Carnaval no Abismo - Capítulo 9
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- Capítulo 9 - A Complexidade das Extremas Direita/Esquerda (1)
[22 de agosto]
Órfãos, anjos, controle mental, distopia, divindade, corações partidos, vingança, trevas eterna.
É o fim do mundo.
— Como as coisas foram terminar assim?
Eu, Keyla e Leógenes estamos ajoelhados no gramado do Estádio Mané Garrincha, mais precisamente na frente de um gigantesco altar adornado que foi montado bem no círculo central do campo. Nossas mãos e tornozelos estão amarrados por abraçadeiras, impedindo-nos de dar um passo sequer.
Então é isso que chamam de golpe de estado?! Um raid interno?!
Ao olhar para a direita, vejo alguns dos meus alunos trabalhando até a exaustão, sujos e maltratados, porém com sorrisos orgásticos nos rostos. Aparentemente, estão construindo uma estátua “dela” segurando a grande bandeira com o símbolo da sua política extremista.
— Como está se sentindo após o seu ataque ter falhado miseravelmente, senhora? — Do topo do altar, sentada em uma poltrona reclinável de estofado vermelho, falou a responsável por toda essa confusão. — Espero que feliz.
Ela traja um longo vestido púrpura de ceda, só que, sinceramente, estaria combinando bem mais se estivesse usando farda militar com uma suástica no ombro.
— Ainda não, mas ficarei assim que te der umas boas palmadas na bunda.
— Antes disso, precisará de um milagre para conseguir se soltar. — Em seu rosto, encontra-se o sorriso impiedoso de alguém que está prestes a chutar para longe o último obstáculo que a impede de alcançar seus objetivos obscuros. — É uma pena que eu, sua inimiga, seja a única capaz de prover milagres por aqui.
Na mão direta dela, encontra-se um longo chicote cinza, enquanto a sua mão esquerda segura uma corrente de metal ligada diretamente a uma coleira vermelha. Já essa coleira está presa no pescoço de outro dos meus alunos.
Esse jovem está de quatro ao lado da poltrona vestindo apenas uma cueca azul, valendo ressaltar que a noite de hoje está deveras congelante. Entretanto, não se engane ao pensar que ele está sofrendo com tamanha crueldade. Muito pelo contrário, sua feição corada e os coraçõezinhos saltitando nas suas írises explicitam o quanto ele está amando a própria desgraça.
Minha sala de aula só tem gente dodói, já notei isso faz um tempinho.
— Hi, hi… Espero que esteja pronta para se tornar mais uma das minhas escravas, senhora. No entanto, em honra a todo o seu esforço para fugir de mim, te darei uma posição especial dentro da minha comunidade.
Após um assobio, o aluno acorrentado parou na frente dela. Foi então que a pervertida trocou de assento, transformando o seu lacaio em um jumento para poder vir na minha direção, dando-lhe uma chicotada de vez em quando.
— Então, e agora? — Leógenes perguntou.
— Alguma ideia para nos tirar desta situação? — Keyla sussurrou.
— Desculpa, galerinha do mal. — Dei um sorriso tenso. — Mas acho que agora ferrou cabuloso pra gente.
No instante em que ela olhar nos nossos olhos, nossas vidas serão tomadas de nós. Todo o planeta Terra terá sido conquistado por uma sadomasoquista sociopata maluca. Vivenciaremos a mais impiedosa e perfeita ditadura de toda a história da humanidade.
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[Alguns dias antes]
[07 de agosto]
Resumidamente, a vida real é uma merda.
Sério, me deem pelo menos um bom motivo para elogiá-la. Uma realidade sem magia, amores verdadeiros ou belos ensinamentos que realmente conseguiram melhorar o mundo. Um lugar onde existem apenas pessoas sebosas que se forçam a digladiarem diariamente usando como armas sorrisos forçados e lágrimas falsas.
