Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 62
Um cubo escuro.
Visão Yuna
Estava com muito calor, por isso assim que vi água pulei nela. Logo depois, já refrescada, notei uma ausência importante, por isso fui procurar o Izumi.
Bastou olhar um pouco em volta então já o achei, como o esperado, foi só procurar o único lugar sem ninguém por perto. Enfim, eu o chamei: — Ei! Izumi o que está fazendo!
— Que! — Até hoje não sei como ele conseguiu cair para o lado estando sentado, mas sem dúvidas Izumi se assustou bastante.
— Você está bem? — perguntei um pouco preocupada, depois disse em tom de dúvida: — Desculpa, eu te assustei?
Izumi se levantou rápido dizendo: — Não se preocupe, estou bem. — Eu, por outro lado, estava sem entender muita coisa, por isso fiz várias perguntas:
— O que está fazendo? Além do mais, como conseguiu cair, eu te assustei tanto assim? Outra coisas…
— Calma lá, uma pergunta de cada vez. Agora respondendo, eu só estava rolando uma roda de bicicleta em uma pista muito longa.
Como eu deveria ter reagido a essa fala? Como eu poderia sequer interpretar aquilo? Sério, a falta de sentido estava em outro nível, até para o Izumi. Apenas murmurei: — Que?
— Não deu para entender? — Izumi ainda ousou perguntar.
— Me recuso a responder
Izumi entendeu muito bem, que ele não tinha dito nada com nada. Logo depois parou para pensar por um tempo, tentando achar uma forma de explicar. Aí ele achou que dizer isso seria uma boa ideia:
— Estava cansando, além do mais tinha muito barulho e eu queria um tempo sozinho, ai eu transformei as pessoas em uma roda e a brisa em uma pista, porque assim poderia ignorar tudo, descansar e…
— Já chega. — Izumi me olhou sem entender o porquê de ter o interrompido, por isso me prestei a explicar: — Nada disso faz sentido! Para começo de conversa, por que uma roda de bicicleta?
Agora vamos para a super convincente explicação: — Não é óbvio? — Não! — Se você desfocar os ouvidos, o barulho das pessoas parece com o de uma roda de bicicleta, sabe o tec tec tec?
— Olha, nem vou entrar no assunto: desfocar os ouvidos, mas, Izumi, na bicicleta o que normalmente faz esse som é a correia.
— Só um detalhe insignificante.
— Mais importante! Isso não faz sentido, simplesmente não faz, nem de longe o som se parece com isso, nem um pouco.
— Hummm! Sério, para mim parece. — Ouvindo aquilo decidi encerrar o assunto, cheguei a conclusão de que não teria como entender.
Sim, eu esqueci completamente de perguntar sobre a pista e não me perguntem qual a relação entre o vento e uma estrada longa, porque não existe!
Também fiquei tão imersa em entender a loucura da roda, que simplesmente esqueci da parte que ele falou: “queria um tempo sozinho”, acontece.
Nós trocamos rapidinho e já saímos para fazer alguma coisa na praia. Já sabíamos o caminho, por isso apenas andamos até lá em completo silêncio, Izumi parecia estar em outro mundo ou algo do tipo.
— Vamos tomar sorvete agora? — disse do nada.
— Espera e o cronograma?
— Você se divertiu até agora?
— Não.
— Viu, isso está só sendo cansativo, esquece. — Pelo menos em uma parte do que ele falou eu reparei, Izumi estava bem cansado mesmo.
Devo dizer que eu também estava, tentar fazer tudo em um dia tinha sido uma péssima ideia, em vários níveis, por isso desisti.
Apenas resolvi pegar o rumo mais rápido para cidade, queria sentar por um tempo no ar condicionado e conversar um pouco com o Izumi.
Agora vamos pular uma ou outra coisa insignificante e chegamos numa sorveteria. Inclusive, era um lugar bem legal, afinal tinha ar condicionado lá.
Entramos na loja, olhamos os sabores, logo a recepcionista pergunta se escolhemos, respondo logo: — Vou querer duas bolas, uma de chocolate e uma de pistache, ah! Pode me dar uma colherzinha daquelas maiores.
— E você? — A moça pergunta para o Izumi.
Izumi responde baixo: — Duas bolas de chocolate.
— Chocolate?
— Sim, sim.
A mulher foi colocar os sorvetes, mas quando põe apenas uma bola para o izumi, como tinha quase certeza que ele queria duas pergunto para ele: — Não tinha pedido duas?
— Putz! Nem vi, bem, agora já foi.
— Entendi, Humm! Tínhamos pedido duas de chocolate.
— Nossa, desculpa.
Podemos dizer, que esse foi um exemplo prático, de como o Izumi era tímido. Nem pensei nisso na hora, mas era meio óbvio, que ele não reclamou por timidez.
Agora voltando a história, tomei o sorvete feliz, até porque sorvete é a melhor coisa do mundo, principalmente em dias quentes.
— Agora, Izumi, se seguir o cronograma não estava sendo divertido, por que não me reclamou comigo antes.
Izumi me olhou surpreso com a pergunta repentina. Logo pude ver seus olhos se desviando, enquanto ele procurava uma desculpa.
Nunca fui de dar espaço para fugas, por isso pressionei mais dizendo: — Sem fugir da pergunta, me diga logo.
— Buu! Você é má! Ainda não consegui pensar numa boa desculpa.
— Não quero uma boa desculpa!
Izumi abaixou a cabeça se desculpando. Vendo aquilo suspirei, coloquei um sorriso mais gentil no rosto e comentei:
— Entendo, por favor tenha sempre certeza de falar como está se sentindo, sem manter as coisas para si mesmo, entendeu?
— Si-sim! — Izumi respondeu meio no susto, mas sem muita firmeza, então continuou — Não se preocupe, vou ser sempre honesto sobre isso, já que é um pedido seu. — Izumi finalizou em tom de brincadeira.
— Você deveria fazer isso sem eu pedir! — reclamei, recebendo um sorriso neutro como resposta.
Considerei o assunto encerrado por ali mesmo, por isso me levantei se disse: — Ainda temos tempo sobrando até a noite, vamos andar por ai?
— Ok, sem problemas.