Crônicas de Sylrah - Capítulo 17
“Vamos ver o quão bom são aqueles garotos e mostrar a eles o que é a verdadeira guerra” – Desconhecido.
— Quando vamos bombardear? — Pergunta um homem no comando de um dos navios na costa do mar de Açuncena.
— Vamos esperar mais um pouco, eles ainda não nos viram, temos a vantagem, vamos esperar nossos espiões passarem a localização exata da cidade.
— Certo capitão — Diz o homem que estava no comando.
Parecia ser mais um dia comum na cidade abandonada, os grupos se moviam e se preparavam para se enfrentar. A prefeitura foi saqueada e agora só é uma construção vazia, mas ainda existem segredos nela.
Era cerca de duas horas da tarde, o grupo quatro estava a procurar algum lugar para se refugiar, eles tinham encontrado uma das outras equipes e estariam sob fogo.
Os professores vigiavam os alunos do centro de comando, mas não percebiam nada de errado aos arredores.
Trinda, que estaria a olhar as câmeras, observava o andamento dos grupos enquanto tomava um café. Estava um silêncio no local, os outros professores haviam ido descansar, enquanto os alunos que caíram estavam a conversar em um cômodo bem longe daquela área.
Faltavam cinco para as duas quando dois homens, encapuzados, adentraram a cidade abandonada. Eles entraram pelo portão sete.
— Certo, vamos procurar o subterrâneo e nos abrigarmos, já estive aqui uma vez e sei onde ele fica — Diz um dos homens que tinha uma cicatriz no rosto.
Os grupos se deslocavam enquanto aqueles dois homens andavam perto de uma das primeiras casas do portão sete e isso teria um custo.
— Avise eles, vou preparar os dispositivos — Disse o homem com cicatriz.
Enquanto isso nos navios, o centro de comunicações é avisado sobre a localização de onde os espiões estavam e logo os canhões dos navios começam a se deslocar indo para a direção da coordenada passada pelos rapazes.
Sete tiros de Inzar são disparados das quatro bocas de cada canhão dos navios em direção a cidade abandonada.
Não demora mais de dois minutos para todos na cidade abandonada começarem a escutar explosões vindas de todas as direções, os alunos que estavam com os professores se assustam e se levantam rapidamente.
Os professores que estavam supervisionando os alunos logo correm para a sala de controle e vêem aquela cena.
De um dos navios, quatro aviões saem em direção a cidade onde ocorria o treinamento.
Os professores se deparam com barreiras de chamas em vários pontos da cidade enquanto tentam achar os alunos que ainda estavam lá.
Devia ser umas duas e quinze quando Soge e seu grupo escutam aquela explosão, uma enorme onda de destruição passou por eles, muitos foram jogados no chão, enquanto outros foram deslocados para trás.
— O que foi isso? — Disse Gyta assustado enquanto se levantava do chão.
— Não sei — Disse Íris tentando raciocinar com o que havia acontecido ali.
Não se passarem nem quarenta segundos e eles escutam mais três grandes estrondos vindos do norte, sul e oeste.
Os alunos estavam assustados e em choque, por que tinha acontecido explosões na cidade abandonada? Seria isso obra de algum país inimigo ou de algum grupo rebelde de Anethel?
Não demorou nem cinco segundos quando os estudantes que estariam na cidade viram quatro aviões passando por cima do local onde eles estavam e esses aviões acabaram por soltar alguns fragmentos de Inzar bruto.
Quando os fragmentos chegam no chão, uma enorme explosão ocorre em toda a cidade, destruindo parte das casas e mandando os alunos para longe.
Soge estava no chão, ele não sabia o que tinha acontecido, ele ainda estava raciocinando, seu corpo doía e era uma dor muito forte, ele nunca havia sentido isso antes. Seus músculos não se mexiam, seu corpo não respondia ele, ele só conseguia escutar gritos de dor e desespero.
Onde havia o centro de controle, só tinha restado escombros, muitos debaixo de escombros e os professores que estariam a comandar o local, não se encontravam em boas condições.
Não havia muito tempo que a academia foi avisada, mas eles estavam muito longe da cidade, mas não só a academia foi quem recebeu o aviso, cidades e vilas perto da cidade foram notificados e um verdadeiro esquadrão estava sendo enviado para a cidade.
Soge não sabia o quanto tempo tinha se passado, só se lembrava de escutar uma enorme explosão e tudo ficou branco, ela ainda sentia muitas dores, mas dessa vez o corpo dele o obedecia.
Ele então abriu os olhos e viu a cena que tanto temia, a cidade estava destruída, o fogo era espalhado por ela e só existia escombros do que antes, era uma cidade.
