Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 95
O frio na barriga destrói a alma.
— Tá, a propósito, o tal Luca respondeu. — Ai meu coração foi para a casa do caralho, explodiu, não sabia como lidar com a nova informação.
— Já?
Yuna riu um pouco e me devolveu o celular, ela tinha um olhar que dizia: boa sorte. Para mim, só restou respirar fundo.
Estava tenso, claro, pior! Minha barriga embrulhou, não queria nem olhar, imagina se ele falasse não, ficava triste só de pensar nisso. Não só isso, e se ele aceitasse, o que faria? Não tinha chance de eu conseguir fazer um amigo mesmo, né? Não sabia socializar.
Esse tipo de pensamento me corroía completamente, mas ainda abri o celular e olhei calmamente para o que ele disse.
Resumindo, foi um sim, na verdade, ele até já sugeriu o lugar, disse que ia convidar um outro amigo. Em três dias eu teria um encontro que definiria minha vida… só que não.
— O que eu faço? — perguntei lacrimejando.
Yuna deu um longo suspiro e me deu um cascudo. — Deveria tentar descobrir por si mesmo, além do mais, vai dar tudo certo, sei que consegue. — Não entendia de onde vinha tanta confiança em mim.
O meu mar interno ficou agitado para caralho, redemoinhos e tempestades eram imparáveis, algo insuportável.
Beijei a Yuna. — Tudo bem eu pensar em outra coisa por agora?
— Sinf! Que maldade, vai me usar como um distrativo? — Ela tinha uma voz provocativa e chegou com seu corpo ainda mais perto e me beijou de volta. — Quer ir para minha casa?
Foi aí que lembrei, tinha passado em casa porque havia prometido pro meu pai que lavaria a louça e por causa de todas as caronas que ele me deu.
— Na verdade, tenho que ir para casa agora. — Expliquei tudo e a garota decidiu que iria comigo, para ajudar e porque não tinha nada para fazer.
Fomos a pé, não tem nada mais gostoso do que andar por aí com quem ama, mais ainda quando é por um lugar florido e lindo, a primavera é a melhor! Além do mais, o caminho para minha casa tinha algumas árvores bem bonitas.
Por outro lado, o sol forte me fazia suar um pouco, mas não era um problema tão grande, na verdade, tinha até um lado positivo, a Yuna meio suada tinha uma sexualidade única, mesmo o cheiro forte me atraia estranhamente.
Ahan! Não sou um pervertido estranho… provavelmente.
— Agora que as coisas difíceis já foram, preciso te perguntar uma coisa, por que você chama sua tia de mãe? Não importa o quanto eu pense, não consigo entender. — Yuna apertou forte minha mão, sua dúvida a frustrava e irritava.
— Isso… qual era o motivo mesmo? — Forcei um pouco a memoria. — Lembrei! Foi uma brincadeira, a ideia foi dela, a gente só queria ver a reação de todo mundo e foi seguindo, sei lá. — Nunca tinha pensado sobre.
Yuna respirou fundo, quebrou minha mão…digo, apertou forte e gritou: — Izumi, você não faz sentido, nem sua família!
Obviamente, só ri de tudo.
— Já que você matou sua curiosidade, é minha vez, você ainda não me contou o que quer ser. For que sou o único que tenho que responder a pergunta difícil? — Fiz biquinho.
A garota não hesitou um segundo sequer para responder, só seu tom de voz e expressão gritavam: para Yuna essa pergunta era fichinha.
— Eu vou continuar sendo e me tornando cada vez mais alguém de quem me orgulhe, a melhor em tudo o que tento fazer, honesta e determinada. Fora isso, quero ser saudável, realizada, ter meus amigos, continuar aprendendo, dormir sem problemas, e … — Ela chegou muito perto. — Continuar bonita porque te provocar é muito divertido.
Corei um pouco, mas consegui recuperar a compostura rápido. — Meio vago.
— Obvio, esperava o que? Não fiz uma planilha no excel dizendo o que farei e o que alcançarei em todos os dias da minha vida, passei dessa fase já. — Só o fato dela ter tido uma fase assim era preocupante, mas não quis entrar no mérito.
E foi assim que entramos no assunto futuro, enquanto caminhávamos para casa e tivemos uma ótima surpresa.
— Você também quer sair da casa dos pais o quanto antes?
— Sim, sim, ter um filho antes dos 25 seria muito foda, ter energia para brincar com ele.
E por assim foi, concordávamos em vários pontos, até ficamos empolgados e começamos a pensar no plano e em toda a engenharia financeira que poderíamos fazer para alugarmos um apartamentinho assim que saíssemos do ensino médio.
Depois eu lembrei que a mãe da Hina tinha um apartamento perto da faculdade que a Yuna queria fazer, Hina estava usando minha casa, então não seria difícil fazer um bem bolado e ficarmos com o apartamento, era pequeno, mas foda.
Também conversamos sobre faculdade, honestamente, queria fazer a mesma coisa que a Yuna só para estar perto, mas ela disse que precisava pensar em algo que gostasse.
Também falamos muito sobre ter um filho ou filha, ter um projetinho de humano para chamar de seu é uma das melhores coisas da vida, afinal.
Sim, a gente já tinha decidido que ficaríamos juntos para sempre, talvez fosse um pouco, ou muito, precoce para pensar sobre isso, mas estávamos certos e, no fim, deu tudo certo.
O tempo passou em um segundo e já estávamos na minha casa, nem pisquei e chegamos, a papo sempre fluía muito bem com a Yuna.
Enfim, lá estavam todos os meus parentes, pareciam interessados, um certo alguém tinha, finalmente, voltado a visitar sua casa e todos queriam saber sobre isso.
Vendo aquilo, claro, me escondi atrás da Yuna.