Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 90
Visão Izumi
— Agora, o que você quer ser, Izumi?
Existem perguntas fáceis, existem perguntas ok, existem perguntas difíceis, existem as questões do Ita, existes questões que afligem a humanidade a séculos e tem coisa que é realmente foda de responder.
Assim, tem aquela pergunta de trigonometria que você sabe que vai ter que usar lei dos cossenos, trezentas mil semelhança de triângulo e uma reza brava, mas no fim ainda há esperança de que a solução seja encontrada e tem coisa que não rola.
— Na verdade, frustração é até que legal, acho que comecei a me afeiçoar com esse sentimento, não quero resolver não. — Covardemente, preparei meu plano de fuga, aquela pergunta era poderosa de mais para ser enfrentada.
Os olhos de lobo da Yuna me paralisaram, isso porque eu nem estava vendo os olhos dela, estávamos de costas um para o outro, mas podia sentir a presença do olhar dela me intimidando.
Meu coração acelerou! E o resto ficou paradinho mesmo, congelado.
— Nem pense em fugir, ok? — E fudeu, sabe o pior, era dissertativa, se eu pelo menos pudesse chutar uma em 5, tinha chance de acertar, mas daquele jeito era impossível, nunca conseguiria uma resposta.
— Pelo menos me dá 5 opções, facilita pro meu lado. — E meu cérebro fritou com toda situação, por isso falei merda.
A yuna sorriu irritada… pelo menos eu senti isso, não estava vendo ela. — Izumi, estou falando sério, você precisa pensar sobre isso, pelo menos um pouco.
Sendo honesto, a voz dela era bem gentil, apesar de misturar um fundinho de raiva ameaçadora, no fim, ela só estava muito preocupada comigo.
— Eu sei, mas quero viver ao seu lado, por isso acho que também vale a pena levar em conta que tipo de pessoa você quer que eu seja, né?
Yuna riu um pouco. — O que é isso, uma desculpa para não ter que pensar ou um pedido de casamento? — Respondi rindo um pouco. — Falando sério, concordo que minha opinião é importante, por isso vou te dar ela depois que você decidir, por si mesmo, o que quer se tornar.
Não teve jeito, não teria nenhuma forma de fugir. — Quer ir dormir? — Porém recuar estratégica e temporariamente não é fugir, ok?
Yuna suspirou. — Sim, já estou ficando com sono.
Nos deitamos juntos, sim, tinham duas camas no quarto, mas as coisas acabaram assim, o que eu achava confortável. Pelo menos parte da resposta eu podia dar, queria ter uma cama de casal e morar com a Yuna, ter ela por perto era muito agradável.
— Obrigado — disse.
— Eu te amo. — Yuna respondeu com um beijo e peguei no sono por um tempinho.
Visão Yuna
— Pode pelo menos me dar uma dica? — Enquanto conversamos no meio da noite, Izumi quis mais uma vez depender de mim para decidir, ok, ele só pediu uma dica, mas sabia onde isso ia levar.
Pensei por alguns segundos, ele não parecia bem, por isso queria o ajudar o mais rápido possível, mas isso não ia dar certo.
— Poder eu até posso, o problema não é que eu não queria ajudar, só não acho que vai funcionar, não posso decidir por outra pessoa, Izumi, você é o único que deveria controlar sua própria vida. Se não fizer isso, posso e, provavelmente, vou acabar tomando o controle inconscientemente, quer isso?
Logo depois de perguntar, já cruzei os dedos, não saberia o que fazer se ele respondesse algo diferente de “não”. Por sorte, deu tudo certo, mesmo que hesitante, Izumi disse:
— Não.
Logo depois tentei perguntar para o Izumi o que ele queria ser no futuro, mas foi demais para ele, sua indecisão deve ter batido o pico e apenas fomos dormir, também não tinha para quê ter pressa.
Tive longos 23 minutos de sono e o sol nasceu, puta que pariu! Me odiei profundamente por não ter fechado a janela, mas me acalmei assim que vi a cara fofo do Izumi dormindo e abraçado em mim.
Fechei os olhos e ganhei mais duas horinhas de sono, muito menos do que precisava para me recuperar corretamente!
Enfim, Izumi acordou junto comigo e tomamos café da manhã, até aí, nada de interessante. A monotonia continuou até mais ou menos meio dia, quando, do nada, meu namorado disse:
— Pode me ajudar com uma coisa? — Obviamente, nem perguntei nada ou hesitei por um segundo, meu sim foi instantâneo. — Queria entrar no meu antigo quarto.
O Izumi realmente precisava aprender a explicar as coisas melhor. — Ok, mas o que exatamente quer que eu faça para ajudar, elabora porra! — Por isso dei uma bronca nele.
— Desculpa… — Queria que ele parasse de pedir desculpas, mas não falei nada dessa vez. — Eu queria que você, bem… me obrigasse a entrar?
A que ponto a ajuda é demais e super proteção e quando é bem vinda? Seria maravilhoso se eu soubesse a resposta; mas, na falta de uma medida precisa, só podia contar com minha impressão.
— Entra naquele quarto! — Decidi que ajudar com isso, não seria nada demais, por isso dei o olhar mais ameaçador que consegui. — Vamos… — Então agarrei o braço do garoto e… — Pera, qual desses é o seu quarto antigo? — Depois de coletar as informações necessárias, joguei ele dentro do seu antigo quarto.
Sim, talvez tenha sido um pouco violento demais, mas foi ele quem pediu. Tranquei a porta e fiquei com meu namorado dentro daquele pequeno quarto.
Olhando em volta, achei sem cor, talvez tivessem limpado e tirado as coisas do Izumi de lá, mas parecia um quarto de hotel! Não, na verdade, já tinha visto quartos de hotéis melhor decorados e únicos. Não tinha nada lá dentro que me permitisse saber que aquele quarto tinha um dono.
— Não mudou nada… — Izumi murmurou e deitou na sua antiga cama, ficou com as pernas pés para fora, a cama que deve ter sido gigante para ele na época, já não era grande o suficiente.
Depois ele sentou no tapete no meio do quarto, nem me pergunte o porquê, não tinha a menor ideia, na real, nada estava fazendo sentido para mim.
Me sentei ao lado dele e dei uma cabeçada de leve. — E ai, vai me contar no que está pensando, ou vou ter que abrir esse seu crânio e adivinhar?
Izumi ficou em silẽncio por um tempo, mas podia ver um sorriso inconsciente se formar no rosto dele e, surpreendentemente, ele tinha um olhar decidido.
— Obrigado. — Izumi realmente não facilitava a interpretação.
— Já me disse isso ontem a noite, além do mais eu prefiro um beijo apaixonado. — Provoquei um pouco.
— Mas agradecer é importante. — Izumi comprou a provocação, se virou na minha direção, me derrubou no chão e beijou.
Fiquei surpresa e respondi tocando o peito dele e sorrindo. Não vou mentir, gostei do Izumi mais agressivo.