Na vida real, nenhum de nós é protagonista de porra nenhuma, apenas espectadores da existência uns dos outros. Sanguessugas que vivem para invejar, machucar e nos machucar num grande círculo vicioso de tortura e mutilação que não gera prazer para nenhuma das partes.
Se bem que a minha opinião não deve valer nada para vocês, não é? Consigo notar apenas por fitar esses olhinhos que me julgam e, compreensivelmente, corrompem-me com tantas expectativas variadas que vão de inocente curiosidade até a vontade insana de que eu erre, escorregue em alguma casca de banana e falhe miseravelmente nos meus objetivos.
Pois não é isso que mais gostamos de fazer para passar o tempo? Rir dos defeitos dos outros? Torcer pela desgraça dos nossos semelhantes? Tomar um delicioso café da manhã enquanto assistimos matérias jornalísticas sobre todos os mendigos que morreram de frio na madrugada anterior?
Se bem que neste caso, acho que não tem problema generalizar. Assim como a minha, a opinião de todos vocês também são porcarias frágeis. Do nível que qualquer pessoa com um pouco mais de inteligência consegue manipular e distorcer. Não, retiro o que acabei de dizer. Qualquer imbecil convicto do que fala, com o mínimo de autoconfiança, pode esmigalhar os argumentos de todos vocês ao ponto de passarem a acreditar que são extremamente burros.
Não acreditam? Mas não é exatamente isso que os políticos e pessoas por detrás deles fazem com seus respectivos “ganha-pão”? Se bem que essa teoria também funciona para diversas outras coisas, incluindo as crenças.
É só despejar um pouco de divindade aqui ou ali, salpicar algumas frases de efeito, acrescentar meia dúzia de figuras socialmente fortes e pronto! Você tem nas mãos uma religião consideravelmente influente. Aí é só alienar alguns tolos e correr para o abraço!
Pois bem, tanto na politicagem quando em qualquer outra merda grupal qualquer, é possível controlar as grandes massas e fazê-las se moverem à sua vontade. Basicamente, com o uso das palavras certas nos momentos certos, pode-se corromper corações, enriquecer ou até mesmo convencer uma nação inteira a invadir outros países. Para terem uma ideia, palavras são armas tão poderosas que conseguem anular até mesmo a maior fraqueza do ser humano: o medo de morrer.
Tá, mas aonde realmente quero chegar é: qual o sentido de retornar para aquela realidade podre e corrompida que não tem nada de bom para oferecer? Porque, falemos a verdade. Quantos litros de água, oxigênio e quilogramas de alimentos são necessários para manter mais de oito bilhões de existências superficiais diariamente e ainda sobrar algumas árvores pra gente armar uma rede? Será que vale mesmo a pena investir em sanguessugas que vão continuar absorvendo os seus semelhantes e o ecossistema num lento suicídio de escala mundial? Vamos, respondam-me!
— Hum… Senhora, antes de prosseguirmos, pode responder a minha dúvida? — A representante de classe, Lorena, falou com a mão erguida. — Por que estamos discutindo sobre este assunto na aula de física mesmo?
— Ué? Mas tá tudo interligado, não?
Ergui uma sobrancelha e voltei os meus olhos para o quadro negro a fim de entender o motivo de tantas expressões confusas.
Vixe, em algum momento, enquanto eu falava do modelo atômico de Rutherford-Bohr, acabei dando uma leve desviada do assunto. Por que será que o desenho do meu átomo parece a cara do P■d■o Barusco? Que estranho.
— Na verdade, o que eu realmente gostaria de entender é o motivo para ainda levarmos à sério o que a senhora fala. — Foi a vez de Leógenes se pronunciar. — Afinal, como disse, a nossa opinião vale tanto quanto a sua. Nada. Porém, aparenta nunca lembrar disso quando insiste em transferir toda essa porcalhada para dentro das nossas cabeças. Parece até que no seu mundinho pessoal, apenas você está certa e todos os outros errados.
