Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 60
Tetris é um jogo chato!
Visão Yuna
Quando acordei, Izumi estava abraçado com minha mão, algo bem fofo. Soltei minha mão e sai da cama com cuidado para não acordar o garoto.
Uma curiosidade, Izumi pareceu um pouco incomodado quando sai. Ele esticou os braços, como se me procurando.
Continuei observando. Sem conseguir me encontrar; Izumi, ainda dormindo, se fechou como uma bolinha.
Ao ver aquilo quis testar algo. Cheguei perto e dei minha mão para ele, apenas para ver o que ele faria.
Izumi chegou perto da minha mão, então a envolveu com as suas, quase como se a abraçando, sua expressão nesse momento é pacífica.
De alguma forma era muito relaxante olhar para ele.
O garoto finalmente acorda, então se afasta com vergonha de mim, ao notar o que estava acontecendo, uma reação bem fofa.
Fui fazer café da manhã e ele foi trocar de roupa rapidamente. Ah! Sim, pulei isso ontem, mas nós jantamos depois de tudo.
Enfim, o importante é que naquela noite descobri algo: não deixe a cozinha nas mãos do Izumi, não importa o que aconteça.
Não que ele cozinhasse mal, mas qualquer um que dependesse dele para sua alimentação, sem dúvidas ficaria louco.
Por que?
Simples, segundo o próprio, ele comia as mesmas coisas todos os dias. Isso por si só é muito estranho, não tem como aguentar.
Em segundo lugar, preciso informar o que seria essa mesma coisa. Resumindo era: miojo + qualquer vegetal cru + carne feita de qualquer jeito + pão + qualquer fruta. Isso para absolutamente todas as refeições!
Em suma, o paladar do Izumi era tão neutro, que provavelmente não veria diferença entre um restaurante com três estrelas Michelin e uma lasanha de micro-ondas.
Dito tudo isso, por mais que não gostasse de cozinhar, se fosse depender do Izumi, comeríamos papelão com skin de comida, por isso assumi essa função.
Apesar desse monólogo inteiro reclamando do Izumi, eu também não cozinhava bem, por isso fiz qualquer coisa rápido e logo estávamos nós dois sentados numa mesinha comendo.
Era mais ou menos 7:30 da manhã, estava animada e tínhamos acordado bem cedo, por isso acreditei que daria para fazer todo o planejado.
Nos últimos dois dias, principalmente no 2°, não tinha aproveitado a viagem muito bem, na verdade, nem nós organizado direito tínhamos.
Refletindo sobre isso, resolvi fazer aquele dia valer por três, só esqueci de combinar com o tempo, para ele passar três vezes mais devagar.
— Ok, vamos lá, Izumi, me ajuda arrumar. — Levantei determinada a separar e organizar tudo naquela casa, onde ficaríamos por apenas mais 3 dias.
Visão Izumi
— Ai! — Não consegui segurar o gritinho. Lembra quando eu disse que iria me arrepender de ter colocado band-aid no machucado? Provavelmente não, né? Enfim, esse momento chegou, pois na hora de tirar, notei que tinha grudado na sobrancelha.
Dores a parte, não foi nada demais e depois de me trocar fui comer, até aí tudo normal, mas de repente a Yuna levantou extremamente animada. Naquele instante, meu sensor de problema disparou, podia ver claramente o perigo se aproximando.
Como o esperado, logo acabei em um jogo de tetris na vida real, encaixando cada coisa no seu lugar. Uma curiosidade, sou péssimo em tetris, então não podemos dizer que as coisas foram bem.
Já sabia que Yuna gostava de organização, mas nunca tinha tido que lidar com isso na pele, sem dúvidas era algo muito cansativo. Acho que naquela manhã, fiz exercícios físicos equivalente ao que eu faria em uma ou duas semanas.
Para entenderem, darei apenas um exemplo, de uma fala dela naquele dia: — Não! Você não pode deixar tudo jogado, os cabos ficam naquele canto da mesa, copos ali, aqui tem as caixas onde vamos colocar…
Lembrarei de novo, só íamos ficar mais 3 dias naquela casa. Enfim, Yuna podia ser um pouco paranoica com organização e eu até queria desistir, mas resolvi colaborar.
Primeiro, o olhar ameaçador da Yuna, era bem convincente. Sério, senti minha alma gelar, minha garganta fechar, até sem ar fiquei.
Em segundo lugar e mais importante, deixar tudo arrumado era realmente importante para ela, Yuna devia ter toque, ou algo do tipo.
Resumindo, depois que reclamei da paranoia dela, Yuna me explicou como fica aflita com desorganização e aceitei colaborar 100%, por isso fiquei morto depois de tudo.
Se o olhar ameaçador não era suficiente para me convencer, o olhar meio triste e ansioso sem dúvidas era.
Eram 9:30, nós dois estávamos exausto e nem tínhamos começado o dia de verdade, por isso tiramos um cochilo, que durou exatamente 26,5 minutos.
Como é possível tanta precisão? Simples, despertador, Yuna queria que saíssemos de casa antes da 10, por isso fez isso.
Ok, ela podia ter seu lado chato, mas a gente tolera. Mais importante, eu era muito tímido, para conseguir bater de frente a Yuna.
Nunca fui o tipo de pessoa que conseguia dizer diretamente as coisas. Medo de irritar as pessoas, era um grande problema meu.
Enfim, vamos ignorar essa parte, não é como se isso fosse se tornar um problema em algum momento, né?
Ok, agora vamos direto para a correria que seria aquele dia, afinal Yuna decidiu que faríamos toda a programação daquele dia e do passado em um só.
Não preciso dizer que isso é uma má ideia, né? Não tinha como isso funcionar, mas podemos dizer que começamos uma corrida contra o tempo.
Olha, darei uma dica, quando sua diversão tem um tempo limite, isso não é divertido, de forma alguma. Sério, não mesmo!