Amor é Mais Complicado do que Parece - Extra 7
Um dos melhores dias e o mais belo
Acompanhada por sua mãe, entrou na sala a mais bela de todas as garotas. Ou pelo menos, foi assim que Izumi viu:
Uma mulher linda, com seus fios de ouro que balançavam, parecia até que estava tudo em câmera lenta. Cada passo, demorava uma eternidade, ao mesmo tempo, era tudo tão rápido e majestoso.
Aquele vestido branco, simples, mas cheio de um charme especial, apenas acentua a beleza natural de Yuna ao máximo.
A saia era um pouco mais curta que o normal, deixando o pé e o salto alta visíveis e tinha uma barra fofa que imitava o formato de uma flor. Nos braços, ela tinha uma luva semitransparente, que escondia todos os dedos menos o que receberia o anel e subia até quase a altura do ombro.
Subindo mais a visão, seu decote e ombros à mostra, eram decorados por um lindo colar de pérolas, também branco, não muito chamativo, mas, como todo o conjunto, carregado de um charme simples. No fim, era um vestido comum, sem muitos adornos desnecessários, o foco era, portanto, direcionado a pessoa que vestia a roupa.
Uma peça perfeita, pensada para realçar toda a beleza que a pessoa que a vestia tinha, com um charme simples que permitia que o sorriso e “aura” da Yuna brilharem ainda mais.
E o rosto, o que dizer daquele rosto coberto por um véu? Lindo seria, de todas as formas, insuficiente para descrever.
Quando aqueles olhos azuis foram revelados, quando os olhos dos dois se encontraram e, um no outro, se refletiram, a beleza foi mostrada.
Levemente corada, mais sorridente do que nunca, olhando cheia de paixão. Yuna estava linda de uma forma nova.
Para variar, Izumi estava apaixonado e muito.
Tanto que não entendeu nada do que estava acontecendo, tudo tinha sido um instante, Yuna sorriu e, aparentemente, disse algo , então teve um silêncio meio constrangedor.
Poucos instantes depois, Izumi se tocou, até pelo olhar ameaçador da esposa, e percebeu que estava na hora de dizer “sim”.
Fez como deveria e pode beijar a noiva.
Um beijo delicado, gentil e cheio de amor.
Nenhum dos dois estava tão interessado assim em fazer uma serimonia de casamento, mas aquele momento foi muito especial, nem conseguiam conter os sorrisos.
E a festa começou.
Sim, antes disso, tiveram formalidades, mas quem se importa.
Yuna já entrou encantada no salão, era tudo tão colorido e vibrante. Apenas o impacto inicial de ser absorvida por aquela avalanche de de cores em uma espaço tão grande, a deixou extasiada.
Izumi tinha se oferecido para organizar o casamento todo, até porque Yuna estava ocupada com trabalho. E, no meio do processo, ele decidiu parar de mostrar para a, então namorada, o que estava fazendo. O motivo? Queria surpreendê-la. Yuna achou uma boa ideia e deixou tudo na mão dele.
O resultado?
Perfeito.
Sem nem uma palavra a mais ou a menos. Só perfeito.
Estranho? Talvez. Caro? Surpreendentemente, não. Lindo? Subjetividades a aparte, sim… muito. Bem organizado? Sim!
Todas essas são qualidades que aquele lugar tinha, mas nenhuma delas importava, porque Yuna só podia pensar: “perfeito”.
As frutas e comidas que, organizadas em um padrão caótico, formavam condar coloridas que pareciam espalhar a felicidade.
O cheiro bom e alegre que envolvia o ambiente. Eram flores das mais diversas, espalhadas e posicionadas de maneira a formar uma mistura de odores envolvente, que enchia todo o ambiente com uma leveza única.
Um lugar muito alegre.
E os abraços, o que dizer deles? O calor humano tão gostoso, que naquele ambiente parecia tão presente. Talvez por ser grande na medida certa, todos tinham seu espaço, mas o toque gentil estava sempre tão próximo.
E por aquele lugar ela andou.
Se sentindo envolta pelo cheiro doce das comidas, começou a conversar em meio aquele monte de alegria dançante.
Parecia que as paredes, o chão, a comida, as flores, tudo estava em festa. Num ambiente desses, claro, as pessoas também estavam festas.
Bebiam, se comprimentavam, falavam com estranhos… até o barulho que se formou, parecia agradável! Bem, a acústica do lugar foi pensada de forma a permitir que todos falassem gritando e, mesmo assim, não atrapalhasse as conversas alheias. Quase não havia eco.
O garoto tinha feito um bom trabalho, muito melhor do que se imaginava no começo. De certa forma, ele tinha entrado de cabeça naquilo, por mais que nem gostasse muito de festas, na verdade…
— Ei! O que está fazendo aí no canto? — Com leve bafo de álcool, Yuna se aproximou do organizador de tudo, que parecia preferir olhar sua obra à distância. — Está muito barulhento para você ou algo assim? — preocupada, perguntou.
— Não é só que… bem, já estou um pouco cansado. — Izumi fugiu da pergunta como pode.
Yuna puxou o garoto para perto dela, na verdade, perto até demais, os dois quase se beijaram ali mesmo. — Se anime um pouco, vamos? — Ela segurou a mão dele e o fez dançar um pouco.
Com todo aquele contado, Izumi ficou um pouco excitado, mas achava que não era um sentimento que deveria ter numa hora como aquelas e tentou olhar para outra coisa. O problema era: a única coisa em sua linha de visão, era o rosto da esposa.
E, falando no demônio, a mulher se aproximou do ouvido dele e colou mais ainda os corpos. — Sabe que pode abaixar mais essa mão, né? — Se referiu à mão que Izumi tinha ao redor da cintura dela e, bêbada, provocava ainda mais o marido.
Era sedutor, quase como se aquilo fosse um chamado irresistível. Assim o introvertido e tímido Izumi, foi sugado para dentro do clima da festa.
Em parte, ele também se esforçou para que fosse assim,ele tentou ao máximo se deixar tomar pelo clima de excitação e alegria…
Diversão.
De uma forma ou de outra, ele conseguiu entrar na festa e se divertir, dançar, até beber. Inclusive, ele nunca mais ficaria tão envolto numa festa, mas isso já é outra história.
Mas a festa acabou, elas sempre acabam.
Em um quarto de hotel, os dois estavam deitados, exaustos depois de horas de dança e comemoração, nem por isso, o sorriso de seus rostos diminuía.
Na verdade, depois do tanto que foi provocado, Izumi estava ansioso para sair da festa e, mesmo as 4 da manhã, tinha ainda muita energia. Yuna, vendo isso, só podia achar fofo e tinha vontade de brincar mais.
E ela começou a tirar as roupas, ficando só com as íntimas. Então sentou na cama em um lugar onde Izumi podia a ver. Não tinha nenhum motivo para isso, mas fez mesmo assim, só para provocar um pouco mais.
Então colocou a mão na barriga e, com um sorriso lindo, mudou completamente o clima.
— Izumi, estou grávida.
Assim como o garoto quis preparar uma surpresa para o dia do casamento, ela também quis, por isso não contou nada para ninguém depois de fazer o testa, Já estava na terceira semana.
Então o sorriso do Izumi ficou ainda maior e ele travou.
Foi surpreendente demais para a mente dele processar.
E seu cérebro lhe mandou a seguinte mensagem:
Erro 02004: excesso de felicidade num curto espaço de tempo.
Ps: depois de resetado, o cérebro do Izumi voltou a funcionar.