Askalyn, O Raio Nórdico - Capitulo 6
“Merda, tinha esquecido dessa porra de corte na barriga!” Pensei rangendo os dentes com a dor.
— Que foi Askalyn? Pensou que ia me vencer fácil assim?
— ISSO AÍ MESTRE ROBB! — Vibraram os dois imbecis atrás de Robb — MOSTRA PRA ESSE IDIOTA O QUE SEU PAI TE ENSINA!
— Pode comemorar o quanto quiser Robb, isso não vai se repetir. — Falei enquanto me levantava com meus olhos furiosos.
Robb sorriu e levantou os braços numa postura de defesa.
Eu me aproximei dele, caminhando relaxadamente. Ao perceber que ele queria que eu tomasse a iniciativa novamente, não pude deixar de sorrir.
— Que assim seja! — Falei excitadamente enquanto corria na sua direção.
“Um cruzado de direita, com uma guarda aberta dos lados não tem como ele defender.” Pensei seriamente enquanto corria.
Quando cheguei perto o suficiente, girei meu braço de forma a acertar um soco na sua orelha.
Mas, não consegui completar o movimento. A dor novamente tomou conta do meu corpo, e quando eu olhei para baixo percebi que havia recebido uma joelhada direto na ferida.
“Desgraçado, ele é maior que eu, seu alcance é bem maior que o meu…” Pensei enquanto minhas pernas fraquejaram e eu caia de joelhos.
Robb ria mais que qualquer coisa ao me ver ajoelhado em sua frente.
Ele aproximou seu rosto do meu, que ainda estava se contorcendo devido à dor.
— Só falta um, não é? As-ka-lyn? — Ele zombou imitando o que eu havia dito mais cedo.
— Guh- — Gemi enquanto segurava um punhado de lama do chão aonde eu me encontrava.
— MESTRE ROBB É O MAIS FORTE! — Gritou Nick fazendo movimentos com os braços, como uma torcida organizada.
“Esses desgraçados só podem estar de brincadeira com a minha cara!” Pensei com meu corpo sendo tomado pela raiva.
Rangendo os dentes, olho para o punhado de lama em minha mão e tenho uma ideia que faz a raiva em meu rosto se esvair, dando lugar a um sorriso diabólico.
— É Robb… Só falta mais uma… — Respondo me levantando com um sorriso.
Isso fez com que ele me encarasse com um pouco de suspeita, mas não prestei muita atenção e dei as costas, me afastando lentamente.
— A ÚLTIMA AGORA ROBB! — Gritei com um sorriso.
Ele engoliu em seco e começou a se aproximar de mim com cuidado. Ficamos trocando olhares por alguns instantes com os punhos cerrados.
“Ele piscou, é agora!”
Saí em uma arrancada na sua direção, com os braços para trás. Quando Robb abriu os olhos novamente eu estava correndo feito uma fera.
— Cuidado Mestre Robb! — Gritaram os garotos.
Ele se assustou, mas logo se recompôs, e elevou uma das pernas na tentativa de me acertar outro chute como o anterior. Nesse momento, eu joguei toda a lama que eu havia agarrado quando estava no chão. Direto na cara dele.
— *Splam*- Gahhh- — Gemeu Robb enquanto perdia o equilíbrio.
Eu sorri ao constatar que meu plano havia funcionado. Logo me agachei para acertar uma rasteira direta na única perna em que ele se apoiava.
— *PUMP* Kuhaak- — Agonizou ele ao cair.
Robb estava agora rolando no chão tentando desesperadamente tirar aquela substância gosmenta e fedida do seu rosto.
Eu corri na direção de Nick e Gus, ambos ainda surpresos e de bocas abertas com o que acabaram de presenciar.
Tirei as moedas das mãos de Nick e saí correndo de volta para o centro da feira.
— VALEU PELAS MOEDAS ROBB! — Gritei olhando para trás mostrando a língua.
