Amor é Mais Complicado do que Parece - Extra 6

Começando a vida de adultos

“Alguns meses depois de terminarem a faculdade.”

Narração terceira pessoa

Yuna abriu os olhos devagar e sentiu seus lábios serem pressionados por um beijo leve seguido de um toque no ombro.

— Já é hora de acordar, hoje você tem entrevista de emprego. — A garota sorriu ao ouvir aquela voz, era muito melhor ser acordada pelo Izumi, do que pela luz do sol.

A melhor parte era abrir os olhos e dar de frente com os olhos dele e seu sorriso. Ainda assim, normalmente demorava um pouco para levantar, por isso Izumi a acordava 5 minutos mais cedo que o necessário e ficava enrolando na cama com ela.

Claro, o tempo não era infinito, por isso eles sempre se levantavam em algum momento. Izumi foi escovar os dentes, enquanto Yuna ainda se acostumava com a claridade e separava as roupas.

De volta do banheiro, Yuna também já tinha separado as roupas dele, por isso o garoto as pegou e foi tomar banho em outro banheiro, enquanto Yuna tomava banho no deles, onde se maquiaria depois.

De banho tomado, Izumi foi preparar o café da manhã, mais ou menos quando ele estava acabando, Yuna desceu pronta.

Os dois se sentaram e comeram juntos, Izumi ainda ajudou Yuna a pentear o cabelo, já que ela estava paranoica com a aparência para sua entrevista de emprego. Não só isso, ele também, quando ela estava para sair de casa, abraçou a garota por trás e mordeu sua orelha de leve.

— Relaxa… — seu sussurro foi muito agradável — vai dar tudo certo, não tem ninguém melhor do que você, lembra? — Ele ainda beijou a Yuna, que estava um pouco envergonhada pelo ato sexual repentino.

Por fim, os dois saíram juntos, a loira deixou o namorado no trabalho e seguiu para seu destino, chegando 10 minutos adiantada. Nem por isso, deixou de ficar nervosa com o horário e olhar o relógio do celular algumas vezes.

Em uma das olhadas, viu uma mensagem do Izumi: “você consegue”, era tudo o que dizia, mas já ajudava muito.

A propósito, o próprio Izumi já estava no seu trabalho a essa hora. Ele foi contratado no mesmo lugar que fez estágio, por isso não teve que passar pela tortura psicologica chamada entrevista de emprego. Inclusive, o chefe dele adorava o garoto e sugeriu que aceitasse o emprego e recomendou fortemente que não fosse a entrevistas de emprego, achava que ele desmaiaria sob tanta pressão.

Yuna, por outro lado, estava procurando uma empresa foda, competitiva e focada como ela, só aceitaria trabalhar em um lugar que almejasse coisas grandes. Sim, aquela garota era muito exigente, somado ao fato de que conseguir um trabalho já não é fácil, aconteceu dela precisar de alguns meses.

Enfim, finalmente Yuna tinha encontrado uma empresa na qual queria muito trabalhar, só faltava conseguir ser contratada. Ou seja, ela estava muito tensa, não queria perder essa vaga de forma alguma.

— Olá, sou Suzana. — Ao abrir a porta encontrou um predador. Seu copo até tremelicou um pouco, ela não via um olhar tão ameaçador desde que tinha irritado a mãe num dia muito importante de trabalho.

Aquele olhar atento e afiado que percorria todo seu corpo era assustador, e fazia ela tremer toda. Não precisava nem perguntar, tinha certeza de que aquela mulher seria sua chefe no futuro, isso, claro, se ela fosse contratada.

— Já vi todas as qualificações e sei que você parece capaz, não estou interessada nos seus pontos fortes, fracos nem nada disso. 

E, para começar, a entrevista já saia completamente de qualquer padrão que ela conhecia. Yuna se sentiu frustrada, todo o seu treino e estudo sobre isso tinham acabado de se tornar inúteis.

Um sorriso surgiu no rosto da Suzana, ela sabia que tinha colocado aquela jovem contra a parede e achava isso um pouco divertido.

— Por que você quer trabalhar aqui? Responda apenas essa pergunta.

