Amor é Mais Complicado do que Parece - Capítulo 49
Noite conturbada.
Visão Yuna
Hina riu de canto de boca e murmurou? — Como imaginei. — Depois ela olhou para o relógio e acrescentou. — Sabe que já é uma da manhã, né?
— Sério! — Fui correndo achar meu celular, no qual não tinha nem tocado até aquela hora. Olhei o horário e confirmei, era 1:03 da madrugada.
Em seguida abri as mensagens, com o coração na mão. Por motivos óbvios, minha mãe estava preocupada.
Podemos dizer que gastei um longo tempo explicando como perdi a noção de tempo e esqueci do meu objetivo. No fim, minha mãe cedeu, até porque eu de fato estava na casa do Izumi e não tinha chance de querer ir fazer merda em alguma balada.
Com esse ponto resolvido, o próximo seria cumprir meu objetivo. A propósito, Rim e a esposa já tinham ido embora, mas o pai do Izumi estava perfeitamente acordado, conversando com Ryo numa boa.
Foi também que eu lembrei de um detalhe: onde estava Izumi? Depois que Ryo foi jogar, ele saiu, lembram? Então, desde aquele momento, não tinha mais visto ele.
No fim, foi só falar com a Hina, ela chutou que ele estivesse no quarto vendo anime. Dito e feito, cheguei lá e o encontrei acordado, então disse:
— Quer viajar?
Ele me olhou surpreso, como se lembrando de algo. — Você já não tinha feito essa pergunta? Pode me explicar melhor, por favor.
— Sim — Sorri. —, na verdade, queria te convidar para viajar comigo nas férias, já que elas estão quase aí.
— Ok, parece uma boa ideia, mas… por que não perguntou isso por mensagem?
— Bem, eu queria conhecer sua família, além do mais falar com eles sobre isso, não acho que eles te deixariam viajar com alguém que nem conhecem.
Izumi arregalou levemente o olho e murmurou: — Verdade, tinha esquecido desse detalhe…Mas acho que se fosse minha mãe, ela deixaria.
Não tinha perguntado antes, mas quando vi ele citar a mãe questionei: — Sua mãe não estava aqui hoje, né?
— Ela está viajando a trabalho.
Se quiserem saber, a mãe do Izumi era uma jornalista aventureira. Ok, não sei se esse é o nome, mas é quem você contrata para fazer matérias no cu do mundo, no meio da mata, ou coisas do tipo.
Com aquilo eu tinha feito a primeira parte e só demorei um dia inteiro para isso. Em seguida, descemos, contei para Hina o que queria e por fim para o Zino.
Fiquei com medo sobre como seria sua reação, estava preocupada, não queria que nada desse errado, mas…
— Vocês vão viajar juntos, então? — Zino murmurou, como se nossa viagem já fosse um fato. Depois de pensar, ele perguntou: — Já escolheram o lugar, se quiserem, posso ajudar a receber passagem e hotel?
Assim conseguimos “permissão” muito fácil. Na verdade, a forma como ele falou foi mais como alguém falando sobre a viagem de um amigo, não do próprio filho.
Os pais do Izumi dificilmente o proibiriam de fazer qualquer coisa. Podemos dizer que eles acreditavam na responsabilidade do filho.
Enfim, depois de oferecer ajudar, Zino parece ter se lembrado de algo importante, então disse: — E o dinheiro?
Izumi pensou um pouco e respondeu: — Sem problema, eu sei a senha do seu cartão.
— Meu filho mal cresceu e já quer me extorquir… Sinf! Como minha vida chegou nesse ponto? Outra coisa, esse é o cartão que deixei para você pagar as contas da casa e escola mês retrasado, nem deve ter mais dinheiro aí.
— Não, tem sim. Eu consegui desconto na mensalidade e, sem vocês, gastei bem menos energia e água, por isso sobrou muito.
Não falei nada, porque não tinha como participar daquela conversa, mas só explicando algo: os pais do Izumi às vezes iam viajar para lugares sem internet ou sequer sinal e o deixavam responsável por pagar as contas.
Voltando ao diálogo, o pai do Izumi reclamou: — Por que não me contou que tinha sobrado dinheiro?
— Porque eu ia roubar, óbvio. — Izumi brincou.
— Filho, quando você vai roubar alguém, tem que lembrar de não avisar a pessoa antes. — Zino disse sério, entrando na brincadeira.
Izumi fingiu uma reação exagerada de surpresa e disse: — Droga, esqueci disso.
Zino riu um pouco, antes de dizer: — Ok, já chega, agora vamos falar sério…
E agora vem um longo e chato processo. Obviamente, não tenho porque contar para vocês essa parte, é meio chata mesmo.
Só para dar um resumo. Primeiro, foi aí que descobri que a mãe do Izumi trabalhava viajando e que a família dele adora viagens.
Devo acrescentar, fiquei bem impressionado, com ajuda do Zino foi muito mais fácil de planejar tudo. Descontos, uma boa pousada e passagem, ele achou tudo.
Durante essa parte quase toda a família participou. O que no caso foi, Hina, Ryo, mais as pessoas por vídeo chamada: mãe do Izumi, minha mãe, Rim, avós maternos do Izumi e até uns primos dele, além de, claro, eu.
Não sei se notaram, mas houve uma ausência importante nessa discussão: Izumi. Não sabia bem o motivo, mas ele ficou basicamente passivo no assunto.
Outra coisa, o fato de todos estarem dispostos a ficar acordados naquela hora me surpreendeu. Demorei para entender, mas para eles planejar uma viagem era apenas diversão, ajudar Izumi acabava sendo um feliz efeito colateral.
Ok, já dei detalhes o suficiente, agora vamos pular para… Já sei! Lá estava eu, na praia, guardamos nosso celular e coisas num canto e eu tinha acabado de tirar a blusa, ou seja, tinha acabado de ficar de biquíni na frente do Izumi.
— Como estou? — perguntei, para o garoto que não sabia bem para onde olhar. Inicialmente, não era minha intenção o provocar ficando de biquíni. Mas, como ele já estava todo envergonhado, não podia deixar de atacar. Além do mais, ninguém perderia a chance de se mostrar bonita e ser elogiada pelo amado.