Ugh… Essa doeu um pouquinho.
— Ué? Não estamos todos reunidos aqui apenas porque é engraçado ouvir os chiliques meticulosamente venenosos dela? — Juliana entrou na conversa, segurando uma estaca prontinha para ser enfiada no meu coração. — Só estou vindo para o colégio porque a professora parece ser o tipo de pessoa que, uma hora ou outra, entrará em um relacionamento ilícito com algum aluno e acabará na cadeia por causa disso.
— Argh! Okay, essa doeu pra caramba! Fala sério?! Não tem ninguém aqui com o mínimo de respeito por mim?!
— Ei, ei, não precisam ser tão duros. — Augusto levantou usando um tom apaziguador com a intenção de me salvar e acalmar os ânimos. — Ela mandou super bem no começo, lembram? Apenas, do nada e sem nenhum motivo aparente, desviou do assunto com todo esse pensamento filosófico irracional cheio de idiotices que não tem nenhuma relação com física e são irrelevantes para as nossas vidas cotidianas.
— Beleza, já entendi, então podem parar! — Bati sobre a mesa. — Qual é? Não entendo vocês. Tenho certeza que o nosso papinho de agora estava sendo bem mais maneiro que todas essas baboseiras de prótons, nêutrons e blá, blá, blá. Fora que o mundo acabou, o que torna inútil qualquer espécie de estudo tradicional.
— Quanto a isso, depende. — Lorena falou. — Você citou vários motivos que criticam e julgam a realidade. Porém, o que vivemos agora não é, de fato, a própria realidade? Como todos se foram não estamos, de certa forma, iniciando uma nova civilização?
— É aí que você se engana, garota. O que te faz ter tanta certeza de que tudo o que experienciamos desde o sumiço de todo mundo é real?
— Como assim? Conta mais.
Mostrei um sorriso confiante para os olhos curiosos da representante. Depois, peguei um giz e fiz alguns rabiscos rápidos no quadro.
— Vejam, certas coisas não sustentam a teoria de que a nossa realidade atual exista. Como suspeitam, pode sim alguma coisa ou pessoa ter apagado todo o restante da humanidade, mas também existe a possibilidade de ter ocorrido o oposto. Nós desaparecemos ou sequer isso aconteceu. — Apontei para o desenho que fiz de uma usina hidrelétrica. — Um bom exemplo da atual anormalidade é a energia. Já faz cerca de um mês desde que tudo isso começou, então não acham que deveríamos estar no meio de um grande apagão? Afinal de contas, sem mão de obra humana, os geradores não deveriam funcionar por tanto tempo. — Apontei para o meu desenho do João Grilo e Chicó dando uma lição no tinhoso. — O mesmo tinha que ter acontecido com a Internet, mas ainda consigo piratear uns torrents sempre que quero. Também podemos usar como exemplo os alimentos perecíveis que, por obra de alguma força maior, nunca apodrecem. — Dei uma breve olhada para o céu vermelho no lado de fora, algo que nunca falha em me provocar calafrios. — Então, levando tantas provas em consideração, abre-se um leque de possibilidades para o que possa estar acontecendo. Será que estamos vivendo em uma espécie de matrix controlada por um deus? Ou, quem sabe, estejamos todos mortos no próprio purgatório? Pelo menos vamos lembrar do que aconteceu aqui quando deixarmos a “bolha”? Ou melhor, será que sequer existimos de verdade?
Leógenes levantou a mão, pedindo permissão para contra-argumentar.
— Bem, mesmo que sejamos apenas fumaça, não apaga o fato de que respiramos e construímos memórias. Podemos não saber quanto tempo este estado atual vai se manter, mas a simples possibilidade de poder durar para sempre já conjuga uma “vida”. Na minha opinião, mesmo que tudo não passe de um sonho, existimos sim.
