvi-das sobre o meca-nismo do jogo. P-oderia esclarecer melhor alguns de-talhes? — gaguejo e embolo as palavras numa tentativa de desviar o foco da conversa para outro tópico.
O rosto dela aproxima-se do meu, de modo que fica inviável desviar minha visão dos seus serenos olhos azuis. E com isso logo posso perceber que independente da desculpa que eu invente, não tem como escapar da emboscada na qual ela me colocou.
— Podemos muito bem conversar sobre isto mais tarde. Por hora, deixe-me aproveitar um pouco desta ocasião. Pois não sei se terei outra oportunidade — sussurra e toca suavemente meu rosto com a palma da sua mão direita.
Mais perto.
Mais perto.
Posso notar a respiração dela cada vez mais perto.
Quanto mais ela se aproxima, mais rápido meu coração palpita, com esta frequência de batimentos cardíacos chega a parecer que meu peito vai explodir a qualquer momento.
Não há condições de lutar contra isso, estou em suas mãos, completamente preso em sua teia invisível. Sem saber como agir ou o que raciocinar, eu decido somente fechar os olhos e me deixo em suas mãos.
Este intervalo de tempo na escuridão parece ser imensamente longo. Provavelmente porque minhas conexões neurais estão trabalhando milhares de vezes mais rápidas fazendo com que eu pense em dezenas de coisas simultaneamente. Contudo, baseado na nossa frequência respiratória, sei que isso não passou de míseros segundos.
Finalmente seus lábios suavemente tocam os meus. Com isto entro em uma espécie de estado de transe. É minha primeira vez nesta situação com uma garota, e ainda por cima não estou com qualquer garota. Trata-se de Mikoto, o ser com a presença mais fabulosa que eu possuí a honra de vislumbrar.
Ela prossegue beijando-me apenas com os lábios numa clara provocação para que eu peça por mais.
Você é tão injusta com estes joguinhos, Mikoto. Sabe que eu não tenho a menor chance de vencê-la. O meu cérebro pede por mais incessantemente, está obcecado por experimentar mais profundamente o seu gosto.
Meus braços passam a se mover, porém tenho certeza de que não dei o comando para fazerem isso. Com um deles toco o seu delicado rosto da mesma forma que ela fez com o meu. Já o outro a contorna pelas costas para que eu a puxe para mais perto do meu corpo com a finalidade de nos beijarmos mais intensamente. E por meio deste mesmo braço, deslizo seus longos cabelos pretos entre meus dedos enquanto a pressiono contra meu tórax.
Ao aproximá-la, a sua reação é puxar a minha gravata com força de mesma magnitude. Deste modo consigo receber meu prêmio. Não pensei que poderia sentir uma frenesia maior do que o transe cujo estava imerso agora pouco. Contudo ao saborear o seu beijo completo, sinto um prazer superior a qualquer coisa já experimentada.
Nestas condições permanecemos por tempo indeterminado. Já nada externo mais importa para mim, apenas quero continuar desta forma com Mikoto para sempre. Meu olfato está inteiramente viciado no seu cheiro, e da mesma forma parece existir um imã em seu peito que não permite que eu me afaste de seu corpo.
Lembranças da primeira vez que a vi se misturam com as mais recentes e se entrelaçam em minha mente. Recordo-me de que me recusava ceder ao seu encanto, pois deste modo eu seria apenas mais um dentre a sua imensidão de admiradores nesta escola. Porém, a verdade é que a sua presença mística sempre me fascinou. E nesta ocasião verdadeiramente consigo compreender como a amo.
Apesar de ser o nosso primeiro beijo, o que teoricamente deveria ser desastroso, mostrou-se exuberante. Isto é tão estranho… é como se já tivéssemos passado por isso por bilhões de vezes.
Há quanto tempo nós realmente nos conhecemos?
Aos poucos a dança de nossas línguas vai cessando e lentamente posso abrir os olhos e deslumbrar o seu magnífico rosto.
— O que foi que eu fiz? Minhas sinceras desculpas, eu agi no impulso. Nem ao menos deixei tu expressares-te devidamente — diz afastando o rosto.
Ainda estou atordoado para julgar precisamente qualquer coisa. Entretanto, sobre isto você não pode me enganar. Você estava em plenas faculdades mentais quando decidiu avançar, desde o princípio suas atitudes provocativas entregaram a suas reais intenções.
— Acho que é um pouco tarde demais para pedir desculpas — respondo e esquivo o rosto.
— Estou desculpando-me solenemente, não sejas tão impiedoso — ri.
Desculpando-se… sei. Você já encenou mentiras melhores do que essa. Entretanto, é melhor eu deixar isso de lado para não ficarmos numa situação mais embaraçosa ainda.
