Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 54
Izumi pode ser bem legal.
Visão Yuna
Tudo estava bem, até que percebemos que o sol estava quase se pondo, por isso precisamos correr para tentar voltar.
Não deu certo, infelizmente a maré subiu e nos fodeu.
Já estava levemente preocupada, mas não muito, então de repente tomei um baque.
Na minha mente instantaneamente pensou no pior cenário possível: não conseguir voltar para casa, ter que ficar a noite lá.
E se tivesse algum animal selvagem por ali? Eu tinha bastante medo de animais.
Pior, eu não ligava nem um pouco bem com a ideia de ficar fora a noite, tinha medo.
Outra coisa problemática era aparecer alguém, à noite poderia ser difícil se defender.
E já chega, não vou transformar isso numa lista de problemas. Fato, era que estava apavorada, então fui perdendo o controle.
Ficou difícil de respirar, comecei a hiperventilar e senti um forte aperto no peito.
O clima parecia estar repentinamente muito mais frio do que das últimas vezes. Lembro bem como era assustador, queria manter o controle, mas tinha medo de o perder.
Então tudo piorou, quando notei o Izumi se afastando. Eu queria muito ele por perto, por isso o chamei: — Izu-Izumi, onde está indo?
— Vai ficar tudo bem, vai passar. — Izumi sorriu lentamente. Então deu alguns passos vagarosos na minha direção.
Seu rosto, postura e movimentos eram todos calmos, apenas por isso me senti um pouco mais calma, o que não significava ficar de boca.
— Tudo bem, vamos sentar um pouco. — Izumi disse fazendo cafuné na minha cabeça, então me fez sentar à força.
Estava muito preocupada, por isso gritei: — Não podemos ficar perdendo tempo, precisamos sair daqui logo.
Izumi olhou para mim por um tempo, procurando na sua mente a melhor resposta, mas no fim ele desiste e só diz: — Não, vamos descansar mais um pouco.
Não estava em um estado mental no qual conseguia discutir muito, por isso aceitei e fiz como ele pediu.
Foi também nessa hora, que lembrei das técnicas de respiração para esses momentos. Comecei a me focar em respirar devagar e, aos poucos, meu corpo se acalmou.
Então consegui respirar aliviada, pensando um pouco mais racionalmente, minha crise tinha passado. Claro, nem por isso, deixava de estar com medo.
Izumi, por outro lado, estava relaxado. O garoto que se assustava com tudo, estava calmo enquanto eu ficava amedrontada, é um pouco frustrante pensar nisso.
A propósito, no dia não pensei nisso, na minha mente tinha apenas duas coisas, medo pela situação e admiração pelo Izumi, que estava estranhamente legal e confiável.
Não que eu esteja dizendo que Izumi não é confiável normalmente, é só que… Tá, sejamos honestos, naquele tempo Izumi não era confiável para situações complicadas.
Mas já chega de criticar ele! Pois esse é um momento de elogios. Izumi me salvou naquele dia, apesar de que era só ter ligado para a emergência em último caso.
Enfim, a verdade é que estava meio inútil na hora, por isso fui fazendo o que Izumi disse para fazer. Por isso não sei exatamente como aconteceu, só sei que ele encontrou outro caminho para voltar para a cidade.
Sim, ele subiu em algum lugar alto, achou, no meio da noite, uma trilha e conseguiu nos guiar por ela. Já disse que estava de noite?
Para todos aqueles invejosos que já disseram coisas ruins sobre meu namorado, chupa! Ele é incrível e só meu.
Ahan! Acho que me empolguei um pouco, mas gosto de lembrar desses momentos.
Enfim, está na hora de voltar para a história. Seguimos a trilha e chegamos na cidade.
De volta a civilização, Izumi apenas perguntou para pessoas na rua, então descobriu o caminho até nossa pousada.
Talvez não achem nada demais, porém insisto em destacar essa parte. O Izumi, falou com completos estranhos numa boa e resolveu tudo sozinho.
Olha, vou destacar de novo, aquilo não era comum. Izumi podia falar comigo normalmente, mas ele ainda era muito tímido.
Só reforçando mais uma vez… Ahan! Não, já chega, acho que já entenderam.
ooo
— Ufa! Finalmente. — Cai na cama, enquanto falava em um suspiro exausta. Finalmente tínhamos chegado em casa e eu estava morrendo.
Lembre-se, passamos a manhã em um ônibus, depois chegamos e saímos para andar, andar e andar, isso sem contar o cansaço psicológico do medo.
Eu definitivamente tinha bons motivos para estar cansada, qualquer um estaria.
Claro, se eu estava cansada, imaginem Izumi. Assim que chegamos em casa, ele também caiu na cama, mas diferente de mim que me levantei logo depois, ele dormiu.
Ele até estava meio fedido, mas não o acordei para tomar banho ou algo do tipo, até porque ele parecia estar tendo um sono pesado.
Lembro que toquei de leve na bochecha dele. Depois passei um tempo passifico olhando para seu rosto. Naquele dia, ele parecia estranhamente mais bonito.
— Izumi, eu te amo — murmurei olhando para o garoto fofo.
Logo depois me levantei, fui tomar banho ainda meio cansada. Aos poucos a água gelada me ajudou a relaxar e descansar.
Logo senti, também uma sonolência, estava bem cansada, afinal.
Peguei minha toalha, enquanto andava com os olhos entreabertos. Enrolei meu cabelo com uma segunda toalha e sem pensar muito sai do banheiro.
Ok, vocês já sabem onde isso vai dar, por isso vamos logo.
Izumi, que deveria estar tendo um sono pesado, acordou na hora que estava saindo só de toalha. Quando lembrei que meu namorado estava ali, recuei ao banheiro.
Obviamente não tive nenhuma reação violenta ao estilo anime, não faria nem sentido.
No fim, só entrei de volta no banheiro e meu rosto ficou vermelho de vergonha. Izumi, por outro lado, apenas ficou quieto, sem tocar no assunto.
Eu me sequei direito, então notei outro problema, não tinha lembrado de pegar a roupa para me trocar. Entenda, estava acostumada a tomar banho, sair do banheiro e me trocar no quarto, afinal morava só com minha mãe.
Qual era a solução? Mandei o Izumi sair do quarto e ficar na cozinha, onde não poderia me ver. Sim, tivemos que fazer toda uma logística complicada e desnecessária.
Só para acabar, Izumi foi tomar banho também.