Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 99
Reencontro em um jantar
Visão Izumi
De repente, recebi uma mensagem da Yuna pedindo para eu ir para a casa dela. Estava estudando na hora, na verdade, Yuna tinha estado na minha casa apenas duas horas antes, por isso achei bem estranho.
De qualquer forma, coloquei um tênis e saí de casa na hora, só avisei meu pai e pronto. Podia ir a pé, mas preferi chamar um uber para acelerar e pronto, em 6 minutos estava tocando a campainha na casa da garota.
— Olá… — Uma voz mal humorada atendeu, porém seu tom mudou a me ver — Izumi, a que devo a visita? — Uma mulher que parecia ter seus quase 50 anos, mas já estava nos 76, atendeu a porta. Era alguém que eu conhecia, era a avó da Yuna.
Aparentemente a primeira impressão que causei foi boa, já que ela não esqueceu de mim e ainda era bem gentil comigo. Não esqueçam que estamos falando de uma velha, nessa idade eles esquecem bastante das coisas.
— Então, a Yuna me chamou para resolver umas coisas e…
— Desculpa, acho que agora não é uma boa hora, mas eu aviso ela que você veio aqui, não se preocupe. — Ela parecia bem determinada a não me deixar entrar.
Foi nessa hora; que, vinda correndo, uma loira apareceu. — Vó, deixa ele entrar, já queria apresentar ele para vocês mesmo. — Com isso consegui entrar.
O clima estava tenso, principalmente na sala, onde Lila, os avós e uma tia da Yuna e a própria Yuna se encontravam sentados ao redor de uma mesa. Eu definitivamente não devia estar ali, pelo menos eu sentia que não pelo olhar de todos. Definitivamente, não tinha sido chamado só para ser apresentado à família.
— Vô, vó, tia, esse é meu namorado, Izumi, já conheceram ele, mas não estávamos namorando na época.
Me senti ser olhado de baixo para cima, estavam me escaneando, podia até ver o computador com os dados analisados aparecendo, era assustador.
Óbvio, minha reação natural nessas horas, seria me esconder atrás da Yuna, só tinha um problema, ela já estava atrás de mim. Não só isso, ele segurou na minha mão e apertou bem forte.
Yuna estava com medo; ou, no mínimo, muito ansiosa e frágil.
Sempre que era sobre sua família, minha namorada não conseguia lidar exatamente tão bem assim, por isso, mesmo sem contexto, precisava tentar ajudar o máximo possível.
— Sou Izumi, é um prazer conhecer todos. — Tentei abrir um sorriso fofo e puro, pelo menos precisava causar uma boa primeira impressão na tia.
A análise continuou e, pra piorar, até umas perguntas vieram, me senti numa entrevista de emprego. Irritada com a situação, Lila interrompeu os três e me salvou, o que já começou uma mini briga entre ela e os avós da Yuna.
Aproveitei a situação para pedir por contexto, Yuna me explicou de forma sucinta: basicamente, os avós e a tia dela, brigados com a Lila a muito tempo, resolveram visitar do nada para fazer as pazes.
Assim, a família já estava se dando um pouco menos mal, desde que a Yuna reclamou com eles, lá pelo capítulo 30 e poucos e hoje seria o dia de, teoricamente, por fim fazer as pazes.
Dada as brigas na minha frente, é fácil dizer que não era tão simples assim resolver todos esses problemas.
E o que eu podia fazer no meio disso tudo?
Nada, claro, mas Yuna preferia que eu estivesse por perto, então fiquei, simples assim. Podia pelo menos segurar a mão dele e ajudá-la a relaxar.
E, discussões à parte, o resultado geral nem foi tão ruim; Yuna, ainda segurando minha mão, interrompeu as brigas e disse:
— Vocês não estão chegando a lugar nenhum; precisam, no mínimo, se esforçar para entender uns aos outros, parem de ser tão egoísta. — Pensa numa voz com peso, agora pensa na voz de um rei, agora pensa na voz de um deus encarnado na terra e, por fim, pensa nessas três vozes não sendo nada comparada a da Yuna, aí sim, você vai ter a imagem certa na sua mente.
A briga acabou na hora, pelo menos por um tempo e todos pararam para ouvir o que aquela santa, aquela reencarnação de um deus tinha para falar… Aham! Exageros à parte, realmente todos os olhos estavam grudados na Yuna.
— Suspiro! Que tal tentar relaxar e passar um tempo junto, não precisam se dar bem, mas pelo menos tentem ficar dois dias sem discutir.