— Ah, é mesmo. Quase ia me esquecendo sobre a tua pergunta. O que mesmo tu querias saber a respeito da magia negra? — continua.
Você sabe qual foi o propósito daquela pergunta, sua dissimulada. Está apenas realçando minha tática ineficaz como forma de me zombar. Até mesmo quando eu tento nos ajudar e engolir a sua desculpa esfarrapada, você consegue dar um jeito de estragar tudo mais uma vez. Mas o mais engraçado é que eu simplesmente aceito isso de bom grado. No fim das contas, apesar de todas as complicações que você me faz passar, não deixa de ser divertido.
— Esqueça. Nem eu lembro-me mais o que iria perguntar.
Mikoto sorri, levanta-se e caminha até a janela.
Só agora pude perceber que uma forte nevasca despenca lá fora. Mal notei a chegada do frio por estar com meu corpo colado ao dela.
— Está bem tarde, sinto em te ocupar por um período tão grande. Eu perdi completamente a noção do tempo. Foi um descuido da minha parte, que constrangedor.
Continua com essa dissimulação barata? Estou curioso sobre os rumos desta conversa se eu der mais corda a ela. Depois do que aconteceu acho que não há mais nada com o que me surpreender.
— Você não tem culpa. Mas realmente agora fica complicado voltar para onde Manabu e Haruki estão dormindo. Provavelmente os acordarei entrando no cômodo, e eles precisam repousar bastante após a surra que receberam.
— Ora, que pena. Pelo visto tu não tens escolhas além de dormir por aqui mesmo — replica com seu sorriso de deboche.
— Até que não é uma má ideia. Se você não se importar de passar mais tempo com alguém sem nenhuma experiência com garotas — digo aproximando-me dela.
— E tu achas que isto é demérito? Sinto te informar, mas eu também nunca estive com garotos antes.
Ela jogou esta frase só para pegar a minha reação? Não posso cair de novo nas suas armadilhas.
— O que foi? Não acreditas em mim? — vendo minha reação de espantado ela continua.
— É difícil de crer que possa ser inexperiente e ao mesmo tempo tão sedutora.
— Vou levar tais palavras como um elogio. Aliás, nunca ouviste falar em talento natural? — fala presunçosamente.
— Às vezes me esqueço de que você é a estudante prodígio da escola, quiçá da cidade ou do país. Mas ainda assim é uma informação bastante inesperada.
Julgando por suas expressões faciais, apesar de claramente estar falando em tom provocante com intuito de me ironizar, ela não parece estar mentindo. Se tratando de alguém como ela, possuir o dom para sedução é uma teoria muito plausível.
Ela observa o recipiente térmico no qual fez o chá de antes, o toca e comenta.
— Vejo que nos distraímos tanto ao ponto do chá esfriar completamente. Terei que esquentá-lo de novo.
Em seguida tratou de requentá-lo, com isso bebemos e conversamos por mais alguns minutos.
Logo nos preparamos para deitar. Escoro-me sentado em uma das paredes com Mikoto abraçada ao meu peito. Assim nos agasalhamos para esta fria noite que está por vir.
— Amanhã é o último dia que temos para nos libertarmos desta conjuração. Não podemos retroceder sob nenhum pretexto — comenta Mikoto.
— Não costumo ser otimista, muito pelo contrário. No entanto, daremos um jeito. Farei qualquer coisa que for possível para salvá-la daqui.
Então ela suspira enquanto fita-me nos olhos e aperta minha bochecha com força.
— Solte-me, está machucando — falo.
— É para machucar, talvez assim tu aprendas. Não te limites apenas a mim. Preciso que tu também sobrevivas, afinal, lembre-te que eu te amo. Não queres que uma garota como eu perca o seu primeiro amor de forma tão trágica, não é? Então trate de planejar melhor.
Você consegue dizer coisas bem fofas às vezes.
— Com certeza. Corrigindo a minha colocação: Vamos sair daqui junt-
Ela interrompe a minha sentença com um rápido beijo.
— Te peguei, tu precisas ser mais cuidadoso. Desta forma qualquer garota conseguirá roubar um beijo teu. Não gosto nada disso — sorri e comemora o sucesso de sua travessura.
Ao terminar de falar, a puxo pelo braço e retribuo sua pequena travessura da mesma forma. Porém, decido tornar o meu troco mais longo, com isso a beijo por mais alguns minutos enquanto passo a minha mão esquerda por seus longos cabelos.
— Atrevido. Só eu tenho permissão de brincar desta forma — diz ela ao nos soltarmos.
Ela deita-se de costas sobre mim, e deste modo persistimos trocando doces carícias e nos beijando por mais alguns minutos até finalmente pegarmos no sono.