Soge estava sozinho, ele estaria em uma cratera que parecia ser funda e ao lado dele só existia vestígios. Aquilo era uma cena assustadora para uma criança.
— Alguém? — Grita Soge enquanto se levantava, mas só havia silêncio.
Novamente ele grita e dessa vez escuta um resmungo de dor vindo debaixo de uma das pedras que tinha na cratera.
O garoto vai correndo para a pedra e tenta tirar ela, mas ela era muito pesada, mesmo com força, Soge não conseguia, até que alguém desce a cratera. O sol tapava o rosto da pessoa, mas o garoto reconheceu que era Gyta.
Gyta estava sangrando, mas não esboçava sentir muita dor. O garoto que descia para ajudar Soge, pega a pedra que o ruivo segurava e com sua ajuda, conseguem tirar a mesma e vêm Íris de baixo da pedra, toda ensangüentada.
— Íris — Grita Soge correndo para ajudar a garota.
A garota parecia estar inconsciente, mas estava viva, a situação dela não era boa, ela estava bem machucada, com vários cortes ao redor do corpo.
Soge também não estava muito bem, ele havia ganhado um grande machucado no braço e sua perna estava sangrando muito, além das dores na costa e peito.
— Que porra foi essa? — Pergunta Gyta se sentando em uma das pedras.
— Eu não sei, me ajuda a levar a Íris para cima, aqui ela pode se machucar — Falou Soge, enquanto pegava Íris com cuidado e tentava subir a cratera.
O garoto que estava sentado ajuda Soge e assim que eles sobem, o ruivo vê aquela cena, a cidade estava só em escombros, ainda tinham algumas construções em pé, mas não eram muitas. Os corpos de seu grupo estavam espalhados pelo que restou das ruas.
De onde estavam aqueles dois homens que haviam entrado no subterrâneo da cidade, se escutava outra explosão, mas não só ali e sim nos quatro cantos da cidade, parecia que haviam bombas espalhadas pelo local.
Os aviões que uma vez passaram por da cidade, passam novamente soltando bombas de Inzar descorrompido, mais poderosas que o Inzar bruto no que restou da cidade.
Dessa vez se escuta uma explosão muito forte e Soge apaga novamente.
Nos navios, muitos estariam a comemorar, enquanto um homem, estava a conversar com o que parecia o comandante da esquadra.
— Parece que o plano deu certo senhor Matias — Disse o homem que escondia seu rosto.
— Sim comandante, deu certo, eles estão enviando esquadrões para a cidade abandonada e se tudo der certo, destruiremos uma parte do esquadrão principal e poderemos começar a preparar a invasão.
— Muito bom senhor Matias, vamos zarpar, vamos voltar para o Mar dos Dragões e encontrar nosso lar.
— Certo comandante — Diz Matias batendo continência para o comandante.
Soge acordava em uma maca, ele não sabia onde estava e nem quanto tempo tinha se passado. Ele olha para os lados e vê os alunos que tinham participado do treinamento, mas faltava alguns e ele não sabia onde esses que faltavam, estavam.
Soge, fecha os olhos novamente e apaga, ele parecia estar sob efeito de anestesia, não sentia mais nenhuma dor, seu corpo parecia estar descansando em uma cama de plumas brancas de uma linda ave de cor esbranquiçada.
O ruivo não se lembra muito do que viu, mas tem vagas lembranças de ver uma comporta abrindo e médicos levando eles para dentro de uma grande estrutura que parecia ser Dorman.
Soge acorda na ala médica da academia, ele via alguns cabos ligados em seus braços enquanto via médicos e médicos saindo e entrando na enfermaria.
Depois disso, o ruivo, não lembra mais de nada do que aconteceu quando ele chegou em Dorman.
A alta cúpula da academia estava reunida para discutir o que havia acontecido, era a primeira vez que um atentado tinha ocorrido durante o treinamento.
— Isso nunca aconteceu — Disse o diretor.
— Sim, precisamos investigar, prevejo que alguma coisa vai acontecer mas para frente e precisamos nos preparar, se o tempo de guerras vierem, precisamos estar prontos.
A reunião continuou, enquanto um pequeno corvo voava pela academia e pousava na janela do dormitório de Soge.
— Iniciando modo de reconhecimento, preparando modo de camuflagem, iniciando investigação — Disse o dragão de Soge — Indo atrás dos alvos.
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Bom pessoal, esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado e coitado do Soge, eu não sei escrever muitas cenas de guerra, então desculpa se ficou ruim, eu me esforcei ao máximo e obrigado por estarem lendo.
Bom, parece que nosso caro amigo Soge, se deparou com um atentado na cidade abandonada e quem será que fez isso? Bom era só isso e até o próximo capítulo :3.