E foi assim que toda a família saiu para uma viagem pra um hotel fazendo, por que um hotel fazenda? Não sei, acho um mal gosto do caralho, mas cada um escolhe o que quer.
A propósito, nessa, Yuna ficou para trás, inclusive, ficou bem preocupada se as coisas iam bem ou não; mas, trago boas noticias, por mais que não tenham virado amigos, a ideia da Yuna serviu para abaixar os ânimos.
Pelo menos essa foi a notícia que ela mandou já na primeira tarde de hotel fazenda, por isso Yuna me chamou na casa dela para comemorar um pouquinho, Yumi estava lá também.
A noite foi chegando, todos foram embora e ficamos só eu e Yuna, iria passar o final de semana na casa dela, porque meus pais iam viajar e não queria ficar sozinho na minha casa, ela me dava um pouco de medo, era gigante e assustadora quando vazia.
A sim, era meio óbvio qual o objetivo da Yuna em me chamar quando a casa iria estar vazia, mas não posso dizer que era a pessoa mais perceptiva do mundo.
Em minha defesa… enfim, não preciso me defender, nem importa mesmo.
Enfim, decidimos passar a noite assistindo séries, mas antes Yuna foi tomar banho, a propósito, já tinha tomado um pouco antes.
Estava esperando no quarto dela, já que íamos assistir uma série no computador dela. Enfim, eis que eu estava de boa na cama olhando as coisas, quando a porta abriu!
Era a Yuna, claro.
Nem preciso dizer, ela estava pelada, e a toalha? Ela estava usando para acabar de secar o cabelo, inclusive, cabelo esse que não estava cobrindo quase nada.
Sim, exatamente como numa cena clássica de anime, o cabelo molhado dela estava para frente, teoricamente cobrindo o tórax, só que não, essa censura dos animes não funciona na vida real.
A pele branca da Yuna levemente avermelhada pelo calor estava completamente exposta de uma forma que, inclusive, precisaria ser censurada para passar na tv.
— Êh! Desculpa, eu… — Não sabia como reagir, nem para onde olhar, por um lado meu corpo queria me manter encarando, por outro o bom senso entrava no caminho.
— Só esqueci a roupa no quarto, não precisa reagir como se fosse grande coisa, você já viu tudo mesmo. — Yuna disse como se não fosse nada e foi até o armário.
Olha, eu já tinha visto, mas era diferente! O cabelo levemente molhado, a situação, o restinho de água que escorria pelo corpo dela, tudo tornava diferente! Era um novo nível.
No fim, desviei minha atenção para o celular e tentei ignorar tudo; já a Yuna, bem, ela vestiu uma calcinha e só mais uma camisa de moletom longa que a cobria até um pedacinho da coxa, o suficiente para que a bunda não aparecesse.
Ou seja, continuava sensual, mas de uma forma diferente.
— Pode me dar um espacinho. — Yuna pulou na própria cama, se sentando do meu, obviamente seu peito acompanhava os movimentos bruscos, balançando de forma muito clara.
Entanto a garota se sentou do meu lado, ela estava perto o suficiente para eu sentir o shampoo recém usado. Como era de se esperar, Yuna estava muito cheirosa, seu aroma invadia minha narinas.
— Vamos… — Yuna não se importava nem um pouco com a proximidade.
Ela estava à minha direita e o seu computador à minha esquerda, para pegá-lo ela se esticou colocando uma mão sobre a minha coxa e com a outra alcanço o laptop.
Em seguida, ela colocou o notebook no colo e forçou o caminho para sentar entre as minhas pernas usando meu peito como encosto para suas costas e cabeça.
Não sei bem como, mas ela se encaixou dessa forma muito rápido e era, de certa forma, confortável. — É mais confortável para mim assim, gosto de ouvir seu coração batendo; mas, e você, consegue enxergar bem?
Corei um pouco com a pergunta, afinal do meu ângulo, eu podia ver seu corpo por cima e sua camisa larga me permitia, bem… Digamos que eu virei meu olhar o máximo possível para a netflix e respondi:
— Sim, sem problemas.
Logo depois, ela rapidamente abriu o computador, viu que estava sem bateria, colocou para carregar e se virou na minha direção.
— Que foi, você está estranho? — Os lindos olhos da Yuna me encaram de perto, afinal ela virou a cabeça para trás.
Era linda e estava tão perto, não conseguia resistir, movi minha cabeça um pouco tentando o beijo, o ângulo não era um dos melhores, admito, mas segui, então…
Brrrroooomm!