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A Criação do Caos - Capítulo 3

  1. Início
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  3. Capítulo 3 - O povo do acampamento
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Após algum tempo da minha conversa com meu pai. O sol que estava nascendo, e já se encontra em seu auge no céu.

Ainda estou tão cansado daquela luta, estou cheio de perguntas e ainda decepcionado comigo mesmo. Quase fui derrotado. Eu ainda estar vivo é um golpe de sorte.

Mas de uma coisa tenho certeza. Minha barriga começa a fazer sons estranhos. eu estou morrendo de fome. Aquela luta misturado com esse um dia que fiquei desmaiado, me deixaram faminto.

Gastei tanta energia pra lutar e me regenerar, e isso ta me deixando todo molenga.

Que foi? Ta achando estranho um deus sentir fome? Posso ser um ser dotado de perfeição divina e de poder inimaginável, mas ainda sinto fome. . . Alias, com quem que eu to falando?. . . Ah, é mesmo, meus momentos esquizofrênicos.

Me levanto dali e vou caminhando pela mata. Conheço muitos animais atuais da Terra, alguns bem diferentes do que eu conhecia quando morava aqui. Alguns evoluíram e outros foram extintos, mas de algo eu tenho certeza.

Chego até uma praia. Minhas técnicas de caça não enferrujaram.

Retiro todas as minhas roupas para não molharem, e pulo no mar.

Sinto como se várias agulhas estivessem fincando por todo meu corpo assim que entro em contato com a água. Mais que diabos!? Desde quando o mar ficou tão gelado? Me sinto um pecador congelado no nono ciclo do Inferno.

Ignorando a água gelada, fico procurando algum peixe, cada vez mais e mais fundo.

Logo me acostumo com a baixa temperatura da água, e aos poucos consigo pegar alguns peixes com minhas próprias mãos e os jogo na beira do mar, até fazer uma pilha de peixes.

Várias horas se passam e vejo que o sol já esta quase se pondo. Devo ter ficado umas quatro horas aqui. Olho para a pilha de peixes que juntei, e é bem grande. Deve ter pelo menos uns cem peixes ai.

Saio do mar e logo sinto um vento gelado e um arrepio na espinha, eu estou me tremendo todo, enquanto abraço o meu próprio corpo, sem me importar com minhas partes balançando por ai. Sinto como se eu estivesse viajando no Céu. Em cima das nuvens é algo ridiculamente frio.

Após eu me aquecer, coloco minhas roupas e saio da praia.

— Certo, essa caça foi muito boa, isso deve me encher até amanhã de manhã.

Me sento perto da pilha de peixes e lanço uma pequena faísca na areia da praia, que instantaneamente transforma a areia em vidro. O fogo levemente começa a crescer.

Acho que é mais inteligente usar algo de combustível para o fogo. Deixa-lo aceso por tanto tempo, usando minha energia como combustível, não é muito viável.

Me levanto e saio ando pela mata, em busca de alguma árvore que seja grande.

Encontro uma clareira, que continha apenas uma enorme árvore no centro, afastada de todas as outras.

— Isso deve servir por alguns minutos.

Dou um chute na árvore, a derrubando. Pra que machados quando se tem bicudas?

Seguro a árvore em meus braços e a coloco nas costas, e a saio arrastando até o lugar onde eu estava. Confesso que essa árvore parecia pesada, mas para a força de um soberano como eu, isso é que nem levantar um palito de dentes.

Chego até a praia, e com mais fome do que antes, depois de todo esse trabalho.

— Estou ansioso para tirar a barriga da miséria!

Destruo a árvore, e deixo seus pedaços no chão, que começa a pegar fogo com aquela pequena faísca ainda presente.

Deixo o resto da árvore próximo da fogueira, para usar de combustível.

Pego um galho e uso como espetinho, furo alguns peixes e os deixo assando na fogueira.

Nunca fui um bom cozinheiro, afinal, nunca precisei cozinhar, já que os servos reais sempre estavam cuidando de todos os afazeres do palácio.

Seria bem mais fácil pegar minha comida pelo portal, mas estou tão distante do Inferno, que não consigo utiliza-los.

Fico olhando para o Céu com o horizonte alaranjado, onde o azul escuro da noite estaria chegando, junto com as estrelas e a Lua.