Cheguei como uma bala na barraca do velho Oli que havia assistido a toda a briga daqui mesmo e estava me encarando com certa surpresa nos olhos. Peguei a carne de toupeira que estava em cima do balcão e larguei as moedas no lugar, voltando a correr.
— VALEU PELO PRESENTE CARECA! — Gritei enquanto corria para longe da barraca com um sorriso.
— EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU CARECA! — Protestou Oli apontando para mim.
“Próxima parada, casa da Bella.”
Aumentei meu passo quando percebi que Robb e os dois patetas já haviam começado a me perseguir.
— ASKALYN! SEU TRAPACEIRO! — Rugiu Robb enquanto corria freneticamente atrás de mim com um resto de lama no canto de seu rosto e seus olhos vermelhos de raiva.
— MAS NÃO ERA UM VALE-TUDO? — Perguntei sorrindo.
Ele não me respondeu.
Eu comecei a fazer um zigue zague por entre as barracas da feira, pra fazer ele se perder de mim. Depois de uns dois minutos correndo, não consegui mais ouvir nem ver sinal algum deles e então relaxei um pouco.
— Sinto muito Robb-*huff* mas, situações drásticas-*huff* requerem medidas drásticas! — Falei pra mim mesmo enquanto respirava pesadamente.
Chequei a situação da carne em minha mão, para constatar que. “É, tá tudo bem, apesar da correria.”
Então voltei a caminhar, agora indo buscar o meu irmão na casa da namoradinha dele.
Chegando à casa da Bella percebo-a, como eu havia dito mais cedo, regando o jardim na frente de sua casa vestida com uma camisola rosa.
“Ué, cadê aquele cara?” Me pergunto ao olhar os arredores e não encontrar meu irmão.
Me aproximo de Bella.
— Bom dia Bella! — Falo com um sorriso.
Ela se volta para mim com uma expressão calorosa.
— Oi Aska, bom dia!
— O Erick passou por aqui?
— Erick? Não, na verdade eu estou regando as plantas já faz um tempo e você é a primeira pessoa que eu vi passar… — Bella proferiu melancolicamente.
— Ah, certo… Ahn- Ele já deve ter ido pra casa então. — Falei em um tom desconfiado. — Tchau Bella!
— Tchau Aska!
Me despedi e segui andando na direção de casa.
“Por que ele não foi ver ela?” Me questionei um pouco preocupado com meu irmão.
— O que ela disse?
— WUAAHHH! — Gritei assustado me virando para a árvore da qual havia vindo aquela voz.
Cambaleei para trás e cai de bunda no chão.
— Velhote? É você? — Perguntei ainda com os olhos arregalados.
— Velhote? Como assim Aska? Sou eu, Erick. — Esclareceu meu irmão pulando do meio das folhas das árvores.
— Erick? Que merda é essa! Que cê tava fazendo em cima de uma árvore? — Perguntei ao me levantar.
— Ah- É que, eu fiquei com vergonha de ir falar com ela, aí eu fiquei só olhando daqui de cima. — Ele disse com um olhar calmo apontando para a árvore da qual ele havia pulado.
Fiquei sem reação. Minha expressão era um mistura de nojo e medo.
“Meu irmão é um psicopata…” Refleti melancolicamente.
— Erick… — Chamei com uma expressão sombria.
— Sim?
— Precisamos conversar… — Disse enquanto o olhava com um sorriso vazio.
Ele me encarou sem entender.
…
Seguimos andando no caminho para casa enquanto eu esclarecia algumas coisas para ele.
Eu o disse como aquilo que ele estava fazendo era estranho, e como Bella ficaria assustada se descobrisse que ele a estava espionando.
Ele tremeu um pouco com isso, mas logo aceitou e me prometeu que não faria algo assim de novo.
Também expliquei como garotas normalmente são mais delicadas, e que esse era o motivo de eu não ter o deixado entregar o vaso de flores com um lobo para ela.
Ele também pareceu entender.
Até que algo cutucou minha mente.
