Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 80
Conversa no carro.
Visão Yuna
Izumi arregalou um pouco os olhos. — Tinha esquecido completamente, enfim, quer ir para o campo por um tempo?
— Ok, Izumi, me ajuda um pouco aqui, não tem como eu entender se você disser dessa forma.
— Foi mal, — Izumi abre um um sorriso irônico — agora, falando sério, quer visitar o lugar onde passei a minha infância, acho que pode ser divertido.
Ainda não era uma explicação muito boa, mas com aquilo eu já conseguia entender mais ou menos o que ele estava pensando.
— Mas onde que é isso? Como vamos para lá? — Eu até concordava em ir, porém não tinha o poder do teletransporte, precisávamos pensar nos problemas práticos.
— Isso, meu pai leva a gente, ele sempre insiste que eu devia ir lá mais. — Dito e feito, Izumi ligou pro Zino e logo estávamos nos carro indo para nosso destino.
Claro, eu tive que arrumar uma malinha e coisas do tipo, mas resolvemos tudo em menos de meia hora.
No carro um silêncio reinou, o que eu achei estranho, afinal da última vez que nós vimos o pai do Izumi tinha sido bastante comunicativo. Apesar de que o homem parecia tão confortável em ficar quieto, que aquilo só pareceu o natural de se fazer e eu não comentei nada também.
Uns 15 minutos se passaram e uma pessoinha caiu dormindo no meu ombro. Ele se ajeitou um pouco e, com os olhos fechados, ali ficou. Achei bem bonitinho olhar para o rosto dele dormindo.
Zino olhou para trás um pouquinho. — Haha! Ele já pegou no sono? — Concordei com a cabeça. — Ele pega no sono muito rápido no carro se ninguém falar com ele.
Não precisa ser um gênio para ligar os pontos e entender o porquê do homem ter ficado em silêncio até aquele momento. — Sobre o que quer falar comigo?
— Humm! Nada demais, só estava curioso, vocês brigaram ou alguma coisa do tipo.
Não tinha nenhum motivo para não contar para Zino, por isso expliquei, pelo menos em parte, o que houve. Por motivos óbvios, omiti as partes mais vergonhosas.
— Entendo, bom saber, ele parecia meio abatido nesses dias, mas nunca tenho certeza no que ele está pensando, por isso fiquei um pouco preocupado.
— Já pensou em perguntar para ele? — Não perguntei com agressividade ou qualquer coisa do tipo.
Zino riu um pouco. — Claro que sim, mas na família costumamos seguir a regra de não interferência, em geral, ele é livre para fazer o que quiser e se algo der errado ele pode vir me pedir para ajudar.
Não podia deixar de achar um modelo perigoso, por isso perguntei: — Isso não me parece uma boa ideia, ninguém morreu nessa?
— Haha! Não, não, é como meu pai dizia, a gente ensina juízo para criança, depois deixa ela explorar o mundo à vontade e que volte quando precisar de um porto seguro.
Não podia dizer que o Izumi era responsável, portanto podemos dizer que funcionou, mas era a família do Izumi, não acho que conta como exemplo de nada.
— Ainda assim, eu não acho que seja uma boa idea. — Não tinha motivos muito concretos para achar isso, mas pelo menos para o Izumi não parecia funcionar. — Enfim, eu também não sei e… — Logo percebi que talvez estivesse começando uma discussão desnecessária.
— Haha! Também não tenho certeza, eu não tenho confiança em ser um pai tão bom quanto o meu foi. Infelizmente nunca sei se estou fazendo as coisas do jeito certo, principalmente sendo só eu. — Era nítida uma certa tristeza naquelas palavras.
Os olhos dele até ficarem umedecidos, ele não fazia questão de esconder que seu pai era um assunto sensível. Por outro lado, ele também não se mostrava particularmente abatido, pois logo o sorriso de sempre retornou.
— A propósito, você também é parte da família, por isso as mesmas regras do Izumi se aplicam no seu caso, se algum dia precisar de ajuda venha falar comigo e como alguém tão próxima do meu filho, sinta-se à vontade para falar por ele se achar necessário.
Basicamente ele estava dizendo que confia em mim, confiança que aceitei com um sorriso. Mas tinha uma coisa que precisava perguntar:
— Como assim só eu? E a mãe do Izumi? — Eu tinha certeza que tinha falado com ela por vídeo naquela noite, por isso não podia deixar de achar estranho.
— Ela morreu no parto, mas… como eu explico isso? O Izumi encrencou de chamar minha prima de mãe e todo mundo aceitou, bem, eles são de certa forma muito próximos… acho. Sendo honesto, não consigo entender nenhum dos dois.
Sim, ele estava certo e, acredite! Entender a “mãe” do Izumi é mais complicado do que entender o próprio, apesar dela ser estranha num jeito completamente diferente dele e ser super comunicativa e extrovertida.
E foi mais ou menos dessa forma que a conversa acabou. Estava curioso ainda sobre os avós do Izumi,mas preferi não perguntar, no mínimo consegui entender pela conversa que eles também tinham morrido.
— Só uma coisa, quase esqueci de comentar, segure a mão dele quando forem entrar na casa. — Zino comentou do nada.
Visão Izumi
Vários homenzinhos verdes andavam de um lado para o outro. Todos eles usavam máscaras do Tobi de naruto, por isso seus rostos eram irreconhecíveis. Mas, mesmo sem ver as expressões faciais, apenas pela pressa com que andavam era nítida certa ansiedade em todos.
Uma reunião de emergência tinha sido convocada pelo líder daqueles homenzinhos, o assunto era um documento super secreto que havia sido roubado.
Aquele ponto era impossível recuperar o documento e se as coisas continuassem daquele jeito eles apenas seriam ameaçados de novo e de novo pelo ladrão.
Qual a solução?
Liberar o documento para a população, não havia outra forma, no fim, não era algo que comprometeria o governo, talvez causasse um pouco de pânico, mas nada demais.
Não só isso, aquilo já tinha sido secreto a tanto tempo, talvez estivesse na hora de parar de esconder aquelas memórias, afinal elas também eram parte do que formava a cultura e sociedade dos homenzinhos verdes.
Eles discutiram, discutiram e discutiram, mas no fim decidiram abrir o envelope. Sim, finalmente a verdade seria revelada e quando o líder estava prestes a abrir o envelope…
— Izumi acorda. — Yuna chacoalhou meu ombro.
— Já chegamos, — meu pai disse. — vou deixar você aqui, aí é só seguir pela estradinha de terra que chegam na casa, você ainda lembra o caminho, né?
— Sim, sem problemas. — Respondi, descemos do carro e meu pai zarpou de volta para casa. — Merda! Nunca saberei o que tinha dentro do envelope. — Gritei para os céus.
— Que envelope? — Yuna perguntou.
— Nada demais, só que… — Expliquei meu sonho e ela só riu e disse:
— O sonho foi seu então o envelope pode ser qualquer coisa que você decidir.