— Tá legal… Faz sentido isso… Ponto pra você.
— Uaa… Minha cabeça já tá começando a doer. — Augusto reclamou. — Ah, professora, seus desenhos são incríveis!
— Obrigada. — Escrevi o nome “futuro” no quadro. — Okay, já que tocamos no assunto, vamos discutir algo importante. No momento, vocês são pessoas sem nenhuma motivação ou objetivos para os dias que virão. Normalmente, estariam buscando entrar na faculdade ou procurando emprego para realmente fazerem parte da sociedade. Porém, convenhamos que, atualmente, tudo isso passou a ser irrelevante uma vez que não temos mais uma hierarquia social. Vamos ser obrigados a começar a humanidade do zero.
Os alunos trocaram olhares e cochichos entre si.
— E como exatamente faremos isso? — Lorena perguntou.
— Hum… Acho que primeiro precisamos ter um líder com o dom de tomar decisões importantes, distribuir tarefas e guiar o restante da comunidade a fim de fazer o planeta girar novamente. E, como só existem nós mesmos, podemos chamá-lo de “Primeiro Presidente do Mundo”, ou algo idiota do tipo. — Desenhei rapidamente o brasão da república. — Muito bem, hora de fazer valer a democracia. Teremos agora, a primeira eleição da Nova República Federativa do Sete a Um.
— Há mesmo necessidade disso? — Juliana perguntou. — Os únicos adultos aqui são você e a diretora. Logo, uma das duas deve assumir essa responsabilidade.
— Não, não, estou fora, trabalho demais. — Fiz uma careta. — Não sei se notou, mas só inventei tantas baboseiras para, futuramente, poder dar no pé e ter uma vidinha pacata bem longe de vocês sem ficar com a consciência pesada. E, só pelo fato de a diretora resolver viajar pelo mundo num momento tão tenso como este, já mostra que ela não é digna de confiança.
— Você é realmente uma pessoa podre por dentro, né, papai? — Juliana falou usando o combo “ponta da língua pra fora e carinha de anjinho”.
— E você realmente não tem nenhuma prega na língua, né, filhinha? — Suspirei profundamente. — De todo modo, não acho que a diretora tenha o necessário para colocar vocês na linha. Pois isso requer astúcia e pulso firme, coisas que uma pamonha feito ela não tem. — Peguei uma folha branca e escrevi o nome de todos os alunos nela. — Certo, vamos fazer isso por ordem de chamada.
Sem sequer ser o primeiro da lista, Augusto se precipitou e levantou, dando pulinhos com a mão direita erguida.
— Obviamente, meu voto vai para a Keyla! Alguém tão meiga, linda, pura e destemida, merece o título de Presidente do Mundo! — Apontou para a pequena ruiva emburrada no fundão. — Olhem só para aquele corpinho! Não acham que os quadris dela são perfeitos para procriar e repovoar o Brasil igual uma abelha rainha?! Claro, como o marido dela, prometo me esforçar incansavelmente na tarefa de encher o ventre dela com os meus esper—
De repente, uma flecha cortou todo o espaço da sala de aula e atravessou a têmpora do garoto de cabelos tingidos. Imediatamente, Augusto caiu duro no chão, melando tudo com o seu sangue. Eca!
— Hump! — Isso foi tudo o que escapou dos lábios irritados da pequena ruiva.
Ultimamente, a sempre quieta Keyla tem variado bastante nas maneiras de assassiná-lo. Já a vi o explodir com uma bomba caseira, cortá-lo em fatias com um facão, arrancando o fato dele como se faz com um peixe. O curioso, é que ela sempre age como se nada tivesse acontecido logo em seguida.
Já eu, sinto-me confusa por ter me acostumado com tanta desgraça ao ponto de sequer ficar enjoada.