— Por que você ficou com vergonha de ir falar com ela? Na festa vocês tavam conversando de boa, não foi?
Ele parou e olhou o chão sem me responder por alguns instantes, antes de olhar para frente como se estivesse prestes a chorar.
— Ela- Ela me rejeitou…
— Ué, como-
— POR QUE EU SOU MUITO FRACO! BUAAAAAAAAAAAA… — Completou ele me interrompendo e caindo no choro.
Bem, não posso dizer que não esperava que isso fosse acontecer uma hora ou outra, afinal Bella tem o dobro da nossa idade e provavelmente não deve ter interesse em crianças de sete anos.
Apesar de que eu sempre tive a impressão de que ela gostava do meu irmão também…
Mas eu preciso dar um jeito nisso!
— Ué, e por que você não fica forte então?
— *Sniff* O que? *Sniff* Como? — Perguntou ele enxugando suas lágrimas.
— Treinando né porra! — Falei apoiando a carne no ombro.
— Você acha que se eu ficar forte, ela vai ficar apaixonada por mim? — Me perguntou ele com os olhos de um cachorrinho pidão.
— Humpf… Na verdade não. — Falei com sinceridade.
— Ehhh
— Você precisa ter mais atitude também.
— Altitude? *Sniff* Como assim?
— Humpf- Atitude! Como você quer que a Bella te ache bonito, forte ou inteligente… Se você mesmo não acha?
— Ainda não entendi o que eu devo fazer…
— Então você precisa fazer ela acreditar que você é o melhor pra ela.
— Mas como eu vou fazer isso?
— Humpf- A gente trabalha isso com o tempo. Agora vamo pra casa que eu preciso lavar essa ferida. — Falei dando as costas e voltando a andar.
— Ferida?
— Argh- Deixa pra lá.
…
……
………
Depois de almoçar, resolvo tomar um banho para lavar o corte que havia sofrido mais cedo. Tirando a camisa, vejo algo surpreendente.
“O corte… Tá fechado?” Pensei encarando de boca aberta o meu abdômen com uma pequena marca clara no local aonde eu havia me ferido.
Passei o dedo para examinar aquilo e me surpreendi ao perceber que a pele já havia se regenerado completamente.
“Que merda é essa?”
Tomei meu banho pensando seriamente no que acabara de acontecer…
De repente, uma luz acendeu na minha mente, uma ideia surgiu na minha cabeça.
— Será que foi uma das bênçãos?
Pergunto-me lembrando do acontecimento com a Árvore da vida, sete anos atrás.
Com a cabeça girando saio do banho e depois da casa, me despedindo da minha mãe, já acordada por causa do almoço e de Erick, que havia voltado a dormir depois de comer.
De repente escuto alguém gritando na forja do meu pai, ao lado de nossa casa. Eu sigo a voz com curiosidade, e o encontro resmungando e irritado com algo.
— PORRA! COMO ALGUÉM NÃO SABE A DIFERENÇA DE UMA LANÇA PRA UM BASTÃO?
— O que foi pai?
— Um imbecil encomendou uma lança e eu fiz, mas ele disse que queria um bastão e se confundiu! AQUELE FILHO DE UMA-
— Calma pai, por que você não faz uma alabarda então?
— Humpf, eu vou fazer por que o pagamento é ótimo, mas não queria desperdiçar um trabalho bem feito. — Ele suspirou — Ainda fiz personalizada com um cabo retrátil, olha…
Ele então puxou da bancada uma Lança, ou melhor, A Lança.
Ela possui com uma lâmina toda gravurada com chamas e nuvens vermelhas e amarelas.
Ligando a lâmina ao cabo possui um cilindro dourado.
O cabo de cor preta brilhante possui por toda parte desenhos dourados que imitam manchas de sangue.
Ligando o cabo com a empunhadura há outro cilindro dourado.
O cabo de cor vermelha possui algumas linhas em espiral dando a ele um toque sofisticado.
Abaixo da empunhadura havia outra pequena lâmina curvada, como uma pequena adaga.
