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Carnaval no Abismo - Capítulo 28

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44

— Pensei que ia morrer…

— Pare de frescura. Foi só uma brincadeirinha. — Juliana jogou uma toalha sobre a minha cabeça e começou a secar os meus cabelos. — Aquele escorrega foi minuciosamente planejado para ser uma diversão segura.

— Sério mesmo?!

— Não, eu menti. A senhora realmente podia ter morrido lá. — Deu o seu tradicional sorriso de diamante. — Mas que bom que não morreu, né?

— Ora, sua…

Basicamente, os alunos organizaram um churrasco num clube chique na beirada do Lago Paranoá. Todos, com exceção da diretora coxinha que ainda está viajando pelo país em busca de outros seres vivos, estão presentes.

Bem, eu até entendo a vontade da galera se reunir, entretanto, não o momento que escolheram para fazer isso. Afinal de contas, faz apenas cinco dias desde que tudo aquilo aconteceu.

Fitei Antony e Hillary a alguns passos de distância. Claro que o biquíni branco da minha aluna deixa os seus hematomas e bandagens aparentes, mas ela não parece incomodada. Até porque está bastante distraída com todo o mimo que vem recebendo do seu querido irmão.

É sério que ele tá dando comida na boca dela? Pelo jeito, os dois já ultrapassaram todas as barreiras do amor proibido.

O fato curioso é que eles não estão sendo ignorados/repudiados por tudo o que fizeram. Na verdade, em diversos momentos, até conversam e brincam com seus colegas de classe como se nada tivesse acontecido. Se existe alguém no meio de nós que ainda guarda alguma mágoa, está fazendo um ótimo trabalho ao esconder.

Alguns passos ao lado, Keyla está sentada em uma cadeira de praia na sombra de uma árvore lendo um livro grosso. Diferente das outras meninas, ela não parece ter nenhuma intenção de mostrar o seu corpo. Será que não está sentindo calor com todo esse pano?

— Ei, você não vai acreditar em quem deu a ideia de tudo isso! — Augusto, nosso churrasqueiro galã de cabelos tingidos, falou animadamente após me oferecer um pratinho cheio de carne assada.

— Quem foi? Você? — Perguntei.

— Não, foi o Leógenes! Ele lembrou que ainda não tínhamos feito uma festa para comemorar o retorno de Juliana à escola e coordenou todos para organizar essa festança!

Obviamente, a minha reação natural para tamanha lorota foi gargalhar ironicamente.

— Como é? Aquele guri manipulador que só pensa em si mesmo? Não, simplesmente impossível.

Claro que o garoto cogumelo não curtiu muito as minhas palavras e veio tirar satisfação.

— Pois saiba que sou um verdadeiro príncipe, senhora. Um exemplo mesmo dentre os melhores bons samaritanos.

— Sim, sim. E o poste misteriosamente começou a mijar no cachorro. — Fingi enjoo. — Não duvido nada que você armou tudo isso com dezenas de interesses escusos na cabecinha. Tomara que toda essa puxação de saco não tenha como objetivo arriar a calcinha da minha adorável filha.

— Não estou interessado na calcinha de ninguém, sua pervertida doente! É simplesmente uma festa de boas-vindas para unir ainda mais o nosso grupo, minha primeira grande meta como Segundo Presidente do Mundo!

Quando pensei em gargalhar para explicitar toda a vergonha alheia que eu estava sentindo, Augusto e Juliana se anteciparam, deixando o meu querido cabeça de cuia ainda mais furioso.

— Era só o que me faltava, a professora estúpida já contaminou todo mundo com a sua falta de educação.

E essa fúria dele só me motivou a inventar algo para fazê-lo passar vergonha na frente de todo mundo.

— Se deseja mesmo me convencer, demonstre a pureza das suas palavras com ações! — O empurrei até a frente da churrasqueira e chamei a atenção de todos. — Você é o dono da festa e ainda não deu nem um “olá” para os seus convidados. Toma vergonha na cara!

Jurava que até mesmo o senhor fodão aqui tremeria diante de uma plateia atenta, mas o miserável apenas estufou o peito de maneira arrogante e levantou seu copo de refrigerante.

— Muito bem, antes de mais nada, gostaria de agradecer a presença de todos. Fiquei muito feliz com o apoio que recebi na escolha desse belíssimo local e toda a ajuda na preparação do almoço. — Deu um sorriso sereno. — Como já sabem, não os reuni apenas para comemorarmos o retorno de Juliana à nossa turma, mas também para nos conhecermos melhor. Nesse mundo esquisito, longe de toda a normalidade do passado, fomos forçados a nos tornar uma grande família. Devido a isso, temos agora a obrigação de estreitarmos relações e criarmos vínculos para tornar essa família inquebrável. E como o primeiro passo para isso, proponho um brinde a nossa amizade, união e momentos incríveis que ainda passaremos juntos.

A resposta da plateia para toda essa fala complicada foi a mais positiva possível. Copos foram erguidos e uma poderosa gritaria cortou o ar. Quanta energia desse povo.

— E aí? Convencida agora, senhora? — Deu um sorrisinho cínico.

— Exibido.

Tá legal, chegou a minha vez de tomar a frente da comemoração. Hora de iniciar o Baile da Gaiola.

— Então, crianças. Tá tudo muito divertido, mas esqueceram a parte mais importante de uma festa. Cadê a música?! Onde já se viu uma bagunça sem o pancadão?! — Saltitei até o carro mais próximo, abri o porta-malas e dei uma investigada no aparelho de som. — Vou tocar um forrozão pauleira! The King of Pisadinha, faça a sua mágica!

Alguns sons de repúdio ecoaram assim que a música começou, mas não dei ouvidos e aumentei o volume até fazer o cérebro de todo mundo chacoalhar. Então, comecei uma dança empolgada, movendo os meus pezinhos pra lá e pra cá, rebolando e girando feito uma doida ao ritmo contagiante do teclado. Logo, todo o repúdio se transformou em uma enxurrada de gargalhadas e gritos empolgados.

É isso aí! Observem a sua linda professora botando pra quebrar!

— Está parecendo um espantalho possuído pelo demônio.

Após escutar esse comentário nada respeitoso do meu aluno menos respeitoso ainda, pausei a música e fui peitá-lo de frente.

— Você falou como se soubesse dançar alguma coisa. Sinto informar que Galinha Pintadinha não conta, tá?

Como eu previa, um círculo de adolescentes loucos por uma boa treta se formou comigo e Leógenes no centro. A gritaria empolgada aumentou ainda mais, empurrando o ratinho direto para a minha ratoeira.

Claro que o cabeça de cogumelo notou a armadilha que eu plantei, mas a sua personalidade forte o obriga a se manter no topo da sua pirâmide social, o número um em qualquer coisa.

— Está me desafiando, senhora? Pois saiba que eu tive várias aulas de dança e canto na infância. O melhor da turma em todas as categorias, por sinal.

Sem falar mais nada, apenas fiz um “cai dentro” com a mão direita.

— Uhu! Batalha de dança! — Augusto gritou, agindo feito um narrador e deixando o público eufórico.

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