Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 53
Os problemas de não pensar muito no tempo.
Visão Izumi
Estávamos andando por aí, quando a Yuna pediu para parar, se sentou e fez um sinal me mandando sentar. Naturalmente me abaixei, então ficamos lado a lado.
— Ei! Izumi… — Yuna me chamou. Naturalmente, me virei para ela, para saber o que ela queria. Ficamos cara a cara e… — Nigh! — Fui surpreendido por um beijo.
Não tive nem tempo de processar direito, foi de repente demais. Por outro lado, alguém parecia sorrir satisfeita, enquanto olhando na minha direção.
Vendo aquilo fiquei com vontade de beijar Yuna de novo. Seu rosto estava tão lindo, seus olhos, a paisagem no fundo. Fui encantado muito rápido, mas não tinha a coragem de fazer algo tão direto. Pode se dizer que nunca fui um cara com muita atitude.
No fim, ao invés de responder a beijando de volta, eu decidi perguntar: — Por que? — Era uma pergunta honesta, de alguém que tinha sido completamente surpreendido.
— Humm! Porque eu quis… — Yuna olhou para o céu pensativa, procurando alguma resposta mais elaborada. — Sei lá, não preciso de um motivo.
Depois daquilo tivemos alguns segundos de silêncio. No caso, não foi o silêncio do tipo desconfortável, em que parece que você está dentro de uma caixa de vidro lacrada enchendo de água. Era um silêncio agradável e pacífico.
Yuna se espreguiçou um pouco, jogou o corpo para cima de mim e disse: — Eu só descobri que realmente gosto disso.
Não tinha certeza se o “disso” era referente ao ato de beijar, se era a esses momentos de silêncio confortável, ou qualquer outra coisa. Também, não fazia diferença, eu tinha ficado feliz em ouvir aquelas palavras de qualquer jeito.
— A propósito, com o que aquela nuvem se parece para você? — Yuna perguntou de repente, quebrando completamente o clima.
— Nada, é só vapor de água flutuando — respondi com honestidade. — Mais importante, não destrua o clima!
Yuna me olhou meio decepcionada com a resposta. Em seguida, ela me beijou de novo, me olhou com um sorriso, e disse: — Viu, podemos entrar no clima romântico a qualquer hora. — Frente a argumentos tão fortes, fui convencido.
Só para que não fiquem muito curiosos, a cara de decepção, foi porque Yuna, achava que minha interpretação das nuvens seria mais interessante. Só não tenho ideia do porquê. Não tem “nenhum” motivo que a fizesse esperar uma resposta brisada, né?
Ficamos mais um tempo sem fazer nada. Então Yuna se levantou, se alongou como se estivesse se preparando para alguma atividade física e disse:
— Pronto, já enrolei o suficiente para me recuperar, podemos voltar a andar, deixa eu ver… Já sei! Dá para ver que tem mais uma praia andando para lá, quem chegar primeiro ganha. — Yuna apontou para a direita, onde dava para ver o fim das pedras.
— Ei! Foi tudo de propósito só para você descansar? — Perguntem com um mix de indignação e tristeza.
Yuna chegou perto de mim com um sorriso e perguntou: — O que você acha?
— Acho que você é desnecessariamente competitiva, além do mais, você é má, buu! Não tente ser melhor que eu em tudo, assim vou ser inútil — disse brincando.
Yuna não respondeu na hora, só correu na frente, então gritou: — Não é que eu queria ser melhor que você em tudo, mas não resisto a uma competição.
Não era competitivo de forma alguma, mas ser desafiado na única coisa em que me considerava de fato bom, mexeu comigo. Resultado: ganhei com sobra.
Até ali só felicidade, tinha ganhado e tinha tido a chance de me mostrar para a Yuna. No entanto, depois lembramos de um pequeno detalhe: tínhamos que voltar para casa. No caso, quem nos lembrou disso foi o sol, baixando lentamente.
Imagina a situação maravilhosa, você chega num lugar e anda reto da sua pousada para a praia. Aí você começa a andar por essa praia sem pensar em nada, até notar que está quase escurecendo. Mais uma coisa, você não conhece nada do lugar.
Pois é, não era uma situação muito boa?
Ainda tínhamos um resquício de luz, porém teríamos que correr bastante para voltar até a praia inicial. E se não voltássemos até a praia inicial? Ai fudeu, porque as outras pelas quais passamos, não tinham saída para a cidade, elas eram cercadas pela natureza.
Por sorte os protagonistas dessa histórias são dois jovens atléticos, apesar de que eu não era tanto assim. Enfim, o que mais poderíamos fazer se não correr? E como corremos, até senti que estava me aproximando da velocidade da luz.
Também não preciso dizer que não deu certo, né? Primeiro, era um caminho muito longo, para percorrer em só 15 minutos de pôr do sol. Segundo, encontramos um grande empecilho no caminho, a maré tinha subido.
Com o caminho tradicional bloqueado por água e a visão prejudicada pela falta de luz. Sim, podemos dizer que naquele ponto fudeu de vez.
Constatando que tinha dado merda, eu comecei a olhar em volta e pensar em como voltar. Tinha que ter algum outro caminho.
A primeira coisa que pensei em fazer foi subir mais alto. A lua estava bem brilhante no céu, por isso ainda dava para ver alguma coisa. Usando dessa pouca visibilidade, eu poderia encontrar outro caminho, não tinha dúvidas disso.
— Izu-Izumi, onde está indo? — Yuna me perguntou, tentando manter uma voz calma. Achei que tinha algo errado, quando a ouvi gaguejar, por isso me virei na hora, apenas para encontrar uma Yuna com a feição meio desesperada.
Ela tinha levado os dois braços em direção ao peito, tinha curvado as costas e abaixado a cabeça. Num geral, ela parecia completamente em modo de defesa. Seu olhar estava vago, sua aura parecia se tornar uma névoa fina e frágil.
Provavelmente era um ataque de pânico, ou alguma coisa do tipo.
Não era a primeira vez que a via frágil, mas como em todas as ocasiões em que isso aconteceu e aconteceria, minha primeira reação foi sentir um baque.
Yuna sempre tinha aura inabalável, por isso quando a via daquele jeito, até ficava mais inseguro. Claro, não deixei aquilo me afetar muito.
Já tinha pensado em algumas soluções, estava otimista que tudo daria certo, por isso pude dizer com um sorriso: — Vai ficar tudo bem, vai passar.