Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 81
Casa grande, jardim e uma parte com árvores.
Visão Izumi
Andamos por uma pequena estrada de terra, nela haviam vários caminhos e estradinhas que levavam para todos os tipos de lugares. Eu, que já tinha andado milhares de vezes por ali, sabia o caminho mais curto. Chegamos em 6 minutos.
Logo vi o mesmo portão velho da minha infância. Era um daqueles portões de garagem que poderia ser facilmente arrombado. Era azul, ou melhor, algum dia foi azul, porém a tinta já tinha se desgastado, ou seja, a gosto era uma mistura de prato do mel, ferrugem e remanescentes o azul.
Eu até tinha a chave para abrir aquela joça, mas tinha esquecido, por isso só pulamos. Não era difícil escalar o negócio, principalmente porque já tinha feito várias vezes. Além do mais, não era alto, no máximo 2 metros.
E estávamos dentro da residência, mais especificamente, estávamos no “jardim” na frente da casa. O jardim, porém, fora destruído a muito tempo atrás e foi transformado numa garagem, por assim dizer.
É o que acontece quando você coloca uma entrada grande o bastante para carros passarem de frente para o jardim. Enfim, ainda era um espaço grande, cabiam uns 3 carros ali.
No entanto, eu não recomendaria parar mais de dois carros naquela área, pois o terreno era inclinado e o terceiro acabaria ficando numa posição fodia. Bem, já tinha visto colocarem 4 carros naquele espaço e ainda ficou tudo ok, talvez eu esteja sendo muito conservador aqui.
Vale dizer, a despeito da nossa falta de cuidado, ainda houveram algumas flores que sobreviveram. No fim, as flores daquela velha eram resilientes, precisaria de mais do que alguns carros e um incêndio para acabar com elas.
A propósito, o tal incêndio é uma história que não quero contar, mas posso dizer que tudo começou com bebida e vários homens juntos.
Além do espaço na frente da casa, ainda tinha um pouco de espaço nas laterais, suficiente para 4 pessoas sem noção andarem lado a lado e ainda não barrar o tráfico.
Já na parte de trás da casa tinha bem mais espaço, mas vamos deixar para descer essa ladeira mais tarde.
Não tenho muito o que falar sobre como ela era por fora, era como qualquer casa grande. Assim, tinham umas janelas e ao redor dela, as paredes estavam meio desgastadas, mas tudo ok.
Já por dentro entramos num outro mundo, em oposição com a aparência acabada de fora, tínhamos uma mansão por dentro.
A primeira coisa a ser vista ao entrar era uma grande e luxuosa sala para receber visita. O quarto era decorado com dois grandes sofás de couro feitos pela minha avó. No centro do lugar havia uma grande mesa de madeira e, ao lado da porta, havia um pequeno bar.
Ok, isso pode ser estranho, mas eles construíram um barzinho de madeira, tinha 6 daqueles bancos altos de bar, mas almofadados com couro e espuma. Não só isso, tinha o espaço do bartender, uma pequena geladeira e uma pequena adega.E, claro, eles, meu avô e meu tio, fizeram um balcão de madeira onde você poderia comer.
Dito isso, nunca vi aquele lugar ser usado para nada, por isso podemos seguir para o lugar onde as refeições realmente eram feitas, a cozinha. Diferente da sala de visitas, a cozinha era pequena, ou melhor, parecia pequena, mas é difícil um lugar ser espaçoso quando você enfia uma mesona no meio, três geladeiras, dois fogões e um armário gigante cheio de pratos e porrinhas de cozinha.
Não tenho a impressão errada, porém, o lugar podia parecer pequeno, mas tinha espaço mais que suficiente para qualquer um e todas aquelas coisas tinham utilidade, sério, as geladeiras estavam sempre cheias quando meus avós estavam vivos.
Seguindo, ainda tinham três banheiros, uma lavanderia pequena e coisas assim, nada muito importante.
Além disso, haviam três quartos, o quarto de visitas, com duas camas, uma janela, uma armário e mais nada. Ou seja, era o quarto chato.
Tinha o meu quarto, com um armário grande! Tão grande que eu podia me esconder dentro dele. Lá eu guardava coleções de todos os tipos de coisas, pedras, folhas, facas, tampinhas de garrafa e até de anzóis de pesca.
Sério, não subestime a pesca, existem tantos tipos diferentes de anzóis para… Ahan! Melhor não perder tanto assim o foco.
Bem, no meu quarto ainda tinha uma cama que ficava na sempre colada a parede, já do outro lado do cômodo tinha uma janela que não fechava de jeito nenhum.
Tinha também um tapete quentinho de pelo sintético no meio do quarto. O lugar tinha muito espaço vago, por isso o tapete era bem grande e tinha o formato de um urso, bem, nenhum urso real foi caçado no processo de fazer aquilo.
Ah! Verdade seja dita, eu amava aquele tapete, ele era sempre bom para quando eu queria andar descalço no inverno.
Aquele era meu quarto, se for parar para pensar não tinha muitas coisas, bem, o meu daquela época também não tinha, a diferença é que ao envelhecer ganhei um computador e um ou outro manga que ficavam dentro do meu armário.
Por fim, o último cômodo da casa era o quarto dos meus avós…
Visão Yuna.
Segui o Izumi por uma estradinha de terra, rapidamente chegamos a um portão velho e pulamos ele.
O local era bem grande, a casa estava com aspecto velho e o jardim frontal tinha sido destruído, já olhando para trás era possível ver que havia, descendo a colina, um bosque ou algo do tipo.
A sim, a casa era construída na encosta de uma pequena colina, mas ela ficava na parte menos inclinada, ou seja, no topo. Não preciso dizer o motivo para isso?
Enfim, comecei a andar em direção a porta, foi quando notei algo, Izumi estava parado, ele parecia uma estatua completamente imovel.
Lágrimas. Por algum motivo ele começou a chorar, mesmo que seu corpo continuasse completamente parado.
Aquele garoto chorava o tempo todo por vários motivos, mas naquele caso aprecia um pouco diferente, mais sério eu diria.
Foi quando lembrei das palavras do pai dele, cheguei perto e segurei a mão do Izumi com força, por fim perguntei com uma voz suave:
— Está tudo bem?
Ele limpou as lágrimas do olhos e olhou em volta meio confuso, como se não lembrasse mais onde está.
Uns 30 segundos se passaram enquanto ele pensava em alguma coisa, por fim algumas palavras saíram da sua boca:
— Vamos ao bosque primeiro, não sei bem porquê, mas olhar para a casa me dá sentimentos ruins, não quero entrar lá ainda.
E mais uma vez ele não sabia exatamente a razão ou conseguia explicar o que estava sentindo. Eu também não consegui entender muito do que ele disse, mas naquele momento preferi nem tentar perguntar mais, teria outras chances mesmo.
— Ok, vamos.
Nota
Um pouco atrasado, mas, em minha defesa, tinha esquecido que o ano começava com um sabado.
PS: Trabalhe só tem cap semana que vem, estou com preguiça de escrever agr.