A Ascensão do Imperador - Capítulo 0
Era um entardecer calmo e sereno, o vento soprava gentilmente contra as árvores e vegetação do entorno da cidade. O canto de diversos pássaros ao fundo criava um clima pacífico na pequena cidade que cresce lentamente em seu desenvolvimento.
Em um segundo, a direção do vento mudou para a contrária que ela fluía naturalmente, os pássaros que estavam em seus ninhos nas copas das árvores saíram voando em resposta a mudança radical. Alguns animais correram na direção oposta da cidade, enquanto outros olharam para as nuvens.
Oooowwwh.
Um enorme rugido é ouvido acima das nuvens, o som similar à de múltiplos trovões rasgou o crepúsculo da pequena cidade. Então, um feixe de luz caiu dos céus no centro da cidade e se expandiu numa velocidade absurda, engolindo assim toda a cidade no clarão.
Passados alguns segundos após a descida da luz, ela se dissipou, revelando um cenário assustador. A cidade que era outrora vívida e pacata, estava totalmente devastada e destruída, casas, pequenos edifícios e outras construções estavam tombadas e em chamas.
Toda a vegetação que estava no raio de alcance do pilar de luz, estava reduzido as cinzas, arvores, plantações e todo bosque, estavam sem vida.
O sol se põe totalmente, anunciando assim o término da tarde e o início de uma noite escura, porém a cidade permaneceu iluminada. Iluminada pelas chamas da destruição.
O silêncio desconfortável que paira por toda a área que alguns minutos atrás era uma cidade é quebrado por um som de grito misturado com choro, uma pessoa cai em prantos em um único grito junto ao som das chamas.
O seu lamurio foi indescritível.
[…]
Sentado em uma enorme poltrona estava um homem envolto nas sombras, seu tamanho era considerável tendo quase 3 metros de altura. Apenas sua mão direita era posta a iluminação do cômodo.
— Não tenho o dia todo, — disse o homem mergulhado nas sombras, batendo seus dedos contra a mesa — diga logo o seu preço…
A outra presença em sua frente era um humano coberto por um manto totalmente branco, quase alvo como a neve.
— Pela grandiosidade desse trabalho, ele custara apenas informações. Sei que o senhor que nos contrata é de grande importância para o Submundo do Estado Fundador, então apenas pedimos informações privilegiadas sobre certos assuntos.
Ouvindo aquelas palavras, o homem parou de bater a ponta de seus dedos contra a mesa. O seu punho cerrou com bastante violência em resposta.
Mesmo nas sombras suas pupilas verdes brilhavam, dando um destaque ameaçador com seus olhos esmeraldas, aquelas simples palavras o tiraram de seu estado comum e o fazendo transbordar de raiva.
— Quem você acha que eu sou? Você não… — O homem deu uma breve pausa coçando sua garganta — Vocês, todos vocês, seus monstros, assassinos, sabotadores, conspiradores. Vocês pensam que tenho todas as informações e sei de tudo que se passa nesse país? Estão doidos, surtados, acredito que todo o desejo de matar os deixaram loucos.
O enorme homem gargalhou, quebrando assim o silêncio de todo o local. A risada frenética e alucinada dele ecoou fortemente por todo o salão. Entretanto, o homem de branco apenas assentiu com sua cabeça em silêncio.
— Todos esses anéis em sua mão direita são bonitos e vibrantes, adorei o estilo. Alguns acreditam ser por apenas estética, mas aqueles que detêm conhecimento, sabem que anéis nesse país simbolizam pactos e acordos — O homem parou de rir assim que ele cita o fato dos anéis que ele possui em seus dedos — desde o mais simples e singelo ato de amor de se colocar uma aliança no seu dedo anelar para representar comprometimento com uma pessoa. Até mesmo a presença ativa em sociedade conspiratórias, como o anel em seu dedo indicador, um anel dourado com uma joia rubra nele, pude notar que essa joia tem um entalhe de cobra bastante fascinante.
Em um poderoso soco o homem afundou seu punho na sua mesa, pedaços de madeiras voaram para os lados. A provocação do homem de branco funcionou com grande efetividade.
— Não ouse me ameaçar, eles são mais poderosos do que vocês.
O homem coberto pelo manto então expõe sua mão direita, uma mão masculina com bastante calos e cortes, com um anel bastante único em seu dedo anelar.
O punho do homem furioso tremeu bastante, a intimidação de apenas mostrar aquele artefato o faz ficar sem voz para concluir suas ameaças.
— Você tem as informações que quero, e em troca cumprimos a nossa parte do contrato.
O homem então saiu das sombras e assentiu com um contato visual, sem dizer uma simples palavra.
O contrato foi firmado naquele momento, aquele chefão do submundo contratou os serviços únicos daqueles homens que se auto denominam “Brancos”. Esse contrato seria algo que conturbaria não só o submundo, mas como todo o Estado Fundador, uma missão de assassinato em troca de informações que nunca deveriam chegar a pessoas gananciosas como o homem de branco.
Após o convidado sair do salão, o chefão aperta violentamente seu peitoral, rasgando assim seu terno que usava, sua respiração ofegante e pesada é o único ruído de todo o lugar. As gotas de suor percorrem todo o seu corpo encharcando suas vestes.
“Esse desgraçado, fazendo isso comigo, como ousa, nunca vi uma mana tão forte antes.”
— Está feito e não tem como voltar — disse o enorme homem, com uma enorme amargura em seu peito.
[…]
— Acorde garoto, estamos chegando — Alertava o senhor.
Em uma trêmula carroça estava um jovem deitado numa pilha de feno e capim. Ao receber o chamado do senhor que dirigia, ele despertou de seu sono leve.
— Obrigado, velho.
Assim que despertou, o jovem que dormia se limpou e deu uma moeda ao senhor que dirigia a carroça, que aceitou a moeda e partiu seguindo seu caminho.
Ele estava à frente da entrada da cidade, parando e encarando seu destino. Vestindo um manto que cobria seu corpo ele caminhou em direção à cidade e também ao seu futuro repleto de destruição e vingança que lhe aguardava.
“Espero que aquela bruxa esteja certa e que eu o encontre aqui”