Aether: O Mundo em um Sonho - Capítulo 16
[Agora é a sua chance player Kazuki! Agarre-a como animal!]
Pare, eu não vou fazer isso.
[Qual o problema? Vocês estão sozinhos!]
Eu sei, mas se eu fizer isso eu poderei destruir as minhas chances com a Murakami. Então não, sem chance.
[Mas a Scarllet não precisa ficar sabendo~ Hehe! Pense bem! Esse é o melhor presente que você poderia dar à Loveta! Você não gosta dela?]
Sim, eu gosto, mas—
[Então por que você está hesitando? Você não fez isso na primeira vez que a viu~]
Eu já te falei que aquilo foi um caso à parte! Eu não sabia que o mundo dos sonhos era real!
[E qual a diferença de ser real ou não? Um homem sem instintos é igual a um fracassado! Liberte-se agora mesmo de suas correntes e se transforme logo no player gorila!]
…E pensar que a Phanta se tornaria um Hansuke hardcore no Aether, phew, acho que mereço isso.
Ah, eu acabei vindo para cá mais cedo que o normal, já que estava extremamente cansado ontem. Eu consegui confirmar que Taichi estava bem, e que aquele cara que a gente perseguiu ontem era de fato um impostor. Eu ainda não sei quem era ele, e quais eram suas intenções, mas desde que ele não apareça de novo, deve ficar tudo bem.
Mas enfim, como eu apareci mais cedo na pousada da Aneesa, eu pensei em dar uma explorada na cidade a fim de relaxar um pouco. Acontece que antes de eu sair do quarto, eu notei a Loveta na cama, dormindo da forma mais bela possível, o que acabou chamando muito a minha atenção. Phanta obviamente notou a situação em que eu me encontrava, e começou a falar no meu ouvido, pra variar.
Bom, considerando o fato que Loveta já gosta de mim, com certeza ela não se importaria de eu avançar pra cima dela. Mas essa é uma história diferente quando Murakami está envolvida no jogo. Eu devo me conter de satisfazer meus desejos, até que ela também esteja dominada. É, eu sou um cara que pensa cuidadosamente no futuro do meu relacionamento.
— Ah… Kazu… seja mais… gentil… Umm~…
E com o que será que ela deve estar sonhando agora…? Droga, só de imaginar, meu nariz começa a pingar!
Aguarde mais um pouco Loveta, só mais um pouco! Assim que eu tiver vocês duas sob meu domínio, vou inverter meus horários na Terra e aproveitar todas as noites nessa linda cama!
[Esse não é o melhor caminho player Kazuki, é bom demonstrar o que você sente de vez em quando…]
Eu já estou decidido Phanta, não tem como dar errado, afinal, eu não posso arriscar pegar uma antes da outra. Ainda tenho o coração da Murakami para conquistar!
[Bem falado player, mas lembre-se que nem sempre as coisas fluem da maneira que queremos… Agir por instinto também faz parte do jogo.]
Obrigado pelos conselhos, mas a minha mente já está feita, não tem como dar errado.
[……]
Eu rapidamente desço as escadas.
— Ara se não é o namorado da Love-chan~ Por acaso está indo fazer companhia à sua outra garota? — Aneesa nota a minha chegada.
— Espera, Murakami já passou por aqui?
— Ara, mas é claro! Ela sempre desce mais cedo para fazer seu treino matutino~
Treino matutino? Estranho, ela nunca citou isso antes…
— Aonde que ela está agora?
— Logo no quintal! Boa sorte~ — Ela dá uma piscada de olhos para mim.
É, Aneesa continua do mesmo jeito, achando que estamos numa relação a três… Fazer o quê, isso é apenas o esperado de alguém que sempre nos vê entrando e saindo do mesmo quarto.
——De novo, quem dera se esse fosse o caso.
Enfim, por que não dar uma olhada na Murakami antes de visitar as lojas? Estou realmente curioso sobre como é esse seu treino matutino.
Me direciono ao quintal para encontrá-la, e logo a vejo ajoelhada na grama, em pose de profunda meditação. Seu colar da estabilidade estava novamente brilhando e flutuando. Acima de suas mãos, ela desenvolvia algum tipo de objeto dourado e brilhante—Que logo se desfaz. Ela suspira.
— O que você estava tentando criar?
— Hã? Ryouzen?? — Ela se assusta com a minha chegada repentina. — Você foi dormir mais cedo?
— Sim, eu estava cansado ontem… sabe como é, provas.
Ela sorri. — Sim, eu te entendo. Ainda bem que essas foram as últimas do semestre, né?
Confirmo alegremente. — Sim, graças aos deuses elas acabaram! Provas agora só daqui a dois meses!
— Hum, sobre o que você tinha me perguntado antes, esse é o meu preparo antes das batalhas. Faço isso para tentar explorar e desenvolver um pouco mais os meus limites. Eu não consigo evoluir como você, mas tento ao menos treinar o estado da minha alma.
Então é por isso que o colar dela estava brilhando daquele jeito? Faz sentido.
— …O que eu estava tentando criar agora a pouco era a Excalibur.
— Espera aí, a Excalibur?? Essa não é a mesma espada do rei Arthur?!
— Sim, mas claro que não é a verdadeira, é só uma cópia.
— É, não teria como ser…, mas ainda assim é impressionante como você consegue replicar identicamente qualquer espada. Por exemplo, eu já te vi criando de tudo afinal, como espadas medievais, katanas, floretes, e etc. Aliás, pensando melhor, por que a criação da Excalibur estava te fazendo atingir o limite? Todas as outras que te vi criando até ontem não faziam isso com o seu colar.
— Hum, como eu posso explicar? — Ela curva sua cabeça em pensamentos, fazendo uma bela expressão fofa estilo Loveta. — Bem, colocando de forma simples, meu despertar está relacionado a ideia que carrego junto ao item que eu quero criar. Então, se eu considero uma certa espada como sendo muito poderosa, o resultado da minha criação será igualmente poderoso. Nesse caso, como eu vejo a Excalibur como sendo a espada mais forte dentre todas, por consequência, a energia que eu vou consumir para materializá-la também será elevada.
— Oh, acho que entendi. Mas mesmo assim é importante você tomar cuidado para não exagerar, né? Não gostaria de vê-la indo se encontrar com o bispo tão cedo…
Ela ri. — Será que eu poderia saber o motivo de você não ser muito fã dele?
— Do bispo? Ah, como eu posso dizer… Eu apenas guardo minhas dúvidas em relação a ele e ao Império. Como você disse, o Império não parece dar muita atenção ao que realmente é importante, e o bispo continua junto a eles. Além disso, ele queria forçar a sua estadia por lá, ou estou engando?
…Melhor eu omitir a parte que eu achava que ele era um garanhão tentando persuadi-la.
— Em partes… ele queria que eu continuasse lá por pensar que eu ainda poderia ser útil a eles. Afinal, querendo ou não, eu ainda sou uma humana criadora. Mas você está certo, se não fosse pela permissão do Imperador, eu ainda estaria—
— Hã…?
Murakami estava prestes a completar sua frase, mas no instante seguinte, ela já não estava mais lá—ela havia desaparecido.
Olho aos arredores.
Merda, para onde ela foi? Será que ela já despertou??