Crônicas de Sylrah - Capítulo 3
”O século negro, um temido período que Sylrah passou, com a queda do império dos dragões, os bárbaros desceram as cordilheiras das montanhas vermelha e assolaram os nossos territórios, os bárbaros chegaram até onde hoje é o mar de Açucena, no extremo sul de Sylrah…” — Santo padre Pyce.
Já era parte das seis e dez da manhã e os transportes haviam chegado, como aquele era o último, todos os outros já estavam guardados e só a espera do último e ele havia chegado.
A academia parecia uma cidade de tão grande que era. Ela era enorme, na entrada, havia um grande portão que circundava aquela área e isso já seria surpreendente se não fosse os mecas no pátio e o grande rio que dividia a academia e mostrava os navios de guerra aportados na margem.
Esse local tinha três grandes torres que dividia o patio da academia e logo assim que as crianças descem do transporte, um homem de estatura média e negro aparecia na frente da visão das crianças.
— Bem vindas crianças, a academia de Dorman — Diz o homem sorrindo para as quarenta crianças que estavam ali – Sou o instrutor Groll e estarei aqui para auxiliar vocês nessa sua primeira chegada a academia.
Dizia o instrutor que se aproximava de cada criança analisando-as e observando eles.
— Bom para começarmos precisamos que vocês escolham seus ramos em nossa academia, então vão até ali e se registrem — Diz Groll apontando para um lugarzinho da entrada que ficava uma mesa com um homem anotando as coisas – E deixo claro só os novos alunos devem fazer isso – Diz ele olhando para os rostos dos alunos velhos.
As crianças vão se aproximando e se registrando até que chega a hora dos gêmeos falarem o que queriam ser.
— Nome, idade e Ramo? — Diz o homem curto e seco.
— Jarina, quinze e eu quero ser piloto — Diz a irmã.
—Certo. próximo — Diz o homem anotando em aparelhinho parecido com um tablet e faz a mesma pergunta para Soge.
— Soge, quinze e quero ser da infantaria — Diz Soge confiante e determinado.
— Certo, próximo! — Diz o homem e Soge sai e vai para perto de sua irmã ao aguardo da instrução do senhor Groll.
Depois de alguns minutos, todos haviam se registrado e Groll novamente voltava a falar para os alunos da academia.
— Muito bem, com todos registrados, vamos para a apresentação dos seus instrutores — Diz Groll e eles vêm mais pessoas vindo em direção aos alunos — Essa aqui é a instrutora de Infantaria, Trinda — Diz ele apontando para a mulher de cabelos loiros e sedosos.
— Olá crianças, serei a instrutora de quem foi para a infantaria, vocês terão mais instrutores mas, eu vou apresentar eles para vocês depois — Disse Trinda.
— Esse é Lintrom — Disse ele apontando para o homem que parecia ser descendente de asiático — Ele será o instrutor da marinha.
— Olá, espero que estejam preparados para cursar a nossa academia e aproveitar a sua estadia — Diz ele com um sorriso maquiavélico que assusta as crianças.
— Lintrom, pare de assustar nossos alunos — Diz um terceiro homem que era moreno que tinha a mesma semelhança dos homens do reino de Anethel.
— Bom, esse é Colaris, o instrutor da aeronáutica — Diz ele apontando pro homem que tinha acabado de falar.
— Olá meus caros alunos, eu serei o seu instrutor e serei um cuidador de alguns de vocês durante esse primeiro ano, os outros se esqueceram de falar mas vocês terão que escolher dos seus instrutores para ser o cuidador de vocês neste ano — Diz ele com um sorriso gentil e carinhoso – Espero que gostem da academia e aproveitem o ano.
— Obrigado por falar sobre isso Colaris, iria mesmo tocar no assunto daqui a pouco — Diz Groll — Bom como o nosso querido instrutor da aeronáutica disse, vocês terão um cuidador esse ano e os próximos que vierem — Diz ele — O cuidador terá a função especial de auxiliar você durante o ano, ele pode ser de qualquer ramo, pois só será necessário para as aulas gerais, como matemática, história e geografia. Vocês fazem essas aulas na semana e normalmente é no período da manhã e à tarde vocês tem a aula do ramo de vocês — Diz Groll — Era só isso, os seus instrutores irão mostrar a academia para vocês.