O conjunto completo parecia ter uns dois metros e meio.
— Nossa… Pai eu nem sei o que-
— Espera, ainda tem a melhor parte!
Ele torceu um pouco a empunhadura e de repente todo o cabo da Lança desceu e escorregou para dentro dela. A lança agora havia se tornado uma espada, composta apenas pela lâmina e a empunhadura dela, com metade do comprimento inicial.
Meus olhos brilharam como os de uma criança recebendo o primeiro brinquedo de sua vida.
“É uma arma muito versátil, ela tem um alcance bom, a ponta é afiada o pra perfurar, tem uma lâmina boa pra cortar e ainda pode se tornar uma espada para uma luta mais próxima.”
Foi amor à primeira vista.
— Pai…
— O que filho? — Ele me olhou com uma expressão cansada.
— Me deixa ficar com essa lança? — Implorei imitando a expressão de cachorrinho com fome que meu irmão me fez mais cedo.
Ele me encarou um pouco desconfiado e então explodiu na risada.
— KUHAHAHAHAKAGKAKKA- Que cara é essa meu filho? Tá com vontade de cagar?
Vendo como minha tentativa de ser uma criança fofa não havia funcionado, volto à minha expressão emburrada de sempre, um pouco irritado pela zombaria de meu pai.
— Você disse que não queria desperdiçar um bom trabalho…
— Fuuuu… Fazia tempo que eu não ria assim. — Ele disse respirando fundo. — Mesmo que eu te desse, você não vai conseguir usar por que é muito pesada pra uma criança de sete anos.
— Ué, é só eu treinar pra ficar mais forte.
Ele pareceu ponderar por um tempo com o que eu disse e logo deu um sorriso largo.
— Esse é o espírito meu filho! — Sorriu bagunçando meu cabelo. — Só não leva isso pra cidade e não empresta pra ninguém.
Ele então largou a lâmina-espada pra que eu a pegasse.
Ao segurar a arma em queda, meu corpo quase foi junto com ela para o chão.
“Essa coisa deve pesar uns 10 quilos!”
Fazendo muita força pra segurá-la, eu saio da forja do meu pai para a estrada com a lâmina apoiada nos ombros.
— AH- E não deixa sua mãe ver isso! — Gritou meu pai com certa preocupação em sua voz.
Eu não respondi enquanto me arrastava com a lança de volta em direção à Floresta da Perdição.
“Eu preciso ficar forte! Tão forte pra que essa lança se torne uma extensão do meu próprio braço! Tão forte pra que eu possa cortar o próprio ar como meu pai fez mais cedo! Não, na verdade, tão forte que eu possa cortar uma montanha inteira!”
Reunindo toda a minha determinação eu caminhei respirando pesadamente com a lança enorme agora apoiada lateralmente atrás do meu pescoço, em cima dos dois ombros.
A caminhada foi realmente desgastante e eu suei muito. Mas com um pouco de frases motivacionais e rangidas de dentes furiosas, de algum modo, fiz meu caminho até o local onde eu e meu pai treinamos mais cedo.
Encosto a lança numa rocha ao lado de onde estou.
Olhando em volta, flashbacks da luta de mais cedo começam a aparecer na minha mente. O como eu fiquei impotente diante da monstruosa força daquele urso enorme.
Fecho meus olhos e gravo bem a imagem daquele urso na minha mente. Vejo-me deitado no chão, com uma expressão de pânico, me arrastando pateticamente para trás, me apegando à ultima faísca de esperança para continuar vivendo.
Vejo-me fechando os olhos e gritando aos céus, me dando por vencido, desistindo dessa minha segunda chance de vida sem nem mesmo tentar lutar até o final.
Abro meus olhos encarando a lança no chão à minha frente.
— Que vergonha… — Refleti enfuriado.
— EU NUNCA MAIS VOU FUGIR DE NINGUÉM! — Vociferei para o céu como num grito de guerra.
E depois de vocalizar a minha determinação, me agacho e começo a fazer flexões no chão.
