Amor é Mais Complicado do que Parece - Extra 9
5 anos de idade e muita fofura.
Yuna se despediu de Izumi e sua filha, então foi a uma viagem de trabalho, ficaria fora por alguns dias. Assim, Izumi e sua filha, Sara, foram deixados para trás.
— Ok, filha, pode ir tomar banho, depois tem que ir dormir.
— Não! Buu! — E o primeiro desafio apareceu.
Izumi tentou, algumas vezes, mandar a garota, mas a resposta era sempre não, por isso ele se abaixou e lacrimejou um pouco. — Droga, não tenho nenhuma autoridade… sinf! Sou uma falha completa como pai.
Vendo isso, a garotinha ficou um pouco preocupada e se aproximou. — Não chore, não chore, eu vou tomar banho.
Assim, o primeiro desafio do dia foi vencido. Depois disso, já era tarde, por isso foram dormir e o dia acabou sem nada demais.
No dia seguinte, como pai, Izumi levou a garotinha até sua escolinha, ela ainda era muito nova, mas já tinha algumas aulas básicas sobre iniciação à escrita, um pouquinho de matemática e muita educação física, brincadeiras e coisas do tipo.
Resumindo, era um lugar para ela interagir com outras crianças, o tipo de lugar para o qual o garoto não tinha ido nessa idade.
Depois disso, ele voltou para casa e começou a trabalhar, sim, Izumi trabalhava de home-office, apesar da empresa ter um escritório físico que ele visitava eventualmente.
Sem ninguém na casa, o dia acabava sendo muito pacífico, até um pouco chato, mas ele se concentrou e conseguiu acabar a maior parte das tarefas logo de manhã.
E deu o horário de ir buscar a Sara.
Assim ele fez, pegou o carro, foi até lá rapidinho e encontrou com uma garota sorridente carregando uma prova na mão. Primeiro ele ficou um pouco surpreso, nem sabia que ela já tinha testes tão nova, normalmente era com a Yuna que ela falava de assuntos escolares.
— Essa prova aí, como foi? — perguntou. — Tirou uma nota boa?
A garota mostrou todos os dedos da mão e sorriu. — Dez.
— Parabéns! — Levantou a garota no ar e rodou um pouco com ela, claro, a criança adorou o passeio pelas alturas. Então os dois entraram no carro, Izumi a colocou na cadeirinha corretamente e, no meio do tráfego, perguntou: — E como é que foi fazer a prova? Teve alguma questão difícil?
Sara ficou ainda mais feliz com a pergunta e começou a contar orgulhosa do seu feito, ao que Izumi ouviu com toda atenção do mundo. Ela já falava surpreendentemente bem e contou com uma surpreendente quantidade de detalhes, desde o nervosismo de ter uma questão que ela não sabia direito até como foi quando derrubou o lápis no chão e todo mundo olhou.
Chegaram na casa, Sara foi para o quarto dela fazer suas coisas e Izumi sentou na mesa para poder voltar ao trabalho e..
— Pai, pai! Vem ver o que fiz. — Não deu nem 20 segundos, ela já estava chamando.
“Ela está realmente empolgada hoje.” Pensou e se levantou para seguir a filhinha, não custava nada dar um pouco de atenção.
Era um castelo feito com peças de lego, um pouco confuso, mas interessante. O garoto se juntou e ficaram pai e filha montando uma cidade por um longo tempo. Dito isso, Izumi teve que se segurar para não ser muito chato e pegar no pé sobre as coisas que não faziam sentido.
Então ele pode voltar a trabalhar…
— Pai, pai! Vamos brincar de lutinha! — E ela tinha energia infinita.
Assim, começou a guerra entre o rei demônio e a princesa guerreira do reino dos ogros, meio vampira e meio elfa que, por algum motivo, foi adotada pelo rei ogro.
Claro, essa backstory foi criada por Izumi, ficou só dentro da cabeça do Izumi e só pode ser entendida pelo Izumi.
Prosseguindo, o pai teve que ficar tomando umas pauladinhas e acabou a brincadeira.
Aí ele foi tra… Ok, quem eu quero enganar? Vocês já sabem o que acontece em seguida, né?
— Pai, pai… — E assim foi por várias e várias vezes. Brincar de cavalinho, assistir desenho, correr de um lado para o outro, girar no ar, dançar e mais coisas.
— Estou cansado, me dê uma pausa, por favor! — Lacrimejando, Izumi foi forçado a pedir arrego. Não ter Yuna na casa, fazia muita falta, não tinha ninguém com quem dividir toda aquela atenção e demandas constantes.
— Mas eu ainda quero brincar! — Fazendo biquinho, ela reclamou. — Não seja malvado, bua! Bua! — E chorou um pouquinho.