ооо

— “Quero me tornar a melhor na minha área e, para isso, preciso estar trabalhando em um lugar que vá se tornar a melhor no seu setor.” — Iky repetiu as palavras que lia enquanto ria um pouco. — Que resposta mais ambiciosa, hein? Ela é bem parecida com você, gostei. — Ele colocou o currículo com a foto em cima da mesa.

— Sim, eu acho… — Suzana concordou, até bater o olho na foto então reparar algo sobre si mesma. Iky, sagaz, notou o que ela estava pensando e quis provocar ao dizer:

— Parecidas, mas ignorando esse pequeno detalhe. — Então ele olhou em direção ao busto da esposa.

— Iky, vai se foder! — Ela o puxou pela gravata. — Ainda vou te matar. — Ele só pode pensar: “olha que eu nem comentei da idade”.

O homem levantou as mãos em sinal de desistência. — Foi mal, foi mal, mas estava falando da personalidade, do olhar, não sei porque você fica reparando nesses detalhes pequenos. — Claro, quem brinca tanto com fogo, uma hora se queima e Iky recebeu o soco que merecia.

Eles ainda discutiram um pouco sobre o assunto, mas não tinham muitas dúvidas, Suzana tinha gostado bastante da Yuna, por mais que não fosse dizer isso abertamente para a própria.

ооо

E logo Yuna recebeu a mensagem de que tinha passado, a entrevista aconteceu às 9 da manhã e a resposta veio 13:12, inclusive, se Iky não tivesse se atrasado para ir falar com a Suzana, a resposta teria vindo antes.

Na hora, Yuna avisou o Izumi. Logo depois pensou em falar para outras pessoas, como sua mãe e Yumi. Depois pensou em falar com a Shia e Hina e mandar a notícia para alguns grupos de amigos que tinha.

A mãe dela estava ocupada, Yumi disse que queria ir comemorar com ela mais tarde, já Shia, que vivia com o dinheiro dos pais, sugeriu comemorar na hora. No caso, ela já saiu de casa e foi para onde Yuna estava.

Coincidentemente, a luz no escritório em que Izumi trabalhava caiu; de longe, seu chefe pode ver os olhos do garoto brilhando no escuro e, depois de usar sua luz para encontrar as janelas e abrir as cortinas, ele perguntou porque do garoto estar tão feliz e, ao saber do motivo, resolveu liberar a lanterna ambulante para ir ver a namorada.

Resultado, os três que, como disse no último capítulo, se tornaram amigos muito próximos, estavam reunidos ao redor de uma mesa, para variar, redonda e cada um com um milkshake. Sim, Shia quis ir comemorar no McDonald’s e ninguém conseguiu a convencer do contrário.

Enfim, tem que ter um motivo para estar mostrando tudo isso, né? E o se tem, porque no meio de todo aquele vai e vem da conversa, ela soltou uma bomba:

— Ou, já pensaram em alguma coisa muito foda como comemoração? Porque, Yu, depois do tempo que cê passou buscando essa vaga perfeita, a comemoração tem que ser algo a altura. — Os dois foram cativados pela ideia.

— O que sugere — Yuna perguntou.

— Que tal um ménage, eu posso ser a terceira. — No fundo, ela só queria achar uma boa desculpa para soltar seus desejos, até o fim, ela estava xonada na beleza da Yuna e isso nunca mudaria. Ou seja, sempre que tivesse a chance, ela tentaria achar um jeito de tirar uma lasquinha e esperava que, nesse caso, fosse conseguir o apoio do Izumi.

Não à toa, na hora, ela olhou cheia de expectativas para o garoto, tinha certeza de que: se conseguisse convencê-lo, ele seria capaz de convencer a loira. Inclusive, apenas para isso, já escolheu um dia em que a garota estaria eufórica, por isso pensando menos sobre, e vestiu algo muito sexy para estimular os instintos masculinos do Izumi.

— Nunca! — Os dois disseram em uníssono e exatamente ao mesmo tempo, não houve nem sequer a hesitação de parar para pensar sobre.

Infelizmente para ela, Izumi não tinha olhado nem sequer uma vez para seu decote e isso nunca funcionaria com ele e Yuna era possessiva, o plano estava fadado ao fracasso.

Trinnn!!