Respiro fundo e solto um grande suspiro. — O céu estrelado está bonito. Quanto tempo faz desde que eu não olhei para ele dessa forma? Não. . . acho que a pergunta certa é; desde quando eu sai da superfície da Terra? Quatro milhões de anos atrás? Não. . . Talvez cinco, ou talvez seis. Como as coisas mudaram, e ficaram. . . desse jeito?

Olho para minhas mãos — Eu nesse meio tempo talvez tenha mudado, eu nem me reconheço mais. . . Eu não mudei de verdade, talvez tenha sido algo diferente disso.

Desvio o olhar de minhas mãos, e encaro a o fogo da fogueira. — Ficar sozinho depois de tanto tempo, recebendo tanta atenção, é algo raro. — É evidente um desânimo no final de minha fala, ao notar que algo está se escondendo atrás de algumas árvores, próximas de mim.

Olho para a floresta e vejo uma criança. Espera, aquela é uma criança do acampamento?! O que caralhos ela pensa que está fazendo? Fico em absoluto silêncio, pasmo com aquela situação, onde apenas o vento da praia é o único som que eu escuto.

— Ei! Eu já te vi escondido atrás dessa árvore, garoto.

Timidamente e de forma hesitante, o garoto aos poucos sai de trás da árvore.

Ele era tinha a aparência de uma criança entre os dez aos doze anos, pele escura igual a todos os outros do acampamento, cabelo preto meio grande e bagunçado.

Noto que ele está na mesma situação de muitos civis no Inferno, por conta de estado atual.

— O que está fazendo aqui, moleque?

— E-eu estava sentindo o cheiro.

— Cheiro? — fico confuso com o que ele quer dizer.

Ele aponta para os peixes na fogueira.

— Ah, eu entendo. Você veio até aqui em busca de comida, certo?

— Si-sim. — Seus olhos trêmulos e sua voz baixa já entregam tudo.

Solto um suspiro e um olhar caído, e faço um sinal com a mão para ele se aproximar — Vem cá.

Ele se aproxima e fica a pouco mais de um metro de mim.

— Não precisa ter medo, eu não vou morder. . . Espero que você também não. — Solto um leve sorriso de brincadeira para acalma-lo.

Ele se aproxima mais e senta próximo de mim.

Pego os três peixes que já estariam prontos e entrego para ele.

Ele parece relutante em pegar, mas logo aceita, e pega e começa a comer.

Pego outro graveto, coloco os peixes crus novamente e os ponho para assar na fogueira.

— Posso ver que o Haiti está com muita dificuldade, não é?

— Sim. . . nenhum país atualmente nos oferece apoio, desde que aqueles caras maus chegaram.

— Caras maus? Quer dizer a Death To Life?

Ele acena com a cabeça, enquanto morde um dos peixes que estava comendo.

— Eu sei como é. . . venho de um lugar que não está muito bom também, assim como você.

— Onde você mora?

— Ah, eu. . . err. . . eu moro na Rússia.

— Rússia?

— É, você sabe, o maior país de todos e etc.

— E como é lá?

— Bem, os governantes focando apenas em exército e poder, então é comum ver pobreza nas ruas, pessoas sem lar ou com casas bem precárias, uma luta pela comida e pela sobrevivência. . . esse tipo de coisa.

— Por que você veio até o Haiti? Todos achamos que você é um estrangeiro, por ser tão poderoso e ser diferente de nós. Por que veio pra cá?

— Eu e meus irmãos temos uma missão de proteger o mundo da Death To Life e acabar com eles e os monstros.

— SÉRIO?! VOCÊ É UM HERÓI?! — Posso notar a animação e o brilho em seus olhos, como se eu fosse uma espécie de celebridade ou algo assim.

— Herói? . . — Permaneço por um tempo em silêncio — Não, eu não sou um herói.

— Mas você nos salvou, um herói faz esse tipo de coisa.

— É mesmo? — levanto uma sobrancelha e abaixo a outra. Não é muito incomum ver “heróis” lá embaixo. Vejo vários lá, todos os dias.

— Sim, eles salvam o mundo e protegem as pessoas. Um dia quero ser tão forte quanto um. . . Eu quero ser tão forte quanto você. . . err. . . — Ele parece tentar arrumar uma forma de me chamar.

Droga! Eu não posso revelar meu real nome para esse humano. Demônios já possuem uma má reputação nesse mundo. Tenho que pensar rápido em um nome!

— Pode me chamar de. . . — Paro por um momento. EU NÃO SEI QUAIS SÃO OS NOMES RUSSOS!!!

