Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 59
No meio da noite, durante o sono REM sonhamos
Sonho Yuna
Estava no meio de uma floresta, as árvores eram todas gigantes, com mais de 30 metros de altura. Seu tamanho e imponência fariam qualquer ser humano ficar de joelhos, era quase assustador como elas tapavam completamente o sol.
Bastava respirar, para sentir a imponência daquela floresta. O ar úmido e quente, além do cheiro forte, que as árvores tinham, te lembravam constantemente, do lugar em que estava.
E, no meio de tudo aquilo, lá estava um pequeno ponto, quase invisível perto do tamanho daquelas plantas imoveis. Porém, aquele era um ponto obstinado, um ponto que podia se mover, um animal, mais especificamente, um macaco, cuja evolução o levou a ficar pelado e ter um cérebro capaz de criar roupas.
Aquele pequeno e quase inútil macaco, podia, quando acompanhado de outros de sua espécie, destruir todo aquele lugar. Poderia não parecer, mas aquele pequeno ponto, seria uma ameaça para todos no futuro.
Claro, primeiro ele precisaria sobreviver. Tão pequeno, tão fraco, tão solitário, um único ponto, contra toda a mãe natureza, um embate no mínimo injusto.
O ponto, porém, como previamente dito, era obstinado. Nada nem ninguém poderia pará-lo. Ok, talvez a morte pudesse, mas enquanto vivo, ele era um ponto imparável,
A primeira coisa que fez foi descobrir o fogo, como conseguiu isso? Não sei, virei para pegar meu celular, que tinha esquecido em cima da mesa e quando voltei, lá estava ele, o ponto com o fogo nas mãos.
Sim, ele tinha o fogo nas mãos. Não era uma tocha ou algo assim. Ele tinha simplesmente dominado o fogo. Algo impressionante, como um verdadeiro mago.
O ponto, agora mágico, brilhava e era mais perceptível, porém sua presença foi logo apagada, dessa vez por culpa do próprio.
Fogo, fogo e mais fogo! Algo estranho para aquele lugar, sempre tão úmido, sempre tão cheio de vida, agora se mostrava em chamas. Era um fogo belo, alaranjado, que compunha uma bela paisagem, enquanto o sol se punha.
E a noite chegou, porém não a escuridão, afinal havia uma nova fonte de luz, muito mais destrutiva e mortal, o fogo imparável. Nem por isso, as sombras deixaram de ocupar toda a região.
Em formas de cinzas diabólicas, o mal se espalhava, matando tudo. Animais, monstros e até os aliens que por ali estavam, pouco puderam fazer.
Aquelas podiam não ser cinzas vulcânicas, mas sem dúvidas, em pouco tempo a causa da morte de todos naquela enorme floresta, inclusive do nosso querido ponto lança chamas, foi a doença: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico.
Sonho Izumi.
— O sapo gigante comeu o Bob. Repito, o sapo gigante comeu o Bob!
Como uma matraca, o carro de anúncios oficial do governo repetia essa mensagem. Fiquei curioso no começo, não sabia que carros podiam falar, mas logo perdi o interesse, quando vi que se tratava de uma van, não de um carro.
Como todos sabem, já faz tempo que vendem vans falantes, por isso me decepcionei bastante. Mesmo assim, não me deixei abalar e continuei na minha jornada, não pararia até conseguir um emprego.
O primeiro passo era fazer meu currículo, o problema, eu não tinha papel. Tentei ir nas papelarias e até em uma floresta de eucaliptos, mas em lugar nenhum podia obter um pedaço de papel. Infelizmente, todo o estoque tinha sido comprado por Jeff.
Jeff, um homem gordo, não muito simpático. Claro, não gosto de falar mal dos outros sem motivo, mas ele era tão gordo, que suava óleo, inclusive, essa era a razão de sua riqueza, ele era o maior produtor de suor-óleo do continente.
Por que essa cara iria querer tanto papel? Essa era a pergunta na cabeça de todos na cidade. Ok, também não vamos ser generalistas, tinha uma minoria preocupada com coisas menos importantes, como a recente invasão de sapos gigantes.
Enfim, eu como homem íntegro e honesto que era, não tinha medo de alguns sapinhos, de uma invasão, muito menos tinha medo de tomar sorvete. Dito isso, também não pensem que eu era um herói, cujo único medo é: fazerem uma nova versão deles nos quadrinhos ainda pior que a última, eu era apenas alguém normal.
Tá, talvez não acreditem, sim, sei que é raro encontrar pessoas que tomam sorvete sem medo, mas até eu tinha medos bobos, por exemplo, tinha pavor de usar óculos.
Enfim, continuando, peguei meus óculos para leitura, coloquei eles no rosto e…
— Merda! Óculos, alguém tira isso da minha cara!
Meu coração acelerou, me enchi de medo e…
— Olha! Uma fábrica de elefantes,
Não sabia que eles tinham uma por ali, por isso me impressionei.
Claro, por mais legal que seja, ainda era só uma fábrica de elefante, o que eu precisava mesmo de papéis.
— Não, espera!
Logo me lembrei que Jeff pode estar dentro dessa fábrica de elefantes. Não à toa, entrei logo no lugar.
Por sorte, os seguranças não me expulsaram, aparentemente a fábrica é aberta ao público geral.
Enfim, passando por toda a gordura no chão, pedi um big mac, comi e já alimentado, fui atrás do Jeff.
Abri a porta.
e mais uma vez nada.
Ele não estava lá, infelizmente.
Sai irritado do estabelecimento, jurando voltar.
Jeff, daquele ponto em diante, já não importava onde ele estava.
— Eu vou te matar! Cortar esse seu corpo cheio de banha e vender!
Enfim, depois de descer a escada da frustração, cheguei num bairro chamado alegria.
Curioso, foi que não achei ninguém feliz lá, uma pena. Em compensação, achei muitos papel higiênico sujo de ranho, por isso supus que tinham invertido o “r” com o ‘g”.
Virando a esquina, achei outro lugar, a casa do Bob, ah! Sim, esqueci de apresentar o Bob, ele era a borboleta de estimação do rei.
Acho que é só isso, não tem mais o que dizer sobre o Bob.
Já sobre a sua casa, bem… também não vale a pena falar, é só uma mansão comum, mais ou menos 5 vezes maior que o palácio e 7 vezes maior que o continente.
E talvez minha matemática tenha alguns problemas.
Mas enfim, o importante foi a notícia do dia seguinte: Jeff é encontrado morto, após cortar seu dedo com papel.
Infelizmente, porém, não consegui um emprego, porque acordei no meio da noite, enquanto estava abraçando a Yuna.
Nota
Se você não entendeu nada, relaxa, sonhos não fazem sentido.
Enfim, espero ter os entretido por um tempo.
O próximo capítulo vai ser normal, juro!
Estava cansado de estudar e precisava desligar o cérebro.