Em uma coincidência inacreditável, o telefone da Yuna tocou logo depois dela responder, era o Iky que, depois de se desculpar, pediu para ela ir até a empresa se possível, já precisavam dela.

No fim, Yuna foi correndo, Izumi foi atrás por motivo nenhum e Shia fez uma retirada estratégica.

Como eles estavam do lado do escritório, chegaram lá antes mesmo do Iky, ou seja, chegaram num lugar completamente vazio.

Sem ter nada para fazer, Yuna resolveu puxar assunto. Então, vermelha e sem fazer contato visual, ela perguntou:

— Po-por que recusou?

Izumi achou bonitinha a forma como ela estava quando perguntou, mas logo foi ameaçado por um olhar irritado e respondeu prontamente:

— Bem, é só que eu acho injusto… — Ele desviou o olhar. — Não sei como explicar, calma ai. — Ele se concentrar em pensar. — Meio que seria cruel… êh, assim, eu ia acabar ficando o tempo todo focado em você, é mais forte que eu, quando você está por perto meu olhar sempre é atraído e… como digo? Seria cruel chamar mais uma pessoa e a ignorar completamente. Além do mais, não tenho interesse.

Ouvindo aquelas palavras Yuna corou um pouco e também desviou o olhar, ela não esperava ouvir aquilo. Claro, seu coração estava batendo muito mais rápido, Izumi sempre dizia as palavras certas para conquistá-la.

— Que casal fofo… — Iky surgiu no escritório rindo um pouco. — Inclusive, garoto, vem cá. — Quando Izumi se aproximou Iky sussurrou algumas coisas no ouvido dele então o chutou na direção da Yuna. — Vai lá.

 Izumi voou e caiu bem em cima da namorada, os dois estavam colados, eles podiam sentir a respiração quente um do outro.

— Eu não quero ninguém mais porque só consigo ter olhos para você, é impossível, para mim, ter interesse em qualquer outra garota. — Enquanto a encarava envergonhado e sentia o calor da garota, Izumi disse o que Iky tinha “mandado” dizer.

O efeito foi imediato, Yuna quase virou um pimentão e acabou perdendo o controle e beijando ele.

— Podem parar com tudo, Iky, pare de fazer coisas idiotas. — Por fim, uma garota apareceu e colocou ordem em tudo. 

Depois eles trabalharam, mas ninguém liga para isso porque é chato.

ооо

Yumi apareceu na casa dos dois, no caso, seria o final da comemoração pela Yuna ter sido aceita.

— Vocês são sempre tão fofos juntos, droga! Eu queria achar meu par também, qual é o segredo para um relacionamento tão bom. — Yumi, bêbada, começou a reclamar, afinal ela tinha terminado com mais um namorado.

Os dois se entreolharam, pensaram um pouco e responderam. — Eu dei sorte de achar a melhor pessoa do mundo, foi isso.

Claro, ver aquela sincronia e amor todo só deu mais inveja na Yumi que reclamou por mais um tempo. Também não se preocupe, era uma inveja honesta de alguém que se orgulha do que a amiga conseguiu na vida.

Por fim, a fala que nos interessa veio. Depois de virar uma taça de vinho yumi perguntou:

— Quando é que você vão casar?

— Tem isso, né? — Izumi comentou.

— Ei! Não trate como algo irrelevante, mulheres se importam muito com esse momento, idiota! — Yumi reclamou.

— Verdade, tinha esquecido… — Yuna, logo em seguida, acabou com o argumento da Yumi.

Irritada, levantou. — De qualquer jeito, vocês tem que casar direito, é importante, porra! Ou vão ficar namorando para sempre? Tem que começar a pensar no futuro e coisas do tipo, como se vão ter filhos, família e mais.

— Já pensamos sobre isso, inclusive estamos fazendo sem proteção, quero ter um filho, talvez dois. — Inclusive, ela não comentou, mas fica de curiosidade que os dois estavam empenhados em ter um filho, no mínimo, a frequência de tentativas eram altas. Agora, se era pelo filho ou por outro motivo, não vem ao caso.

Assim, acabou sendo decidido, pela Yumi, que os dois se casariam. Mais tarde, Hina saberia sobre a história, em seguida a família dos dois e se tornou inevitável fazer a festa, mas isso é história para o próximo capítulo.