— Crianças me sigam — Diz a instrutora de Soge que se despede da irmã e vai em direção a sua instrutora.
Assim que as crianças se reuniram perto de Trinda, ela começa a nos guiar por uma excursão pela a grande academia de Dorman.
Trinda mostra às crianças, os dormitórios, as salas de aulas, o refeitório e as outras salas que eles usariam a partir da primeira aula que começaria depois de amanhã.
Trinda leva os garotos até a entrada da academia e logo começa a entrar na grande construção e mostrar a sala para os alunos da infantaria, que estavam ansiosos para conhecer sua nova casa nos próximos cinco anos.
Soge, seguia sua instrutora ansiosamente, vendo cada lugar da academia, pois logo ele verá a sala que seu primo Lui falou para ele.
”Primo Lui, será que essa sala é grande, bonita e espaçosa? Não sei, mas estou ansioso para conhece-lá — Pensou Soge enquanto acompanhava sua professora.
Trinda, leva os alunos para as principais salas da academia, as que eles mais usariam e logo após os mostra as outras salas.
Enquanto as crianças acompanhavam ela, Soge acabou por ver sua irmã e dá um oi para ela e logo depois eles se separam e são levados para conhecer os dormitórios.
Ao chegar no dormitório, eles são apresentados a cada quarto e no final do dia eles iriam receber o número e bloco do quarto.
Já era de noite e Soge estava cansado de tanto caminhar pela escola e conhecer os lugares, ele tinha se encontrado com sua irmã algumas vezes, mas nada de conversar, apenas um oi e tchau.
Soge estava no quarto sete da oitava ala do dormitório masculino, que ficava na parte oeste da grande cidade que era a academia.
Assim que Soge entra em seu quarto, ele havia recebido a noticia que suas coisas já estariam no quarto e era só ele arrumar e assim que ele entra, ele vê suas coisas e vê mais dois garotos que estavam deitados em uma das três camas do quarto.
— Então você é o nosso colega de quarto? – Diz o primeiro garoto que estava deitado na cama do meio.
O quarto era grande, tinha bastante espaço para caber três camas e três armários, onde os alunos guardam suas coisas e também tinha um banheiro onde eles poderiam tomar banho e fazer suas necessidades.
— Oi! — Diz Soge meio tímido — Sou Soge Weyer e vocês?
— Eu sou Pherd Trande — Diz o garoto da cama do meio.
— Eu sou Varo Blinder — Diz o garoto secamente da cama da esquerda.
Os Trande, eram uma família da classe Serpente que cuidava da fronteira sul do reino, eles eram altos e tinham cabelos castanhos e olhos pretos com a noite.
Os Blinder, eram famílias da classe Wyvern e cuidavam do centro oeste do reino, eles eram estatura média, tinham cabelos loiros e olhos da cor amarelada.
Os Weyer, são famílias da classe Wyvern e cuidavam da fronteira norte, nordeste do reino, eles eram altos também e tinham cabelos ruivos e olhos azuis da cor d’ água.
— Quais são seus ramos?— Pergunta Soge para os seus novos companheiros.
— Eu sou da infantaria — Diz Pherd — Sonho em me tornar um grande soldado e honrar a minha família.
— Aeronáutica — Diz Varo seco e frio.
— Nossa aeronáutica, minha irmã escolheu esse ramo também — Diz Soge tentando se enturmar com o Wyvern.
— Nossa que legal Soge — Diz Pherd para seu novo amigo — Em qual ano você tá? – Pergunta Soge se levantando e indo para frente de Pherb.
— To no primeiro — Diz Soge com um sorriso gentil e alegre — E vocês?
— Também to no primeiro — Diz Pherb gentilmente.
— Primeiro — Diz o Blinder.
— Ele não é muito de falar né? — Pergunta Soge apontando para o garoto que estava lendo um livro.
— Sim — Diz Pherb — Bom está tarde, vou te ajudar a arrumar as suas coisas e vou dormir e amanhã conversamos mais.
— Muito obrigado Pherb! — Diz Soge estendendo a mão para o garoto.
Eles ficam até cerca de dez horas arrumando as coisas e se deitam para dormir, pois depois de amanhã eles teriam a sua primeira aula.