— De que? — ele fica me encarando. Sinceramente, não está me ajudando.

— Pode me chamar de. . . Ah! Como sou bobo, eu tenho uma identidade secreta. Não posso falar meu nome real.

— Aaaaaahhh, fala por favor, prometo manter segredo.

— Hehe, foi mal, garoto, mas não posso. Mas e você? Qual é o seu nome?

— É mesmo, já ia me esquecendo. Me chamo Emmanuel.

— É um prazer conhece-lo, Emmanuel.

— Hehe, é um prazer conhece-lo também, tio. — ele dá um enorme sorriso em minha direção.

Pego os peixes que estavam na fogueira e começo a comer.

Após longos minutos de conversa, Emmanuel iria embora por conta do horário, pois seus pais poderiam ficar preocupados.

Olho para a pilha e peixes. Talvez eu demore um pouco para terminar de comer tudo isso. . . sozinho.

Quando termino minha refeição, exploro a floresta em busca de um lugar para descansar. Com um soninho básico, estarei energizado para amanhã.

Por já estar cansado, logo me sento ao pé de uma árvore qualquer, para descansar.

Apenas me encolho e cruzo os braços, em seguida deixo meus olhos se fecharem por conta própria, e começo a relaxar.

No dia seguinte.

Acordo com uma brisa fria pela manhã e, alguns raios da luz do sol batendo em meu rosto. Abro os olhos ainda sonolento, e solto um suspiro. Já amanheceu? Foi tão rápido!

Ao rolar lentamente os meus olhos caídos, pelo local, noto algo em minha frente. Uh, o que é isso? Isso é uma. . . cesta de piquenique? O que diabos isso tá fazendo aqui?

Pego a cesta de piquenique e a coloco em meu colo.

Assim que aberta, a cesta exala um leve e doce aroma de pães fresquinhos, carne, e biscoitos recém assados.

— A galera do acampamento me deu isso? Bem, tanto faz se foram eles ou não, to com um pouco de fome.

Pego o pão e começo a come-lo. Ele esta bem crocante e delicioso, abro ao meio e coloco um pedaço de carne e mando para dentro.

Fico comendo tudo apreciando ao máximo o sabor. Isso é incrível, precisamos de cozinheiros desse nível lá no Inferno. É uma pena que nenhum deles vai conseguir sobreviver lá por muito tempo.

E em vinte minutos, termino de comer tudo dentro da cesta.

Olho para cima e fico sorrindo aproveitando cada segundo daquele momento.

Olho para cesta. — Será que eu deveria devolver isso?. . . Depois do que eu disse para todos eles ontem, se eu entregar a cesta, eles vão saber que eu comi. . . — Fico em um sério dilema sobre o que fazer.

Observo tudo ao meu redor, checando que ninguém estava me vendo. — Beeeeem. . . ou eu posso simplesmente tacar fogo nisso. — Aponto minha mão para a cesta.

— BUR- — Paro repentinamente e abaixo minha mão. Como se algo dentro de mim, quisesse evitar de fazer isso.

— Ah, vamos lá! Já queimei tanta coisa, tanto bicho, tantos inimigos. Por que isso agora esta tão difícil?! — Aponto minha mão novamente para o cesto. — BURN!..

Simplesmente nada acontece, nenhum fogo sai.

Encaro minha mão e a fecho. — Por que?! Por que não consigo?! Por que minha consciência está tão pesada?!

Eles devem ter tido trabalho e carinho para cozinhar tudo e me entregarem, mesmo após terem sido atacados e não terem tanta comida disponível.

Mas eu sou um demônio extremamente poderoso, eu sou aquele que está bem acima da realeza, muitos matariam para estar em meu lugar. Eu simplesmente não posso me dar ao luxo de receber ajuda de qualquer um por ai.

Fico me remoendo em pensamentos, em um debate mental, se levo a cesta para eles ou não.

— Arg. . . Ok! Ok! vou levar essa porra de volta, antes que eu fique nessa merda o dia todo!

Me levanto e vou em direção da acampamento.

— O que, que eu estou fazendo, hein? Quando foi que me rebaixei a isso? — Ainda fico perdido em meus pensamentos durante todo o trajeto, sem nem perceber que eu já cheguei.

Solto um suspiro. Não é nada demais, só entrega e vaza, só entrega e vaza!