— Primeiro-hup-força! — Falei para mim mesmo enquanto sofria pra forçar meu corpo de volta para cima. — Depois-hup-técnica!
…
Depois de 10 sessões de 20 flexões, meus braços já estavam tremendo e vez ou outra eu acabava dando de cara no chão.
— HÁ! — Eu grito me forçando a fazer mais uma vez o movimento.
Meus braços falharam, quebrando meu apoio, e eu desabei no chão.
Sinto claramente o sangue circulando ferozmente cada veia nos meus braços. Meus músculos estão pulsando freneticamente e eu sinto meu coração pulsando como se fosse abrir uma fenda no meu peito.
Respirando pesadamente eu olho para o lado e encaro exausto a lança que eu deixei encostada em uma rocha ao meu lado.
— Huff- Ainda falta muito. — Reflito virando meu corpo para cima.
Logo começo a fazer abdominais.
…
— Um… Dois… Trê-*Strak* -Guhaah
Depois de dez séries com 20 repetições, senti meu músculo estralar enquanto fazia os abdominais e acabei esparramado no chão mais uma vez.
Por eu ter tirado a camisa no meio do exercício, minhas costas agora estão em contato direto com o chão e eu sinto pequenas pedras e galhos quebrados incomodarem minha pele.
Infelizmente, a dor que estou sentindo nos meus músculos está em uma escala muito maior e faz com que essas pedras não passem disso, um incomodo.
Olhei pro céu apoiando o braço na minha testa enquanto respirava pesadamente. Já se passaram algumas horas desde que cheguei aqui e os primeiros sinais do anoitecer começaram a se mostrar.
As nuvens que cobrem o céu agora têm um aspecto alaranjado e o sol já sumiu atrás dos pinheiros enormes dessa floresta.
É uma visão linda, a do céu. E eu a apreciaria muito mais se meu coração não estivesse esmurrando meu peito de dentro para fora.
Enxugo meu suor no rosto, inspiro profundamente e tento ao máximo manter minha respiração regular.
— Ainda não…
Falei enquanto usava meus braços para me levantar. Acabei tropeçando devido ao tanto de exercícios que fiz a pouco que deixaram meu braço com nem um pingo de força restante.
— AINDA NÃO! — Gritei dando um pulo para me levantar.
E então, como um maníaco bodybuilder eu comecei a fazer agachamentos.
Depois de algumas séries, todo o meu corpo estava doendo e eu nem ao menos aguentava me manter em pé.
“Merda… Como eu vou carregar essa lança de volta pra casa agora?” Me perguntei percebendo o tamanho da burrada no que eu acabei de fazer.
Respirei profundamente encarando as estrelas acima de mim.
— Você já se curô? Você bem resistente, né? — Uma voz infantil disse se aproximando por trás de mim.
Eu usei o máximo da minha força para girar meu pescoço na direção da voz, e ver a fonte daquilo. Porém, antes que eu conseguisse me virar, uma garotinha se inclinou sobre meu corpo deitado para ter uma melhor visão do meu rosto.
“Como ela conseguiu chegar perto de mim sem que eu ao menos ouvisse um barulho sequer?” Me perguntei assustado.
É a mesma menina que vi de manhã, aquela em quem o lobo se transformou. Só que… algo mudou nela desde a luta de mais cedo…
Seu corpo, ainda nú, agora está limpo e não restam sinais mínimos da luta que ocorreu mais cedo.
Seu cabelo agora possui uma cor preta pura, e de alguma forma mantém o mesmo brilho que exalava mais cedo na cor branca.
Sua figura pequenina e seus cabelos negros formam um contraste perfeito com o céu noturno e a enorme lua que se expande atrás dela.
— A Lua tá linda hoje… — Eu digo sem pensar.
A garota olha para trás, na direção do grande astro noturno e depois se volta para mim com um sorriso.
— E as estrelas também… — Ela me responde ainda sorrindo calorosamente.
…
……
………