— Tenho certeza de que se Keyla ganhar, teremos uma líder bastante impiedosa no comando. — Coloquei um tracinho na frente do nome dela. — Bem, inicialmente, os votos deveriam ser secretos, mas já que o Augusto estragou tudo… Certo, próximo eleitor, por favor.
Um a um, eles levantaram e votaram em voz alta, e foi então que um novo problema surgiu.
Todos elegeram a si mesmos.
Com exceção de Keyla, que se recusou a entrar no joguinho, ninguém se propôs a passar o título de autoridade máxima da comunidade para outro. Fala sério, a ganância da sociedade não muda mesmo numa situação tão extrema feito essa.
— Ai, ai, ai… Vocês não me deixam outra escolha. Pelo jeito, o meu voto será usado para desempatar a disputa.
Peguei a pasta onde estão reunidas todas as informações escolares dos meus alunos. Rapidamente, dei uma folheada e analisei os candidatos.
— Uni, duni, tê… Okay, decidido! — Apontei para um certo alguém que está sentado na primeira fileira da esquerda, cadeira da frente. — Meus parabéns, você acabou de ser escolhido como Primeiro Presidente do Mundo!
— Ahn? Eu? Que surpresa. — Levantou. — Obrigado pelo voto de confiança, senhora. — Virou-se para o restante da turma e se curvou. — Prometo que o anjo de vocês fará de tudo ao seu alcance para ser um líder digno e justo. De agora em diante, estarei contando com vocês, meus colegas, para me apoiarem durante este mandato.
Uma forte salva de palmas logo tomou conta da sala de aula.
O nome do eleito é Antony Vasconcelos. Com seus cabelos curtos brancos como a neve e olhos azuis brilhantes, ele parece ter saído de um conto de fadas infantil. Sua pele pálida e beleza estonteante é ainda mais acentuada pela sua altura impressionante e postura elegante.
Mas Antony não é apenas um rostinho bonito. Pelas minhas investigações preliminares, ele também era o às do time de futebol e um dos alunos mais inteligentes de todo o Isana Àgora, com notas perfeitas em várias matérias, mas nunca se gabando das suas habilidades e conquistas. Simpático e humilde, o garoto que todos querem ser amigo e o modelo a seguir.
Um homem perfeito demais para o meu gosto.
— E como todo presidente precisa de um vice, nada mais justo que pertencer a sua irmã. Meus parabéns, Hillary.
Com um simples levantar de cadeira, ela já consegue espalhar sua tranquilidade para todo o restante da turma. Com seus cabelos brancos e sedosos, correndo até a altura dos joelhos, sua beleza é tão absurdamente surreal quanto a do seu irmão gêmeo. Mesmo o maçante uniforme escolar se torna algo extremamente requintado em seu corpo.
Tenho quase certeza que Hillary não respira pelo bumbum.
— Não sei nem o que dizer de tão espantada que estou. — A voz dela mais parece o canto puro e imaculado de um pássaro. — Colegas e professora, muito obrigada por tudo. Vamos nos unir para fazer da nossa comunidade a melhor e a mais justa que já existiu. Eu e meu irmão seremos ainda mais os seus anjos da guarda a partir de hoje.
Huh, o carisma dela também é de outro mundo. Pelo jeito, escolhi as pessoas certas para assumir todas as minhas responsabilidades.
— É isso aí. Desejo boa sorte aos dois e espero que trabalhem bastante em prol do futuro dos seus coleguinhas. Tomem conta deles como se fossem parte da família de vocês. Afinal de contas, apenas assim conseguirão crescer e prosperar.
Os dois se voltaram na minha direção e, com uma sincronia perfeita, curvaram-se em agradecimento.
— Muito obrigado, senhora.
— Faremos o nosso melhor.
Fui presenteada por um par de sorrisos doces que, provavelmente, deixou-me com diabetes. Em seguida, outra forte salva de palmas teve início, um verídico apoio a escolha dos dois como autoridades.
Eles são bastante populares, hum?