Me aproximo aos poucos, e todos no local, notam minha presença

Uma garotinha se aproxima de mim. Ela estaria sorrindo gentilmente e cantarolando até mim.

— O que o vento trouxe até o nossa humilde acampamento?

Ela é tinha cabelos castanhos, olhos castanhos, e está usando vestidinho branco, e tem várias flores de enfeite em suas roupas e cabelo. E por algum motivo ela me é familiar. Ah! Ela é aquela garotinha que salvei durante o ataque.

Fico olhando para a garota, sem dizer uma palavra, apenas com meus pensamentos ativos. Ainda preocupado com o que fazer nessa situação.

— O que foi? Vai ficar me secando, é? Você é bem taradinho, não é?

Percebo que ela me fez corar com esta frase.

— O que?! Não! eu apenas vim trazer essa cesta de volta para vocês!

Ela fica rindo da minha cara. — Estou brincando! estou brincando! Mas é sério, você é bem estranho.

Logo recupero minha postura. — Deixa de dizer bobagens, só pega logo essas cesta, eu tenho mais o que fazer. — Estendo a mão que estava segurando a cesta, e a garota a pega.

Começo a dar as costas e ir embora, mas sinto a mão dela segurando e puxando meu braço, pelo pulso. O que ela pensa que esta fazendo?

— Ei, ei, já vai embora?! Fique um pouco com a gente. O Emmanuel disse para todos, que acabou te encontrando noite passada, e que você foi bem legal com ele.

— Aquilo não foi nada. . . Só. . . Só achei que eu não fosse aguentar comer tanto peixe. Além do mais, eu não tenho nada pra fazer aqui!

— Ah, deixa de ser cabeça dura, você também não tem nada a fazer nessa floresta.

— É claro que eu tenho. — fico tentando arrumar alguma desculpa, apenas para poder sair logo daquela situação. — Bem, eu. . . eu tenho que caçar, achar um lugar para descansar. . . esse tipo de coisa.

Ela fica estalando a língua e mexe sua cabeça para esquerda e para direita, enquanto me encara. — Você mente muito mal, sábia?

— Escuta aqui “Amiguinha” estou aqui para trabalho, eu não tenho tempo para ficar brincando de bonequinha, como o resto de vocês.

— Você diz isso, mas só vai ficar com dormindo em qualquer canto todo encolhidinho, por causa do frio, que nem ontem.

Essa fala dela me faz arregalar um pouco os olhos, e fico a encarando. — Como é? Como sabe disso? —

Ela me da um sorriso de olhos fechados enquanto aponta para sua cabeça com o dedo indicador. — Tenho meus métodos. . . Ou talvez seja porque eu estava te seguindo.

— O garotinha danada. Você é bem estranha para uma criança, hein.

— Olha o sujo falando do mal lavado. Alias, eu tenho um nome sabia?! Não sou uma criancinha qualquer! Eu nome Ângela, qual é o seu?

— Heh, e por que diabos eu deveria dizer? Eu tenho minha identidade secreta a zelar.

— HEIN?! Nunca te ensinaram que, é falta de educação não se apresentar?! Deixa de ser carrancudo, só diz seu nome!!!

Um velho ancião junto com Emmanuel.

— Ei, Ângela, não percebe que esta irritando o rapaz.

Ângela cruza os braços e evita o contato visual enquanto faz beicinho.

— É, Ângela, você ta irritando ele. — Emmanuel ao resgate. Eu já tava ficando irritado com essa garota.

— Hunf. . . não estou irritando ele, não.

O ancião olha diretamente para mim. — Eu escutei a conversa de vocês. Posso dizer que estou surpreso que você ainda esteja aqui, quanto tempo pretende ficar, meu rapaz?

— Até o Mercury retornar até este local, tenho que derrota-lo e cumprir minha missão, assim poderei ir para casa.

— Eu entendo, mas o que você me diz sobre a proposta de Ângela? Fique conosco, iremos lhe oferecer um pouco de nossa comida, bebida e abrigo, pelo tempo que precisar.

Estou em duvida. Por mais que ficar na floresta seja uma droga, e ficar no frio seja ainda pior, eu não sei se quero aceitar. Isso vai totalmente contra os meus princípios. Se eu aceitar, vão tirar sarro de mim, dizendo que sou tão patético, que precisei de ajuda humana.

— Huh. . . Então, garoto, o que me diz? — até que o ancião o velho me pergunta novamente.

Continua. . .

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