Amor é Mais Complicado do que Parece - Extra 8
Perrengue, problemas e a felicidade.
Izumi acabou de ter uma parada cardíaca… ou quase isso.
O motivo?
Uma linda garota loira, com sua barriga já protuberante, pulando para alcançar um livro no topo de uma estante com 2 metros.
Era um livro grosso e pesado, o qual ela derrubou com a pontinha dos dedos para que, quando caísse no chão, ela pudesse abaixar e pegar.
Claro, essa garota, era Yuna, grávida há 5 meses.
O motivo do semi-infarto, foi o medo de que ela pudesse se machucar.
E se ela caísse.
E se o livro caísse nela.
E se pular fosse ruim para o bebê.
E se a estante acabasse caindo…
E assim poderia continuar por horas. Eram muitas as preocupações causadas no Izumi.
Sem contar que ansiedade e preocupação, não eram sentimentos com os quais o garoto estava acostumado, sempre foi relaxado, afinal.
O resultado: Yuna ainda foi até ele perguntar se estava bem. Foi rápida, com um sorriso, correu de um lado para o outro da casa. Normalmente, nem sentiria isso, mas grávida ficou sem ar pelos movimentos bruscos.
— Sim, estou bem, relaxa — respondeu. — Mais importante, seja mais cuidadosa! — Num evento muito raro, ficou irritado e até gritou. — E se você se machucasse, e se acontecesse algo com o bebê, precisa ser cuidadosa!
Ouvindo isso, Yuna sorriu inconscientemente, se sentia bem vendo quão Izumi se preocupava com ela e o bebê, mas…
Chegou mais perto e inclinou a cabeça na direção do garoto, o encarando por baixo.
Ela gentilmente colocou a mão no peito dele, agarrou sua gravata e o puxou para perto. Primeiro deu um beijo, depois alinhou os olhos dele com os dela e disse de forma firme:
— Se o médico não disse para não fazer algo, vou fazer, não tem a menor chance de eu ficar parada! Ok? — Era um bocado assustadora.
— Mas… — Izumi não desistiria tão fácil.
— Entendo que se preocupe — ela deu alguns passos para trás —, mas não quero deixar de fazer as coisas e sou muito forte. Você também, não precisa ficar se segurando ou se preocupando o tempo todo, inclusive, melhor aproveitar para relaxarmos juntos enquanto podemos, porque depois não vai dar mais tempo.
Mais uma vez, Yuna moveu o próprio corpo muito rápido, dando outro beijo no marido.
— Também não sou louca, vou ser cuidadosa, prometo e obrigado por sempre se preocupar, fofinho. — Ela o provocou um pouco mais.
E os dois resolveram passar aquele dia juntos fazendo várias coisas.
OOO
E mais ou uns 3 meses passaram.
Yuna tinha ganhado mais peso e estava cada vez mais próxima do parto. Nesse ponto, até ela passava muito tempo sentada ou deitada.
Assim os dias dos dois mudaram de rotina.
Izumi já estava a fim de mudar de emprego então se demitiu. Foi, inclusive, muito incentivado pelo pai, que se arrependeu de não ter feito isso.
Enfim, assim teve mais tempo de ficar com Yuna que também está de licença.
Juntos o dia todo, passaram a fazer várias coisas:
Algumas caminhadas pelo parque, as quais Yuna adorava e, de alguma forma, ainda aguentava de boa. Talvez por ter só 24 anos ou por ser atleta, Yuna passou com facilidade pela gravidez.
Também passavam muito tempo na sala da casa, eram momentos de muita paz…
Um cheiro gostoso, normalmente de algum doce que Izumi trazia.
Ao fundo um clima ameno e as lindas árvores, eles tinham uma boa visão pela grande janela na sala.
Yuna gostava de ficar em uma poltrona do tipo de velho que balançava. Sempre vestia um top de academia e um shorts largo, para não ficar desconfortável e ficava com a mão na barriga.
Izumi olhava isso com um sorriso, às vezes falava algo, às vezes colocava o ouvido na barriga dela para escutar o bebê e, às vezes, só ficava em silêncio olhando a esposa.
Passavam horas naquele lugarzinho, daquele jeito, relaxados e juntos.
Claro, na rotina deles ainda tinha mais que parques e ficar conversando na sala.
Jogavam muito video-game e assistiam coisas, principalmente animes que o Izumi gostava. Yuna sempre fazia questão de fazer algo que fosse divertido para o marido.
Também recebiam visitas e coisas do tipo, mas não saiam muito com os amigos.
Por fim, a rotina deles tinha, ao final do dia, o momento de beberem alguma coisinha e conversarem sobre o dia e o que tinham pensado e sentido, apesar de não terem muito assunto nesses dias que ficavam sempre juntos.
Então tinham seus momentos mais íntimos e dormiam.
Uma rotina relaxante e agradável.
OOO
E nasceu a criança.
De parto natural e com um bocado de dor, o trequinho saiu ao mundo.
Yuna já o tinha em mãos, com um pouco de sangue e frágil, Sara nascia. Uma garotinha que seria muito fofa.
Era uma felicidade! Um amor! Algo único!
Yuna até se perdeu sem saber direito o que sentia, Izumi então, mesmo vendo de longe, explodia em felicidade.
Se um momento pudesse ser repetido para sempre, se ela tivesse que escolher algo para sentir pelo resto da vida, seria aquele sentimento.
Yuna sem dúvidas nunca enjoaria de olhar para aquela coisinha, nem sequer por um segundo cogitou o trabalho de cuidar, só tinha felicidade naquele instante.
— Buaaa!!! — Mas o trabalho veio.
Chora, chora e chorava.
Era sempre assim, dia e noite. Depois de todos os processos e de voltarem para casa, os dois tiveram que aprender a ser pais.
Yuna descobriu que amamentar uma criança era doloroso e Izumi aprendeu a trocar fralda.
Logo depois vieram outras coisas, vômitos, sustos, choro, o sono foi para o cacete.
E os dois estavam sempre sorrindo.
Por algum motivo, todos aqueles perrengues pareciam naturais e até divertidos, eram os desafios e histórias que teriam para contar.
Além do mais, juntos, podiam lidar bem com aquilo. De certa forma, talvez nem tenha sido tanto trabalho.
E as primeiras palavras vieram, “não”, depois “mamãe”, “papai”, “comida”, “sim”, “anime” e muito mais. Aos poucos andava, chorava, falava e virava uma linda criança.
Yuna estava fora do comprar roupinhas e levar a garota para passear. Izumi adorava brincar com a pequena e cuidar dela.
E cresceu.