Izumi passou a mão na cabeça dela. — Já brincamos bastante, veio, — colocou ela no colo. — Já chega por hoje, está na hora de relaxar.
Então ele ficou acariciando o cabelo dela e conversando com a garotinha até que ela pegasse no sono, então a paz veio.
No dia seguinte, ainda estava sem Yuna por isso, dessa vez, quando foi buscar Sara na escola, preferiu ir com ela ao supermercado. Ele não queria gastar o pouco tempo que tinha para trabalhar, comprando coisas.
Então lá foram. Ele parou o carro, desceu dele, a garotinha seguiu logo atrás, entraram numa loja enorme e…
Ela sumiu.
Não deu nem 10 segundos e ela já estava correndo por aí, lá foi Izumi preocupado atrás para tentar encontrá-la.
— Você não pode correr por aí, ok? — Segurou a mão dela. — Tem muita gente por aqui, é perigoso se perder ou te levarem. Imagina se eu não te encontrasse, nunca mais íamos nos ver e… sinf! — Izumi imaginou demais a situação e lacrimejar um pouco. — Seria muito triste.
De uma forma ou de outra, ele conseguiu fazer a garota entender, tanto que ficou segurando bem forte a mão dele.
Assim os dois seguiram pelo mercado, até que…
— Pai, pai! Compra isso, por favor? — Ela apontou para um saco de pirulito, Izumi olhou por alguns segundos e pegou.
Seguiram viagem e, de novo…
— Pai, pai! Compra isso, por favor? — Dessa vez, ela apontou para uma fruta estranha. Izumi olhou por alguns segundos e teve certeza: Sara não ia comer aquilo depois.
— Não. — Nem pensou muito, só respondeu de forma seca.
A resposta foi a mais antiga de todas as chantagens emocionais: o choro. Para melhorar, várias pessoas em volta começaram a olhar o que, normalmente, já deixaria o Izumi em pânico.
E o pai se abaixou e passou a mão naquela cabecinha. — Por que está chorando? — Sem se preocupar com nada ao seu redor, perguntou honestamente.
— Bua! Po-poque o papai não qu… bua! Quero a fruta! — Só então, Izumi entendeu que ela estava chorando por receber um não. a propósito, normalmente era Yuna quem levava Sara para comprar coisas, até porque gostava de enfeitar a filha e, se fosse com a mãe, a garotinha nunca teria coragem de chorar para conseguir o que quer.
Izumi, por outro lado, teve uma forma muito diferente da esposa de lidar com o problema, ele apenas sorriu com muita simpatia e passou a mão na bochecha dela limpando as lágrimas.
— Está tudo bem, sei que queria muito a fruta, mas não vou te dar, ok? Você nem vai comer e desperdiçar comida é ruim.
— Mas eu quero! — Ela fez biquinho e chorou mais alto.
A olhando olho no olho, Izumi fez cafuné. — Sei, mas nem sempre temos o que queremos, filha, você só está se sentindo frustrada, é normal, ao invés de chorar, porque não fala sobre isso?
— Falar?
— Sim, primeiro, — ele a colocou no colo — por que quer tanto a fruta?
— Porque ela é legal, claro!
— Então vai querer todas as coisas legais que tem aqui? É impossível, não tem nem como carregar. — De novo, ela chorou dizendo “mas…” — Calma, calma, está tudo bem. — Como sempre, quando ela chorava, Izumi passava a mão na cabeça com gentileza até ela parar.
No meio tempo até ela parar de chorar, ele já tinha feito pagamento pelas compras e preferiu encontrar um lugar para sentar. Mesmo sendo obrigado pela Yuna a ir para a academia todo dia, o garoto ainda era fraquinho e não aguentaria segurar uma garota de 5 anos no braço por muito mais tempo.
Se sentaram e Sara já estava muito mais calma, na verdade, ela já tinha até esquecido da fruta e estava só cansada.
— Então, como está se sentindo?
— Hummm! Normal? — A garota nem entendeu a pergunta.
— Entendendo, viu, a frustração passa depois de um tempo, mas, bem, se ainda quiser muito a fruta, pode tentar conseguir ela.
— Conseguir? Como? — Os olhos da garotinha brilharam.
— Sei lá, pense num jeito por si mesma, depois disso você pode tentar e, talvez, dê certo, ou você pode ficar frustrada de novo, faz parte.
— Buu! Você está mal! Me conta como conseguir? — Izumi só riu e passou a mão na cabeça dela e olhou para cima.
— Não, haha! — De brincadeira, riu de forma “maléfica”. — Enfim, chega de coisas chatas, quer ir para casa brincar?
— Sim! — Um brilho muito fofo apareceu no olhar dela.