Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 68

Lhe falta bom senso, Izumi.

Visão Yuna

Com o meu sorriso costumeiro, cumprimentei as duas garotas que tinham chegado juntas. —  Olá! —  Logo depois perguntei curiosa: — Por que vocês chegaram juntas? — Era estranha, afinal elas moravam bem longe uma da outra.

— Coincidência, nós encontramos no metrô… — Sem dar muita importância para minha pergunta, Mia olhou um pouco a volta em busca de um certo desconhecido.

Peguei o celular. — Vou chamar ele — comentei. Ju puxou o celular para ler alguma coisa. Enquanto isso, Yumi se aproximou, perguntou alguma coisa e eu comecei a contar como encontrei o Izumi por confidência, até que ele apareceu.

— Olá… — Como sempre, comunicação não era o ponto forte do meu namorado. 

Por outro lado, a delicadeza nunca foi um ponto forte da Mia. — Hummm! Eh, não gosto de pessoas como você, fala mais alto e sem olhar pro chão.

— Sinf! Por que estou sendo odiado, se nem fiz nada ainda… — O rosto choroso do Izumi continuava fofo.

Puxei o garoto para perto. — Relaxa, a Mia não gostar de você é um bom sinal, ela é a pior pessoa nesse planeta. Inclusive, por que não se junta a mim ao clube de ódio a ela?

— Ei! Eu posso ouvir tudo! — Uma voz relevante reclamou. — Me sinto injustiçada, se alguém deveria fundar o clube do ódio seria eu contra você.

— Não, não, não, tenho muito mais motivos para te odiar, do que você tem pra me odiar.

— Não eu…

Enquanto Mia e eu falávamos, vi de canto de olho Izumi dar um olhar de dúvida para a única outra pessoa que conhecia naquele lugar. Yumi respondeu murmurando: — É apenas o de sempre.

Com isso as apresentações já tinham sido todas feitas e já estávamos sem nada para fazer. Para começo de conversa, eu tinha chamado as duas aleatoriamente sem nada em mente.

E quando não tenho nada para fazer, sempre acabo olhando para a pessoa mais fofa de todas. Enfim, Izumi costumava acabar com meu tédio, por isso olhei para ele inconscientemente, só para ver que ele estava com uma pequena sacola na mão.

Ele não tinha levado uma mochila ou qualquer coisa do tipo, ou seja, meu provável presente estava na sua mão e ele não tinha como esconder. Nessa situação era inevitável, eu precisava colocar ele um pouco contra a parede.

—  O que você comprou, posso ver. —  Comecei perguntando. Izumi imediatamente tentou esconder atrás das costas de forma muito suspeita, um sorrisinho surge no meu rosto e continuo insistindo. —  Vamos, vamos, me conte…

— Bem… —  Ele estava mais determinado a fazer a surpresa do que eu esperava, porém com insistência o suficiente Izumi se rendeu.

—  O que estão fazendo? —  Yumi perguntou, Ju parou de olhar para o celular, as atenções se voltaram para o garoto, enquanto isso estava olhando a sacola. Depois de ver o conteúdo expliquei o que estava havendo.

Logo após, Izumi ainda contou como não estava conseguindo escolher o presente, então acabou sendo influenciada pela vendedora. Resumindo, ele não estava confiante no próprio presente e não sabia o que comprar.

—  Ok! Decidido, já sei o que vamos fazer hoje, vamos comprar o meu presente. —  Ia ser chato ficar sem fazer nada, além do mais com isso podia ajudar o Izumi. Obviamente, Mia reclamou:

—  Ei! Por que faríamos isso? Tenho mais o que fazer.

Identifiquei logo a mentira nas palavras dela e disse: —  Mas sabe, se você realmente tivesse mais o que fazer, nem teria vindo aqui para começo de conversa.

As outras duas aceitaram facilmente e assim saímos andando por ai, a primeira a dar sua opinião de presente foi Mia, ao dizer: —  Humm! Se vai dar algo não é só comprar um bom tênis para basquete, algum eletrônico útil, tipo um daqueles fones sem fio, ou algo do tipo.

—  Não! Tem que ser algo mais romântico! —  Ju e Yumi negaram a ideia. Não disse nada, mas também era contra, já Izumi também comentou que precisava ser algo romântico, mas ele falou tão baixo que só eu ouvi.

Continuando, foi a vez da ju de dar sua ideia. —  Tem uma loja de chocolates maravilhosa por aqui, você poderia comprar um daqueles chocolates de coração maravilhosos, uma rosa, um livro de romance e uma carta escrita à mãe, seria lindo.

—  Ju, o presente não é para você. —  Toquei nos ombros da garota. —  Não estou interessada nisso.

Com isso continuamos andando pelo shopping conversando. Yumi acabou não dando sua opinião, não na hora, ela apenas sugeriu algo para Izumi em segredo. Na verdade, ela só tinha sugerido uma loja para a qual devíamos ir.

Ok, agora por que ela fez isso em segredo? Simples, porque em um piscar de olhos estávamos lá, na loja dos pais dela e Izumi tinha ido direto no colar que ela recomendou e perguntou minha opinião.

— Sem chance. —  Neguei logo e tinha um bom motivo. — É muito caro, não rola.

— Não tem problema, são só 3 ou 4 meses de mesada e eu nem faço nada com o dinheiro mesmo. —  Isso era verdade, Izumi era bastante desapegado com dinheiro, não que isso fosse um bom motivo para comprar um presente tão caro.

—  Espera! Só 3 meses? —  O garoto concordou com a cabeça e explicou que ganhava metade de todo o desconto que conseguia na mensalidade na escola, mas algumas coisas dos avós. —  Isso é bastante, estou com um pouco de inveja.

—  Apesar de que não uso para nada, além de comida e ônibus, por isso…

Coloquei as mãos nos ombros dele. —  Só não, existe um limite do quanto dinheiro você pode gastar com um namoro de adolescentes, tenha um pouco de bom senso.

Izumi me deu um olhar decepcionado e comentou: —  Mas Yumi tinha dito que era uma boa ideia e…

Como sempre, ele era um pouco fácil de manipular. Enfim, reclamei com a Yumi que pediu desculpas, nem ela esperava que isso fosse acontecer, era só uma piada.

Com isso dito, continuamos a busca, até porque não me sentiria confortável ganhando algo muito caro, para falar a verdade, tudo aquilo só começou porque estava entediada, por mim o chaveiro já era bem fofo e mais do que o suficiente.