Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 72
A falta de comunicação e seus problemas.
Visão Izumi
Nem preciso dizer que eram amigos da Yuna, né? Afinal, a chance de eu sair de casa e encontrar um amigo, ou sequer alguém que eu conheça, era quase nula, se não for negativa.
Enfim, um grupo se juntou ao nosso encontro. Honestamente, eu esperava que eles fossem ir embora logo, assim com o vento gelado que passa e some. Incomoda um pouco, mas você nem se importa muito.
Era isso que eu esperava, porém não o que aconteceu.
Por que? Bem, Yuna é muito comunicativa e… Na verdade, nem sei direito, acho que só é assim que funciona com quem com muitos amigos, eles são como cola e as pessoas a volta vão grudando, ou algo assim.
Ok, ok, estou perdendo foco no ponto principal.
Continuando, primeiro fomos em um brinquedo em que 4 ou 2 humaninhos ficavam numa boia e desciam rodando em um tobogã grandão, ou seja, era tipo um privadão e a gente era… Esquece, essa analogia ficou nojenta demais!
A propósito, acabei em uma boia com três desconhecidos, como? Então, Yuna entrou numa boia, eu queria ir com ela, mas uma garota pegou meu lugar antes e não reclamei, era extremamente tímido afinal.
Não que isso fosse um problema, na verdade, o brinquedo em si foi a pior parte, rodar, rodar e rodar foi uma merda! Fiquei tonto e enjoado. Quando finalmente cheguei na água, precisei ficar um tempo boiando só para me recuperar.
Assim, minha barriga estava realmente morrendo com o enjoo, se eu me mexesse muito tenho certeza de que vomitaria, por isso o privadão foi riscado da minha lista de coisas para fazer para sempre.
Por outro lado, os outros tinham adorado e ficaram insistindo para mim ir de novo. Ok, para falar a verdade, eles insistiram só por uns 5 segundos antes de desistirem.
E foi assim que fiquei sozinho; enquanto boiava por aí, eles foram no privadão e quando me dei conta todo mundo tinha sumido.
Agora eu tinha um problema, para entrar no parque aquático normalmente deixamos nossos pertences, principalmente os que estragam na água, em um armário com cadeado.
Ou seja, não estava em posse daquela poderosíssima máquina de comunicação a distância que normalmente carregava comigo.
— Agora virei uma criança perdida, isso é um pouco nostálgico? — Murmurei para mim mesmo lembrando da primeira vez que fui para o shopping só com minha mãe, e da vez que fui para o parque só com ela, ou melhor, de todas às vezes que meu pai não estava por perto quando eu era criança.
Ahan! Voltando ao foco. Sabia que eles eventualmente apareceriam por ali, então fiquei esperando. Gostava de ficar na piscina boiando no final das contas.
Não só boiando, o que mais gostava era de mergulhar e ficar um longo tempo embaixo da água. Inclusive, eu tinha um fôlego bom, nada impressionante, mas aguentava uns 2 minutos sem problemas.
Meu corpo afundou na água.
A luz era refratada ao mudar de meio, causando aqueles efeitos da hora de quando você tenta olhar para fora d’água de dentro o que parecia, para mim, como uma aurora boreal.
Só de ver aquilo, conseguia imaginar duas pessoas deitadas em um campo de colinas. A volta havia um pouco de gelo e mais nada, nenhuma luz artificial, mesmo assim aquela noite era iluminada graças às ondas eletromagnéticas que colidiram com o campo magnético da terra, ou algo do tipo, algo que os humanos chamam de aurora boreal.
— Izumi, você está bem? — Obviamente um certo alguém lembrou de mim e voltou. Vale dizer, nem tenho certeza se foi isso que ela disse, é difícil de ouvir embaixo d’água, mas sem dúvidas a face dela estava perguntando isso.
— Sim. — desviei o olhar, estava deitado no chão da piscina e a voz vinha de cima, deixo, o que exatamente eu vi, para sua imaginação. Por fim, sai debaixo da água. — Estava apenas vendo a aurora boreal com você.
Yuna olhou com a cara de mais profunda incompreensão, então pensou em proferir uma pergunta: — Co-como? Por que…. Não, na verdade, esquece, não consigo nem… — Ela nem completou a frase, parece que dessa vez minha resposta era algo que ela não esperava mesmo.
— Não é só que as coisas são parecidas e….
— Nem tenta explicar. — No fim, parece que sou o único que consegue ver tal fenômeno natural sem ter que viajar para o fim do mundo. Sim, sim, minha mente era particular e às vezes minha imaginação viajava longe demais.
— Onde você estava?
— Fomos mais três vezes na privadão e depois a Gab queria muito ir numa loja de chocolate aqui porque eles só abrem em alguns horários, aí todo mundo foi na pressa e você acabou sendo esquecido, desculpa!
Olhei triste e fingindo chorar. — No fim, minha presença é tão fraca que nem notam quando não estou por perto, sinf!
— Sim.
— Não responda honestamente assim!
Verdade seja dita, os outros nem reparam, mas Yuna notou em pouco tempo e olha que ela não é exatamente uma pessoa atenta.
— Enfim, vamos indo, eles já guardaram lugar para a gente sentar, tem vários tipos de chocolate lá e… — Yuna começou a falar empolgadamente sobre o, parecia legal de fato, principalmente para amantes de doces.
E por que um parque aquático teria uma loja dessas? Eu sei lá! Só sei que era uma loja no meio da piscina, as pessoas sentavam em boias para comer, então ainda está dentro da temática de parque aquático, acho.
Ok, fora essa minha digressão aleatória, eu tinha outros problemas com ir lá, por isso disse: — Não, buu!
Fiz biquinho e soei irônico porque tinha vergonha ou medo de confrontar Yuna diretamente, sempre fui meio covarde.
A propósito, a razão era óbvia, queria ficar sozinho com Yuna. Primeiro porque eu era meio anti social. Segundo porque aquilo ainda era tecnicamente um encontro; e, como todos sabem, vela boa é vela morta!
— Vamos logo, não quero deixar todo mundo esperando, ok? — Aqueles olhos! Meu corpo gelou, senti um arrepio na espinha.
Um sorriso que não sorri, lindos olhos azuis sem alma, um dia ensolarado, mas um vento frio, tudo estava me dando arrepios!
Em um segundo, Yuna conseguiu mudar o clima do local. Tenho certeza que ela fez todas as pessoas da região com pressão baixa mudarem para alta de tão rápido que seus corações batiam de medo.
Ok, talvez, mas só talvez, eu tenha exagerado um pouco aqui. Dito isso, a cara ameaçadora da Yuna ainda era muito poderosa para mim, nunca conseguiria dizer qualquer coisa contra aquilo. Respondi:
— Não. — E pensei, “merda, palavra errada”.
Sem saber reagir, meu corpo travou.
Nota autor:
Dessa vez não atrasei nem nada, inclusive, vamos voltar aos lançamentos de madrigada, a partir de agora vão acordar com capítulo todo o sabado, pelo menos até o fim do ano.